Capítulo 11 - As Regras
Eu dormi profundamente naquela
noite, uma vez que finalmente cai no sono depois das minhas várias sonecas
durante o dia. Aparentemente, o stress de nunca saber o que Kellan ia fazer
comigo, e a culpa que vinha com ele, tinha sido a causa da minha insônia. Agora
que eu sabia quando ele ia me tocar e quando ele não ia me tocar, eu me senti
bem de novo. Talvez pudéssemos recuperar a nossa amizade? Talvez eu pudesse
parar de trair Denny? Eu nunca poderia desfazer o que já tínhamos feito para
ele, e eu levaria para sempre a culpa disso, mas sabendo que eu não teria mais
culpa, me fez praticamente vertiginosa quando desci as escadas muito cedo na
manhã seguinte.
E, claro, ser livre novamente com
Kellan me fez sorrir deliciosamente enquanto eu observava sua perfeição me
cumprimentando na cozinha. Seu cabelo solto e fácil parecia corresponder
exatamente o seu sorriso.
— Bom dia... café? — Ele apontou
para o pote acabado.
Sorrindo
muito, eu fui até ele e coloquei meus braços ao redor de sua cintura. Ele ficou
assustado por um segundo e, em seguida, passou os braços ao redor da minha. Ele
estava quente e cheirava surpreendente. Alívio passou por mim, era fácil
tocá-lo, especialmente sabendo que não iríamos mais longe.
— Bom dia. Sim, por favor. — Assenti
para o pote de café. Esta seria a primeira xícara de café que eu tinha desde o
nosso encontro. Eu finalmente me senti bem o suficiente para beber de novo... E
realmente tinha sentido falta disso.
Ele sorriu quando olhou para mim,
seus olhos azuis perfeitos calmos e pacíficos. — Você não vai brigar comigo
sobre isso? — Ele perguntou, me puxando para mais perto.
Retornei seu sorriso caloroso. —
Não... Senti falta disso. — Ele inclinou-se como se estivesse indo para beijar
meu pescoço e eu o empurrei para trás, franzindo a testa. — Precisamos de
regras básicas, embora...
Ele riu. — Tudo bem... diga.
— Bem, além do óbvio, que você e eu
não nunca mais... — Eu corei profundamente com o pensamento que nem mesmo
consegui dizer e ele riu.
— Teremos... sexo… quente... e
suado...? — Ele terminou por mim, levantando uma sobrancelha perfeita ao dizer
cada palavra lentamente. — Tem certeza que você não quer repensar isso? Somos
muito incríveis…
Eu olhei para ele de forma acentuada
e cortei-o, batendo no peito dele por sua pergunta. — Além disso, não mais
beijar... nunca.
Ele franziu a testa. — E se eu ficar
longe de seus lábios? Amigos se beijam.
Fiz uma careta também, uma repentina
lembrança de sua língua correndo até minha garganta me fazendo tremer. — Não
como você faz.
Ele suspirou. — Tudo bem... mais
alguma coisa?
Eu
sorri e me afastei de seu abraço, imitando um top de biquíni e parte inferior.
— Isso está fora dos limites... nada de tocar.
Ele franziu a testa novamente. —
Deus, você está acabando com toda a diversão da nossa amizade. — Ele sorriu
rapidamente depois que disse isso. — Tudo bem... Quaisquer outras regras que eu
deveria saber?
Dei um passo para dentro de seu
abraço quando ele estendeu os braços para mim. — Isso tem que ser inocente,
Kellan. Se você não conseguir fazer isso, terminamos. — Eu procurei seus olhos,
mas ele trouxe a minha cabeça em seu ombro e me abraçou.
— Ok, Kiera. — Ele suspirou em
seguida, me empurrando para trás e riu. — Isso vale para você também, sabe. —
Ele apontou para os lábios, em seguida, para baixo em suas calças. — Nada de
tocar, — ele zombou.
Eu levemente bati em seu peito. — A
menos que você realmente queira... — acrescentou com uma risada. Eu bati no
peito dele ainda mais forte e ele riu de novo e me puxou apertado.
Suspirando, relaxei em seu abraço,
pensando que poderia ficar a manhã toda em seus braços reconfortantes, mas
então o telefone tocou. Ainda era muito cedo. Olhei para onde Denny ainda
estava dormindo e, em seguida, corri para o telefone, não querendo que o som o
acordasse ainda. Um pequeno rio de culpa inundou-me pois a razão de eu não
querer que ele acordasse era porque eu queria ficar mais tempo a sós com
Kellan.
— Olá? — Respondi enquanto me
debruçava sobre o balcão. Uma risada divertida atrás de mim me fez virar.
Kellan estava sorrindo inadequadamente ao ver-me debruçada sobre o balcão.
Levantei-me em linha reta e coloquei a mão no meu quadril, franzindo a testa
para ele.
— Ei, mana! — A voz alegre de Anna
veio através do telefone, mas eu continuei a olhar feio para Kellan. Ele fez um
movimento rápido de auréola sobre a cabeça em sinal de ‘Eu vou ser bom’
e eu finalmente sorri.
— Oi, Anna. — Me encostei no balcão,
observando Kellan derramar seu café e, então, preparar um pouco para mim. — Não
é um pouco cedo para chamadas de telefone? — Minha irmã era uma espécie de
coruja da noite e ela geralmente não se levantava antes do meio dia.
— Oh,
eu acabei de chegar em casa e pensei em dar-lhe um Oi antes da escola. Acordei
você? — Fiz uma careta e olhei para o relógio - 7:05 aqui, então em Ohio seria
10:05. Ela só chegou agora em casa?
— Não, eu já estava acordada. —
Olhei para o relógio, imaginando o que minha irmã queria.
— Bom... eu acordei o Corpo
quente? — Eu podia ouvir a diversão em sua voz com seu apelido para Kellan.
Ri uma vez. — Não, o Corpo Quente
está acordado também. — Eu me arrepiei quando me lembrei que o "Corpo
quente" estava ouvindo a conversa e olhei para o seu rosto muito
divertido. Ele levantou uma sobrancelha e fez com a boca a palavra "Corpo
quente", apontando para si mesmo. Eu balancei a cabeça e revirei os
olhos enquanto ele ria suavemente.
— Oooooohhh... e o que vocês dois
estão fazendo tão cedo esta manhã? — ela brincou.
Curiosa com a reação que Kellan
teria, eu decidi brincar com ele e minha irmã um pouco. — Nós estávamos
transando na mesa, esperando o café ferver. — Sua reação facial correspondeu a
reação verbal da minha irmã tão perfeitamente, que eu ri.
— Oh meu deus, Kiera! — Ela
exclamou, enquanto Kellan cuspiu de volta seu café e tossindo um pouco, olhou
para mim, incrédulo. Eu ri de novo e tive que desviar o olhar do rosto de
Kellan, quando ele começou a sorrir indecentemente.
— Deus, Anna, eu só estou brincando.
Eu nunca o tocaria assim. Você deve saber tudo sobre o tipo de garotas
dele. Ugh, ele é nojento... E Denny está dormindo no andar de cima, você sabe.
— Olhei para onde Denny estava dormindo, esperando que meu riso não o tivesse
acordado, e então eu trouxe o meu olhar de volta para Kellan. Ele estava
segurando sua xícara de café e olhando estranhamente para o chão.
— Sério? Eu gosto de nojento.
Espere... ele está de volta? — Anna estava perguntando sobre Denny, mas meu
foco era sobre Kellan e sua expressão estranha.
—
Você sabe, um telefonema para a mãe ou o pai realmente não vai te matar. — Fiz
uma careta quando Kellan terminou sua caneca de café e começou a se mover na
direção da porta de entrada, como se ele estivesse saindo. Imediatamente, eu
percebi que eu, na minha pressa para cobrir com Anna, tinha estupidamente dito
- 'ele é nojento’.
Anna suspirou. — Sim, sim pode.
Então, você e Denny estão bem depois de sua ausência prolongada um do outro?
Peguei o braço de Kellan quando ele
passou por mim. Eu o tinha ofendido com as minhas palavras? Certamente ele
sabia que eu estava mentindo?
— Tudo está bem. — Eu estava falando
com ele e Anna. Ele olhou para mim, tristemente, quando eu puxei seu braço em
volta da minha cintura. Lentamente seu sorriso voltou e ele me segurou firme,
inclinando a nós dois de volta contra o balcão.
— Bom... se fosse comigo, eu
provavelmente teria pulado na cama com o Corpo Quente enquanto ele
estava fora. Ainda bem que você não é como eu, hein?
Corei de quão preciso e irreverente
seu comentário realmente era e Kellan me olhou com curiosidade. — Sim, é uma
boa coisa que você e eu não somos nada parecidas, Anna. — Olhei em seus
incríveis olhos azuis, enquanto ele me abraçou.
— Então... que tal eu chegar neste
fim de semana?
Assustada, eu endureci e olhei para
frente. — Não! — Kellan tentou pegar o meu rosto, sussurrando: — O que?
— Ah, vamos lá, Kiera. Estou
morrendo de vontade de conhecer o Corpo quente. — Evitei encontrar o
olhar de Kellan. As coisas estavam finalmente confortáveis entre nós, eu não
precisava de minha irmã brincando com ele... Ou tentando entrar em suas calças.
Não tinha tanta certeza que ele não deixaria.
— Ele tem um nome, Anna, — Eu disse,
mais irritada com meu último pensamento do que com o apelido que minha irmã
inventou.
—
Tudo bem, Kellan. Deus, até mesmo o nome dele é quente. — Ela suspirou alto. —
Você não pode mantê-lo só para si, sabe.
— Eu não faço isso! — Estava ficando
realmente irritada. Eu finalmente encontrei os olhos preocupados de Kellan e
obriguei-me a acalmar, a relaxar em seu abraço. Eu sorri e balancei a cabeça
para ele, tentando aliviar a ele e a mim.
— Férias de Inverno, Anna... lembra?
Você pode vir então. Estou muito ocupada agora. — Olhei em seus olhos calmos
quando ele sorriu para mim. Eu não podia suportar a ideia deles juntos.
— Férias de Inverno... mas é
outubro? — Ela ainda parecia irritada.
— Estou ocupada, Anna... — eu disse
suavemente, tentando acalmá-la.
— Ppfftt... Um fim de semana não vai
matar você, Kiera.
Eu suspirei, sabendo que se eu
lutasse por mais tempo, ela iria ficar desconfiada. — Tudo bem. — Eu
freneticamente quebrei a cabeça, tentando pensar em uma maneira de, pelo menos,
adiar a viagem um pouco. Pesquisando no rosto dolorosamente perfeito de Kellan,
a resposta me impressionou tão rápido que eu realmente disse, — Oh.
— O que? — Minha irmã e Kellan
perguntaram ao mesmo tempo.
Eu sorri e Kellan sorriu comigo,
erguendo as sobrancelhas com curiosidade.
— Bem, Anna... Kellan tem shows
todas as noites de sexta e sábado. Ele não está livre até... — Eu levantei a
sobrancelha para ele e ele pensou por uma fração de segundo depois fez com a
boca "sete de novembro" — ... até Novembro. Então, se você
quer que ele venha conosco, você deve esperar.
Ela suspirou. — Novembro? Isso é
daqui a três semanas, Kiera...
Eu sorri, querendo rir. — Eu sei.
Você está convidada para vir mais cedo. Kellan realmente não vai estar por
perto, mas você pode sair comigo e com Denny. Podemos ir ao cinema ou alguma…
—
Não, não... bem, eu vou em Novembro. — Então ela se iluminou. — Nós vamos nos
divertir muito, Kiera! — Ela riu e eu não tinha certeza de quem ela estava mais
animada para ver, eu ou o meu companheiro de quarto. — Posso dormir no quarto
do Kellan? — ela perguntou e riu novamente.
Ok, era com Kellan... então. Eu
suspirei alto.
— Tenho que ir para a escola. Eu
falo com você mais tarde, Anna. Durma um pouco! E tome um banho frio.
Ela riu de novo. — Tchau, Kiera.
Vejo vocês em breve!
— Tchau. — Eu desliguei o telefone.
— Merda.
Kellan riu para mim e eu olhei para
ele. — Não diga a Griffin sobre isso... Por favor.
Ele deu de ombros e riu um pouco
mais. — O que há de errado? — Ele sorriu suavemente para mim, ainda contendo
risadas.
—Minha irmã, ela quer visitar. — Meu
tom não era feliz.
Ele olhou para mim, confuso. — Tudo
bem... e, você não gosta dela?
Eu balancei a cabeça e esfreguei o
seu braço levemente. — Não, eu gosto. Eu a amo, cara, mas... — Corei
profundamente e olhei para longe.
— Mas o quê? — Ele tentou encontrar
meus olhos.
Eu olhei para ele e suspirei. — Você
é o tipo de homem que a minha irmã adora. — eu disse com tristeza.
Ele riu. — Ahhh... então eu
praticamente vou ser atacado, é isso? — Ele parecia realmente divertido com
essa perspectiva. Eu não estava.
— Não é engraçado, Kellan. — Eu fiz
beicinho.
Ele parou de rir e sorriu
calorosamente para mim. — Meio que é sim, Kiera.
Desviei
o olhar, sentindo as lágrimas começarem a se formar e não queria que ele visse.
Ele não iria entender. Eu não entendia. Eu só sabia como Anna seria com ele, e
como ele provavelmente seria com ela... Isso me fez sentir mal. Eu não queria
que ele a tocasse, mas eu sabia que não tinha o direito de pedir-lhe que não o
fizesse. Ele não era meu.
Ele enganchou um pouco de cabelo
atrás da minha orelha. — Ei... — Ele gentilmente virou meu queixo para me fazer
olhar para ele. — O que você quer que eu faça? — Perguntou baixinho.
Eu não ia dizer, mas escapou de
qualquer maneira. — Eu não quero que você “faça" com ela. Eu não
quero que você sequer toque nela. — Eu disse duramente e atirei-lhe um olhar.
— Ok, Kiera — disse ele depois de um
minuto, esfregando levemente minha bochecha.
— Prometa-me, Kellan. — Eu parei,
mas o olhei fixamente, meus olhos marejados.
— Eu prometo, Kiera. Não vou dormir
com ela, ok? — Ele sorriu para mim reconfortante e eu finalmente assenti e
deixei que ele me puxasse para um abraço apertado.
Kellan e eu nos despedimos de Denny
quando ele saiu para o trabalho. Kellan estava em um modo surpreendentemente
bom e bateu nas costas de Denny, desejando-lhe sorte com seu chefe. Denny disse
obrigado e me deu um beijo rápido na bochecha antes de sair. Ele parecia com um
humor melhor também, e eu estava momentaneamente feliz que tudo entre nós três
estava um pouco mais fácil. Depois que Denny saiu, Kellan pegou minha mão e nos
abraçamos no sofá para assistir TV. Eu quase suspirei de alívio, era tão
maravilhoso poder sentar ao lado dele no sofá e descansar minha cabeça em seu
ombro, como eu costumava fazer antes das coisas ficaram intensas entre nós. Ele
colocou o braço em volta de mim e desfrutamos do calor um do outro pela maior
parte da manhã.
Eu só tinha uma aula hoje e então ia
estudar um pouco antes do trabalho. Kellan me levou para a escola, o que me deu
uma pequena emoção - meu antigo vício estava voltando com força total.
Agradeci, mas o fiz ficar no carro e não andar comigo até a sala. Eu não
precisava de outra sessão de 50 perguntas, se alguém me visse com o astro do
rock. Ele franziu a testa, mas ficou onde eu mandei e eu sorri ao vê-lo dirigir
para longe.
Eu
nunca vi Tina e Genevieve na minha classe de Psicologia depois de sua sessão de
perguntas naquela tarde (aparentemente elas não tinham essa aula), então eu
percebi que tinham me marcado como potencial rival para Candy. Isso me fez
sorrir um pouco, quando eu pensei sobre o quanto da atenção de Kellan eu
realmente tinha. Então imediatamente franzi o cenho. Como ele podia estar tão
interessado em mim? De qualquer forma, não querendo encontrar qualquer uma das
três de novo, eu tentei evitar a biblioteca estilo Harry Potter depois disso.
Não muito tempo atrás, eu tinha encontrado um parque bonitinho nas proximidades
que era perfeito para me esticar com alguns livros. Depois da aula, eu decidi
que hoje era um belo dia para estudar lá.
Eu respirei o ar revigorante de
outono quando olhei ao redor da pequena área agradável. As folhas das árvores
eram de um laranja brilhante e vermelho, e estremeceram um pouco com a brisa
suave. Não demoraria muito tempo antes de começarem a cair. Eu tirei minha
jaqueta leve. O tempo ainda era excepcionalmente quente para esta época do ano,
eu estava começando a me tornar crente no aquecimento global, mas havia uma
pureza no ar mais frio que era refrescante e clareou minha cabeça. Realmente
era um lugar perfeito para estudar um pouco antes do trabalho. Deitei-me na
grama e vasculhando minha bolsa, encontrei um saco com algumas uvas e comecei a
comer algumas.
Vários grupos de pessoas foram
aglutinando em torno do parque, aproveitando o dia perfeitamente ensolarado,
como se fosse um dos últimos por algum tempo. Alguns estavam jogando bola com
os seus cães, alguns, como eu, estavam estudando, e outros estavam desfrutando
de um piquenique tardio.
Notei um grupo de garotas
adolescentes rindo, não muito longe de mim e eu me virei para olhar o que tinha
a sua atenção. Um homem estava de costas para nós, sem sua camisa, fazendo
flexões contra um banco do parque. Eu o assisti de braços cruzados por um
minuto, enquanto as meninas continuaram murmurando. Ele terminou e pegou uma
garrafa de água cheia do banco. Virando um pouco para mim, ele tomou um gole de
sua garrafa. Seu corpo era incrivelmente perfeito... E muito familiar. Eu ri e
revirei os olhos.
Claro, eu pensei. É claro que eu
iria estar no parque que Kellan costumava usar para fazer suas corridas. É
claro que ele estaria aqui agora, enquanto eu estava tentando estudar. Ele se
virou e me viu de imediato, sobre a grama, ainda abertamente olhando para seu
corpo. Um sorriso lento e sexy se espalhou em seu rosto e ele inclinou a cabeça
para o lado adoravelmente quando começou a andar para mim, garrafa de água na
mão, camisa na outra. As meninas que ele passou no caminho até mim riram mais
alto por seu sorriso sedutor e se viraram para me observar com curiosidade.
Sentei-me na grama e o observei vir, meu coração batendo um pouco mais rápido.
Ele sentou-se na grama ao meu lado e
suspirei alto. — Eu não posso ir a nenhum lugar sem encontrar você? —
Provoquei.
Ele riu e estendeu as pernas retas,
recostando-se em suas mãos. — Este é o meu parque... você é a única a me
perseguir. — Ele deu um meio sorriso para mim.
Sorri e coloquei outra uva na boca,
olhando para ele. Meu foco começou em seu cabelo incrivelmente sexy,
ligeiramente úmido em torno das bordas de seu treino, mas, eventualmente, o meu
olhar caiu para as maçãs do rosto perfeitas, mandíbula forte, suave, e abaixo
de seu pescoço para o peito nu, levemente úmido. Demorei lá, seguindo cada
linha, começando no topo e, lentamente, mentalmente seguindo por todo o caminho
até as linhas profundas de seu abdômen inferior desaparecerem agradavelmente em
suas calças de corrida. Eu não conseguia parar que o conhecimento íntimo que
tinha por tocar aquele corpo saltasse para a minha cabeça. Mordi o lábio.
— Hey. — A voz de Kellan me tirou do
meu transe e eu olhei de volta para seus olhos divertidos. Levantando uma
sobrancelha, ele perguntou: — Você está me avaliando? — Eu corei e desviei o
olhar quando ele riu. — Está tudo bem se você estiver. Estava pensando se
talvez você estivesse pensando em renegociar nossas regras? — Ele olhou nos
meus olhos e sorriu. — Já posso te beijar?
Sorri de volta para ele e ele riu
mais. Agarrando a camisa para fora de suas mãos, eu joguei de volta para ele. —
Coloque alguma roupa...
Ele franziu a testa para mim. —
Estou com calor...
Eu
sorri de volta. — Você está indecente... e as pessoas estão olhando. — Eu
apontei para as meninas ainda boquiabertas por ele.
Ele olhou para elas, fazendo-as rir,
então balançou a cabeça quando olhou para seu corpo seminu, murmurando, —
Indecente? — Ele suspirou. — Tudo bem. — Então ele pegou a garrafa de água e
despejou em sua camisa antes de colocar a camisa molhada de volta. — Melhor?
Olhei para ele com a boca aberta,
até que voltei ao meu controle. — Sim, muito obrigada. — Não, não era melhor. A
camisa molhada agarrava-se a todos os músculos deliciosos, então ele podia
muito bem ficar sem ela. Eu não queria dar-lhe a satisfação de saber o quão bom
era olhar para ele embora. Tinha certeza que ele estava bem ciente de qualquer
maneira.
Sentando-se mais direito, colocou a
mão no meu saco e pegou um par de uvas. Eu sorri para ele ironicamente. — Vá em
frente... Sirva-se.
Ele sorriu quando as colocou na
boca. — Eu frequentemente faço, — disse ele, levantando uma sobrancelha e
sorrindo maliciosamente.
Suspirei e revirei os olhos para
ele, enquanto ele veio sentar-se mais ao meu lado. — E o que nós estamos
estudando?
Eu sorri e corei profundamente
quando olhei para ele. — Sexualidade Humana.
— Ahhh... sério? — Ele empurrou meu
ombro, brincando. — Um dos meus melhores assuntos. — Eu me encolhi longe da sua
molhada camisa. Ele riu da minha reação, então, sem aviso, ele me derrubou,
pressionando a camisa molhada firmemente contra mim e rindo.
— Oh meu Deus, Kellan! Você está
gelado! Fique longe de mim! — Eu gritei para ele, e tentei afastá-lo, rindo
muito, meus olhos lacrimejando. Ele continuou rindo e não se afastou. Agarrando
meus pulsos para que eu não pudesse empurrá-lo, ele me segurou na grama.
Eventualmente nosso riso desacelerou
quando olhamos um para o outro. Ele finalmente sorriu adoravelmente para mim e
baixou a testa para baixo na minha. Eu supus que não era especificamente
contra as minhas regras. Nós respiramos suavemente um no outro por um minuto e
ele moveu suas mãos para nossos dedos se entrelaçarem.
Eu me senti como se estivéssemos
começando a atravessar uma linha e estava prestes a dizer algo, quando as
meninas a uma curta distância gritaram: — Beije-a!
Ele se afastou e engoliu em seco,
rindo um pouco. — Veja, — Ele acenou com a cabeça para o grupo de adolescentes.
— elas querem que a gente renegocie. — Ele sorriu maliciosamente e eu o
empurrei de cima de mim.
— Você, — eu apontei para o peito
dele, — vai terminar a sua corrida. — Eu apontei vagamente para a direção de
nossa casa. — Eu preciso estudar... e você é muito perturbador. — Corei e olhei
para baixo.
Ele riu e se levantou. — Tudo bem,
do seu jeito então. — Ele sorriu, e voltando-se para as meninas, deu de ombros
para elas e piscou. Elas riram e então gemeram quando ele se virou para sair do
parque.
Revirei os olhos e limpei minha
camisa agora umedecida. Fechei o zíper da minha jaqueta quando a umidade me fez
tremer um pouco. Bem, eu tinha quase certeza que foi a umidade.
Pensamentos agradáveis entraram e
saíram da minha cabeça, sobre o corpo de Kellan pelo resto da minha sessão de
estudo. Eu encontrei-me sonhando acordada e olhando fixamente para o mesmo
parágrafo por uns bons dez minutos. Suspirei, ele estava me distraindo, mesmo
quando não estava lá. Eu tremi um pouco, lembrando do seu corpo pressionado contra
o meu, sua testa contra a minha, sua respiração contra a minha pele...
Eu tremi mais uma vez e me levantei.
Este não era o tipo de estudo que eu precisava fazer. Eu podia muito bem ir
para o trabalho. Pelo menos a agitação da atividade mudaria a direção dos meus
pensamentos.
Estar no trabalho não mudou meus
pensamentos em nada. Na verdade, eu encontrei-me olhando para as portas,
esperando a banda chegar para o seu show esta noite. Isso parecia um pouco bobo
para mim, que eu estivesse realmente ansiosa para vê-lo quando o via todo o
tempo - eu não conseguia ficar longe dele. Esse pensamento me fez sorrir. Eu
acho que tinha um
sorriso bobo estampado em meu rosto a noite toda enquanto astutamente observava
as portas.
— Ok, o que ele fez? — Kate perguntou,
vindo atrás de mim algum tempo mais tarde.
— Quem? — Eu perguntei incerta.
— Denny - você esteve sorrindo a
noite toda. Isso geralmente significa que o namorado fez algo de bom. — Ela e
Rita se inclinaram sobre o balcão com expectativa. — Então desembucha - flores,
joias? Oh meu deus, ele te pediu em casamento? — Os olhos castanhos de Kate
brilharam com a ideia. Ela colocou a cabeça entre as mãos, quando se inclinou
contra o bar, parecendo perdida em pensamentos sonhadores por um segundo.
Corei profundamente. Denny e eu não
tínhamos falado sobre casamento ainda. Ele era o tipo prático que nem sequer
pensava nisso até ter se firmado em sua carreira. E não era ele que me estava
fazendo sorrir.
— Não, não há propostas. Nada de
especial, estou apenas feliz.
Rita e Kate trocaram olhares
decepcionados e então Kate jogou seu longo cabelo sobre o ombro. — Tudo bem,
mantenha seus segredos. — Ela piscou quando voltou a trabalhar.
Depois que ela saiu, Rita olhou para
mim com ar conspiratório. — Tudo bem... ela se foi, você pode me dizer.
Corei novamente. — Não há realmente
nada a dizer, Rita. Desculpe, minha vida é muito chata. — Eu sorri por dentro
de como isso era falso.
Não foi muito tempo depois que a
banda entrou no palco, e eu juro que meu coração pulou uma batida quando eu o
vi. Você pensaria que eu não o tinha visto durante o dia pela reação do meu
corpo e que não haviam passado apenas poucas horas desde o parque. Ele veio até
mim, parecendo muito sexy em camisa preta de manga comprida, sob uma camisa
cinza clara, e perguntou como o resto do meu estudo foi. Corei e disse a ele
que foi muito melhor, uma vez que ele tinha ido... O que, naturalmente, não
aconteceu. Ele sorriu para mim e depois riu. Pediu sua cerveja, e se dirigiu
até sua mesa, onde o resto dos caras estavam discutindo algo aparentemente
muito engraçado - eu podia ouvir o riso do bar. Ele bateu no ombro de Sam
quando passou e eu notei que meu ombro estava agradavelmente quente. E então eu
percebi que era porque ele tinha colocado a mão lá quando ele pediu a sua
cerveja. Meu sorriso bobo ficou comigo o resto da noite.
Na verdade, meu sorriso ficou comigo
pelo resto do fim de semana.
Pensar sobre o quão maravilhoso o
fim de semana tinha sido, tinha me feito sair da aula meia hora mais cedo na
tarde de segunda-feira. Eu não conseguia evitar. Estava ansiosa e queria vê-lo.
E sabendo que ele estava sentado sozinho em casa, talvez entediado, talvez
pensando em mim... Ugh, ele me deixou louca por toda a palestra. Nosso fim de
semana havia sido divertido e um pouco tortuoso. Nós tínhamos abraçado pela
manhã durante o café e segurado as mãos quando Denny estava no chuveiro.
Descansamos em casa pela maior parte do fim de semana e sempre que Denny
adormecia enquanto via televisão, Kellan e eu íamos na cozinha e nos
abraçávamos enquanto conversávamos. Denny foi chamado na madrugada de domingo
por Max e tínhamos tomado esse tempo para nos aconchegar no sofá. Adorei... Eu
adorava estar perto dele. Era divertido e tão inocente como eu podia mantê-lo,
mesmo que meu coração começasse a bater mais rápido quando ele estava me
tocando.
Eu vim para a sala e sorri para
Kellan estirado no sofá assistindo televisão, um braço sobre o peito, o outro
estendido sobre sua cabeça. Ele se virou para olhar para mim quando entrei na
sala e meu fôlego sumiu quando ele sorriu adoravelmente para mim.
— Ei, você está de volta mais cedo,
— disse ele, sonolento. — Eu estava indo te buscar.
Fui até ele enquanto ele sentava
direito no sofá, acariciando a almofada entre as pernas.
— Você parece cansado... tudo bem? —
Perguntei, enquanto sentava no meio das suas pernas e deitava em seu peito. Ele
brincou com o meu cabelo e me abraçou forte. Flertar tinha suas vantagens.
— Eu estou bem... Apenas uma noite
longa, não dormi bem.
— Oh. — Virei minha cabeça para
olhar para ele com um sorriso irônico. — Sentindo-se culpado por alguma coisa?
Ele
riu um pouco e me puxou mais apertado. — Por você? Todos os dias. — Ele
suspirou, e depois empurrou-me para a frente, para longe dele. Eu comecei a
virar e protestar, mas ele colocou as mãos nos meus ombros e me fez encarar de
frente. Então ele começou a massagea-los.
— Hmmmm... Eu poderia me acostumar
com essa coisa de paquera. — Relaxei em suas mãos fortes enquanto deslizavam ao
longo de meus ombros. Ele riu suavemente. — Você teve um sonho ruim? —
Perguntei, sentindo minha cabeça sonhadora.
— Não... — ele murmurou. — Eu tive
um bom, na verdade. — Sua voz era baixa e suave; eu poderia tê-la enrolado em
torno de mim como um cobertor.
— Hmmmm... sobre o que era? — Seus
dedos se moveram ao longo da minha espinha e eu fiz um barulho suave na minha
garganta.
— Você, — disse ele distraído. Seus
dedos ficaram onde estavam, quando eu fiz um ruído. Ele apertou um pouco mais
duro e eu fiz um barulho mais profundo.
— Hmmmm... nada impertinente, eu
espero. Estamos mantendo esta coisa inocente, né? — Seus dedos se moveram para
baixo na minha lombar, pressionando profundo e eu exalei alto pela dor sendo
liberada de mim.
Ele riu suavemente novamente. — Sem
nada nem remotamente escandaloso, eu prometo. — Ele começou a subir suas mãos
nas minhas costas e eu fiz um outro barulho profundo com ainda mais tensão
sendo drenada do meu corpo, seus dedos eram mágicos.
— Hmmm... Bom, eu não preciso de
você pensando em mim desse jeito, —murmurei.
Ele não disse nada, apenas continuou
a trabalhar em minhas costas agradavelmente dormentes. Suspirei profundamente
relaxada e ainda mais para ele, fazendo barulhos ainda mais satisfeitos. Ele se
mexeu um pouco atrás de mim, mas não disse mais nada. Relaxada demais para
manter uma conversa, eu gostava do silêncio confortável. Seus dedos começaram
novamente para baixo, na zona das minhas costelas. Era o paraíso. Eu
praticamente rosnei de prazer. Ele ficava por um minuto a mais em qualquer
lugar que eu fazia um barulho, então eu comecei a fazer os ruídos com mais
frequência.
Eventualmente
ele desceu para a minha lombar, trabalhando mais para os meus quadris. Ele se
mexeu por trás de mim novamente e então me puxou para perto dele. Pensando que
ele estava desconfortável, sentado de lado no sofá comigo entre ele, eu o
deixei ajustar-me onde precisava, mas ele só puxou meus quadris de volta para
ele de novo. Assumindo que estava tudo certo, eu suspirei e relaxei de volta em
seu peito. Fiquei surpresa com a forma como ele estava tenso. Eu estava
começando a virar o rosto para ele, quando suas mãos que ainda estavam em meus
quadris escorregaram na frente de minhas coxas. Ele estendeu ambas as mãos
pelas minhas pernas e as minhas coxas, puxando apertado contra mim ao mesmo
tempo. Foi quando notei que sua respiração não estava lenta e regular como a
minha...
Virei para encará-lo. Ele estava
sentado muito tenso e em frente do sofá, seus olhos estavam fechados e seus
lábios estavam parcialmente abertos. Sua respiração era visivelmente mais
rápida. Ele engoliu em seco e abriu os olhos devagar para olhar para mim. Seu
olhar sobre mim fez a tensão imediatamente voltar para o meu corpo - eles
queimavam de desejo. Seu olhar ardia enquanto me observava. Ele levou a mão até
a minha bochecha e com a outra, puxou-me com força para ele.
Eu engoli e balancei a cabeça. —
Não... Kellan, — sussurrei, um pouco assustada com o olhar no seu rosto e um
pouco orgulhosa de mim mesma por proferir a palavra "não" ao ver a
expressão no rosto.
Ele fechou os olhos e empurrou-me
para longe dele. — Sinto muito... só me dá um minuto...
Mudei para o outro lado do sofá,
perguntando-me o que no mundo eu tinha feito. Ele puxou as pernas para cima,
fechando os cotovelos em torno delas e respirando três vezes para se acalmar.
Então ele abriu os olhos devagar para mim novamente. Ele ainda parecia
estranho, mas mais controlado. Ele sorriu, só um pouco.
— Desculpe... eu estou tentando.
Mas, talvez da próxima vez, você poderia... uh, não fazer esses barulhos?
Corei profundamente e olhei para
longe, fazendo-o rir. Eu não tinha percebido... talvez isso não fosse uma boa
ideia. Talvez não houvesse tal coisa como inocente paquera.
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