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Mostrando postagens de agosto, 2018

Capítulo 1

Quando eu era criança, ficava sentada pelo que parecia uma eternidade, encarando uma chama. Minha família achava que era um passatempo peculiar, mas, quase vinte anos depois, eu estava encarando a ponta do meu cigarro, as cinzas tão longas quanto meus dedos, queimando laranja enquanto o fogo consumia o papel. A casa estava lotada, tão cheia de bêbados suados, depravados e quase caindo, que respirar fundo não adiantava; todo o oxigênio já havia sido sugado de lá. Meus ossos estavam saturados com o som do contrabaixo, das garotas tagarelando, a maioria jovem demais para comprar uma cerveja, quanto mais para estar à beira de vomitar a meia dúzia de garrafas de Smirnoff Ice que tinham acabado de consumir. Eu me recostei na poltrona importada supermacia, a preferida da minha mãe, analisando o caos e me sentindo em casa. Meu pai estava convencido de que eu era uma boa garota, então era fácil para mim testemunhar atitudes de mau comportamento sem nenhum tipo de culpa, apesar de às vez