Capítulo 15 - Inesperado

Kellan passou mais cinco dias inteiros comigo. Pareciam cinco meses com quanto tempo que passamos juntos. Mostrei-lhe tudo que a minha cidade tinha a oferecer, enquanto ele estava aqui. Minha antiga escola, a rua que todas as crianças do bairro costumavam jogar, o café que eu frequentava diariamente para almoço no meu último ano do ensino médio. Kellan agiu como se eu estivesse mostrando-lhe a Disneylândia, genuinamente interessado em ver como eu cresci.
Por alguma razão, porém, eu esquivei de todos os lugares que Denny e eu estivemos juntos, lugares que foram importantes para o nosso relacionamento. O restaurante onde nós tivemos o nosso primeiro encontro, um stand que vendia expresso e que nós íamos praticamente todas as manhãs, a livraria que costumávamos ir nas preguiçosas manhãs de domingo.
Mesmo que eu tenha evitado mostrar para Kellan, havia muito de Denny nesta cidade e era quase esmagador às vezes. Tínhamos entrado na idade adulta juntos aqui. De certa forma, nós meio que crescemos juntos aqui. Andar por esses lugares trouxe Denny à frente da minha mente, mas eu empurrei-o de volta.
Eu poderia falar com o meu amigo de longa data mais tarde. Meu namorado, o homem que recentemente havia me dado seu coração em um anel de prata, era o meu principal foco. Especialmente desde que eu não tinha certeza de quando eu ia vê-lo novamente, uma vez que seus cinco dias acabassem.
E uma vez que esses cinco dias estavam terminando, o tempo não parecia mais cinco meses. De repente, parecia mais cinco segundos. Levando ele através do aeroporto, senti o peso da nossa separação em meu coração. Minha mãe estava certa sobre a nossa relação em um aspecto: era difícil. Ele sair, ir para a estrada para lugares desconhecidos com pessoas desconhecidas, era desgastante. Precisava de uma pessoa especial para ser capaz de aguentar o peso. Eu queria ser essa pessoa, eu desesperadamente queria. Mas eu sempre gostei de consistência e a vida de Kellan já não era mais previsível. Era fluida agora, esculpindo um caminho que estava em tão constante mudança como o tempo. Meu estômago deu um nó.
Com a mala a tiracolo, Kellan virou para me olhar quando chegou a hora de nos separarmos. Com o coração em seus olhos, ele colocou sua testa contra a minha. — Sem adeus, — ele sussurrou.
Eu assenti, mordendo o lábio enquanto meus olhos teimosamente picavam. — Eu vou sentir sua falta.
Ele acenou com a cabeça contra mim, suspirando baixinho. — Eu vou sentir sua falta mais.
Eu sorri um pouco, balançando a cabeça. — Não, não é assim que funciona. É sempre mais difícil para a pessoa que está ficando do que para a pessoa que está partindo... apenas um fato.
Recuando, ele segurou meu rosto. — Eu não estou deixando você. Eu nunca vou deixá-la.
Eu engoli, colocando minha mão sobre a dele. — Eu sei, — eu sussurrei, esperando que o que ele tinha dito fosse um fato.
Ele analisou os meus olhos por longos segundos, em seguida, ele se inclinou para me beijar. Era o mais suave, mais doce, mais terno, ato físico que já tínhamos compartilhado. Eu nunca quis parar. De repente eu queria que estivéssemos em um desses concursos de beijar, o tipo onde o casal que beijava durante mais tempo ganhava algum prêmio escandaloso, pois assim o momento teria que continuar por dias e dias.
Mas não era isso que estava acontecendo, e, eventualmente, o momento chegou ao fim. Ele se afastou de mim, lentamente, com relutância. Mordendo o lábio, ele suspirou e afastou algumas lágrimas de minhas bochechas, eu ainda não tinha percebido que estava chorando. Enrolando-me em um abraço quente, ele sussurrou no meu ouvido: — Eu amo você, só você... eu prometo.
Eu sorri quando nos separamos, alcançando para sentir seu rosto sob meus dedos. — Prometo também, — eu sussurrei de volta.
Ele me deu um sorriso de tirar o fôlego e depois recuou. Agarrando minha mão, ele beijou as costas dela. Então, ele tinha que ir, e eu tive que deixá-lo. Eu senti meu coração apertar enquanto observava a forma dele se afastando de mim. Mas, então, meus olhos correram pelo seu corpo e as palavras da vizinha de Matt passaram pela minha cabeça. Eu sorri e balancei a cabeça. Aquela velha senhora estava certa... ele tinha uma bunda legal.
Anna e eu passamos a véspera de Ano Novo em Ohio, ela saiu com um grupo de seus velhos amigos, e eu fiquei em casa com meus pais. Joguei jogos de tabuleiro com eles enquanto eu pensava sobre Kellan cantando com o coração em um palco em algum lugar. Tinha sido um longo tempo desde que eu tinha ouvido ele cantar... eu sentia falta disso também.
O primeiro dia do Ano Novo teve Anna e eu de volta em um avião, indo para casa. Mamãe e papai nos levaram ao portão de embarque. Mamãe chorando enquanto ela abraçava suas meninas, o papai dizendo que nós éramos bem-vindas para voltar a qualquer momento que quiséssemos, pelo tempo que
quiséssemos. Ele até me disse que Kellan poderia visitar novamente algum dia também, já que ele era um homem decente e tinha obedecido as regras da casa.
Eu não disse a meu pai que Kellan e eu tínhamos quebrado suas regras na primeira noite. Eu também não mencionei que todas as noites, depois disso, eu escapei escadas abaixo para dormir abraçada com Kellan no sofá revestido de plástico. E tecnicamente não tinha quebrado as regras, já que a única estipulação do papai era que Kellan não poderia vir até o meu quarto. Ele nunca disse nada sobre mim indo para ele.
Eu também não mencionei o fato à mamãe, já que Kellan e eu tínhamos cedido uma ou duas vezes no sofá e ela pediu para que não acontecesse em sua casa. Eu não poderia evitar, no entanto. Às vezes, meu sentido comum voava direito para fora da janela quando Kellan me tocava. Ok, a maioria dos momentos em que isso acontecia.
Quando nosso avião pousou na costa oeste, meu coração caiu um pouco. Pelo menos em Ohio, eu estava mais perto de onde Kellan estava, enquanto ele continuava sua turnê pela costa leste. Agora que eu estava de volta em casa, o país nunca pareceu tão grande. Amaldiçoei a vastidão de tudo.
Entrando no Pete’s naquela noite, já que as minhas férias de inverno tinham acabado, eu fui assaltada quase instantaneamente. Uma loira bonita e alegre jogou os braços ao redor de mim. — Kiera! Você está de volta! — Recuando, Jenny sorriu para mim. — Nós sentimos tanta a sua falta.
Eu ri quando a abracei, aquecida pelas suas boas-vindas. — Eu senti falta de vocês também. — Quando nos separamos, um flash de brilho em volta do seu pescoço prendeu meu olhar. Manuseando o pingente contra sua pele, um coração de ouro com um diamante flutuando no centro dele, eu sorri. — Isso é realmente bonito. Foi o Evan que te deu?
Jenny pegou e deu uma risadinha. — É. — Ela apontou para a guitarra de prata que eu sempre usava debaixo das minhas roupas. — Agora combinamos, certo?
Eu sorri e assenti, levemente traçando a forma da guitarra debaixo da minha camisa. Jenny sacudiu um dedo para o anel que eu estava, inconscientemente, mostrando a ela. Com um sorriso de cumplicidade em seu rosto, ela perguntou: — De Kellan?
Vendo que ela claramente já sabia que era, eu olhei para ele e assenti. Ela suspirou quando puxou minha mão para examiná-lo. Balançando sua cabeça, ela me disse: — Sim, Evan me disse sobre estes. Ele estava lá quando Kellan os comprou. — Ela olhou para mim, seus olhos azuis brilhante. — Kellan usa um também, certo?
Eu assenti novamente, tocando o anel elegante em volta do meu dedo. — Sim, o seu é de prata liso. É simples, lhe convém... é muito bonito.
Minha voz ficou um pouco sonhadora e Jenny sorriu, soltando minha mão. — Esse rapaz nunca deixa de me surpreender, — ela murmurou. — Eu honestamente não achava que ele era capaz de ser tão comprometido com uma pessoa. — Ela encolheu os ombros, me abraçando novamente. — Bem, eu estou feliz que é você que ele ama. — Começando a se afastar, ela balançou a cabeça e revirou os olhos. — Se eu tivesse que constantemente conviver com algumas das meninas que ele esteve, eu acho que eu atiraria em mim mesma. — Ela sorriu e riu, então pareceu perceber o que ela disse e parou de andar. — Oh, eu não tive a intenção de lembrar... você sabe... ele é apenas... houve algumas...
Ela suspirou e deu de ombros, parecendo realmente envergonhada. Obriguei-me para rir e encolher os ombros. — Eu sei. Eu sei o que ele era. Está tudo bem, Jenny. Não se preocupe com isso.
Ela relaxou um pouco, jogando fora um pedido de desculpas antes de sair correndo para trabalhar. Eu inalei uma respiração profunda e a deixei ir. Seus casos passados não eram grandes segredos. Quase parecia que havia um grupo que realizava reuniões semanalmente, trocando figurinhas. Oh, ele fez isso com você também! Como é maravilhoso para todas nós!
Eu sorri para mim mesma, imaginando Rita como a presidente do clube e Candy como a vice-presidente. Rain podia ser a tesoureira, a menina mecânica...
poderia ser a secretária. Revirando os olhos, eu fui para a sala de trás para começar a me preparar para o trabalho. Encher as posições do clube imaginário tinha sido muito fácil.
Antes que eu percebesse, eu estava de volta à minha velha rotina. A faculdade começou de novo e eu tinha novas aulas para o novo trimestre. Ainda indo me formar com Bacharel em Artes com ênfase em Inglês, minhas aulas eram pesadas em literatura... e trabalhos de casa. Eu me matriculei em uma classe que eu tinha certeza que ia ser tão desafiadora quanto minhas aulas de Crítica Prática - Estudos em Escrita Exploratória. Sob o conselho do meu orientador, eu também me inscrevi para um curso sobre a Teoria e Prática de ensino de escrita. Ele disse que aprender a ensinar outra pessoa também era uma boa maneira de aprender alguma coisa de si mesmo. Concordei, embora o pensamento de ficar na frente da classe dando palestras me fez querer fazer xixi nas calças. Mas eu poderia fazê-lo se eu tivesse que fazer. Se Kellan tinha superado os desafios em sua vida, eu poderia certamente superar meus problemas muito mais triviais.
Pelo lado positivo, agora eu tinha as tardes de sexta livres. É verdade, eu ficava principalmente estudando, mas o lado positivo é um lado positivo. Isso e minha aula de ética acabando. E sem ética significava sem Candy. E ela aparentemente não estava focando em Inglês como sua principal formação, ela não apareceu em nenhuma das minhas novas classes.
Cheyenne estava, no entanto. A mulher extrovertida jogou o braço em torno de mim quando ela apareceu na minha aula de poesia. Apenas brevemente perguntando como o meu namorado astro do rock estava, ela falou e falou sobre suas férias. Eu escutei ansiosamente, contente de que eu tinha uma vida e conexões além de Kellan. Que, por uma vez, focar nele não era tudo o que eu tinha. Como minha mãe temia com Anna, eu não queria depender de uma coisa para a minha felicidade. Não estou dizendo que Kellan não era a minha maior alegria, ele era, mas havia outras pessoas que me faziam feliz e que eu podia tirar forças.
Pensando que este novo trimestre na escola poderia ser o melhor que eu já tive lá, e mais difícil, Cheyenne e eu decidimos ir tomar um muito necessário café após a aula de poesia numa tarde de fevereiro gelada. O professor tinha discutido como diferentes interpretações poderiam alterar o sentido do trabalho completamente. A linguagem rebuscada estava um pouco difícil de envolver minha cabeça, mas Cheyenne foi realmente muito intuitiva sobre o assunto.
Eu ouvi a explicação do nosso último trabalho, arrebatada. Eu estava finalmente começando a sentir como se eu entendesse a peça. Foi assim que acabei andando diretamente para alguém. Isso nunca realmente tinha acontecido comigo antes, colidir com alguém, e meu rosto ficou vermelho. Enquanto Cheyenne riu com a minha falta de jeito, eu rapidamente me desculpei com o estranho que eu quase atropelei.
Ele deu um passo para trás, firmando-se, e nós dois travamos os olhos um no outro, ao mesmo tempo, gaguejando desculpas. — Eu sinto muit…
Eu não consegui terminar minha frase enquanto olhava um conjunto quente de profundos olhos castanhos. Olhos castanhos que eu tinha certeza que eu nunca olharia novamente. Sentindo todo o sangue escorrer do meu rosto, eu sussurrei, — Denny?
Ele inalou uma respiração profunda, segurando-a por um segundo antes de liberá-la em uma corrida. Com um leve sorriso, ele calmamente disse: — Oi, Kiera.
Ouvindo seu sotaque enrolar meu nome pessoalmente, me deu uma dor no meu estômago. Olhei para ele, chocada em silêncio momentâneo. Denny Harris. Ele parecia o mesmo que a última vez que eu o vi, mais de um ano atrás. O mesmo, ainda que diferente, também. Seu cabelo escuro estava um pouco maior do que antes, em volta do rosto de uma forma que o fazia parecer mais velho. A barba ao longo de sua mandíbula estava mais grossa também. Longe de uma barba cheia, mas mais pesado do que ele usava normalmente. E também o deixava mais velho. Na verdade, tudo sobre ele parecia mais velho, de suas roupas bem mais caras para a forma como ele estava apenas um pouco mais alto. Era quase como se ele tivesse deixado Seattle um menino, e voltado um homem.
— Você parece bem, — eu finalmente sussurrei, minha garganta se sentindo dolorosamente seca.
Ele sorriu incerto, seus olhos vagando sobre o meu corpo por um segundo. — Assim como você.
A tensão acumulava enquanto olhávamos um para o outro. Isso deve ter feito Cheyenne desconfortável, eu sei que estava me fazendo sentir assim. Eu só não esperava esbarrar, literalmente, com o meu ex na rua.
Colocando a mão no meu ombro, ela murmurou, — Eu deveria ir... Eu te vejo mais tarde, Kiera.
Eu assenti para ela uma vez, nunca tirando os olhos de Denny. Pessoas se apressavam em torno de nós na calçada fria, mas eu ignorei. A impossibilidade de Denny diante de mim era tudo que eu poderia focar. Depois de mais um longo momento, quando Denny começou a olhar ao redor, como se ele não soubesse o que dizer, eu gaguejei, — Você está de volta... em Seattle?
Ele olhou para mim e sorriu e eu senti o fluxo de estupidez através de mim. É claro que ele estava de volta... Eu estava olhando diretamente para ele. Balançando a cabeça, acrescentei: — Quero dizer, por que você está de volta? — Fechando os olhos, sabendo que eu estava soando rude e confusa, eu respirei fundo antes de falar novamente. Abrindo-os, eu calmamente lhe disse: — Eu quero dizer... é bom vê-lo.
Ele passou a mão pelo cabelo, mordendo o lábio antes de responder. — É bom ver você também.
Balançando a cabeça para ele, apenas um pensamento ficava travando em torno da minha cabeça. Bem, um segundo pensamento realmente, logo atrás do primeiro que eu já tinha rudemente perguntado a ele. Pensando que este não era tão rude, eu me permiti perguntar. — Por que você não me disse que estava vindo? — Voos de quatorze horas não eram exatamente decisões feitas no momento, e Denny e eu nos falávamos de vez em quando, embora não desde que Kellan tinha saído, em novembro.
Denny olhou ao redor da rua, depois para o café que Cheyenne e eu estávamos indo em direção. Ele acenou para ele com a mão. — Você quer entrar?
Falar em algum lugar... quente. — Ele tremia e eu sorri, sabendo que ele estava acostumado a climas mais quentes agora, especialmente nesta época do ano.
Depois que eu assenti um acordo, nós silenciosamente caminhamos em direção à loja. Andando ao lado dele, uma pequena parte de mim queria segurar sua mão. Era estranho se sentir assim, depois de tanto tempo separados, mas ainda estava dentro de mim, em algum lugar. Eu não o fiz, no entanto. Eu tinha feito uma promessa de ser fiel a Kellan, uma promessa cercada no meu dedo. Eu não estava disposta a quebrá-la.
Denny parou na porta, segurando-a aberta para mim como o cavalheiro que era. Eu sorri e agradeci-lhe e ele desviou o olhar, um leve rubor colorindo seu rosto bronzeado. Parece que eu não era a única segurando uma atração persistente. Mas eu sabia que Denny não iria fazer nada sobre isso também. Ele era leal quando ele estava com alguém, e agora, ele estava com Abby. Quando fomos pedir nossas bebidas, eu ociosamente me perguntei se ela estava na cidade com ele.
Eu pedi um café com leite, e Denny pediu um chá. Sorri para a familiaridade de tudo. Sentados em uma cabine tranquila, ambos tomando nossas xícaras fumegantes em silêncio. Fui eu quem quebrou o silêncio pela primeira vez. — Então, você precisa de seu carro de volta?
Eu me encolhi, tanto sobre perguntar isso a ele, e ao fato de que Anna tinha tornado seu veículo tão feminino que ele provavelmente não iria querer isso de volta. Denny sorriu e balançou a cabeça. — Não, a empresa alugou um para mim. Você pode mantê-lo. — Ele balançou a cabeça e sorriu calorosamente antes de retornar a sua caneca.
Limpei a garganta, colocando um pouco de cabelo atrás das orelhas. — A empresa? Então, você está aqui para trabalhar?
Denny acenou com a cabeça, sem olhar para mim. — Sim, eles estão em expansão, abrindo filiais nos EUA, em Seattle. — Ele encolheu os ombros. — Desde que eu conheço a área e tenho um monte de contatos aqui, eles me deram a tarefa. — Ele olhou de volta para mim. — Eu vou comandar o escritório aqui.
Um fantasma de um sorriso se formou em seus lábios quando minha boca se abriu. Ele era tão jovem, ainda alguns anos até chegar os trinta anos, e ele ia estar no comando? Eu sempre soube que ele era brilhante, mas... uau. — Oh meu Deus, Denny, isso é... incrível. Parabéns!
Seu sorriso se alargou. — Obrigado.
Balançando a cabeça, ainda espantada, eu murmurei, — Abby deve estar muito orgulhosa de você. Ela está aqui? — Olhei em volta como se ela de repente iria aparecer ao lado de uma das mesas.
Denny suspirou baixinho e eu olhei para ele. Infelizmente olhando para seu copo, ele sacudiu a cabeça. — Não... ela ainda está na Austrália.
Reconhecendo a perda em seu rosto, eu coloquei a mão em seu braço. Mesmo que eu não quisesse que houvesse, senti algo naquela breve conexão. Algo quente e familiar, algo que me fez lembrar de ser abraçada, ser consolada, ser amada. Deixei meus dedos enquanto ele estalou os olhos para os meus, o seu refletindo a mesma lembrança que eu estava sentindo. Em um sussurro eu lhe disse: — Sinto muito que vocês dois não deram certo.
Ele agrupou as sobrancelhas e balançou a cabeça. — Não, nós ainda estamos juntos. Ela só... ela não poderia vir ainda. — Ele franziu a testa e olhou para as portas. — Nós trabalhamos para a mesma empresa e não iria deixá-la fora de sua atribuição atual. Ela tem que terminar com o cliente antes que ela possa voar para cá. É um longo trabalho... pode ser meses antes que ela possa fazê-lo.
Ele olhou para mim. — Por que você supôs que terminamos?
Eu congelei, não sabendo exatamente como responder a isso. Principalmente, eu simplesmente presumi que ele tinha sido forçado a escolher entre uma menina e seu emprego dos sonhos. Eu achava que, mais uma vez, ele tinha escolhido o trabalho. Estudando meu rosto, sua boca caiu um pouco. — Porque eu escolhi o trabalho em Tucson, certo?
Dei de ombros, ainda não querendo dizer. Ele suspirou e estendeu a mão sobre a mesa para pegar minha mão. — Você sabe que eu sinto muito por isso, Kiera. Eu acho que... acho que é realmente a única coisa que eu lamento com você. — Eu olhei para cima. Ele sorriu um pouco. — Bem, isso e... — Ele acenou com a cabeça e eu me encolhi, não querendo lembrar disso. Suspirando, ele sacudiu a cabeça. — Mas Tucson... Eu devia ter ligado para você. Eu deveria ter falado com você primeiro, antes de eu... aceitar.
Mordi o lábio, não querendo começar a chorar. Eu chorei o suficiente sobre Denny e eu. Seu polegar acariciou distraidamente o meu enquanto ele procurava meu rosto, seus olhos profundos cheios de alma procurando desculpas. Sabendo que eu tinha muito mais para pedir desculpas a ele do que seu único erro comigo, eu sorri em tom tranquilizador. — Tudo está bem agora, Denny. Você não precisa mais se sentir mal por isso.
Ele assentiu, mas não parecia menos triste. Pesquisei os seus olhos, mais uma vez maravilhada com a estranheza de vê-lo aqui, na minha cidade, praticamente na minha porta. Balançando a cabeça, mais uma vez perguntei: — Por que você não me disse que estava vindo?
Denny olhou para o lado, não respondendo. Vendo sua mandíbula apertar sob a barba mais grossa, eu percebi o que ele não queria dizer. — Você estava esperando que não fosse me ver. Você estava esperando que a cidade fosse grande o suficiente para que nunca nos cruzássemos. — Ele olhou para mim e suspirou. Eu balancei minha cabeça. — Eu estou certa, não estou?
Dando de ombros, ele olhou para nossas mãos. Em algum lugar em minhas perguntas, nos atamos juntos e agora estávamos entrelaçados sobre a mesa. Eu não me afastei. Ele também não. Em vez disso, ele balançou a cabeça e sussurrou: — Falar com você no telefone é uma coisa, mas eu não estava... Eu não sei se eu poderia lidar ao vê-la. — Ele olhou para mim, os olhos brilhantes. — Você é tão... — Ele suspirou, seus olhos vagando sobre o meu rosto, e não terminou seu pensamento.
Engolindo em seco, ele olhou para nossas mãos. — Eu estava esperando que eu pudesse voltar secretamente e depois ainda teríamos a coisa de amizade a longa distância. Eu queria evitar esta… confusão.
Ele suspirou de novo e eu finalmente soltei sua mão. Dando um tapinha na mesma, eu empurrei-a de volta para ele. — Não há qualquer confusão, Denny. — Ele olhou para mim e sorri para ele. — Você está com Abby e você está feliz com ela, né? — Sorrindo suavemente, Denny concordou. Eu assenti também, ignorando a sempre tão ligeira pontada que sentia. — E eu estou feliz com Kellan.
Seu rosto se encolheu apenas uma fração, tão rapidamente que eu teria perdido se não estivesse olhando para ele. Não me permitindo me debruçar sobre a culpa, eu sorri e balancei a cabeça. — Então, se nós dois estamos felizes, não há nenhuma razão para temer uma amizade face-a-face. — Inclinando minha cabeça, eu suspirei, meus olhos ardendo. — E eu senti falta dessa amizade... tanto.
Seus olhos ainda mais brilhantes, ele voltou sua mão para a minha. — Eu também, Kiera.
Puxando a mão, ele riu um pouco e correu-a através de seu cabelo. Eu ri um pouco, também, a emoção saindo de mim. Nós éramos amigos há muito tempo para que este constrangimento alterasse permanentemente o nosso relacionamento. Se ele ia ficar aqui por um tempo, nós encontraríamos uma maneira de superá-lo.
Sorrindo, eu peguei o meu café e tomei um longo gole. Ele fez também, seus olhos piscando para o anel no meu dedo. Ele não reagiu ao vê-lo, embora, por isso eu não tinha certeza se ele entendia o que significava. Muita gente usava anéis em suas mãos direitas. Nem sempre era simbólico. Eu não tinha a intenção de dizer-lhe que significava tanto. Ele provavelmente acharia morbidamente engraçado que Kellan nos deu um lembrete físico para ser fiel um ao outro. Olhando para o presente através dos olhos de Denny, a troca entre nós parecia um pouco... triste.
Um pensamento me ocorreu que me fez franzir a testa. Não havia nenhuma maneira que eu poderia dizer a Kellan que Denny estava aqui em Seattle, não enquanto Kellan estava a milhares de quilômetros de distância. Ele piraria. Ele largaria tudo e voltaria aqui. Ele era amigo de Denny, o considerava um irmão, mas havia incertezas entre nós... os nossos anéis eram prova disso. E Denny era a única pessoa na Terra com quem eu tinha realmente traído Kellan.
Isso não era realmente o que tinha acontecido, tecnicamente eu estava traindo Denny, não Kellan. Mas eu fiz amor com Kellan, disse-lhe que eu era sua... então eu tinha dormido com Denny uma última vez. Kellan sabia sobre isso... isso o corroía por dentro. Denny era a única pessoa que Kellan nunca iria confiar perto de mim. Eu simplesmente não podia arriscar que ele jogasse fora o seu sonho por um medo infundado. E eu nunca o machucaria assim novamente. Nunca. Nem mesmo se Kellan me traísse e eu o odiasse. Eu terminaria com ele antes de ser tocada por outro homem. Eu não seria uma prostituta novamente. Eu simplesmente não podia viver com as consequências.
Além disso, isso não ia acontecer. Denny e eu tínhamos passado esse ponto em nosso relacionamento e Kellan não tinha nada para se preocupar. Mas eu nunca seria capaz de convencê-lo. Ele cuidava de mim possessivamente como um animal marcando seu território, advertindo os outros para longe. Kellan não compartilha... ele já tinha me dito isso.
Talvez percebendo minha expressão, Denny calmamente perguntou: — Tudo bem?
Arrumei o meu rosto, balançando a cabeça. — Sim, só pensando... — Mordi o lábio, perguntando se eu deveria confessar os meus medos para Denny ou não. Mais uma vez, ele provavelmente acharia morbidamente engraçado. Decidindo colocá-lo de maneira diferente, eu dei de ombros e perguntei: — Será que Abby está bem com você estar aqui... comigo?
Denny imediatamente sacudiu a cabeça, baixando a caneca de sua boca. — Eu não estou aqui com você.
Eu corei e olhei para baixo, não esperando as palavras verdadeiras que duramente deixaram sua boca. Eu estava acostumada com flores e poesia. Eu estava acostumada a comentários bobos sobre eu ter seu coração. Ele suspirou. — Isso saiu errado. Eu só quero dizer... eu vim aqui para o trabalho. — Eu olhei de volta para ele e ele deu de ombros. — Abby sabe o que aconteceu comigo e com você. Ela sabe que eu nunca iria voltar para você, Kiera.
Ele segurou o meu olhar, não recuando de sua declaração friamente honesta. Senti meu lábio trêmulo enquanto tantas emoções me inundaram que eu não poderia classificar todas elas. Ele estava sem rodeios dizendo exatamente o que eu estava pensando. Não era nenhum grande choque, mas ainda... ouvi-lo colocar tão claramente... Sim, doía.
Franzindo a testa, ele balançou a cabeça. — Sinto que soou... frio. — Ele finalmente olhou para longe de mim, para o copo em suas mãos. — Às vezes a verdade é fria. — Ele olhou para mim, e quando ele voltou a falar, seu sotaque era mais grosso com a emoção. — Eu ainda quero a sua amizade, apesar de tudo. Você ainda é importante para mim.
Eu assenti, tirando uma lágrima teimosa longe do meu olho. — Não há problema em ser honesto comigo, Denny. — Eu suspirei, rindo um pouco. — Eu estava sentada aqui, pensando a mesma coisa, de qualquer maneira. — Ele inclinou a cabeça, as sobrancelhas escuras juntando, e eu ri novamente. — Só que Kellan não tinha nada para se preocupar, porque você e eu nunca... iríamos por esse caminho novamente.
Denny riu e balançou a cabeça. Erguendo a caneca, ele estendeu para mim. — Um brinde a nunca dormir juntos novamente? — Ele brincou, com um brilho nos olhos.
Vendo o meu sorriso bobo favorito voltando, eu sorri e toquei sua caneca com a minha. — A nunca mais ter relações sexuais novamente. — Ele levantou uma sobrancelha para mim e eu rapidamente acrescentei: — Com o outro, quero dizer.
Gargalhando, ele tomou um gole de chá enquanto eu rapidamente bebi o café. Deus, eu era uma idiota. Ainda rindo, ele relaxou em sua cadeira novamente. Sorri que a tensão residual tinha começado a derreter. Eu acho que eu nunca poderia ser apenas amiga de Kellan novamente - inferno, eu não consegui ser apenas amiga quando éramos amigos, mas Denny... o conforto tornou fácil escorregar para esse papel com o outro.
Enquanto Denny sorria para si mesmo, eu me preocupei, pensando em Kellan novamente. Pousando a minha bebida, eu limpei minha garganta. Denny olhou para mim. — Hum, isso vai soar estranho, mas se acontecer de você falar com Kellan tão cedo... você pode não dizer a ele que você está aqui?
Denny suspirou, seus ombros caindo. — Kiera...
Eu balancei minha cabeça, interrompendo o seu protesto. — Por favor? Apenas... não diga isso?
Suspirando, Denny se inclinou sobre a mesa. — Kiera, eu não quero dizer-lhe como lidar com o seu relacionamento com ele, mas... vocês nunca vão durar se você começar a mentir para ele.
Eu balancei minha cabeça, inclinando-me também. — E eu não vou mentir... Eu só não quero dizer a ele agora.
Denny me deu um olhar seco, como se ele não visse a diferença na minha declaração. Honestamente, eu sabia que eu estava esticando a linha de verdade, mas Kellan não reagiria bem a Denny estar tão perto de mim enquanto ele estivesse fora. Era muito semelhante à forma como nós ficamos juntos primeiro.
Colocando a mão sobre a de Denny, eu balancei a cabeça novamente. — Eu sei que isso é grande, e eu vou lhe dizer. — Eu suspirei, fazendo uma pausa. — Eu só preciso descobrir como dizer-lhe, sem… assustá-lo.
Denny olhou para mim por um momento, então seu rosto se suavizou em compaixão. — Tudo bem, não vou dizer a ele... mas eu não vou mentir. Se ele me perguntar, eu vou dizer a ele. — Comecei acenando imediatamente e Denny levantou as sobrancelhas. — Eu vou dizer-lhe tudo, Kiera... mesmo essa conversa.
Engoli em seco, depois assenti. — Isso é bom... não vai chegar a esse ponto. Vou dizer a ele em primeiro lugar.
Ele suspirou, balançando a cabeça enquanto olhava para fora da janela. — É melhor... Eu não preciso dele ventilando suas frustrações em mim.
Ele mordeu o lábio enquanto sua voz sumiu. Eu me encolhi. É exatamente isso que Denny havia feito para Kellan, a noite que o tinha batido a uma polpa sangrenta. Segurando sua mão entre as minhas, eu sussurrei, — Obrigada, Denny.
Ele assentiu, olhando de volta para mim. Mudando de assunto, eu mudei para o seu novo emprego. Ele iluminou imediatamente, e então foi como era anos atrás, quando ele estava me falando sobre algo que estava realmente animado. Ele estava na cidade há cerca de um mês, desde a primeira parte do ano, vivendo em um hotel quatro estrelas até encontrar um lugar para alugar.
— Por que você não fica na casa de Kellan? — Eu perguntei antes que eu pudesse pensar sobre isso.
Ele olhou para mim estranhamente, depois sacudiu a cabeça. — Não, eu não acho que seria uma boa ideia.
Eu me encolhi, assentindo. Não, provavelmente não. Os fantasmas estavam lá para mim - para Denny, que tinha sofrido com uma situação terrível explodindo em seu rosto sem nenhum aviso... os fantasmas seriam ainda mais difíceis de lidar. Eu não o culpava se ele nunca quisesse pôr os pés na casa de Kellan novamente. Era burrice minha ter perguntado. Eu acho que eu só estava tentando ser prática, como Denny muitas vezes era, e o lugar de Kellan estava completamente vazio agora. Vago, esperando pacientemente pelo retorno de seu dono, assim como eu.
Depois de explicar algumas das campanhas que ele estava envolvido, até mesmo para um produto de higiene feminina que ele mal podia falar com uma cara séria, eu finalmente percebi a hora em um relógio atrás dele.
— Oh merda, eu vou chegar atrasada. — Denny olhou para o relógio que eu estava olhando e franziu o rosto. Era uma expressão bonita e eu ri antes de me lembrar por que eu realmente precisava ir. Levantando-me, peguei minha jaqueta e mochila. — Nós estamos conversando por mais tempo do que eu imaginava. Eu vou me atrasar para o trabalho.
Denny acenou com a cabeça, de pé e recolhendo seu casaco também.
Parando quando eu coloquei o meu, eu inclinei minha cabeça na porta. — Você quer vir comigo? — Dando de ombros, acrescentei: — Eu poderia pegar um pouco de jantar... como nos velhos tempos.
Ele olhou para baixo, sorrindo suavemente. — Como nos velhos tempos. — Quando ele olhou para cima, ele encolheu os ombros, seu sorriso bobo retornando. — Claro... por que não?
Denny me seguiu até o Pete’s em seu carro da empresa, uma coisa elegante preta que parecia cara. Me fez sorrir que ele estava indo bem, eu sempre soube que ele faria. Isso era algo que eu sempre tive certeza sobre Denny, ele teria sucesso em qualquer coisa que ele tentasse. E, sendo responsável na sua idade... parecia que ele já estava indo a lugares.
Parando na vaga de estacionamento reservada não oficialmente para Kellan, eu assisti Denny parar ao lado. Ele estava franzindo a testa enquanto olhava para a Chevelle de Kellan, talvez se perguntando onde o seu Honda estava. Eu provavelmente teria que falar em algum momento que Anna tinha quase confiscado o veículo de mim. Esperava que ele não ficasse muito preocupado com a notícia.
Mas ele não mencionou nada enquanto ele estava ao lado do carro esportivo, esperando por mim. Era tão estranho vê-lo aqui, como se eu tivesse caído por um buraco e fosse empurrada de volta no tempo. As coisas eram diferentes, mas as coisas eram as mesmas, também. Enquanto eu pisei ao seu lado, ele virou e começamos a caminhar para as portas. Senti uma fração de segundo de perda que ele não tinha estendido a mão para mim. Não era que eu quisesse isso, ou precisava, mais como se eu esperasse por isso.
Quando você está perto de alguém por tanto tempo, você aprende a antecipar o seu comportamento, e, no passado, Denny teria sempre sorrido e estendido a mão para mim se nós estávamos andando juntos. Ele não fazê-lo foi um pouco chocante, e eu imediatamente não me sentia como se estivesse revivendo o passado mais.
Eu percebi a falha com o meu plano de improviso quando Denny atravessou as portas e a mandíbula de todo mundo caiu enquanto todos eles olharam para nós juntos novamente. Rita, Kate, todos os frequentadores... mesmo Jenny pareceu surpresa. Muitos deles não sabiam o triângulo Denny/Kellan, mas eles sabiam que Denny era o meu ex e Kellan era o meu atual.
Que Denny estava convenientemente de volta na cidade, enquanto Kellan estava longe foi suficiente para causar um turbilhão de fofocas em si. Que de repente estávamos saindo era ainda mais estranho, segundo os padrões de várias pessoas a partir dos olhares em seus rostos. Eu provavelmente teria que ter a conversa de "não diga a Kellan" com alguns dos meus amigos também. Apenas por agora. Eu precisava de algum tempo em primeiro lugar, um plano para manter Kellan tranquilo.
Inclinando-se um pouco enquanto ele estava ao meu lado, Denny murmurou: — Sou só eu, ou todo mundo está olhando para nós?
Suspirei e revirei os olhos, olhando para ele. — Não é só você... Eu acho que foi uma semana lenta para as notícias. — Eu ri. — Somos agora a história mais quente na cidade.
Ele sorriu para mim. — Oh bem, e eu estava preocupado que isso seria estranho.
Eu ri um pouco mais e fiz um gesto para ele tomar um assento em qualquer lugar que ele quisesse. Surpreendentemente, ou talvez fosse apenas um hábito inconsciente desde que ele costumava se sentar lá, ele escolheu a mesa da banda.
O vi por um momento antes de ir para a parte de trás para depositar as minhas coisas. Eu quase tive meu segundo choque do dia, quando Jenny deu um passo na minha frente. Evitando no ultimo segundo, eu senti meu coração pular uma batida. Eu realmente odiava chocar com pessoas.
Jenny franziu o cenho quando olhou para Denny. Ela se inclinou para mim. Falando calmamente, como se estivesse com medo que Denny pudesse ouvi-la em toda a extensão da sala, ela sussurrou: — O que você está fazendo, Kiera?
Olhei para o rosto dela, uma chama de irritação começando a tremer em mim. Será que todo mundo achava que eu era incapaz de ser apenas amiga de um cara? — Bem, eu pensei que eu ia começar a me trocar, uma vez que estou a poucos minutos de me atrasar.
Eu tentei continuar a ir para trás, mas Jenny agarrou meu braço. — Não, com ele, o que está fazendo com ele?
Olhei para Denny. Inclinando-se sobre os cotovelos sobre a mesa, ele estava olhando ao redor do bar, absorvendo estar de volta dentro dele. Talvez ele sentisse falta do lugar? Vendo seu amigo de volta na cidade, Sam começou a ir na direção de Denny. Eu ouvi sua saudação crescendo enquanto eu virei de volta para Jenny. — Eu encontrei com um velho amigo que está de volta na cidade. Eu o convidei aqui para comprar o jantar, porque eu senti falta de vê-lo. — Cuidadosamente soltando os dedos do meu braço, eu acrescentei: — Por que algum problema?
Eu sabia o porquê... e assim o fazia Jenny. Balançando a cabeça, ela murmurou: — Ele não é só um amigo, Kiera, ele é seu ex, o ex que você e Kellan...
Ela suspirou e eu mordi meu lábio para segurar o meu comentário. Sim, eu sabia exatamente o que Kellan e eu tínhamos feito para ele. Eu não precisava de um lembrete. Olhando para o meu anel de compromisso, ela mudou o que ela estava prestes a dizer. — Será que Kellan sabe que ele está aqui? Você vai vê-lo... enquanto Kellan está fora?
Inclinei a cabeça, perguntando-me se ela realmente perguntou se eu ia começar a sair com dois homens novamente. Balançando a cabeça um pouco mais dura do que era necessário, eu rebati: — Não! — Ela estremeceu um pouco com a minha reação e expirando, fiz-me relaxar. Eu enrolei meu braço em torno do dela e comecei a levar-nos para trás.
Ela relaxou contra mim enquanto caminhávamos, e com uma voz mais controlada eu disse a ela: — Sim, eu vou, provavelmente, sair com ele algumas vezes enquanto ele está de volta na cidade. — Ela ergueu as sobrancelhas para mim e eu rapidamente acrescentei: — Não, eu não estou 'vendo' ele. — Olhei para o confortável anel no meu dedo e sorri. — Estou com Kellan... e isso não vai mudar, mas Denny é um amigo, e eu não vou ignorar que ele está aqui.
Entramos no corredor e Jenny balançou a cabeça, seu olhar contemplativo. Balançando a cabeça, acrescentei: — Eu não estou voltando por uma estrada que terminou... tão mal como ela fez. — Eu suspirei e deixei minha cabeça cair. — Eu aprendi minha lição, Jenny. Eu não sou mais aquela pessoa.
Ela acariciou minhas costas quando paramos na frente do quarto de trás. — Eu sei, Kiera. Eu acho que eu não quero ver você estragar uma coisa boa. — Ela abaixou-se para encontrar meu olho. — E você e Kellan são uma coisa boa.
Eu sorri e acenei com a cabeça. Quando ela me deu um abraço rápido e se preparou para sair, peguei-a pelo cotovelo. — Você pode... quando você falar com Evan, você pode não falar que Denny está aqui?
Seus ombros caíram e ela me deu a mesma expressão exata que Denny tinha me dado antes. — Kiera...
Eu balancei minha cabeça. — Kellan não vai entender. Ele não vai acreditar que nada está acontecendo. Ele vai largar a turnê e voltar para casa. Ele vai ficar ao meu lado até eu ter terminado a faculdade ou quando Denny for embora, o que ocorrer primeiro. — Eu balancei a cabeça, lentamente. — Ele vai jogar tudo fora, Jenny. Seus sonhos... e os sonhos de Evan.
Jenny suspirou, segurando meu olhar. — Você vai dizer a ele?
Eu assenti. — Sim... assim que eu descobrir como.
Fechando os olhos, ela balançou a cabeça. Ao abri-los, ela parecia resignada... e irritada. — Eu odeio mentir, Kiera, especialmente para Evan.
Liberando seu cotovelo, eu olhei para baixo. Eu odiava mentir, mas às vezes você tinha que falsificar um pouco, para proteger as pessoas. Como Denny disse, às vezes a verdade era fria. Para quê infligir alguém com o ferrão dela, se você não precisa? — Eu sei, Jenny. — Olhei de volta para ela. — Só não mencione, se você puder evitar. Ela torceu o lábio, depois assentiu. Sacudindo a cabeça um pouco, ela se afastou. Agradeci, mas ela não olhou para trás para mim. Eu suspirei, odiando esse pequeno engano já. Era necessário, porém, para o momento.

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