Capítulo 2 - D-Bags
Depois de algum tempo, Denny e eu
descemos as escadas de mãos dadas. Era quase como se fôssemos adolescentes
apaixonados. Nós dois estávamos adorando viver juntos. Eu disse a Denny o que
parecíamos, e nós dois rimos quando dobrávamos a esquina para a cozinha.
A segunda coisa que eu observei
sobre esta casa, logo após reparar no pequeno tamanho, era a escassez em
decorações. Era evidente que era simplesmente um lugar para dormir à noite. A
casa de um cara. Eu teria definitivamente que fazer algumas compras em breve.
Era apenas demasiado árida para qualquer garota conseguir se conter, até para
mim.
A cozinha era decente, considerando.
A parede do fundo tinha um balcão que terminava na geladeira. A parede oposta
era a metade do comprimento com um fogão e micro-ondas acima dele, e à esquerda
do fogão, outro balcão curto, com uma cafeteira cheia de café fresco, o cheiro
que emanava fazendo água na boca. A parte de trás da sala tinha uma mesa de
tamanho moderado com quatro cadeiras e uma grande janela que dava para o
quintal.
O
espaço entre a parede baixa e a janela se abria para a sala de estar e Kellan
estava andando por ela. Ele estava segurando o jornal e lendo a primeira página
dobrada. Já estava vestido para o dia em shorts e uma camiseta de manga curta,
o cabelo ondulado ainda bagunçado, mas mais organizado do que antes...
perfeito. Mesmo que Kellan estivesse simplesmente vestido, de repente me senti
muito simples em minhas calças jeans básicas e t-shirt. Apertei a mão de Denny
e tentei lidar com isso.
— Ei, cara. — Denny sorriu e foi até
Kellan, que levantou os olhos para a sua voz.
— Ei, que bom que vocês conseguiram!
— Kellan sorriu e apertou o ombro de Denny em um abraço rápido. Eu sorri um
pouco também. Garotos podiam ser tão fofos.
Com um sorriso caloroso em minha
direção, Denny disse, — Você já conheceu Kiera, eu ouvi dizer.
Meu sorriso desapareceu com a
memória.
— Sim. — Os olhos de Kellan
brilhavam... um pouco maliciosamente. — Mas, bom ver você de novo. — Pelo menos
ele estava sendo educado sobre isso. Ainda sorrindo, Kellan foi até a cafeteira
e pegou algumas canecas do armário acima dela. — Café?
— Não, para mim não. Não sei como
vocês podem beber essas coisas, — disse Denny, fazendo uma cara de nojo. — Já
Kiera o ama. — Eu concordei com a cabeça e sorri para Denny. Ele nem sequer
gostava do cheiro de café. Ele era mais “turma do chá”, o que eu achava
completamente divertido e adorável.
Denny olhou para mim. — Com fome? Eu
acho que ainda há um pouco de comida no carro.
— Morrendo de fome. — Mordi o lábio
e olhei para o seu belo rosto por um segundo, em seguida, o beijei levemente e
divertidamente bati no seu estômago. Sim, nós definitivamente éramos
adolescentes apaixonados novamente.
Ele me deu um beijo breve e, em
seguida, virou-se para sair. Quando ele se afastou, notei Kellan atrás dele,
olhando-nos com uma expressão divertida em seu rosto.
—
Tudo bem, já volto. — Denny saiu da cozinha e o ouvi pegar as chaves na mesa da
entrada, onde ele as jogou na noite passada. A porta se fechou um segundo
depois e fiquei maravilhada com a forma como ele não estava sequer perturbado
que estivesse vestindo apenas uma camiseta e as cuecas com que tinha dormido.
Sorrindo, fui para a mesa para
sentar e esperar por ele. Kellan veio alguns minutos depois com duas xícaras de
café. Eu fiz um movimento para me levantar e colocar creme e açúcar na minha,
mas olhando para o café mais de perto, pude ver que já tinha. Como ele sabia
que eu gostava desse jeito?
Percebendo minha expressão de
espanto, ele disse, — Eu trouxe o meu preto. Posso trocar, se você não gosta de
creme?
— Não, na verdade eu gosto assim. —
Sorri para ele quando se sentou. — Eu pensei que talvez você pudesse ler mentes
ou algo assim.
— Quem dera, — ele riu, tomando um
gole de café preto.
— Bem, muito obrigado. — Eu levantei
minha xícara um pouco e tomei um gole... Paraíso.
Kellan olhou através da mesa para
mim, com a cabeça inclinada. — Então, Ohio hein? Buckeyes e vaga lumes certo?
Eu sorri e mentalmente revirei os
olhos por seu limitado conhecimento do meu Estado de origem. Eu não ia
pressioná-lo, embora. — Sim, é praticamente isso.
Ele me olhou com curiosidade. — Você
sente falta?
Parei por um momento antes de
responder-lhe. — Bem, eu sinto falta dos meus pais e minha irmã, é claro. —
Parei novamente e suspirei um pouco. — Mas eu não sei... um lugar é apenas um
lugar. Além disso, não é como se eu nunca fosse vê-lo novamente, — eu terminei,
sorrindo.
Ele
franziu ligeiramente a testa para mim. — Não leve a mal, mas por que você veio
todo o caminho até aqui?
Fiquei um pouco irritada com a
pergunta, mas tentei ignorar o sentimento. Eu não conhecia Kellan bem o
suficiente para julgá-lo.
— Denny, — eu disse, como se isso
fosse a coisa mais óbvia do mundo.
— Huh. — Ele não deu mais detalhes,
apenas bebeu um gole de café.
Precisando mudar de tema, eu soltei
a primeira coisa que veio à minha cabeça. — Por que você canta assim? — Eu
imediatamente lamentei o que disse, percebendo o quão terrivelmente ofensivo
devia soar. Não tinha a intenção de soar dessa maneira. Eu estava apenas
curiosa porque ele era tão... paquerador no palco.
Seus olhos azuis se estreitaram para
mim. — O que você quer dizer? — Ele lentamente perguntou.
Eu tinha a sensação de que seu canto
era algo que as pessoas geralmente não questionavam. Não conseguia perceber se
ele estava com raiva, mas eu não queria ir por esse caminho. Não era um bom
jeito de fazer uma boa impressão sobre a pessoa com quem eu agora partilhava
uma casa.
Parando por um tempo, tomei um gole
de café. Sabendo que eu teria que explicar a minha pergunta terrivelmente
embaraçosa, comecei a corar ligeiramente. — Você foi ótimo, — eu comecei, na
esperança de acalmá-lo. — Mas às vezes você era tão... — Me encolhi
mentalmente, mas sabia que precisava ser apenas uma adulta e dizer, —
...sexual. — Sussurrei.
Sua expressão suavizou e ele riu
pelo que pareceram ser cinco minutos.
Irritação queimou por mim com força
total. Eu não estava tentando ser engraçada e estava ficando muito
envergonhada, para não mencionar desconfortável. Por que eu tinha que abrir
minha boca grande? Olhei para a minha xícara de café, querendo engatinhar
dentro dela e desaparecer.
Ele
finalmente notou que a minha expressão tinha mudado e tentou recuperar a
compostura. — Desculpe... É apenas que, não foi o que eu pensei que você ia
dizer. — Pensei por um momento no que ele esperava que eu dissesse e olhei de
volta para ele. Ainda rindo um pouco, ele pensou por um momento. — Eu não sei.
As pessoas só tendem a responder a isso. — Ele encolheu os ombros.
Por "pessoas", eu entendi
que ele quis dizer mulheres.
— Eu te ofendi? — Ele perguntou, com
um brilho nos olhos.
Ótimo, agora ele pensava que eu era
essa pessoa pudica que não podia lidar com ele. — Nãão. — Prolonguei a palavra
e encarei-o um pouco. — Apenas me pareceu excessivo. Além disso, você não
precisa disso... Suas músicas são ótimas.
Ele parecia um pouco surpreso com
isso. Sentou-se na cadeira e me olhou de uma forma que estava fazendo meu
coração bater mais rápido. Sério, ele era apenas absurdamente bonito. Olhei
para a mesa, desconfortável.
— Obrigado. Vou tentar manter isso
em mente.
Eu olhei de volta para ele. Ele
estava sorrindo suavemente para mim e parecia genuíno ao dizer isso. Mudando de
assunto, ele me perguntou: — Como você e Denny se conheceram?
Eu sorri enquanto me lembrava. —
Faculdade. Ele era um AP em
uma das minhas aulas. Era meu primeiro ano, seu terceiro. Pensei que ele era a
pessoa mais linda que eu já tinha visto. — Corei um pouco mais ao chamá-lo de
lindo em voz alta, e, para um cara. Eu geralmente tentava não usar essa palavra
em conversas. As pessoas tendiam a olhar para mim de um jeito engraçado. Kellan
estava apenas sorrindo pacificamente para mim, no entanto. Eu supus que ele
estava acostumado a ouvir uma grande variedade de adjetivos brilhantes.
— De qualquer forma, nós apenas nos
demos bem e estamos juntos desde então. — Eu não podia deixar de sorrir para a
enxurrada de lembranças que tínhamos juntos. — E você? Como conheceu Denny? —
Eu sabia o básico da história, mas não muito mais.
Ele
pensou por um momento, um sorriso nos lábios que combinava com o meu. — Bem,
meus pais acharam que seria boa ideia hospedar um estudante de intercâmbio. Eu
acho que seus amigos ficaram impressionados com isso... — Seu sorriso
desapareceu um pouco antes de voltar imediatamente. — Mas, Denny e eu nos demos
bem imediatamente também. Ele é um cara legal.
Ele virou o rosto e um olhar passou
sobre ele que eu não podia compreender... quase tristeza. — Eu devo muito a
ele, — disse ele em voz baixa. Ele se virou para mim, seu sorriso encantador de
volta no lugar, e encolheu os ombros. — De qualquer forma, eu faria qualquer
coisa pelo cara, então quando ele me ligou e disse que precisava de um lugar
para ficar, era o mínimo que eu poderia fazer.
— Oh. — Eu estava curiosa sobre a
sua tristeza repentina, mas ele parecia ter voltado ao normal agora e eu não
queria pressioná-lo. De qualquer forma, Denny voltou para a cozinha nesse
ponto.
Ele parecia muito arrependido. —
Desculpa, tudo o que consegui encontrar foi isso. — Ele levantou um saco de
Cheetos e um saco de pretzels.
Kellan riu baixinho enquanto eu
estendia minha mão e dava um sorriso doce a Denny. — Cheetos, por favor.
Denny franziu a testa, mas deu a mim
e Kellan riu mais ainda.
Nós terminamos nosso café da manhã
"nutritivo", e então liguei para meus pais (a cobrar, nem menos) para
que eles soubessem que chegamos aqui e que estávamos seguros. Denny e Kellan
estavam se atualizando na vida um do outro, enquanto eu conversava com minha
família. O único telefone na casa era um verde-oliva, com fio, uma engenhoca
com aparência dos anos setenta na cozinha, e as histórias de Denny e Kellan
foram ficando mais altas e mais engraçadas quando eles se sentaram à mesa e
relembravam. Eu tive que encará-los um par de vezes, com um pedido não verbal
para ficarem quietos para que eu pudesse ouvir os meus pais. Claro, eles
pensaram que era hilário, e só parecia fazê-los rir ainda mais alto, então,
eventualmente, eu virei de costas para eles e ignorei a conversa feliz. Não era
como se a minha mãe e
meu pai estivessem dizendo outra coisa senão, "Pronta para voltar para
casa agora?" de qualquer maneira.
Após minha conversa longa, Denny e
eu voltamos lá para cima.
Ele rapidamente tomou banho enquanto
eu vasculhava sua bolsa por algumas roupas. Escolhi seus favoritos, calça jeans
desbotada e uma camiseta bege claro para ele, e comecei a arrumar o resto das
nossas coisas na cama.
A pessoa que alugou este quarto
antes de nós tinha sido gentil o suficiente, que tinha deixado a cama (lençóis
e tudo), uma cômoda, uma televisão pequena e uma mesa de cabeceira, com um
despertador. Eu não sabia por que, mas estava extremamente grata, pois Denny e
eu não tínhamos absolutamente nenhuma mobília. Em Atenas, tínhamos vivido com
nossos parentes para economizar dinheiro. Eu já havia tentado em várias
ocasiões convencer Denny para termos um apartamento próprio, mas o dinheiro era
pouco, e ele não via lógica em perder todo o dinheiro quando nossas famílias
moravam apenas a alguns minutos da escola. Na minha cabeça, eu tinha uma longa
lista de razões pelas quais... a maioria envolvendo uma cama, lençóis e tudo.
E, claro meus pais, embora eles o
adorassem, não estavam interessados em deixá-lo se mudar para o meu quarto.
Eles nem sequer tinham concordado em me deixar mudar para a casa da sua tia, e
uma vez que eles estavam pagando caro pela minha educação, eu não tinha
pressionado muito a questão.
Mas agora nós meio que tínhamos que
viver juntos para economizar dinheiro, então eu acho que, no final, eu havia
ganho a discussão. Sorri com esse pensamento quando comecei a colocar as roupas
na cômoda pequena de duas gavetas - as suas de um lado, as minhas do outro. Nós
não tínhamos um monte de roupas, e eu tinha terminado quando Denny voltou do
chuveiro.
Vê-lo envolto apenas em uma toalha
me agradou muito, e sentei-me na cama com os braços em volta dos meus pés, a
cabeça descansando sobre os joelhos, para vê-lo se vestir. Ele riu da minha
atenção extasiada, mas estava confortável o suficiente, pois ele não teve
problema nenhum
em largar a toalha e se vestir. Eu teria feito ele virar, ou fechar os olhos ou
algo assim, se os nossos papéis estivessem invertidos.
Uma vez que terminou, ele sentou-se
na cama ao meu lado. Eu não pude resistir a correr meus dedos por seu cabelo
úmido, bagunçando-o um pouco. Ele esperou pacientemente, um brilho especial nos
olhos, um sorriso suave nos lábios.
Quando pareceu que eu estava
finalmente satisfeita, ele me beijou na testa e fizemos o nosso caminho de
volta para baixo para pegar o resto de nossas caixas do carro. Levou apenas
duas viagens - nós realmente não tínhamos um monte de coisas. No entanto,
aparentemente, não tínhamos nenhuma comida. Colocamos as caixas na nossa cama e
decidimos enfrentar o caminho através das ruas da cidade em busca de alimentos.
Denny tinha vivido aqui por um ano inteiro, mas isso tinha sido há vários anos,
e ele não dirigia nessa altura, portanto, pegamos algumas direções com Kellan e
fizemos nossa tentativa.
Nós facilmente chegamos até o cais e
a Pike Place Market para
olhar ao redor e conseguir um pouco de comida fresca. Era realmente uma bela
cidade. Passeamos de mãos dadas pelo cais, vendo a luz do sol brilhar. Era um
dia quente e claro e paramos para ver as balsas e as gaivotas voando baixo
sobre a água, como nós, também buscando alimentos. Uma brisa fria trouxe o
cheiro de água salgada e eu encostei minha cabeça no peito de Denny quando ele
passou os braços em volta de mim - perfeito.
— Feliz? — ele me perguntou,
esfregando a mandíbula ao longo do meu pescoço, o cabelo claro longo dele me
fazendo rir.
— Delirantemente, — eu respondi,
virando a cabeça para dar-lhe um beijo suave.
Fizemos todas as coisas turísticas
da região - passamos por todas as lojas típicas, ouvimos os músicos de rua,
sentamos em um bonito e pequeno carrossel, e vimos os negociantes de peixe
jogando salmão enorme uns para os outros, enquanto a multidão aplaudia.
Finalmente, pegamos algumas frutas frescas, vegetais e outros alimentos, e
voltamos para o carro.
Uma coisa
infeliz sobre Seattle, que ficou rapidamente aparente enquanto dirigíamos para
casa, eram as colinas íngremes estilo montanha-russa, e tentar dirigir com
câmbio manual através delas. Lá pelo terceiro quase-acidente traseiro, nós
estávamos rindo tão forte que eu não conseguia parar as lágrimas. Só nos
perdemos por duas vezes, finalmente conseguindo voltar para casa em uma peça.
Nós ainda estávamos rindo sobre
nossa pequena aventura enquanto caminhávamos de volta para a cozinha,
carregando sacos de mantimentos. Kellan olhou para nós de onde ele estava
sentado à mesa, escrevendo notas em um bloco de papel em espiral. Letras de
música, talvez? Ele nos deu um sorriso divertido e voltou para o seu trabalho.
Denny guardou nossa comida, enquanto
eu comecei a arrumar as nossas poucas coisas das caixas no andar de cima. Foi
muito rápido. Sabendo que não estávamos indo para um lugar enorme, tínhamos só
trazido o essencial com a gente, deixando a maioria das coisas que uma pessoa
acumula durante um período de tempo, no sótão da casa da minha mãe. Não demorou
tanto quanto eu pensava que iria, antes do que tinha imaginado, já havia
guardado todos os nossos livros, as roupas de trabalho de Denny, meu material
da escola, e algumas fotos e lembranças. Acabei por colocar os nossos produtos
de higiene pessoal no banheiro, nosso xampu barato ao lado das coisas caras de
Kellan, me fazendo sorrir. Então, tinha terminado.
Voltando para baixo, eu me virei
para a sala para encontrar Kellan e Denny assistindo ESPN. O espaço era tão mal decorado como
o resto da casa, eu realmente ia ter que fazer algo sobre isso em breve. Ele
praticamente consistia de uma TV grande na parede de trás, ao lado de uma porta
deslizante que dava para o quintal. Um longo sofá parecido com um rato ocupava
a parede oposta, com uma cadeira de aparência confortável no canto, e uma mesa
redonda com uma lâmpada velha sobre ela escondida entre os dois. Kellan parecia
viver tão simples como se vestia.
Denny estava esparramado no sofá
longo, parecendo que podia adormecer a qualquer momento - ele provavelmente
ainda estava terrivelmente cansado. Eu estava começando a sentir a longa viagem
(combinada com caminhar ao redor do cais durante toda a tarde) me alcançar,
então caminhei até Denny e engatinhei para cima dele. Ele mudou de posição para
que eu pudesse afundar entre ele e o sofá, minha perna sobre a sua, meu braço
sobre o seu peito e a minha cabeça aninhada em seu ombro. Ele suspirou
satisfeito e me puxou apertado, beijando minha cabeça suavemente. Seu batimento
cardíaco estava lento e constante, e foi puxando-me para dormir. Antes que eu
fechasse meus olhos, olhei para Kellan, que estava sentado na cadeira. Ele
parecia estar nos observando com curiosidade. Eu não pude fazer mais nada
exceto imaginar o porquê de sua reação, antes dos meus olhos fecharem e o sono
tomar conta de mim.
Acordei um pouco mais tarde, quando
Denny se mexeu debaixo de mim.
— Desculpe, eu não quis acordá-la, —
disse ele, seu sotaque quente e delicioso em torno das palavras.
Alonguei-me luxuosamente, bocejei e
me endireitei um pouco, para olhar para seu rosto. — Está tudo bem, — eu
murmurei, beijando-o levemente. — Acho que eu deveria acordar de qualquer
jeito, se quiser dormir esta noite. — Olhei ao redor, mas estávamos sozinhos na
sala.
Sozinhos.
O pensamento me fez instantaneamente
ciente de quão perto Denny e eu estávamos aconchegados no sofá. Sorrindo maliciosamente,
eu o beijei de novo, mas mais profundo. Ele riu um pouco, mas me beijou de
volta ansiosamente. Não demorou muito para a minha respiração acelerar e meu
coração também. Desejo me encheu por este homem caloroso e bonito debaixo de
mim, e passei meus dedos em seu peito, deslizando-os sob sua camisa, sentindo
sua pele lisa.
Ele reagiu segurando meus quadris
com suas mãos fortes e deslocando-me mais, até que eu estava mais diretamente
em cima dele. Eu suspirei feliz e pressionei contra ele. Em algum lugar no
canto da minha mente, eu registrei uma porta se fechando, mas as mãos de Denny
me puxando ainda mais contra ele, rapidamente levaram qualquer outro pensamento
da minha cabeça.
Eu
estava feliz beijando seu queixo e movendo-me para o seu pescoço, quando uma
risada, fraca e divertida, acordou-me do meu divertimento. Sentei subitamente
no colo de Denny, fazendo-o grunhir de surpresa. Eu não tinha percebido que
Kellan ainda estava aqui, e tinha certeza de que a cor do meu rosto fazia isso
ser dolorosamente óbvio para ele.
— Sinto muito. — Ele estava rindo um
pouco mais agora. Ele estava de pé na entrada, agarrando sua jaqueta de um
gancho perto da porta da frente. — Eu vou sair em um minuto... se quiserem
esperar. — Ele pareceu ponderar por um momento. — Ou não. Isso realmente não me
incomoda. — Ele deu de ombros, ainda rindo.
Isso me incomodou. Eu imediatamente
voei para o outro lado do sofá, com vergonha de dizer qualquer coisa. Olhei
para Denny, esperando que ele pudesse de alguma forma voltar no tempo alguns
minutos. Ele só ficou lá, com um sorriso divertido no rosto também. Irritação
fluiu através de mim - homens!
Com a necessidade de mudar o foco de
alguma forma, eu soltei: — Aonde você vai? — Saiu com mais rigor do que eu
queria, mas era tarde demais para mudar isso.
Ele piscou para mim, um pouco
surpreso pela explosão de raiva. Eu tinha a sensação de que realmente poderia
ter feito sexo no sofá e ele não teria se importado. Aparentemente, ele era
muito aberto sobre esse tipo de coisa. Ele provavelmente tinha dito aquilo
apenas para me provocar, não para me envergonhar. Minha irritação acalmou
ligeiramente.
— Pete. Temos outro show lá hoje à
noite.
— Oh. — Agora que eu estava
prestando mais atenção a qualquer coisa além da minha mortificação, ele parecia
vestido de forma diferente do que esta manhã - uma camisa vermelha brilhante de
mangas compridas e calça jeans desbotada perfeitamente. Ele tinha tomado banho
também, seu cabelo fabulosamente bagunçado, mas ainda um pouco úmido. Ele
parecia como o deus do rock que me lembrava da noite anterior.
— Vocês querem ir... — ele fez uma
pausa, depois sorriu diabolicamente, — ou preferem ficar aqui?
Eu
soltei, mais de vergonha e irritação, do que qualquer desejo real:
— Não, nós
vamos. Claro.
Denny piscou para mim em confusão, e
o que parecia um pouco com decepção.
— Sério?
Tentando encontrar uma maneira de
justificar o meu pronunciamento irrefletido, eu falei:
— Sim, eles soaram muito
bem na noite passada. Estava esperando ouvir um pouco mais.
Denny sentou-se lentamente no sofá.
— Tudo bem. Vou pegar minhas chaves.
Kellan balançou a cabeça para mim um
pouco, um sorriso divertido no rosto.
— Ok, vejo vocês por lá, então.
No passeio de carro até lá, eu
tentei cobrir minha vergonha anterior por perguntar a Denny sobre a conversa
estranha na cozinha com Kellan. Eu olhei para ele.
— Kellan parece... legal? —
Não tinha intenção que saísse como uma pergunta, mas meio que saiu.
Ele olhou para mim.
— Não, ele é.
Você meio que tem que se acostumar a ele. Ele pode parecer um verdadeiro figjam,
mas é um cara muito legal.
Eu levantei minha sobrancelha por
sua gíria estranha australiana e sorri, esperando para ele explicar. De vez em
quando, ele falava umas palavras que eu não tinha ideia do que significavam.
Ele sorriu, sabendo o que eu estava esperando.
— Foda-se eu sou bom, Apenas me
Pergunte,
— explicou.
Corei um pouco, pensando que eu
preferia a versão abreviada, e depois ri. — Você nunca falou sobre ele antes.
Eu não tinha percebido que vocês eram tão próximos. — Tentei pensar sobre as
poucas vezes que ele havia mencionado seu amigo em Washington, mas nada pulou
na minha cabeça.
Ele
olhou de volta para a estrada e deu de ombros. — Eu acho que nós meio que
perdemos o contato quando eu voltei para casa. Falei com ele uma ou duas vezes
quando voltei para os Estados Unidos... mas nós nunca realmente mantivemos
contato. Ocupado, você sabe.
Confusa, eu disse: — Fiquei com a
sensação de que eram mais próximos pelo que ele disse. Ele meio que parece que
te ama? — Me senti um pouco estranha ao dizer isso, caras não eram geralmente
tão contundentes com seus sentimentos. Não era como se Kellan tivesse escrito
sonetos para ele ou algo assim, era apenas um sentimento que eu percebi nele.
Seu comentário sobre "Eu devo a Denny" e "faria qualquer coisa
por ele" – na linguagem de cara, isso igualava amor.
Denny pareceu entender o que eu
estava falando e olhou para baixo por um segundo, um pouco envergonhado. — Não
é nada. Não sei por que ele dá tanta importância a isso. Realmente, não foi
grande coisa. — Ele olhou de volta para a estrada, mordendo o lábio.
Insanamente curiosa agora, eu
perguntei, — O quê?
Ele fez uma pausa, como se
preferisse não me dizer, mas, naturalmente, ele finalmente fez. — Bem, você
sabe que eu vivi com ele e seus pais por um ano?
— Sim, — disse eu, perplexa quanto para
onde ele estava indo com isso.
— Bem, ele e seu pai tinham uma
relação… tensa, acho que você poderia dizer isso. Enfim, um dia seu pai foi
longe demais e bateu nele. Eu realmente não pensei sobre isso, só queria que
ele parasse. Eu meio que dei um passo em frente e levei um golpe por ele. — Ele
olhou para a minha reação por um segundo, antes de voltar para a estrada.
Eu olhei para ele, chocada. Não
tinha ouvido essa história antes. Soou exatamente como algo que Denny faria
embora. Meu coração se apertou um pouco por Kellan...
Ele balançou a cabeça, com a testa
enrugada.
— Isso pareceu despertar seu pai um pouco. Ele não o incomodou
novamente enquanto eu estive lá. — Ele balançou a cabeça de leve. — Não sei
sobre depois, no entanto... — Olhando para mim, ele me deu seu sorriso bobo. —
De qualquer forma, Kellan apenas sentiu uma espécie de... como se nós fossemos mais
uma família do que sua verdadeira família depois disso. — Ele riu e olhou de
volta para a estrada. — Eu acho que ele está mais feliz que estou de volta, do
que eu.
Quando chegamos ao bar, Kellan já
estava lá, sentado com seus três companheiros de banda em uma mesa na parte de
trás perto do palco. Ele estava sentado na ponta, parecendo relaxado e
confortável, apoiado em um joelho e bebendo uma cerveja. À sua esquerda, o
baixista com cabelos loiros mais longos que me lembrava. Em frente a ele,
estava o baterista “ursinho de pelúcia” que eu tinha esperado que fosse nosso
novo companheiro de quarto, e terminando o círculo, a esquerda do baterista,
estava o último membro do grupo, o outro guitarrista loiro. Eu estava um pouco
surpresa que eles não estavam escondidos em algum lugar, ficando prontos para
tocar. Mas eles pareciam completamente confiantes de que iam ser ótimos, e
estavam simplesmente relaxando com algumas cervejas antes de ir até lá.
Duas mulheres sentadas à mesa em
frente a eles estavam abertamente observando cada movimento. Uma estava
claramente babando por Kellan. Ela parecia bêbada o suficiente, e intrigada o
suficiente, que eu pensei que a qualquer momento ela ia se mover do outro lado
do corredor e saltar direto para baixo em seu colo. Apesar de Kellan não estar
dando absolutamente nenhuma atenção para ela, não tinha certeza se ele se
importaria se ela decidisse fazer exatamente isso.
A atenção de Kellan, porém, estava
concentrada no baixista sentado ao lado dele. Da porta eu não poderia dizer o
que eles estavam falando, mas todos os caras estavam ouvindo a sua história com
sorrisos em seus rostos.
Denny os notou e voltando-se para
sorrir para mim, ele começou a nos levar para a sua mesa. Quando chegamos perto
o suficiente para ouvir as palavras do baixista, eu decidi que vir aqui foi uma
má ideia, e desejei que tivesse mantido minha boca fechada e nós estivéssemos
confortavelmente aconchegados no sofá novamente. Denny estava me puxando
firmemente para frente, então eu melancolicamente o segui.
— ...Esta menina, caramba, ela tinha
os melhores peitos que eu já vi. — O baixista fez uma pausa para fazer um gesto
bruto com as mãos... como se os caras precisassem de mais uma explicação para
essa afirmação. — E a saia mais curta também. Todo o mundo em torno de nós
estava completamente chapado, por isso eu entrei debaixo da mesa e empurrei a
saia tão alto quanto ela iria. Então, peguei minha garrafa de cerveja e
empurrei...
Kellan bateu-lhe no peito, notando a
chegada de Denny e eu. Paramos no final da mesa diante dele, Denny rindo um
pouco. Eu tinha certeza que estava corando, e tentei manter meu rosto o mais em
branco possível.
— Cara... Estou chegando na parte
boa, espere. — O baixista parecia levemente confuso.
— Griff... — Kellan apontou para
mim. — Meus novos companheiros de quarto estão aqui.
Ele olhou para cima para olhar para
Denny e eu. — Oh yeah... companheiros de quarto. — Ele olhou para Kellan
novamente. — Sinto falta de Joey, cara... ela era quente! Sério, por que você
tinha que botá-la para fora? Não que eu o culpe, mas…
Ele parou quando Kellan bateu-lhe no
peito, ainda mais duro. Ignorando a irritação do baixista, Kellan apontou para
nós. — Gente, esse é meu amigo Denny e Kiera, sua namorada.
Eu tentei colocar um sorriso em meu
rosto. Não sabia por que sua antiga colega de quarto havia ido embora, e eu
estava um pouco chocada e um pouco constrangida com a conversa grosseira que
tínhamos interrompido. Denny sorriu suavemente e disse, — Olá.
Consegui balbuciar um:
— Oi.
— Hey. — O baixista acenou com a
cabeça erguida em saudação. — Griffin. — Ele me olhou de cima a baixo,
fazendo-me extremamente desconfortável e eu apertei a mão de Denny mais forte,
movendo-me um pouco atrás dele.
Seu “poderia-ser-gêmeo” perto de
Kellan, estendeu a mão em um cumprimento mais educado. — Matt, oi.
— O guitarrista, certo? — Denny
perguntou enquanto balançava a sua mão. — Você é muito bom!
—
Sim, obrigado, cara. — Ele parecia realmente satisfeito que Denny tinha
lembrado o que ele tocava. Griffin, no entanto, bufou, e Matt lançou-lhe um
olhar. — Oh, supere isso, Griffin.
Griffin lançou-lhe um olhar de
volta. — Tudo o que eu estou dizendo, é que você estragou tudo no último
refrão. Sou ótimo nessa música, eu deveria tocá-la.
Ignorando o que soava como uma
discussão antiga, o cara ursinho de pelúcia grande ao lado de Matt se levantou
e estendeu a mão para nós. — Evan, o baterista. Prazer em conhecê-los.
Apertamos sua mão, enquanto Kellan
se levantou. Ele atravessou o corredor para as mulheres embriagadas. Pensei que
a que tinha estado escancarada para ele mais cedo poderia desmaiar com a sua
proximidade. Ele inclinou-se sobre as costas da cadeira dela, afastou uma mecha
de seu cabelo e sussurrou algo muito perto em seu ouvido. Ela assentiu com a
cabeça, ruborizou um pouco, e então ele se levantou, pegando um par de cadeiras
vazias ao lado delas. As mulheres estavam rindo como meninas da escola quando
ele se afastou.
Ele colocou as cadeiras para nós no
final da mesa, com um leve sorriso no rosto. — Aqui, sentem-se.
Sentindo-me estranha com toda a
troca e não totalmente confortável com nossos novos companheiros, sentei-me com
um pequeno franzir no meu rosto. O sorriso de Kellan se alargou. Ele parecia
realmente apreciar quando eu estava desconfortável.
Griffin voltou sua atenção para
Denny quando nos sentamos. — Qual é o seu sotaque... Britânico?
Denny sorriu educadamente para ele.
— Australiano.
Griffin assentiu, como se ele
soubesse isso o tempo todo.
— Ahhhh. Ahoy, companheiro.
Kellan
e Evan riram. Matt olhou para ele como se ele fosse o maior idiota do mundo.
—
Cara, ele é australiano... não um pirata.
Griffin respondeu com altivez.
—
Tanto faz. — E tomou um gole de sua cerveja.
Rindo um pouco, Denny perguntou:
—
Qual é o nome da sua banda, de qualquer maneira?
Griffin riu enquanto Kellan afirmou:
— D-Bags.
Olhei para ele, incrédula e depois
sorri.
— Sério?
Griffin surpreendentemente franziu a
testa um pouco. — Eles me obrigaram a abreviar, os maricas. Eu queria a coisa
completa. Declare-o em voz alta, declare-o orgulhoso! — Ele deu um tapa na
mesa.
Matt revirou os olhos. — Se quiser
tocar em algum lugar maior do que Pete, então precisamos de um bom nome. — Pelo
menos um deles parecia ter metas para um grande futuro.
Griffin lançou um olhar irritado
para Matt, enquanto Kellan e Evan riam. — Cara, eu fiz camisetas...
— Ninguém está te impedindo de
usá-las, — Matt murmurou, revirando os olhos de novo.
Kellan e Evan riram mais ainda, e
até mesmo Denny riu um pouco. Eu não podia deixar de sorrir para eles. — Você
são irmãos, caras?
Griffin olhou para mim com horror. —
Absolutamente não!
Surpresa, eu olhei para Matt e
depois para ele novamente. Eles realmente poderiam ter sido gêmeos. — Oh,
desculpe, é só que vocês parecem tão...
— Nós
somos primos, — explicou Matt. — Nossos pais são gêmeos, assim, a semelhança
é... lamentável. — Ele franziu a testa.
Griffin bufou novamente. — Infeliz
para você... Já que eu sou mais quente. — O resto dos caras na mesa riu
enquanto Matt revirou os olhos de novo.
Abruptamente, Kellan levantou dois
dedos no ar e acenando com a cabeça erguida, apontou os dedos para baixo, para
Denny e eu. Eu olhei para o outro lado da sala, onde ele estava focado. Uma
mulher mais velha, que sorriu para ele estranhamente, estava gerindo o bar no
final da sala. Ela parecia saber exatamente o que ele quis dizer, e entregou
duas garrafas de cerveja a uma garçonete, apontando-a em nossa direção.
Olhei na direção de Kellan, mas ele
já estava falando com Denny sobre a posição de Denny no novo emprego. Kellan
estava curioso sobre o que um estágio em publicidade implicava. Depois de ouvir
a história um milhão de vezes antes, desliguei da conversa e dei uma olhada ao
redor do bar.
Pete era quente e confortável. O
chão era de carvalho e desgastado com anos de uso. As paredes eram de um creme
agradável e vermelho com quase cada centímetro quadrado coberto com sinais de
várias marcas de cervejas. Dezenas de mesas, em vários tamanhos e estilos,
estavam espalhadas pelo chão de madeira, colocadas em cada espaço onde poderiam
caber, com exceção de uma área de 6 metros na frente do palco que ocupava uma
das paredes mais curtas.
O palco era de carvalho também, a
parede atrás dele pintada de preto, e coberta com guitarras penduradas em
diferentes estilos e cores. Alto-falantes enormes de ambos os lados do palco
apontavam para a multidão. As luzes sobre o palco estavam atualmente apagadas e
os microfones, guitarras e tambores descansavam no palco escuro, à espera de
seus donos.
Olhei para o outro lado da grande
sala retangular, enquanto os rapazes conversavam em volta de mim. A outra
parede curta era um bar longo. O espelho atrás do bar estava revestido com
prateleiras, todas cheias de cada garrafa de bebida que você poderia imaginar.
O garçom estava agora ocupado enchendo as bebidas para a multidão começando a
aparecer a partir da porta
dupla ao longo da parede da frente. Grandes janelas pontilhavam essa parede,
deixando entrar o brilho dos vários sinais néon.
Uma garçonete loira bonita se
aproximou e entregou a Denny e a mim nossas cervejas. Agradecemos e Kellan
deu-lhe um aceno amigável, o que me deixou curiosa por um segundo. A garçonete
apenas sorriu educadamente para ele, no entanto, então eu percebi que eles eram
apenas amigos.
Bebi minha cerveja e observei a
garçonete caminhar por umas portas duplas na outra parede. Eu podia ver aço e
movimento do outro lado, e ouvir o barulho de alimentos sendo preparados. Essa
devia ser a cozinha. Um arco grande, não muito longe das portas da cozinha,
levava a um acervo considerável grande que parecia ter um par de mesas de
bilhar. Continuando para baixo, eu notei um corredor perto do palco que recuava
em torno de um canto, sinais acima dele indicando que os banheiros eram naquela
direção.
Como eu estava olhando para o
corredor, me deparei com as duas mulheres que estavam observando os caras mais
cedo. Denny e eu agora bloqueávamos parcialmente sua visão, sentados na ponta
da mesa. A que abertamente queria Kellan não parecia feliz por eu estar sentada
bem ao lado dele. Na verdade, ela parecia francamente puta da vida. Eu
rapidamente me virei.
Senti alguém se aproximar de mim por
trás nessa altura, e por um momento, me preocupei que a mulher fosse tentar
começar algo comigo. Meu corpo involuntariamente ficou tenso quando olhei por
cima do meu ombro. Eu suspirei de alívio ao ver um homem mais velho se
aproximando da nossa mesa.
Ele estava bem vestido, com calças
caqui e uma camisa vermelha de gola com o nome do bar no canto superior. Ele
parecia em meados dos seus cinquenta anos com cabelos grisalhos e um rosto
curtido. Ele não parecia muito feliz no momento.
— Estão prontos? Vocês entram em
cinco minutos, — ele suspirou profundamente.
— Você está bem, Pete? — Kellan
perguntou a ele, franzindo a testa um pouco.
Eu
pisquei. Pete devia ser o proprietário do bar Pete. Que bonito. — Não... Traci
ligou, ela não vai voltar. Tive que pedir a Kate para fazer um turno duplo,
portanto, as coisas estão arrumadas para esta noite. — Ele encarou Kellan com
alguma raiva. Isso me deixou curiosa, até que me lembrei que a ex companheira
de quarto, Joey, saiu abruptamente por causa de Kellan. Talvez fosse um padrão
com ele?
Kellan, por sua vez, encarou
Griffin. Ele parecia um pouco envergonhado e tomou um longo gole de sua cerveja
antes de resmungar: — Desculpe, Pete.
Pete suspirou e balançou a cabeça.
Acho que Pete estava acostumado aos riscos que envolviam seu entretenimento.
Surpreendendo a mim mesma, disse: —
Eu era garçonete. Preciso arrumar um emprego, e noites de trabalho seriam
perfeitas quando a faculdade começar.
Pete olhou para mim com curiosidade
e depois voltou para Kellan. Kellan sorriu e apontou para nós com sua garrafa.
— Pete, estes são os meus novos companheiros de quarto, Denny e Kiera.
Pete assentiu e olhou para mim.
—
Você tem 21 anos?
Sorri nervosamente.
— Sim, desde
maio.
Eu me perguntei brevemente o que ele
faria se eu disse "não" enquanto bebia uma cerveja?
Ele assentiu novamente.
— Tudo bem.
Eu poderia usar a ajuda logo, embora. Você pode começar segunda-feira, às seis
horas?
Olhei para Denny, me perguntando se
eu deveria ter falado sobre isso com ele primeiro. Com seu estágio durante o
dia, as noites seriam tudo o que passaríamos juntos. Ele estava sorrindo para
mim, porém, e acenou com a cabeça quase imperceptivelmente.
— Sim, isso seria ótimo. Obrigada, —
eu disse calmamente.
E foi assim que, um dia inteiro
estando nesta cidade nova, eu tinha um emprego.
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