Capítulo 20 - Meu Deus
Após Denny sair, eu fui
para a cama com essa nota agarrada nos meus dedos. Eu sabia que Kellan tinha
escrito no outono, antes que as coisas tivessem mudado entre nós, mas ela me
confortou. Ele sabia, mesmo naquela época, que algo poderia possivelmente nos
distanciar enquanto ele estava na estrada. Ele sabia, e me pediu com
antecedência para não deixá-lo. E eu não queria. Eu queria ele. Eu queria a
vida que ele tinha traçado no papel. Eu só queria confiar nele também.
Meu telefone tocou na
minha cama cedo na manhã seguinte. Ainda segurando a carta em meus dedos
lentos-para-responder, me atrapalhei com a engenhoca barulhenta, conseguindo
apertar o botão de resposta apenas um pouco antes de mudar para a caixa postal.
Uma voz quente encheu
minha orelha. — Feliz Aniversário.
Eu sorri e rolei de costas, imaginando os olhos azuis escuros que
acompanhavam a voz. — Você não tem que continuar dizendo isso cada vez que você
ligar, Kellan.
Ele suspirou, o som suave
quase ofuscado pelo guincho de um colchão de compressão. — Eu sei, mas eu ainda
me sinto muito mal por ter perdido, que eu não pude voar para você. Um ano
juntos é um grande negócio, e eu realmente queria vê-la... mas coisas
continuavam a aparecer...
Mordi o lábio. Ele havia
dito antes que eram coisas para a gravação. Quando ele pensava que ia poder
vir, a gravadora aparecia com novas coisas que ele tinha que assinar ou alguma
alteração que precisava ser feita no contrato. Eles também queriam aprovar
formalmente todas as músicas antes deles consentirem em tê-las registradas.
Kellan não estava feliz com o fato de que a empresa tinha a palavra final sobre
a sua música, mas fazer um álbum era caro, e o estúdio tinha que ter certeza
que eles estavam recebendo o melhor estrondo. Fiscalmente fazia sentido, mas
também fazia o processo de gravação muito mais complicado. Especialmente porque
eles queriam que todas as músicas fossem assinadas antes do grupo ir para Los
Angeles, em maio. Isso não dava a Kellan e aos caras um monte de tempo.
Eu entendi tudo isso...
mas eu realmente queria passar meu aniversário com meu namorado, não uma
garrafa de Nyquil. — Você tinha uma boa razão, Kellan, eu
entendo. Além disso, eu estava muito doente mesmo, e você me mandou flores.
Eu sorri, pensando nelas
no outro quarto, mas Kellan suspirou novamente. — Sim, as flores que você não
conseguiu receber a tempo. Eu realmente sinto muito sobre isso. Eu tinha
certeza que iria encontrá-la no Pete no sábado à noite.
Agora eu suspirei. — Está
tudo bem, Kellan, não é um grande negócio.
— É para mim, Kiera. Eu
realmente sinto muito que se transformou nisso. Eu vou fazer isso direito para
você... um dia... eu prometo.
Virando para o meu lado, eu deitei minha cabeça no meu braço. Um
momento de silêncio se passou entre Kellan e eu. Um momento que começou a
encher com tensão, quando eu pensava em todos os blocos que havia entre nós, os
físicos e emocionais. Apertando a minha mão segurando o papel, eu sussurrei, —
Eu encontrei sua carta ontem à noite, a do sofá.
Silêncio, em seguida, um
chiado de colchão enquanto ajustava sua posição também. — Ah... é?
Eu ouvi a incerteza em
sua voz, quando ele pensou que talvez tivesse ido longe demais, admitindo
abertamente que queria casar comigo. Talvez ele pensasse que eu não queria isso
para nós. Talvez ele pensasse que eu ainda estava esperando me casar com Denny,
um dia, desde que tinha sido o nosso plano não oficial. — Você realmente vê um
futuro para nós?
— Sim, eu vejo, Kiera...
o tempo todo. E... e você?
— Yeah. — Lembrando os
medos que eu tinha confessado para Denny na noite passada, temores que Denny
havia solidificado em mim por seu silêncio, um pensamento começou a substituir
a minha resposta. Com minha cabeça gritando para mim, se você acha que ele
está te traindo, Kiera, então ele provavelmente está, eu rapidamente
acrescentei: — Talvez... algum dia.
Quando Kellan absorveu a
minha resposta aparentemente morna, o silêncio constrangedor na linha ficou
ainda maior. Odiando a tensão que estava se formando em meu estômago,
sussurrei, — Eu sinto sua falta.
Sua resposta veio em uma
corrida. — Eu sinto falta de você também. Eu sei que nos vimos um par de
semanas atrás, mas não foi o suficiente, nem de perto... Eu realmente sinto sua
falta.
Ouvindo a melancolia em
sua voz, eu franzi as sobrancelhas e mordi o lábio. — Kellan? Você... está ok?
Meu coração começou a
bater mais rápido enquanto eu esperava pela resposta dele. Mesmo que ele só
parasse por alguns segundos, pareceu uma eternidade. — Sim... apenas exausto.
Eu nunca percebi o quão desgastante... isso seria. Sempre na estrada, sempre longe de casa, sempre tendo que
lidar com... pessoas. Eu sei que é cedo para você e você provavelmente vai
querer voltar a dormir, mas você poderia ficar na linha um pouco? Estou me
sentindo... eu só quero ouvir você respirar por um tempo.
Com simpatia por ele
correndo através de mim, eu desejei poder colocar meus braços em torno dele,
apertá-lo com força... beijá-lo. — Eu não tenho lugar para estar, só aqui com
você, Kellan.
Ouvi um sussurro quando
ele exalou satisfeito. — Bom, eu te amo, Kiera. Parece uma eternidade desde que
eu tive você, desde que eu fiz amor com você.
Eu corei um pouco, em
seguida, lembrei que tinha sido um tempo... desde a véspera de Natal, para ser
exata. — Foi há uma eternidade, Kellan. — Esperando e rezando para que a
minha última vez tivesse sido também a última vez de Kellan, eu engoli. No
silêncio, ouvi outro barulho de um colchão. — Onde está você? — Eu perguntei,
gelo picando minha pele, por talvez ele estar ligando de um quarto de hotel...
e não do dele.
Ele soltou um ruído
sensual de contentamento. — No ônibus, no quarto dos fundos. Todos os caras
sumiram, então eu roubei a cama de Griffin. — Ele riu um pouco. — Eu
simplesmente não podia passar mais um momento naquela pequena cama.
Imaginando-o em algum
lugar que Griffin fez... aquele tipo de coisas, eu fiz uma careta. Em seguida,
imaginando-o sonolento esparramado sobre uma cama, eu sorri. Uma onda de desejo
me arrepiou e eu sussurrei: — Então... você está sozinho? Completamente
sozinho?
— É... por quê?
Soltando sua carta na
minha cama, eu cobri os olhos com as mãos. Deus, eu não podia pedir-lhe para
fazer sexo comigo por telefone, eu simplesmente não conseguia. Mas, estávamos
ficando mais e mais distantes... Eu sentia. E talvez um momento de reconexão
era exatamente o que precisávamos agora.
Corando ao toque com minha vergonha, eu sussurrei: — Eu quero...
Você quer...?
Como a minha garganta
secou e discurso tornou-se impossível, Kellan calmamente perguntou: — O que,
Kiera?
Mantendo os olhos bem
fechados, eu virei de costas e fingi que era Anna. Ela não teria nenhum
problema pedindo a Griffin para fazer sexo por telefone. Oh, Deus, eu realmente
desejei que eu não tivesse acabado de ter esse pensamento. Suspirando, forcei
as palavras a saírem. — Eu sinto como se estivéssemos nos afastando, Kellan, e
eu só quero me sentir mais perto de você. Eu…
Kellan me cortou. — Sinto
muito, Kiera. Eu sinto que é minha culpa. Eu só... eu... Eu deveria... Devemos
falar de... Deus, isso é difícil...
Meus olhos lacrimejando,
eu balancei minha cabeça. Não, eu não queria que ele quebrasse meu coração
agora. Eu queria que ele me fizesse sentir melhor. Eu queria que ele me fizesse
sentir como se estivéssemos completamente em sincronia, completamente
apaixonados, e completamente devotados um ao outro. Eu queria me sentir adorada
mais uma vez, mesmo que fosse apenas por este momento.
— Não, não, Kellan. Eu
não quero falar agora. Eu só quero que você me faça sentir bem...
Ele ficou em silêncio,
então, — Kiera, você está me pedindo para... você quer que eu faça amor com
você?
Eu gemi um pouco quando
suas palavras foram direto através do meu corpo. Eu sabia que estava usando o
sexo como uma diversão, como ele às vezes fazia. Eu sabia que estava evitando
os nossos problemas, e eu também sabia que se eu empurrasse agora, realmente
empurrasse, eu provavelmente poderia levá-lo a ser honesto comigo. Mas... eu
não estava pronta para ouvir seus pecados. E tinha passado muito tempo desde a
última vez e eu sentia falta dele... tanto. Se pudéssemos fingir...
— Sim, — eu sussurrei, minha voz rouca. — Faça-me sentir,
Kellan... me faça sentir como sua esposa...
— Oh, Deus, Kiera... Eu
te quero tanto...
Passei a mão sobre meu
corpo, sobre os lugares que ele gostava de tocar. Minha respiração mais rápida,
eu sussurrei, — Eu não sei o que fazer, Kellan.
Ele gemeu no meu ouvido,
o som enviando uma dor através de mim. Mantendo os olhos bem fechados, eu achei
que eu poderia facilmente imaginar que minha mão era a dele. Especialmente com
a sua voz no meu ouvido, me guiando. — Tire a camisa, baby. Eu preciso correr
minha língua sobre esses belos seios...
Foi uma meia hora mais
tarde, antes que ele finalmente me deixasse ter a explosão que meu corpo estava
desejando. Ele me manteve na ponta, me atormentando, dizendo-me exatamente para
onde ir, o que tocar. E ele sempre dizia que ele estava fazendo isso, então eu
não me sentia idiota ou autoconsciente. Embora, eu tivesse parado de me
preocupar com isso cerca de cinco minutos depois de começar. Realmente, eu
parei de me preocupar com isso quando ele começou a se tocar sozinho. E sua
voz, quando ele veio... Deus, ainda estava tocando em meus ouvidos.
Ofegando ao telefone, me
levou um minuto para registrar que ele estava falando comigo. — Ei, você ainda
está aí?
Ele riu um pouco e eu
senti o embaraço começar a deslizar para dentro. Eu o afastei, embora. — Sim,
me desculpe. — Eu ri um pouco também. — Eu fiquei um pouco distraída.
Ele sussurrou em meu
ouvido um som delicioso. — Sim, eu sei. Deus, isso foi incrível, Kiera... você
foi incrível.
Não me sentindo como se
eu tivesse feito algo de especial, murmurei, — Você tem certeza de que foi bom?
Isso foi definitivamente uma primeira vez para mim...
Ele suspirou e riu. — Uh, considerando que eu não vinha tão duro
na minha própria mão há muito tempo... sim, isso foi perfeito. E... a primeira
vez para mim, também.
Isso me surpreendeu tanto
que eu sentei na cama. — Você nunca teve sexo por telefone antes?
Eu corei em perguntar-lhe
tão cruamente, mas ele apenas riu da minha resposta. — Não... por que você
parece tão surpresa?
Eu chupei meus lábios,
recordando as palavras acaloradas que ele tinha usado para alimentar o meu
corpo, lembrando ele me pedindo para fazer o que era bom. Na época, tinha
parecido tão natural tudo o que saia de sua boca que eu teria acreditado que
ele foi pago profissionalmente para fazê-lo. Ele provavelmente poderia. Eu acho
que ser uma pessoa extremamente sexual tinha seus pontos positivos. — Porque
você estava incrível...
— Incrível, real…? — Ele
cortou o que ele estava prestes a dizer e, em vez disso, xingou.
Eu franzi minhas
sobrancelhas. — Kellan? Tudo bem?
Soando como se ele
estivesse se movendo com pressa, ele murmurou: — Sim, é só que... os caras
voltaram. Tenho que ir... limpar. Sinto muito.
Uma inundação de calor
correu para meu rosto, imaginando como ele provavelmente parecia agora. Enrolei
os cobertores ao redor do meu corpo nu, sentindo-me constrangida com apenas o
pensamento de ser encontrada naquela posição. — Oh, bem, eu te amo.
Rindo, ele me disse que
me amava muito, e depois desligou o telefone. Eu deixei o celular em minha mesa
de cabeceira e me estiquei debaixo dos meus cobertores, lembrando dele gemendo
meu nome. Por enquanto, eu me sentia completamente satisfeita e relaxada, e eu
esperava que isso durasse.
E surpreendentemente
durou por um tempo. Eu me senti nas nuvens, quando flutuei ao longo dos meus
dias. Cheyenne notou, me perguntando se tinha alguma coisa a ver com a rosa que eu estava girando em meus
dedos durante a aula de poesia. Eu sorri e acenei para a mulher alegre. Eu não
tinha ideia de como Kellan conseguiu isso, mas todos os dias desde o nosso
momento aquecido no telefone, eu tinha sido abordada por estranhos me
entregando uma única rosa vermelha. Às vezes isso acontecia aqui na escola, às
vezes no trabalho. Uma vez no Starbucks. Era quase como se Kellan quisesse ter
certeza de que ele não me perderia novamente.
Era apenas quarta-feira
após o telefonema, e eu já tinha um vaso enorme, em casa. Se ele mantivesse
nesse ritmo, eu teria que comprar mais vasos. E eu provavelmente teria que
sair. Minha irmã estava sendo um urso ultimamente e revirava os olhos para cada
gesto romântico que Kellan fazia. Ela até disse que as flores estavam fazendo o
apartamento feder. Sério? Como isso é possível?
Eu tentei não tripudiar
sobre isso, já que ela parecia muito irritada com a falta de... tudo de
Griffin, mas eu esperava que seu humor melhorasse em breve. Talvez se não o
fizesse, eu iria morar com Denny?
Ele finalmente encontrou
um lugar para morar e era... Impressionante. Era uma casa em uma área
residencial isolada na colina Queen Anne. Os lugares lá eram bastante
agradáveis, e Denny tinha uma vista incrível da cidade. Meu queixo caiu quando
ele tinha me mostrado ao redor.
Depois da aula de hoje,
eu estava indo ajudá-lo a escolher o mobiliário. Ele tinha um bom olho para
decoração, uma vez que era uma espécie de mão-em-mão com marketing, e eu acho
que ele me convidou para ter certeza que eu estava bem.
Ele não tinha dito nada
sobre a minha melhora de humor desde a noite em que eu chorara em seus braços,
na noite em que tinha encontrado a carta de amor de Kellan, mas Denny me
observava como um falcão, esperando eu quebrar novamente. Senti-me mal por ter
cedido na frente dele, admitir meus medos a ele, então eu acho que tinha que
compensar minha alegria em torno dele, provavelmente fazendo me parecer
hipócrita. Como resultado, ele me ligava muito e saíamos muito.
Eu não me importava. Eu gostava de passar tempo com Denny... eu
sempre gostei.
Como o trimestre de
inverno estava acabando, hoje era o último dia da minha aula de poesia. Eu dei
a Cheyenne um abraço e lhe agradeci por ter me ajudado. Eu tinha certeza que
nunca teria conseguido passar através da linguagem rebuscada, sem a sua ajuda.
— Não tem problema,
Kiera. Talvez no nosso último trimestre ainda possamos nos reunir e estudar
durante o café?
Sabendo que meu trimestre
de Primavera seria igualmente tão desafiador como este último tinha sido, eu
exalei com um longo suspiro. — Sim, definitivamente. — Quando eu disse adeus
para a loira, ela me deu um sorriso caloroso. Era um sorriso excessivamente
quente e isso me fez franzir a testa. O sorriso parecia um pouco... excessivo.
Acenando para outros
amigos que eu tinha feito na aula, eu esperava que Cheyenne não tivesse tomado
um gosto por mim. Eu não tinha certeza se ela estava interessada em meninos ou
meninas, coisas desse tipo não costumam surgir em conversas francas. Embora,
quando falamos sobre Kellan, muitas vezes ela mencionou um ex que ela teve,
anos atrás no colégio. Eu tinha certeza de que tinha sido um rapaz. De qualquer
forma, eu não queria machucar outra pessoa na minha vida.
Mas, então, novamente,
talvez eu estivesse exagerando sobre isso. Cheyenne era amiga de quase todo
mundo na classe. E eu não era exatamente uma super beleza que todo mundo
cobiçava. Não, isso era Kellan... não eu.
Rindo de mim mesma, eu
fui para a área de estacionamento onde Denny ia me pegar. Sabendo que iríamos
às compras juntos hoje, eu tinha deixado o "bebê" de Kellan
estacionado com segurança no meu apartamento, com instruções firmes para minha
irmã para que ela não o levasse para um test drive. Parecendo mal-humorada e
cansada, ela só deu de ombros e murmurou, "Tanto faz".
Saindo do carro dele
quando cheguei no carro, Denny inclinou a cabeça para mim. — O que é tão
engraçado?
Percebendo que eu ainda estava rindo com a ideia de outra pessoa
estar apaixonada por mim, eu balancei minha cabeça. — Só percebendo que eu
penso demais de mim mesma.
Franzindo os lábios,
Denny sacudiu a cabeça e revirou os olhos. Era uma expressão adorável e eu
sorri. — Certo, sua autoestima é... desagradável. — Ele me deu o seu encantador
sorriso bobo. — Você realmente deve trabalhar em sua modéstia.
Eu bati em seu ombro,
rindo enquanto eu abria a porta do carro. Deslizando em seus cremosos assentos
luxuosos, aguardando ansiosamente a sensação de aquecimento do aquecedor
instalado neles, eu olhei para Denny quando ele entrou em seu lado. Ele olhou
para a flor na minha mão quando ligou o carro. — Isso é de Kellan?
Ele levantou uma
sobrancelha escura para mim quando eu deixei a flor no painel. — Sim, — eu
disse, um pouco sonhadora.
— Tudo está... certo,
então?
Ouvindo a preocupação em
sua pergunta, eu olhei para ele, seus olhos escuros agora se concentrando na
estrada. — Eu acho. Quero dizer, nós não conversamos, mas eu sinto que demos um
passo mais próximo.
Não me olhando, Denny
disse: — Mas vocês não falaram, no entanto, nada realmente mudou.
Eu suspirei, virando para
olhar para fora da janela. — Não, não, eu acho que não. Eu realmente não quero
falar sobre isso, porém, Denny.
Ele suspirou um pouco,
depois disse baixinho: — Ok, Kiera. É o seu relacionamento, não meu.
Olhando para trás, para
ele, eu inclinei minha cabeça. — Falando do seu... qualquer palavra sobre Abby
vindo?
Ele visivelmente se
iluminou quando olhou para mim. — Sim, seu trabalho atual vai terminar em
breve. Ela acha que poderia estar aqui até o final de abril.
Os olhos de Denny preencheram com um calor que eu só estava
acostumada a ver em referência a mim. Doeu um pouco, vê-lo em conexão com outra
mulher, mas também me fez sentir bem, de uma forma estranha. Denny era uma
parte da minha vida, e eu o amava. Eu queria que ele fosse feliz e ela parecia
fazê-lo dessa maneira. Colocando a mão em seu joelho, dei-lhe um sorriso suave.
— Estou feliz, Denny, eu tenho certeza que você sente falta dela.
Eu imediatamente me
perguntei se ele tinha tido conversas acaloradas pelo telefone com ela, então
pensei que provavelmente não. Isso não era o estilo de Denny. Então, novamente,
não era meu estilo também... e eu tinha feito isso. Se Abby era qualquer coisa
como Kellan, eu supunha que ela poderia ter aberto Denny a todos os tipos de
coisas novas. Em alguns aspectos, Denny e eu éramos muito parecidos. Os dois
estarem com pessoas diferentes de nós foi provavelmente uma boa coisa. Os
opostos se atraem e tudo.
Denny olhou para minha
mão em seu joelho, então para mim. Ele me deu um sorriso rápido, mas
minuciosamente puxou a perna para longe. Eu entendi e imediatamente tirei minha
mão. Algumas coisas me pareciam muito familiares. Algumas linhas não deviam
mais ser atravessadas. E sendo tão iguais, ambos entendíamos isso.
Andando pelo centro por
todas as lojas de móveis, finalmente escolhemos a sala de estar perfeita e o
conjunto de sala de jantar. Nós ainda pegamos um jogo de quarto. E sim,
escolher uma cama com seu ex-namorado, sabendo que ele vai usá-lo com sua atual
namorada... é estranho.
Nós dois tivemos
expressões desconfortáveis em nossos rostos quando o vendedor fez-nos sentar-se
em um colchão juntos. Mas então, quando estávamos deitados em nossas costas,
ponderando a situação estranha em que estávamos, nos entreolhamos ao mesmo
tempo e começamos a rir. Foi tão estranho que tinha ido para o reino da graça.
Rindo naquele colchão
revestido de plástico com Denny, eu não pude evitar me perguntar o que Kellan
diria, se ele soubesse onde eu estava e o que eu estava fazendo. Se ele pudesse
nos ver, ver como havia principalmente apenas amizade entre nós, ele podia
ficar bem com isso. Mas dizer-lhe sobre isso por telefone... sem visual para ir com a explicação, só parecia ruim,
especialmente porque Denny tinha estado aqui por alguns meses agora. Quanto mais
tempo ele estava aqui, mais difícil era explicar.
Decidindo pelo colchão
queen-size relativamente firme, nós escolhemos os móveis para ir com ele. Era
lindo, e eu tinha certeza de que Abby ia adorar a cama. Passando a mão sobre as
costas dela, Denny me disse que Abby tinha essa noção romântica de ir em um
passeio de trenó na calada do inverno. Juntos sob cobertores pesados, enquanto
um par de belos cavalos puxavam através de bancos de neve intocada, flocos dela
caindo sobre seu cabelo, parecia bastante surpreendente para mim também. Eu
esperava que ela pensasse isso quando visse esta cama... e esse pensamento era
estranho demais.
Estava começando a ficar
tarde, quando finalmente voltei para o meu apartamento. Depois de fazer os
preparativos para todo o seu material novo ser entregue, Denny tinha me levado
para um jantar comemorativo. Seu tema de conversa havia sido em torno de Abby,
e como ele estava animado para mostrar-lhe a nova casa deles.
Eu sorri educadamente,
feliz que ele estava feliz, mas uma pequena pontada tinha passado por mim ao
ouvir sua casa sendo chamada de "deles." Isso não me incomodou tanto
quanto eu teria imaginado, no entanto. Provavelmente porque Kellan às vezes
chamava seu lugar de "nosso", e isso sempre trouxe um sorriso ao meu
rosto. Eu queria que Abby tivesse os mesmos bons sentimentos, mesmo que eu
nunca a tenha conhecido.
Mas andando pela minha
porta por volta das dez horas da noite, eu estava muito surpresa ao encontrar a
minha irmã andando pela sala. Por um lado, ela não costumava ficar chateada o
suficiente para ficar andando, e dois, eu tinha certeza que ela deveria ter ido
para o trabalho.
Apontando para ela quando
deixei minha bolsa em cima da mesa, eu comecei a perguntar por que ela não
estava no Hooters. Ela nem sequer deixou-me dizer a primeira palavra da minha
pergunta embora. Virando para mim, com as mãos nos quadris, ela cuspiu, — Aí
está você. Onde você estava? Te liguei mil vezes.
Olhando para a minha bolsa, eu percebi que meu telefone deve ter
morrido. Espero que Kellan não tivesse tentado ligar. — Uh, eu estava com
Denny. Por quê?
Quando eu olhei para ela,
ela estava olhando para mim. — Eu não sei por que você sai com ele. — Eu
comecei a defendê-lo quando ela balançou a cabeça e levantou as mãos, me
interrompendo. — Olha, eu realmente não me importo com você e Denny. — Andando
até mim, ela agarrou meus braços. Com os olhos arregalados, ela freneticamente
balbuciou: — Estou atrasada, Kiera.
Franzindo as
sobrancelhas, eu balancei minha cabeça. — Ok, bem, o Honda está aqui... você
poderia ter saído para o trabalho a qualquer hora. — Eu continuei balançando a
cabeça, confusa. Anna e eu não tínhamos disputado o carro desde que Kellan
tinha deixado o Chevelle comigo. E, honestamente, ele estava aqui também, se
ela realmente precisava sair.
Soltando a cabeça para
trás, ela me deu um gemido exasperado. — Deus, Kiera, não esse tipo de atraso!
— Sua cabeça se voltou, enquanto seus olhos se arregalaram. Com a voz trêmula,
ela repetiu lentamente, — Estou atrasada.
Ela olhou para sua
barriga e meus olhos ficaram estáticos. — Oh meu Deus, você está grávida!
Me calando, ela olhou em
torno do nosso apartamento completamente vazio. Como se ela não quisesse que os
coelhinhos de poeira ouvissem, ela murmurou, — Eu não sei... mas eu estou
enlouquecendo.
Choque deixando minha
boca aberta, perguntei-lhe todas as perguntas que flutuavam em torno da minha
cabeça. — Quanto tempo de atraso? Quando foi sua última menstruação? De quanto
tempo você está? Quem foi o último cara que você esteve? — Parando um segundo,
eu levantei uma sobrancelha para ela. — Você sabe quem é o pai?
Olhando para mim, deixou
cair os braços e começou a me bater. — Sim! Eu sei quem é o pai... vadia.
Na tentativa de bloquear seus tapas, eu recuei um passo. — Sinto
muito. Jesus, Anna. — Saindo de seu alcance, eu segurei minhas mãos para cima.
— Não me mate por dizer isso, mas você nem sempre se limita a apenas um cara.
Seus lábios tremiam e
seus olhos perfeitamente verdes estavam cheios de lágrimas. Soltando sua cabeça
em suas mãos, ela começou a chorar. Sentindo-me mal, eu rapidamente coloquei
meus braços em torno dela e a segurei comigo. Entre soluços ela disse, — Eu
sei... mas eu tive... só estive com um ultimamente... e... oh Deus, Kiera...
Ela olhou para mim, com o
rosto desolado. — É Griffin...
Agora, meu rosto estava
desolado. — Oh meu Deus, eu estava com medo que você ia dizer isso... — Se
havia uma pessoa na Terra que nunca devia procriar... era Griffin. Mas ele
tinha, e agora minha irmã estava, possivelmente, carregando sua semente.
Agarrando seus braços,
peguei minha bolsa e puxei-a para a porta. — Vamos lá, temos que arranjar um
teste.
Surpreendentemente, ela
puxou meu braço. Ela estava balançando a cabeça enquanto olhava para ela, com o
rosto parecendo genuinamente apavorado. — Eu não posso...
Correndo a mão pelo seu
braço, tão ternamente quanto pude, eu sussurrei, — Você tem que saber, Anna. De
qualquer maneira, você tem que saber.
Ela ainda estava
assustada, mas ela não discutiu comigo e gentilmente a puxei para frente.
Sentindo como se eu estivesse tentando puxar uma égua selvagem que ia fugir a
qualquer movimento brusco ou som agudo, eu finalmente consegui colocar uma
assustada Anna no carro de Kellan.
Mas quando eu virei a
ignição, ela abriu a porta e saiu correndo. Torcendo meus lábios para ela
através da janela, eu balancei minha cabeça. — Volte para o carro, Anna.
Ela fechou a porta e balançou a cabeça. — Você faz isso, eu vou
esperar lá em cima. — Suspirando de sua relutância em enfrentar os fatos, eu
assenti e tirei o carro do estacionamento. Felizmente, ela ainda estaria em
casa quando voltasse. Anna poderia evitar a responsabilidade com o melhor dela.
Eu não tinha ideia do que ela faria se o palito ficasse azul.
Na farmácia, eu peguei um
de cada tipo de teste, e dois do tipo que detectava a gravidez precoce. Se ela
tivesse ficado grávida de Griffin, então tinha que ter acontecido em Boise, e
isso tinha sido apenas algumas semanas atrás. Pareceu-me muito cedo para ela
testar positivo, mas então, eu não era uma especialista no assunto. Eu deixaria
isso para os especialistas.
Desejando que minha irmã
estivesse aqui para comprar isso, desejando que a pessoa no caixa fosse uma
menina hoje à noite, e não um cara de vinte e poucos anos, eu pousei a minha
cesta cheia de testes de gravidez, murmurando: — Eles são para a minha irmã...
O homem sorriu para mim,
mas não disse nada. Eu tinha certeza que ele pensou que eu estava mentindo. Eu
estranhamente parecia me encobrir, já que estava vestindo uma jaqueta grossa.
Eu não sei, mas a compra de testes de gravidez era meio como comprar
preservativos. Era um sinal de néon piscando pairando acima de você que gritava
Eu estou fazendo sexo! Bem, os testes gritavam Eu fiz sexo!
Esperava que eu não
topasse com alguém que eu conhecesse...
Felizmente, eu não fiz, e
eu saí de lá com as bochechas vermelhas brilhantes e a maioria do meu orgulho
intacto. Quando voltei para o apartamento, minha irmã ainda estava lá. Na
verdade, ela estava encolhida no sofá, debaixo de um cobertor, tremendo como se
tivesse acabado de assistir um filme de terror. Suspirando para ela, eu lhe
entreguei o saco de papel. Ela não pegou. Em vez disso, ela baixou a cabeça em
suas mãos e começou a chorar novamente.
Afundando-me de joelhos,
eu coloquei o saco fora de vista atrás de mim e escovei o cabelo sedoso atrás
das orelhas. — Hey, vai ficar tudo bem, sis. — No que eu achava que era uma voz
de esperança eu acrescentei, — Quero dizer, você provavelmente não está grávida. Você não usa a pílula? — Eu tinha
usado diligentemente desde que Denny e eu começamos a ficar sério. Eu apenas
assumi que Anna fazia o mesmo.
Ela olhou para mim, com o
rosto desolado. — Na maioria dos dias...
Mordi o lábio para conter
o discurso que eu queria dar a ela. Você não pode sair por aí e semear sua
aveia selvagem de forma tão descuidada. Mas, ela estava pirando, e a última
coisa que ela precisava era de uma palestra de mim. Sorrindo em vez disso, eu
lhe afaguei a perna. — Você quer que eu te ajude?
Revirando os olhos, ela
olhou para o saco que eu estava escondendo com o meu corpo. — Não, obrigada. Eu
posso fazer xixi sozinha.
Suspirando, eu vi como
ela se levantou, pegou a bolsa e saiu correndo da sala. Tentei imaginar a
raposa de espírito livre grávida... mas eu não podia.
Ela saiu do banheiro um
par de minutos depois, segurando cinco paus na mão. Ela olhou para eles,
horrorizada, como se fossem começar a chamá-la de mamãe a qualquer momento. —
Ok, e agora?
Caminhando até ela, eu
olhei as varas recém molhadas... elas estavam em branco. — Bem, eu acho que
você tem que esperar alguns minutos, Anna.
Ela olhou para mim, com
cor em suas bochechas. — Eu tenho que esperar? Eu tenho que ficar aqui e
esperar para ver se a minha vida continua ou não?
— Anna, sua vida não tem
que acabar, se você está gráv…
Ela colocou o dedo na
minha boca, me calando. — Não diga a palavra. É má sorte. — Revirei os olhos
para ela, esperando que ela tirasse o dedo, mas não fiz comentários sobre a
superstição ridícula.
Passando a mão pelos
cabelos dela, Anna continuou a olhar para as varas em sua outra mão. — Eu
preciso de uma bebida, — ela murmurou.
Ela começou a virar o
corpo, como se estivesse indo para a cozinha. Eu agarrei o braço dela. — Anna,
você não pode beber, não se você estiver gráv… —
Ela olhou para mim quase dizendo a palavra temida de novo e eu
rapidamente mudei para: — Não, se você estiver com a criança.
Sorri para minha mudança
da frase e Anna franziu a testa. — Droga! Isso já é uma merda.
Vigorosamente tirando os
palitos dela, eu fiz ela se sentar no sofá, longe deles. Seus olhos observavam
os vários testes na minha mão. Eu quase me senti como se pudesse acenar em
transe com eles, como um encantador de serpentes em um circo. Eu gostaria de
poder, uma vez a cada dez segundos, ela perguntava: — Alguma coisa?
Olhando o tempo todo, eu
respondi com um: — Não, seja paciente.
Em torno da décima vez
que ela perguntou e eu olhei, notei algo. Quando eu não lhe respondi
imediatamente, Anna levantou-se. Segurei-a para trás com uma mão, tentando
lembrar se esta marca particular, dois traços, era uma coisa boa... porque eu
definitivamente estava vendo dois.
— O quê? Qual é o
veredicto? — Ela perguntou, agitada quando ela pegou minha mão.
— Eu não sei ainda, Anna.
Estreitando os olhos,
esperando que eu estivesse lembrando as direções erradas, eu olhei para o que
usava palavras para soletrar o seu destino. Quando a palavra floresceu para a
vida diante dos meus olhos, eu quase senti vontade de chorar.
Minha irmã estava quase
frenética de preocupação quando eu olhei para ela. Na voz mais alta que pude
reunir, eu sussurrei, — Você está grávida... eles são positivos.
Seus olhos se
arregalaram. Soltando o braço, ela calmamente perguntou: — Todos eles? — Como
se de alguma forma, se apenas um disse que não, seria negar o resto.
Olhei para eles novamente, então para ela. Todos os sem palavras
eram similares - dois traços, um traço e um sinal de mais, um tinha até um
rosto sorridente. Junte a isso aquele que alegremente pronunciava GRÁVIDA e
isso só podia significar uma coisa.
Eu assenti e dei um
sorriso triste. — Todos eles. Parabéns, Anna, você vai ter um bebê.
Ela começou a chorar... e
não porque ela estava feliz.
Quando Anna se recompôs,
ela parecia convencida de que poderia mudar o resultado da tecnologia. — Não! —
Agarrando os palitos, ela começou a marchar seu caminho para o banheiro. No
caminho, ela gritou: — De jeito nenhum! Estes estão errados. Eu NÃO estou
grávida!
Eu cuidadosamente segui
por trás da mulher irritada, tentando ajudá-la sem ter minha cabeça arrancada.
Depois que ela fechou a porta do banheiro, eu timidamente bati nela. — Anna? O
que você está fazendo?
Sua voz tremendo de medo
e fúria, ela gritou: — Eu estou fazendo o resto deles! Porque eles estão errados!
Não há nenhuma maneira daquele filho da puta ter me engravidado! Não há!
Eu suspirei, não querendo
dizer a ela que isso era possível. Griffin podia ser um idiota, mas seu esperma
ainda podia nadar... aparentemente. Muito calmamente, perguntei: — Você tem
certeza que é de Griffin?
Encolhi-me depois que
perguntei, sabendo que a mulher temperamental, provavelmente, me estrangularia
por chamá-la de vagabunda por uma segunda vez. A porta se abriu e dois olhos de
esmeralda brilharam para mim. — Sim... eu... tenho certeza.
Ela fechou a porta
novamente e eu estremeci. — Okay, apenas verificando...
Quando ela ficou em
silêncio por um longo tempo, eu lentamente abri a porta. Anna tinha todos os
testes alinhados ao redor da pequena pia. Eram todos
diferentes cores e estilos, e as telas de resultados mostravam
várias formas de palavras ou símbolos, mas os resultados eram os mesmos em cada
um deles.
Confirmado por uma dúzia
de diferentes testes... Anna estava grávida.
Ela olhou para mim, com
lágrimas nos olhos, sua raiva minando. — O que eu faço, Kiera?
Entrei no quarto e
abracei a mulher perdida. Ela parecia completamente perdida, e eu nunca tinha
visto minha irmã assim. Ela tendia a rolar com o que a vida lhe dava, passando
de lugar para lugar, de homem para homem, um emprego para outro. Uma criança
embora... isso era uma responsabilidade permanente da qual ela não podia fugir.
— Você vai fazer o melhor
que puder, Anna, e eu vou ajudá-la o máximo que eu puder.
Eu me afastei para
olhá-la e ela se separou de mim, dando um passo para trás na pequena sala.
Balançando a cabeça, ela balbuciou: — Não, eu não posso fazer isso, Kiera. Eu
não sou você. Eu não sou responsável ou de confiança ou inteligente. — Ela
jogou as mãos para cima no ar. — Eu trabalho no Hooters pelo amor de Deus. Tudo
o que tenho é um cabelo bonito e um ótimo corpo. O que diabos eu tenho a
oferecer a uma criança?
Suspirando, eu coloquei
minha mão em seu braço. — Você vai fazer melhor do que você pensa, e eu sei que
vai, você vai adorar esse bebê... tanto. E o que mais precisa um bebê, além de
amor?
Lágrimas rolaram pelo seu
rosto e ela balançou a cabeça novamente. — Eu não posso fazer isso... eu não
quero. Eu não quero filhos, eu nunca quis ter filhos. — Ela passou as mãos
pelos cabelos, gemendo. — Oh, meu Deus... Papai! Ele vai me matar. Mamãe... ela
nunca vai olhar para mim da mesma forma...
Fungando, ela cobriu o
rosto por um segundo e eu dei um tapinha no seu braço. — Eles vão... Anna. Eles
vão ser avós orgulhosos, e você e Griffin…
Ela baixou as mãos, o queixo caindo. — Griffin... oh meu Deus.
Griffin vai ser pai! — Ela disse como se só agora percebesse o seu papel em
tudo isso.
Eu esfreguei o seu braço.
— Sim, é assim que funciona, Anna.
Sacudindo a cabeça, o
rosto ainda incrédulo, ela disse, — Griffin não pode ser um pai, Kiera. Ele
simplesmente não pode. — Ela apontou para fora da janela do banheiro, onde os
nossos rapazes estavam a milhas e milhas de distância de nós. — Ele é um grosso
com filhotes de cachorro, Kiera! Você pode imaginá-lo em torno de uma criança?
Eu me encolhi. Não, nem
em um milhão de anos. Tentei dar um sorriso apaziguador, mas Anna notou minha
expressão. Em uma tentativa de tranquilizá-la, eu disse: — Bem, você terá
Kellan e eu, e Evan e Matt especialmente, já que ele é da família. Eles vão...
manter Griffin na linha.
Suspirando, ela fechou o
assento do vaso e sentou-se sobre ele. — Griffin... ele vai pensar que eu fiz
isso de propósito, como aquelas groupies que eles foram avisados. — Ela olhou
para mim, novas lágrimas nos olhos. — Ele nunca mais vai querer ficar comigo de
novo.
Com lágrimas em meus
próprios olhos, eu balancei minha cabeça. — Anna, ele não vai... — Fechei minha
boca. Não, Anna estava certa. Era exatamente o que ele pensaria. Balançando a
cabeça, encolhi os ombros. — Eu sinto muito.
Engoli as lágrimas que
ameaçavam transbordar. O que estava acontecendo entre ela e Griffin, ficou
claro que Anna realmente gostava dele, talvez o amasse. Eu não tinha certeza,
mas eu sabia que estava acabado agora, e eu sabia o quanto um relacionamento
acabado feria.
Assistindo minhas emoções
lutando, Anna de repente se levantou. — Eu vou vomitar... — Virei para
abraçá-la, pensando que sua dor era emocional, mas ela segurou uma mão para mim
e uma para a boca. — Não, eu realmente vou vomitar.
Virando-se, ela
rapidamente abriu a tampa do vaso sanitário e passou a jogar em cima dele.
Segurando o cabelo para trás, eu esfreguei seu ombro enquanto ela descansou a cabeça em seu braço. Ela fungou algumas
vezes, respirando mais pesado, então a raiva pareceu ressurgir.
Levantando-se, ela limpou
a boca em uma toalha. Quando eu ia dizer-lhe todas as palavras de encorajamento
que eu poderia pensar, ela pegou o saco de papel da farmácia e começou a
empurrar todos os testes dentro do mesmo. Amassando o saco, ela saiu do
banheiro.
Curiosa com a maneira que
a mulher emocional balançava agora, eu a segui. Curiosamente, ela invadiu meu
quarto. — Anna... o que você está fazendo?
Abrindo uma das minhas
gavetas, ela empurrou a bolsa para dentro e fechou. Com cara feia, ela olhou
para mim. — Não, isso não está acontecendo. Este é apenas um sonho estranho que
eu vou acordar a qualquer minuto.
Caindo de boca aberta, eu
apontei para a bolsa na minha gaveta. — Você não está sonhando, Anna. Isso
aconteceu, e você precisa lidar com isso agora.
Ela me deu um olhar vazio
quando começou a sair do quarto. — Eu não sei do que você está falando, Kiera.
Eu agarrei seus ombros
enquanto ela passou por mim. Ela não olhou para mim. — Você não pode simplesmente
desejar que não aconteceu, Anna. Isso aconteceu com você, querendo reconhecê-lo
ou não.
Com o rosto completamente
sem emoção, ela finalmente se virou para olhar para mim. — Não, Kiera... não tem
que acontecer.
Todo o sangue drenou do
meu rosto, do meu corpo. Será que ela queria dizer...? Eu não podia acreditar
que minha irmã iria contemplar isso. Eu sabia que ela estava pirando, eu sabia
que ela estava perturbada, mas... eu não podia acreditar que ela sequer
consideraria... acabar a gravidez. — Anna... você não pode...
Ela se afastou de mim, um
traço de emoção de volta em seu rosto. — Eu não sei ainda, Kiera, tudo bem. Eu
só... preciso deixar isso afundar por poucos dias, está bem?
Eu assenti para ela, engolindo. Pensar era uma coisa boa. De cabeça
para baixo, ela começou a sair do meu quarto. Na porta ela parou e olhou para
trás. — Não conte a ninguém sobre isso, Kiera, por favor? Não para mãe ou o
pai, não para Jenny, não para Kellan ou Denny... ninguém.
Suspirei e dei um passo
na direção dela. — Anna, você não tem que fazer isso sozinha.
Ela sacudiu a cabeça e
estendeu a mão para me parar. — Por favor? Se eu decidir fazer um aborto... Se
eu decidir parar com isso, eu não quero que nenhum deles saiba. Nunca. Por
favor? Eu não disse a Kellan sobre o seu segredo! E eu totalmente cobri você
quando você estava no hospital após o fiasco de Denny-Kellan, inventei uma
história estúpida sobre o seu apêndice estourar quando chegou a conta para
papai... você me deve isso.
Sua voz vacilou tanto que
traiu o quanto esta decisão acabava com ela. Eu sabia que a minha irmã não era
uma pessoa fria, que poderia acabar com uma vida por um capricho, mas eu sabia
que a ideia de trazer um bebê ao mundo assustava ela, especialmente em sua
situação estranha com Griffin. Esperando que ela fizesse a escolha certa se eu
lhe desse espaço e silêncio, assenti. — Tudo bem, eu prometo que não vou dizer
uma palavra... a ninguém.
Ela assentiu com a cabeça
e se virou para sair e eu agarrei o braço dela. — Mas você tem que me dizer...
antes de você fazê-lo. — As lágrimas escorrendo pelo meu rosto agora, eu
balancei minha cabeça. — Se você decidir não mantê-lo, me diga antes... não
depois, ok?
Seus olhos lacrimejaram,
lágrimas lentamente deixando-os e arrastando para baixo em suas bochechas
manchadas. Puxando-a para um abraço, acrescentei: — Esse é o meu sobrinho ou
sobrinha lá. Você tem que pelo menos me dar uma última chance de te convencer a
não fazê-lo. E se eu não puder... você tem que me deixar ir com você... para
segurar sua mão.
Quando eu recuei, as
lágrimas escorriam pelo seu rosto e ela assentiu, soluçando um soluço. Meu
próprio rosto tão molhado como o dela, eu coloquei a mão em seu rosto.
— Eu amo você, Anna. Eu sei que você vai
fazer... o que for melhor.
Ela assentiu, em seguida,
virou-se e saiu.
"— Estou atrasada, Kiera.
ResponderExcluir— Ok, bem, o Honda está aqui... você poderia ter saído para o trabalho a qualquer hora."
kkkkk,sério Kiera?
Aff, ficou tenso!
Pensei que a Anna faria a Kiera fazer um teste tbm,para ajudá-la e então quem estaria grávida seria a Kiera, não a Anna,rsrs.
*NÃO AO ABORTO!