Capítulo XLII - Trevas

Na rua, Sydney Carton parou, indeciso, sem saber aonde ir.
— Devo regressar ao Tellson às nove — murmurou, com ar pensativo. — Será que ajo bem, mostrando-me por aí neste ínterim? Acho que sim. É preferível que saibam da minha existência. Trata-se de uma boa precaução, talvez até de um preparativo essencial. Mas é preciso cuidado, muito cuidado. É melhor refletir um pouco mais.
Examinando a tendência dos próprios passos num determinado sentido, ele deu uma ou duas voltas pela rua já ensombreada pelo final da tarde e analisou as possíveis consequências de sua idéia.
— É melhor — tornou pensar num murmúrio, finalmente decidido — que essas pessoas saibam da minha existência.
E ele se virou na direção de Santo Antônio.
Naquele dia, Defarge se havia descrito como um taberneiro do subúrbio de Santo Antônio. Não seria difícil, para alguém que, como ele, conhecia bem a cidade, localizar a taberna sem precisar fazer perguntas. Tendo traçado seu plano de ação, Carton voltou a caminhar pelas ruas, jantou numa estalagem e, em seguida, adormeceu.
Era a primeira vez, em muitos anos, que bebia pouco. Desde a noite anterior, bebera apenas um pouco de vinho suave, tendo derramado o conhaque lentamente na lareira do senhor Lorry num gesto de quem renuncia ao vício.
Eram sete horas quando despertou e, refeito, tornou a sair. No caminho para Santo Antônio, parou diante de uma vitrina onde havia um espelho e arrumou a gravata, o colarinho e os cabelos revoltos. Isso feito, encaminhou-se diretamente para a taberna de Defarge.
Por acaso, não havia fregueses lá, com exceção de Jacques terceiro, aquele dos dedos inquietos e da voz cacarejada. Esse homem, que estivera entre os jurados, bebia junto do balcão e conversava com o casal Defarge. “A Vingança” assistia à conversação, na qualidade de membro regular do estabelecimento.
Quando Carton entrou, sentou-se numa cadeira e pediu (num francês absolutamente medíocre) uma pequena medida de vinho, madame Defarge lançou-lhe um olhar destituído de interesse e, em seguida, olhou-o de novo, dessa vez de modo penetrante e atento. Aproximou-se dele e indagou-lhe o que havia pedido.
Ele repetiu que desejava uma pequena medida de vinho.
— Inglês? — inquiriu madame Defarge, erguendo as sobrancelhas escuras.
Depois de fitá-la como se o simples som de uma única palavra em francês lhe fosse impossível de decifrar, ele respondeu, com um forte sotaque estrangeiro:
— Sim, madame, sim. Eu sou inglês!
Madame Defarge retornou ao balcão para apanhar o vinho. Enquanto se debruçava sobre um jornal jacobino, fingindo um grande esforço para entender alguma coisa, ele ouviu-a comentar:
— Eu lhe juro, é idêntico a Evrémonde!
Defarge trouxe-lhe o vinho e desejou-lhe “boa noite”.
— Como?
— Boa noite.
— Oh! Boa noite, cidadão — encheu o copo. — Ah! Que vinho bom! Um brinde à República!
Defarge voltou para o balcão e disse:
— De fato, é um pouco parecido. Madame retorquiu com autoridade:
— Pois eu lhe afirmo que é muito parecido. Jacques terceiro interveio, conciliador:
— Decerto é porque ele não lhe sai do pensamento, madame.
A amigável “Vingança” acrescentou, rindo:
— É verdade! Além disso, você está muito ansiosa pelo prazer de vê-lo amanhã!
Carton seguia as linhas e palavras do jornal com o dedo, simulando grande concentração na leitura. Os outros, com os cotovelos apoiados no balcão, confabulavam em voz baixa. Após uma pausa, durante a qual todos o examinaram sem lhe distrair a atenção do editorial jacobino, retomaram a conversa.
— Madame está coberta de razão — observou Jacques terceiro. — Por que parar? Há uma grande força em tudo isso. Por que parar?
— Certo, certo — ponderou Defarge —, mas é preciso parar em algum momento. A questão é: quando?
— Após o extermínio — ripostou madame.
— Magnífico! — cacarejou Jacques terceiro. “A Vingança” também aprovou sem reservas.
— Extermínio é uma boa doutrina, cara esposa — argumentou Defarge, um tanto perturbado. — Em geral, não tenho nada contra ela. O doutor, porém, já sofreu demais. Você o viu hoje, notou sua expressão quando o papel foi lido.
— Eu notei a expressão dele! — ecoou madame, desdenhosa e irada. — Sim, eu notei a expressão dele. Eu notei que não é a expressão de um verdadeiro amigo da República. Ele que se preocupe com a própria expressão!
— E você observou, minha cara esposa — prosseguiu Defarge, em tom de súplica —, a angústia da filha, que deve tê-lo atormentado terrivelmente!
— Eu observei a angústia da filha — tornou a ecoar madame. — Sim, eu observei a filha mais de uma vez. Eu a observei hoje como a observei em outros dias. Eu a observei na corte e também na esquina em frente à prisão. E me basta levantar um dedo!... — ela pareceu levantá-lo (os olhos do freguês continuavam presos ao jornal) e deixá-lo cair com um ruído seco na borda do balcão, como se fosse o cutelo da guilhotina.
— A cidadã é soberba! — cacarejou o jurado.
— Ela é um anjo! — exclamou “A Vingança”, abraçando-a.
— E quanto ao senhor — continuou madame, implacável, dirigindo-se ao marido —, se dependesse de sua vontade, o que, felizmente, não acontece, o senhor se apressaria a salvar aquele homem.
— Não! — protestou Defarge. — Contudo, não iria mais longe. Pararia aí.
— Veja você, Jacques — bradou madame Defarge, encolerizada —, e você também, minha pequena “Vingança”. Vejam, os dois! Ouçam! Por outros crimes, além de tirania e opressão, eu tenho toda essa raça há muito tempo em meus registros, como condenados à destruição e ao extermínio. Perguntem ao meu marido se é ou não verdade.
— É verdade — confirmou Defarge, sem ser perguntado.
— No início dos grandes dias, quando a Bastilha caiu, ele encontrou esse papel de hoje e trouxe-o para casa. No meio da noite, depois de fecharmos a taberna, nós o lemos, aqui mesmo, junto do balcão, à luz de velas. Perguntem-lhe se é ou não verdade.
— É verdade — concordou Defarge.
— Naquela noite, eu lhe disse, quando acabamos de ler e a vela se apagou, enquanto o dia clareava lá fora, que eu tinha um segredo para lhe revelar. Perguntem-lhe se é verdade.
— É verdade — Defarge tornou a concordar.
— Eu lhe revelei o segredo. Eu bati neste peito com minhas duas mãos como bato agora e lhe disse: “Defarge, eu cresci entre os pescadores no litoral porque aqueles camponeses tão injuriados pelos dois irmãos Evrémonde, como descreve o papel da Bastilha, eram a minha família. Defarge, aquela irmã do rapaz mortalmente ferido era minha irmã, aquele marido era meu cunhado, a criança não nascida era filha deles, o rapaz era meu irmão, aquele pai era o meu pai, aqueles mortos são os meus mortos, e esse fato me dá o direito de pedir contas desses assassinatos a todos os descendentes dos Evrémonde”. Perguntem-lhe se é verdade ou não.
— É verdade — concordou Defarge mais uma vez.
— Então, diga ao vento e ao fogo quando devem parar — replicou madame —, não a mim.
Ambos os ouvintes extraíram uma tenebrosa satisfação da natureza letal do ódio dela (o freguês pôde perceber-lhe a palidez mesmo sem vê-la) e elogiaram-na profusamente. Defarge, compondo uma fraca minoria, interpôs algumas palavras em favor da compassiva esposa do marquês, conseguindo obter da esposa apenas a repetição de sua última réplica:
— Diga ao vento e ao fogo quando devem parar, não a mim.
Outros fregueses entraram e o grupo se dispersou. O inglês pagou pelo vinho, contou o troco com grande dificuldade, e pediu, como um estrangeiro que não conhece a cidade, que lhe indicassem o caminho para o Palácio Nacional. Madame Defarge levou-o até a porta, pousou o braço no dele e apontou a direção. Pelas reflexões do inglês, passou a idéia de que talvez fosse um ato louvável agarrar aquele braço, erguê-lo e cravar um punhal até o cabo em suas costelas.
Entretanto, seguiu seu caminho e logo foi tragado pelas sombras do muro da prisão. Na hora combinada, emergiu delas para apresentar-se nos aposentos do senhor Lorry, onde encontrou o velho cavalheiro andando de um lado para o outro com ansiosa inquietude. Ele lhe anunciou que estivera com Lucie até pouco antes e que só a deixara por alguns instantes, para cumprir o compromisso. Não haviam visto mais o doutor Manette desde que este saiu do Tellson por volta das quatro da tarde. Lucie alimentava algumas esperanças de que a intercessão de seu pai pudesse salvar Charles, mas as possibilidades eram bastante escassas. Já fazia mais de cinco horas que o médico saíra: onde poderia estar?
O senhor Lorry esperou até as dez. Contudo, como o doutor Manette não havia ainda regressado, e como ele não desejava que Lucie permanecesse sozinha, decidiu volver à casa dela e retornar ao banco à meia-noite. Nesse ínterim, Carton esperaria sozinho, junto da lareira, pelo doutor.
Carton esperou e esperou, e o relógio bateu doze vezes. Mas o doutor Manette não voltou. O senhor Lorry chegou, sem achar nem trazer notícias do médico. Onde ele poderia estar?
Ambos discutiam essa questão, já começando a construir uma frágil estrutura de esperança com base em sua prolongada ausência, quando o ouviram subir a escada. No momento em que ele entrou no aposento, já não havia dúvidas de que tudo estava perdido.
Se ele realmente procurara alguém ou se apenas vagara pelas ruas, nunca se soube. Eles o viram ali, parado, e não lhe fizeram nenhuma pergunta, pois seu semblante era eloqüente o bastante.
— Não consigo encontrá-lo — disse —, e preciso tanto dele. Onde o puseram?
Sem chapéu e sem gravata, esquadrinhou o quarto com ar de desamparo e deixou cair a casaca no chão.
— Onde está meu tamborete? Procurei-o por toda a parte e não o encontrei. O que fizeram com o meu trabalho? O tempo urge, preciso terminar aqueles sapatos.
Carton e o senhor Lorry se entreolharam, sentindo o coração falhar.
— Andem, vamos! — o doutor prosseguiu, com um tom lamurioso e infeliz —, devolvam meu trabalho. Preciso terminar os sapatos. Não recebendo resposta, começou a puxar os próprios cabelos e a sapatear no chão como uma criança malcriada.
— Não torturem um pobre desgraçado — implorou, num brado assustador —, devolvam meu trabalho! O que será de nós, se eu não terminar aqueles sapatos esta noite?
Perdido, irremediavelmente perdido.
Era tão evidentemente inútil argumentar com ele, ou tentar chamá-lo à razão, que, num acordo tácito, os dois pousaram a mão em seu ombro e o guiaram gentilmente até uma cadeira perto do fogo, prometendo-lhe devolver o tamborete o quanto antes. O doutor afundou na cadeira e contemplou as chamas com os olhos cheios de lágrimas.
Como se tudo o que acontecera desde o tempo da água-furtada não tivesse passado de uma quimera, de um breve sonho, o senhor Lorry viu-o transformar-se na mesma figura que Defarge mantivera no sótão.
Por mais abalados e aterrorizados que estivessem com o pavoroso espetáculo da ruína do doutor Manette, sabiam que aquele não era o momento de expressar tais emoções. A lembrança de sua única filha, despojada de sua última fonte de esperança, impunha-se mais forte do que tudo. Mais uma vez num acordo tácito, eles se entreolharam imbuídos do mesmo sentimento. Carton foi o primeiro a romper o silêncio:
— Foi-se a última chance: não era muito grande, portanto não há o que lamentar. Sim, creio que deve levá-lo para junto da filha. Contudo, antes que o senhor se vá, poderia ouvir-me por um instante? Não me pergunte por que imponho as condições que pretendo impor nem por que lhe suplico a promessa que pretendo suplicar-lhe. Eu tenho um bom motivo para agir assim.
— Não duvido — replicou o senhor Lorry. — Pode falar.
O homem na cadeira entre ambos balançava-se monotonamente de um lado para o outro, lamentando-se. Os dois conversaram em voz baixa, como se velassem o sono irrequieto de um enfermo.
Carton abaixou-se para apanhar a casaca que jazia amarfanhada aos pés dele. Ao fazê-lo, uma pequena pasta, na qual o doutor costumava carregar a lista de suas obrigações diárias, escorregou para o chão. Carton abriu-a e viu uma folha de papel dobrada.
— Acho que devíamos verificar de que se trata.
O senhor Lorry sacudiu a cabeça em assentimento. Carton desdobrou a folha e exclamou:
— Graças a Deus!
— O que está escrito aí? — indagou o senhor Lorry, com ansiedade.
— Só um momento! Deixe-me primeiro contar-lhe sobre isto. — Ele pôs a mão no bolso e retirou outro documento. — Este é o certificado que me autoriza a sair da cidade. Preste atenção: Sydney Carton, inglês, certo?
O senhor Lorry segurou o papel, dirigindo-lhe à face um olhar esgazeado.
— Guarde-o para mim até amanhã. Eu irei visitar Darnay amanhã na prisão, lembra-se? Não é prudente levá-lo comigo.
— Por que não?
— Não sei. Mas prefiro não o levar. Agora, examine esse documento do doutor Manette. É um certificado similar, que autoriza o doutor, a filha e a neta a passarem pela barreira a qualquer tempo. Correto?
— Sim.
— Talvez ele o tenha obtido ontem como sua última e maior precaução contra a desgraça. De quando é a data? Não importa. Não perca tempo examinando-o. Coloque-o cuidadosamente junto com o meu e o seu. Agora, escute! Eu jamais duvidei, até uma ou duas horas atrás, que ele tivesse, ou pudesse ter, esse salvo-conduto. O documento é válido, até que o anulem, o que pode acontecer a qualquer instante. Tenho razões para supor que acontecerá em breve.
— Então, eles correm perigo?
— Um grande perigo. Ouvi da própria boca de madame Defarge que ela pretende denunciá-los. Sem que notassem, eu a escutei traçar com cores fortes a extensão do perigo que os ameaça. Não desperdicei um segundo mais e procurei o espião, que me confirmou tudo. Um determinado serrador, que mora perto da prisão e é controlado pelos Defarge, foi treinado por madame para declarar tê-la visto — ele nunca pronunciava o nome de Lucie — fazendo sinais e acenando para os prisioneiros. É fácil prever que a acusação será a usual, conspiração, e porá em risco a sua vida e talvez a da menina, provavelmente também a do pai, pois tanto o serrador quanto madame viram-no com a filha no mesmo local. Não se aflija tanto. O senhor os salvará.
— Queira Deus, Carton! Mas, como?
— Eu lhe direi como. Tudo dependerá do senhor, e não poderia depender de ninguém melhor. Essa nova denúncia certamente só ocorrerá depois de amanhã, ou nos dois ou três dias subseqüentes. Talvez ainda demore uma semana. Como sabe, lamentar ou simpatizar com uma vítima da guilhotina constitui crime capital. Ela e o pai serão indiscutivelmente culpados desse ato criminoso, e aquela mulher (cuja perseguição implacável não é possível descrever) esperaria para acrescentar mais esse delito à sua denúncia, assegurando-se duplamente da vitória. Está acompanhando meu raciocínio?
— Com tanta atenção e confiança em suas palavras que, por um minuto, cheguei a esquecer — o senhor Lorry tocou o espaldar da cadeira do doutor — esse infortúnio.
— O senhor dispõe de dinheiro e pode providenciar os meios de viagem mais adequados para chegar rapidamente à costa. Os seus preparativos para retornar a Londres já estão concluídos há alguns dias. Amanhã cedo, apronte os cavalos para que todos possam partir às duas da tarde.
— Assim farei!
Carton mostrava-se tão fervoroso e inspirador que o senhor Lorry se entusiasmou e revelou-se ágil como na juventude.
— O senhor tem um coração nobre. Eu não disse que não poderíamos depender de um homem melhor? Conte-lhe, esta noite, tudo o que sabe sobre a ameaça que paira sobre a filha e o pai. Insista nesse ponto, pois ela alegremente pousaria a linda cabeça na guilhotina junto com a do marido — sua voz falhou por um instante; então, prosseguiu com a firmeza de antes. — Ressalte que, pelo bem de sua filha e de seu pai, ela tem de sair de Paris com eles às duas horas. Argumente que esse é o último desejo de Darnay. Enfatize que em suas mãos repousa o destino daqueles a quem ama, pois acredita que o pai, mesmo nessa triste condição, a seguirá e obedecerá. Acredita nisso, não?
— Tenho certeza.
— Foi o que pensei. Sem alarde, arranje para que estejam todos prontos aqui no pátio. Mesmo o senhor deverá aguardar-me dentro do coche. Assim que eu chegar, partiremos.
— Devo esperá-lo em quaisquer circunstâncias?
— O senhor estará com meu salvo-conduto e reservará um lugar para mim. Espere até meu lugar ser ocupado e parta para a Inglaterra!
— Muito bem — retrucou o senhor Lorry, agarrando-lhe a mão ansiosa, porém firme —, vejo que a situação não dependerá apenas deste velho, mas também do jovem ardoroso que terei a meu lado.
— Que os céus permitam que assim seja! Prometa-me solenemente que nada o fará alterar este plano que acabamos de traçar.
— Nada, Carton.
— Lembre-se dessas palavras amanhã: se mudar ou atrasar nossos planos, por qualquer razão, nenhuma vida poderá ser salva, e muitas vidas terão de ser sacrificadas.
— Não esquecerei. Espero cumprir a minha parte fielmente.
— E eu espero cumprir a minha. Agora, adeus!
Conquanto houvesse pronunciado seu pequeno discurso com um sorriso grave e sincero, e embora houvesse mesmo levado as mãos do velho aos lábios, não se separou dele de imediato. Em vez disso, ajudou-o a erguer o homem que se balançava de um lado para o outro em frente às chamas da lareira, agasalhou-o com uma capa e convenceu-o a acompanhá-los, alegando que iam em busca do tamborete e do trabalho inacabado pelos quais o homem ainda suplicava. Deu-lhe o braço, amparando-o e protegendo-o ao longo do caminho até o pátio da casa onde o coração aflito, tão feliz no memorável tempo em que lhe revelou as aflições de seu próprio coração, velava a terrível noite. Ele entrou no pátio e ali permaneceu por alguns minutos, sozinho, contemplando a luz que vinha do quarto dela. Antes de ir embora, suspirou uma bênção em sua direção e sussurrou: “Adeus”.

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