Capítulo 8 - Por que o Sr. Poe não é tão prestativo quanto deveria ser?
Caro Sr. Funcoot,
Muito obrigado pelo envio do artigo
que saiu n'O Pundonor Diário. O senhor estava correto ao presumir que eu não
tinha lido o artigo sobre o perigo de permitir que os postes telefônicos
permaneçam em pé. A única seção d'O Pundonor Diário que leio é a de atualizações
sobre o assassinato do conde Omar por aquelas três crianças perversas.
Instruído pelo artigo que me enviou,
abati todos os postes telefônicos da rua onde moro. Graças a Eleanora Poe, a
honesta e confiável editora-chefe d'O Pundonor Diário, e a Geraldine Julienne,
sua repórter principal, os motoristas que seguem pelo Caminho Menos Percorrido
não correrão o risco de um poste telefônico desabar de repente sobre eles.
Sou grato por um dramaturgo atarefado
como o senhor se dar ao trabalho de me trazer esse artigo. Muito obrigado, e
por favor agradeçam a Eleanora Poe por mim, se por acaso se encontrarem com
ela.
Com alguma sinceridade,
P.S. Envio com esta carta fotografias
de alguns dos postes telefônicos que abati, para dar uma ideia de quanto perigo evitamos
GARÇON:
Não me dei conta...
MULHER:
Faça apenas o que eu disse. Mas que garçom estranho. Agora, Arthur,
qual era o assunto importante que você queria discutir?
HOMEM:
(tosse)
MULHER:
Já discutimos sua tosse.
HOMEM:
Não, eu estava só tossindo, Eleanora. O que eu queria discutir é um assunto
meio embaraçoso. Tenho observado que a cobertura de seu jornal dos eventos
recentes do caso Baudelaire tem sido um pouco...
MULHER:
Um minuto, Arthur. Senhor, por que está segurando um microfone perto da nossa
mesa?
HOMEM:
Eu não estou segurando um micro... MULHER: Não você, Arthur. O senhor,
cavalheiro.
GARÇOM:
Eu? Não me dei conta de que esta era uma ocasião...
MULHER:
Você também não, garçom. O senhor. Com o microfone. 0 senhor aí,
fazendo de conta que não está ouvindo. Estou falando com o senhor.
Desligue
esse microfone imediatamente!
A
fita termina aqui.







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