Capítulo 37 - Beth
Beth tentou passar por Clayton, mas ele segurou o
braço dela.
— Ainda não acabamos — não iria deixá-la sair sem que
tivesse certeza de que havia entendido.
— Ele correu lá para fora!
— Ele vai ficar bem. Quero ter certeza de que você
entendeu como as coisas ficarão entre nós.
Beth não hesitou, deu um tapa com toda força no rosto
dele com a mão que estava livre, e ele recuou. Quando ele largou seu braço, ela
o empurrou para trás com toda a sua força, sentindo que ele ainda não tinha
recuperado o equilíbrio.
— Dê o fora daqui! — gritou. Assim que ele se
recompôs, ela bateu em seu peito novamente. — Estou cansada de você e da sua
família me dizendo o que eu posso e não posso fazer, e não vou mais tolerar
isso!
— Que pena! — falou com toda naturalidade. — Você não
tem alternativa. Não vou deixar Ben perto daquele seu namorado.
Em vez de responder, como se estivesse cansada de
ouvir, empurrou-o para o lado e foi em frente.
— Aonde você vai? Ainda não acabamos.
Ela correu pela sala.
— Vou encontrar Ben.
— É só chuva.
— É enchente, caso não tenha percebido.
Ficou vendo enquanto ela corria até a varanda,
esperando encontrar Ben por lá, mas, por alguma razão, olhou para todos os
lados, e não conseguiu localizá-lo. Um raio iluminou o céu, trovões ecoaram um
pouco depois. Perto. Perto demais. Clayton foi até a porta e percebeu que Beth
estava indo para o lado mais afastado; analisando
o quintal, viu Nana aproximando-se com um guarda-chuva.
— Você viu Ben? — perguntou subitamente.
— Não — respondeu, confusa, com a água escorrendo ao
seu redor. — Acabei de chegar. O que está acontecendo? — parou de falar quando
viu Clayton. — O que ele está fazendo aqui?
— Ben não passou por aqui? — Beth começou a descer as
escadas.
— Não é nada de mais. Ele vai voltar... — disse,
sabendo que tinha de terminar sua conversa com ela.
Beth parou de repente e olhou para ele. Clayton
percebeu que a raiva tinha sido substituída por algo próximo ao terror. O
barulho da tempestade de súbito ficou muito distante.
— O que foi?
— A casa da árvore...
Levou um minuto para processar as palavras, então
Clayton sentiu uma pressão no peito.
Um
segundo depois, os dois estavam correndo em direção à mata.
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