Capítulo 24

Estendi a mão até a maçaneta atrás de mim antes de girar e passar por baixo do braço dele. Escapei para a sala de estar, cruzando os braços na cintura.
Taylor saiu do banheiro e parou no balcão da cozinha.
— Não pode?
Balancei a cabeça, pressionando os lábios.
— Não pode agora ou não pode de jeito nenhum? — ele perguntou. Esperar pela minha resposta foi uma tortura para ele.
— Você está jogando muita coisa em cima de mim ao mesmo tempo. Eu te dou a mão, e você quer o braço.
Taylor relaxou um pouco e soltou uma risada.
— Tá bom. É justo.
— Posso até fugir, mas você não sabe quando parar.
Sua alegria desapareceu.
— Não vou desistir de você. Enquanto você me amar, vou continuar lutando.
— Bem — falei —, somos definitivamente bons nisso.
Ele deu um passo em minha direção.
— Eu não sabia que queria isso até falar. Mas falei e, agora, eu quero.
— Casar? — perguntei.
Ele fez que sim com a cabeça.
— Você não ouviu o que eu disse?
— Foda-se — ele respondeu, dando de ombros. — Quem se importa com a logística, ou com o que os seus livros de psicologia da faculdade disseram, ou com o que aconteceu ontem à noite? Eu te amo, porra. Quero que você seja a minha mulher, quero que tenha o meu sobrenome.
Um sorrisinho passou pelos meus lábios.
— Você tem um ótimo sobrenome.
— Falyn Maddox — ele pronunciou, cada sílaba cheia de amor e admiração.
Franzi a testa.
— Não parece tão bom.
Ele veio devagar até onde eu estava e me abraçou.
— Eu nunca fantasiei de verdade sobre pedir uma garota em casamento, mas com certeza nunca achei que precisaria implorar. — Ele pensou por um instante e depois se ajoelhou.
— Ah, não, por favor, levanta.
— Falyn Fairchild, você é uma mulher teimosa. Você tem a boca de um marinheiro. Você resiste a todas as regras que as pessoas te impõem e você partiu meu coração. Duas vezes.
— Esse pedido está horrível — falei.
— Tudo que aconteceu desde que nos conhecemos levou a este momento. Só existe uma mulher que eu amei antes de você, e nunca haverá outra depois.
— A menos que seja uma menina — falei.
Taylor ficou pálido e se levantou.
— Você acha que pode ser uma menina?
— Cinquenta por cento de chance.
Ele esfregou a nuca, se afastou de mim e voltou.
— Não posso ter uma filha. Vou matar alguém.
Deu uma risadinha.
— Tem razão. Você realmente precisa de mim... no mínimo, como álibi.
— Eu me sentiria muito melhor se oficializássemos a relação.
— Não vou a lugar nenhum.
Seu rosto se contorceu.
— Você já disse isso antes.
Expirei, sentindo que a verdade tinha acabado de me dar um soco no peito.
— Acho que nenhum de nós manteve suas promessas.
— Tem uma promessa que eu sei que vou cumprir — disse ele.
Eu me aproximei, envolvendo delicadamente seu rosto com as mãos.
— Me pede de novo.
Ele piscou.
— O quê?
— Me pede de novo.
Seus olhos ficaram vidrados, e ele envolveu minha mão nas dele.
— Casa comigo?
— Sim.
— É? — ele comentou, radiante.
E veio para cima de mim, beijando cada centímetro do meu rosto. Depois seus lábios pararam na minha boca e se moveram devagar. Quando ele finalmente me soltou, balançou a cabeça, sem acreditar.
— Você está falando sério? Vai se casar comigo?
Eu assenti.
Ele esfregou a nuca.
— O pior dia da minha vida se transformou no melhor dia da minha vida.
— Até agora — falei.
Ele me beijou de novo. Dessa vez, ele me levantou nos braços e me carregou até o quarto antes de fechar a porta.
Passamos o resto do dia na cama, fazendo amor ou traçando planos. Esperei sentir pânico ou arrependimento, mas nenhum dos dois apareceu. Eu tinha ficado sem ele, depois achei que o tinha perdido para sempre. A perda tinha um jeito de deixar tudo muito claro, e todas as coisas com as quais eu tinha me preocupado pareciam insignificantes agora.
Pouco antes do jantar, o celular de Taylor zumbiu, e ele saiu da cama para verificá-lo.
— Droga. Fui chamado para o trabalho.
Fiquei irritada.
— Tão pouco tempo depois do que aconteceu?
Ele deu de ombros.
— É o trabalho, baby. — Ele pegou o saco de lixo no corredor e vestiu as roupas esfumaçadas. — Vem comigo.
— Para esperar no hotel?
— A Ellie vai estar lá. Você pode ficar com ela. A equipe do Tyler também foi chamada. Quero que você esteja lá quando eu voltar.
Fui até o armário e vesti uma camiseta e uma calça jeans, depois enfiei os pés num par de sandálias.
Taylor pareceu feliz enquanto me observava prender o cabelo num coque.
— Só deixa eu... — falei, correndo até o banheiro para pegar uma escova de dentes.
Disparamos escada abaixo, e acenei para Phaedra antes de seguir Taylor até sua caminhonete.
Ele dirigiu meio rápido demais até o hotel. Na entrada, ele me estendeu o cartãochave.
— Seu celular está na parte da minha mala que tem zíper. Quarto dois-zero-um.
— O mesmo quarto em que você estava quando nos conhecemos.
Ele se inclinou para me dar um beijo nos lábios, e eu saí.
— Se cuida — falei, antes de fechar a porta do carona. — Estou falando sério.
Tyler saiu correndo, com a mochila na mão. Ele beijou o rosto de Ellison, depois entrou no lado do carona.
Taylor deu um soco no braço dele.
— Vou me casar, babaca!
Tyler olhou para mim, chocado, e um sorriso enorme se espalhou pelo seu rosto.
Fiz que sim com a cabeça para confirmar, e Ellison me abraçou.
— Vamos apagar esse incêndio, então. Não queremos deixar sua noiva esperando — disse Tyler, socando o ombro de Taylor.
Eles acenaram, e Taylor saiu com o carro, cantando pneus.
— Ah, esses Maddox — disse Ellison, balançando a cabeça e colocando o braço ao meu redor. — Você disse mesmo sim, é?
— Sou louca? — perguntei.
— Totalmente — ela respondeu. — Por que você acha que eles se apaixonaram por nós?
Olhei para a rua, apesar de os gêmeos terem sumido há algum tempo.

— É por isso que eu sei que vai dar certo — falei. — É impossível alguém se apaixonar se não for meio louco.

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