Bônus: Dia dos Namorados Sr. e Sra. Maddox
Perspectiva de Abby
O espelho estava embaçado eu limpei a
condensação com a toalha. Eu demorei um tempo extra embaixo da água quente do
chuveiro. Eu demorei mais tempo dirigindo de casa para a aula e um tempo extra
procurando o presente perfeito para o Travis. Nada sobre o dia de hoje foi
apressado. Gostaria de saborear cada momento com meu marido.
“Meu marido”. Depois de quase um ano
o título soa tão estranho e natural ao mesmo tempo. Se alguém tivesse me dito
quando eu vim para a faculdade que eu me casaria antes do final do meu primeiro
ano eu teria lhes mostrado o dedo do meio. Algumas pessoas simplesmente não são
do tipo que se casam.
Eu era uma delas, assim como Travis.
De alguma forma estamos fazendo isso funcionar e o último ano foi o mais feliz
da minha vida. A toalha caiu no chão e eu olhei para baixo observando as
elegantes linhas escuras na minha pele. Meus dedos tocaram gentilmente passando
por cada linha, eu deslizei a ponta do meu dedo por cada curva delicada. Eu
ainda sou a senhora Maddox e não existe arrependimento em minha memória por ter
feito a tattoo ou da minha ideia louca de fugir para Vegas e me casar.
Depois de toda tragédia eu jurei que
nunca voltaria para Vegas. Mas a cidade esquecida por Deus era o cenário
perfeito para nós dois deixarmos nossos demônios irem, e começar de novo.
Deixando tudo isso para trás era tão simbólico e eu não poderia me imaginar
fazendo isso de outra maneira.
Assim que acabei de secar meu cabelo
meu celular tocou no canto da pia. O nome de América apareceu na tela.
“Alo”.
“Oiê. Não posso falar muito. Shep
acabou de chegar em casa e esta me incomodando para sair. Eu só queria te
desejar Feliz dia dos namorados já que vocês não irão hoje
à
noite. Só porque vocês se casaram não significa que vocês não possam mais ir às
festas da fraternidade. Você sabe.” Disse América.
“Eu sei, elas nunca foram a praia do
Trav e definitivamente nem minha. Nós não queremos desperdiçar nosso primeiro
dias dos namorados numa bebedeira, Mare.”
“Não esqueça que foi na festa do dia
dos namorados ano passado que provocou o retorno entre você e o Sr. Maddox.”
A memória retorna rica em detalhes.
...E ao horror de perder sua melhor
amiga porque você foi idiota o bastante para se apaixonar por ela. Bem, eu
pertenço a você! ... Eu pertenço a você.
A voz de América me trouxe de volta
para o presente.
“Não me julgue. Pelo menos não somos
mais calouros e Shepley não tem que correr como um “fodido garoto da cabana””.
Eu ri do meu visual e olhei para o
meu relógio. Travis estaria em casa a qualquer momento. “Bons momentos”!
“De qualquer forma como eu disse, não
posso ficar muito tempo no telefone, mas eu esqueci de mencionar mais cedo, em
parte porque eu estava tentando manter-me 300 milhas da palestra do DR. Hunter
e porque você estava com o seu marido estúpido em todas as aulas, nós não temos
mais privacidade,” disse América exasperada.
Eu sorri. Coordenar nossos horários
tornou mais fácil a carona e estudar, mas eu não fazia ideia.
Colocar um anel no meu dedo deixou
Travis um pouco mais relaxado, mas não tinha feito uma mudança de 180 graus.
Qualquer avanço feito era raro, mas Travis era Travis e todo respeito que ele
exigia por mim como sua amiga e depois como sua namorada, se tornou 10 vezes
pior como sua esposa.
“Feliz dia dos namorados para você e
Shep, Mare. Continua gostando do novo apartamento?” eu perguntei.
Ela respirou.” Eu amo isso.”
“Já tem um anel?” eu perguntei.
“Inferno! Claro que não”, ela disse
rapidamente.
Eu ri.
Shepley estava feliz por nós quando retornamos, mas ele estava com medo que América
esperaria que ele fizesse a proposta. Sorte a dele, América tem uma enorme
aversão por se casar antes dos 30 anos.
“Travis estará em casa em breve”, eu
disse ansiosa.
“Sim”, ela bufou. “É melhor eu ir
também. Te amo!”
Eu coloquei o telefone de volta na
pia e franzi a testa sabendo que agora eu teria que correr. Assim que eu
terminei de enrolar o ultimo pedaço do meu cabelo, a maçaneta da porta fez uma
série de ruídos, um sinal de que Travis
estava em casa. Dezenas de ruídos
tilintaram pelo chão e em seguida pela porta. Toto se sentou na cadeira
esperando e observando pela janela como fazia todos os dias no mesmo horário.
Assim que a chave foi inserida na fechadura Toto saltou da cadeira para a porta
esperando para comemorar a chegada de Travis.
Travis ia me deixar após as aulas e
depois ia para o trabalho por algumas horas à noite. As ultimas lutas de Travis
o mantiveram confortável por um tempo, mas por causa do incêndio no Hellerton
ele não foi pago.
Minhas economias estavam esgotadas
por causa das palhaçadas de Mick ano passado e o circo se desfez com o fogo.
Travis prometeu não lutar, de qualquer maneira nós estávamos vivendo bem de
empréstimos estudantis e
empregos de meio período. Não era
horrível, mas foi um ajuste.
Nós dois ensinamos a noite. Eu ajudo
estudantes com dificuldades em álgebra e calculo de diferentes graus de
dificuldade. E travis ensinava em todo o resto.
Mas a maior parte de nossas contas
era pagas com o dinheiro que ele conseguia fazendo trabalhos para outros
alunos. Empregos ilegais e arriscados pagam melhor, e velhos hábitos custam a
morrer.
Travis deu três passos rápidos para o
apartamento com suas botas, então ele as tirou. Seus resmungos me fizeram dar
um sorriso de canto. A primeira temporada de neve deixou dois centímetros de
lama no chão e nós sabíamos que eu tinha limpado esta manha para não ter que
fazê-lo depois das aulas. Ele estava limpando suas botas.
“Baby! Esta em casa?”
“Estou!” Eu cantarolei, puxando meus
cílios para cima com o pincel do rímel.
Ele bateu na porta do banheiro.
“Não
entre!”
Ele gemeu. “Eu não vi você o dia
todo.”
“Você me viu três horas atrás.”
Depois de uma pequena pausa, Travis
bateu com os dedos na porta. “Eu vi um presente lá fora. Estou achando que é para
mim.”
“Não, é para o Toto.”
“Isso não é legal.”
Eu dei risada. “Sim Trav, é para
você.”
“Eu tenho uma coisa para você também,
então apresse a sua bunda.”
“Perfeição leva tempo.”
“Se você pudesse se ver pela manhã,
você saberia que isso não é verdade.”
Quinze minutos depois eu estava
deslizando sob a minha cabeça um vestido vermelho que peguei emprestado com
América, então caminhei até a sala onde Travis estava.
Ele estava assistindo TV, controle
remoto em uma mão e uma garrafa de cerveja na outra. Minha cara de paisagem não
foi páreo para o fato de que ele estava usando uma gravata. Isso era formal. Já
vi tudo. Travis me olhou de rabo de olho e então se virou.
“Maravilhosa! Eu sou um cara muito,
muito sortudo!” Ele disse andando em minha direção antes de eu estar nos braços
dele. Ele pressionou lentamente os lábios nos meus, então eles viajaram pelas
minhas bochechas, passando pela minha orelha, pescoço e minha clavícula.
“Você esta usando uma gravata”, eu
disse suavemente.
Ele se afastou e olhou pra baixo. “Eu
pareço um idiota. Não.”
“Você parece... Eu estava
considerando, sugerindo que nós ficássemos...”
Ele sorriu, e orgulhoso passou a mão
na gravata. “Isso é bom, hein!” Ele agarrou minha mão. “Isto soa fodidamente
incrível, mas nós temos uma reserva.Vamos.”
Ele me levou pela mão, parando na
porta para me ajudar com meu casaco. Fevereiro tem sido particularmente brutal.
Se não está chovendo e caindo granizo, estava nevando bruscamente. Travis me
ajudou a descer as escadas, tendo certeza que eu não escorregaria em meus
saltos, mas quando chegamos à calçada ele me pegou no
colo.
Eu entrelacei meus dedos atrás do seu pescoço, passando meu nariz no lóbulo de
sua orelha. Ele cheirava
maravilhosamente bem. Quanto mais eu
pensava sobre isso, mais eu pensava que deveríamos ter ficado em casa.
Dentro de meia hora estávamos
sentados no bar do Rizoli’s um restaurante
italiano local. Travis me trouxe para
o restaurante concorrente do restaurante dos pais de Parker, passou pela minha
cabeça dizer algo, mas achei melhor não mencionar isso. O lugar estava lotado,
mas Travis e eu tivemos sorte de encontrar dois lugares vagos no bar enquanto
aguardávamos por uma mesa. Eu tomei um gole da minha bebida, e notei que Travis
estava carrancudo.
“O que há de errado?” perguntei.
“Eu queria que esta noite fosse
especial. Isto é um tipo de coxo.”
“Coxo? Este é um dos meus
restaurantes favoritos,” eu respondi.
“É mais ainda é... Mediano. Eu queria
que nosso primeiro dia dos namorados, fosse, sei lá, notável, eu acho. Olha
para todas estas pessoas aqui, fazendo o mesmo que nós.”
“Isso não é uma coisa ruim.”
Uma mulher gritou sobre dezenas de
pessoas que conversavam por todo salão. “Maddox”?
“Vamos,” Travis disse pulando fora do
seu banco. Ele estendeu a mão. “Vamos”.
“Mas...”, eu disse apontando para a
mulher. “Ela acabou de chamar nosso nome.”
Travis sorriu mostrando suas covinhas
nas bochechas. “Vem Flor.”
Sem dizer uma palavra eu desci e
peguei a mão dele. Seguindo-o para fora.
Ele parou apenas para pegar o jantar
no drive-thru e continuou. Curva após curva, Travis estava indo para a
faculdade.
“Você não esta me levando para a
festa de casais da Sig Tau, você está?”
Travis fez uma careta.
Eu tinha uma ideia de onde estávamos
indo quarteirões de distância, mas não tinha certeza até que Travis estacionou
em frente ao Bartlen, eu soube
exatamente o que ele estava fazendo.
“Você está brincando, certo?”
“Não”. Ele disse batendo a porta do
lado do motorista e correndo para abrir a minha.
Travis
pegou minha mão e rapidamente e em silencio nós caminhamos para a parte de trás
do prédio.
“Não”, eu disse olhando para a janela
do porão aberta.
Travis já havia pulado antes que eu
pudesse protestar. “Vem beija-flor.”
Ainda tinha neve no chão. Eu estava
ficando molhada, congelando e instantaneamente irritada. “De jeito nenhum!”
A mão de Travis disparou na escuridão
como um gato quando passa pela
fresta da porta.
“Será como nos velhos tempos.”
“Não, apenas não Travis. Inferno,
não!”
“Está ficando solitário aqui.”
“Essa é uma ideia horrível.”
“Você esta estragando meu plano.”
“Você é louco, este vestido nem é meu
e você esta me pedindo para arruíná-lo.”
“À noite esta só começando, ainda é
cedo para isto.”
Eu quase podia ouvi-lo tentando
segurar a risada. Eu cruzei meus braços no peito. Depois de uma longa pausa a
voz de Travis baixa e desesperada flutuou pela janela. “Por favor”.
Eu revirei meus olhos. “Tá bom.”
Dois passos para trás, um grito e
cai, depois da queda eu estava nos braços de Travis no porão do Bartlen, o
prédio em que nos vimos pela primeira vez. Travis iluminou o caminho com a luz
do celular e eu o segui por uma série de corredores, finalmente um deles
abriu-se em uma grande e familiar sala. Sem a gritaria e os garotos bêbados da
fraternidade ombro a ombro, ela parecia maior e menos suada.
Eu quase conseguia ouvira voz do Adam
estridente no megafone e sentir como a energia explodiu quando Travis entrou na
sala. Lembrei-me do sangue espirrando em meu suéter, meus olhos deixando o
cashmare para olhar um par de botas pretas.
Travis me puxou para o centro da
sala. A lembrança dele limpando o sangue do meu rosto e afastando qualquer um
que se aproximasse de mim repetiu na minha memória.
“Beija-flor”, Travis disse quase ao
mesmo tempo em que ele disse essas palavras em minha lembrança. “Foi aqui que
nós começamos. Onde eu te vi pela primeira vez.
Quando
você virou a porra do meu mundo de cabeça pra baixo”. Ele abaixou e beijou
minha bochecha e me entregou uma caixinha. “Não é muito, embora eu tenha
economizado para isso.”
Eu abri e um enorme e ridículo
sorriso se espalhou pelo meu rosto. Era um
lindo bracelete.
“É a nossa historia”, ele disse.
Um suéter, um par de dados, uma
miçanga verde com trevos sobre ela. Eu olhei para o Travis.
“Isso deveria significar a nossa
aposta,” ele disse apontando para os dados, “e este aqui é pela primeira noite
que dançamos”, ele disse apontando para uma miçanga vermelha. O próximo
pingente era uma moto e o outro um coração.
“Pela primeira vez que eu disse eu te
amo?”
“Sim!” Ele parecia feliz por eu ter
descoberto por minha conta.
“E este aqui”, eu disse apontando
para um baralho de cartas. “Noite de poker na casa do papai?”
Travis sorriu de novo.
O próximo era um peru, eu dei uma
gargalhada. A próxima pérola era negra.
“Pelo tempo que ficamos separados. O
tempo mais escuro da minha vida.” O próximo pingente é uma chama. “Eu não gosto
de me lembrar sobre o incêndio, mas é parte da nossa historia, então é parte de
nós.”
O próximo pingente é um anel.
“Isto é muito lindo.” Eu olhei para
ele.
“E tem esta sala. Isto é apenas o
começo da nossa historia flor.”
Eu coloquei o bracelete no meu pulso.
Travis me ajudou com o fecho, e então ele brincava com o seu telefone por um
momento, colocando-o em uma mesinha a poucos metros de distância.
Ele colocou minhas mãos em seus
ombros, e a música começou a tocar. Era a música que nós dançamos na minha
festa de aniversário no ano anterior. “Eu não fazia ideia”, eu disse.
“Do que?”
“Que você era tão sentimental.”
“Sim, você fazia.”
Eu
encostei minha cabeça no seu ombro, feliz que desta vez quando a música
acabasse eu poderia beijá-lo. Assim que a música parou, eu toquei seus lábios
com os meus e lhe entreguei um saco vermelho liso.
“O bracelete é uma coisa difícil de
superar.”
“Não importa o que seja beija-flor.
Você já me deu tudo que eu sempre quis.”
Que lindoooooo
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