Capítulo 5 - Um Sonho
Nunca deixava de me
surpreender a rapidez com que Kellan Kyle poderia transformar meu humor. Um
minuto eu poderia ter certeza que eu tinha cometido um erro e nunca daria
certo, e no próximo eu estaria languidamente na cama com ele, um sorriso
preguiçoso e satisfeito no meu rosto e pensamentos de que tudo no mundo era
certo e bom.
Eu me sentia assim agora,
quando eu lhe dei um último beijinho antes de ir para o banheiro para me
preparar para o trabalho. Puxando minha chapinha, abri espaço para ela no
balcão pequeno onde os produtos de beleza da minha irmã pareciam multiplicar a
cada dia. Eu escutei Kellan cantando baixinho no meu quarto. Era um som
reconfortante e meu sorriso preguiçoso ampliou no espelho.
Balançando a cabeça para
o meu cabelo bagunçado de ‘eu-fiz-sexo’, puxei uma escova através de minhas
ondas. Kellan tinha um dom. Ele poderia arruinar tudo, ou ele poderia fazer
tudo perfeito. Candy estava apenas tentando interferir com isso, porque ela era
a harpia do ciúme que eu estava tentando não ser. Eu tinha ouvido ela se gabar
para os alunos sobre estar com um astro do rock antes.
Embora às vezes eu desejasse que ele não fosse, ela adorava o fato
de que ele era meio famoso por aqui. Ela queria mais dessa fama. Eu tinha
certeza de que ela iria sair com ele apenas para fixar o seu nome a ele. Isso
me fazia doente, por algumas pessoas serem tão obcecadas com os seus quinze
minutos. Para mim, sua fama só complicava as coisas. Seria muito mais simples
se ninguém soubesse quem ele era.
Terminando minha
maquiagem e domando os meus cabelos em um funcional-mas-bonito rabo de cavalo,
eu voltei para o meu quarto. Kellan estava confortável no colchão Queen que
assumia muito do meu quarto minúsculo. Apoiado em meus travesseiros, ele estava
feliz esfregando os pés juntos. Novamente completamente vestido, ele estava
lendo um dos meus romances com um sorriso pequeno e divertido no rosto.
Olhando para a capa, que
tinha um homem segurando uma mulher seminua em seu peito nu, eu balancei a
cabeça para Kellan. — O que você está fazendo?
Não olhando para mim, o
seu sorriso se alargou. — Eu estou lendo sua pornografia.
Batendo no pé dele
enquanto eu andava, eu zombei, — Isso não é pornografia... É romance.
Bufando, Kellan olhou
para mim. — Sério? — Olhando para baixo no livro, ele começou a ler uma
passagem do mesmo. — Ela ofegou em sua boca quando sua ereção deslizou contra
ela. Ele gemeu quando seu desejo o revestiu. Estavam tão prontos para estarem
juntos, livres de culpa e remorso... Finalmente. Suas pernas envoltas em torno
dele embalando seus quadris. Quando ele sentiu a ponta de si mesmo pressionar
contra sua entrada, ouviu-a gemer, — Eu quero você enterrado em mim, eu quero
ser consumida por você.
Eu corei toda vermelha,
lembrando a parte que ele estava lendo. Era uma cena muito quente e,
geralmente, me ligava um pouco. E do jeito que ele lia era tão sensual...
Envergonhada pela classificação que ele fez, eu peguei o livro dele,
colocando-o numa gaveta da cômoda. Eu estava muito certa de que da próxima vez que eu o lesse, iria ouvir a voz sensual de Kellan em minha
cabeça. Isso me fez necessitada só de pensar nisso.
Kellan me deu um sorriso
malicioso. — Veja... pornô. — Ele se inclinou para frente. — E pornô quente
também. — Ele apontou para onde eu tinha escondido o livro. — Eu não me
importaria de tentar essa coisa na página…
Eu o cortei, meu rosto
quente ao toque quando puxei seu braço, puxando-o para seus pés. — Coloque seus
sapatos, é hora de ir.
Ele riu de mim quando ele
se firmou. — Sim, tudo bem... talvez na próxima vez, então.
Entrando no Pete com
Kellan um pouco mais tarde, fui recebida por uma borbulhante Kate. Desde que
Jenny tinha a noite de folga, ela era minha parceira no crime para a noite.
— Oi gente!
— Oi, Kate. — Eu sorri para
a mulher pulante e tentei me afastar do meu namorado para que eu pudesse ir
colocar minha bolsa no lugar. Assim, quando nossos dedos se separaram, Kellan
agarrou minha cintura, me puxando para trás em seus quadris.
— Eu vou querer o meu do
costume, — ele rosnou em meu ouvido.
Mordi o lábio quando sua
voz causou arrepios na minha espinha. Torci para dar ele um olhar sujo,
balançando a cabeça. — Eu sei o que você gosta, Kellan.
Ele sorriu
diabolicamente, sua mão deslizando para se esgueirar para dentro do bolso
traseiro da minha calça jeans. — Sim... você certamente sabe. — Percebendo quão
sugestivo era o que eu disse, eu empurrei-o para longe de mim. Ele tinha uma
mente tão suja às vezes. Na maior parte do tempo, na verdade.
Ele riu da cor no meu rosto,
em seguida, beijou meu rosto. — Você é tão adorável. — Inclinando-se, ele
sussurrou, — Eu já mencionei o quanto isso me excita?
Rindo quando me liberei dele, murmurei, — O que não faz, Kellan?
Sorrindo, ele encolheu um
ombro e voltou para sua mesa. Eu suspirei, observando-o. Kate ao meu lado
suspirou também. Eu me virei para olhar para ela quando ela sonhadoramente
disse: — Deus, ele tem um cabelo ótimo. Ele sempre parece que acabou de sair da
cama. — Encontrando meu olhar, ela franziu a testa. — Como ele faz isso?
Mordendo o lábio,
esperando que meu rosto não estivesse vermelho beterraba, dei de ombros. Eu não
podia exatamente dizer a ela que ele estava usando atualmente seu incrível
cabelo-de-sexo porque ele tinha acabado de ter sexo. Isso era informação demais
para dar a minha colega de trabalho.
Encolhendo os ombros, ela
balançou a cabeça e me deu um punhado de pirulitos do bolso do avental. — Aqui,
Pete mandou fazer esses para dar aos clientes.
Desembrulhando uma
etiqueta vermelha com o "Bar de Pete" claramente escrito, ela colocou
um na boca, — Eu continuo esquecendo-me de dar-lhes, embora. — Ela sorriu ao
redor do palito em sua boca. — Eles são com aroma de maçã.
Eu sorri e agradeci-lhe,
em seguida, fui guardar minhas coisas. Uma vez que eu estava de costas,
desembrulhei um também e enfiei na minha boca. Deus, eu amo sabor de maçã. É
muito melhor do que maçãs reais.
Rita tinha a cerveja de
Kellan pronta antes mesmo de eu chegar ao bar para buscá-la. Olhando através da
sala para Kellan, ela sombriamente me entregou.
— Aqui... isto é para o
bochechas doces.
Arrebatando-a dela, eu
murmurei, — Obrigada, — e revirei os olhos, quando eu me afastei. Era tão
irritante ter o meu cara sendo mentalmente despido uma e outra vez. E as
pessoas achavam que os homens eram o grupo mais excitado. Eu estava começando a
duvidar disso.
Puxando o pirulito quando me aproximei de onde Kellan estava
sozinho em sua mesa, entreguei-lhe a sua bebida. — Aqui está... seu costume.
Ele sorriu para mim
quando tomou a cerveja da minha mão. Em seguida, estendeu a outra e agarrou a
mão segurando meu pirulito. Fechando os dedos sobre os meus, ele trouxe o
pirulito para os lábios e fechou a boca em torno dele. Não quebrando o contato
visual, ele chupou meu pirulito por um momento, em seguida, o deixou ir. Foi
terrivelmente erótico e ouvi alguns gemidos de uma mesa próxima de meninas
observando-o. Queria me inclinar para baixo e provar a maçã em sua língua, em
vez disso eu decidi ficar pelos meus direitos.
Empurrando o seu ombro
para trás, eu fiz uma careta. — Eca, Kellan. Isso é meu.
Nada sobre a boca dele
perto de qualquer coisa minha me deixava com nojo, mas era o princípio da
coisa. Você não chupa o pirulito de outra pessoa sem ser convidado.
Sorrindo, como se ele
soubesse que eu ia deixar seus lábios irem a qualquer lugar, ele inclinou a
cabeça para mim. — O quê? Eu posso colocar minha boca em sua…
Cobri sua boca, dando uma
espiada nas meninas na mesa ao lado dele, inclinando-se sutilmente em seus
lugares para ouvi-lo falar.
— Kellan! — Eu assobiei
baixinho.
Removendo minha mão de
seus lábios, ele continuou impávido. — ... Mas eu não posso desfrutar do seu
pirulito?
Balançando a cabeça para
ele, eu senti um sorriso fluir em minha boca. Ele me deu uma carranca leve e
olhos de cachorrinho. E, caramba, se não era irremediavelmente atraente.
Desistindo, eu empurrei o pirulito na boca dele. Aqueles olhos tinham ganhado
isso. Ele sorriu à volta do palito e eu suspirei em aborrecimento.
— Você poderia ao menos
perguntar primeiro.
Removendo-o, seus lábios se curvando sobre a borda da bola
sedutoramente, ele levantou uma sobrancelha. — Eu não achava que tinha que
pedir para chupar seu… doce.
Eu fiz uma careta
genuína. — Não diga doce. — Depois da tarde que eu tive, eu realmente
não queria nunca mais ouvir a palavra de novo.
O sorriso caiu de seu
rosto quando ele entendeu a minha expressão. — Desculpe, — ele sussurrou.
Balançando a cabeça, eu
me inclinei e pressionei meus lábios nos dele, a maçã era tão maravilhosa
quanto eu imaginei que seria.
— Está tudo bem. —
Ignorando os ruídos descontentes da mesa das mulheres à minha esquerda, eu
suavemente o beijei novamente.
— Basta perguntar da
próxima vez, ladrão de pirulitos.
Ele estava sorrindo e se
divertindo quando eu andei para longe.
Não muito mais tarde,
quando eu estava contado o meu dia na escola para Kate, menos o fiasco com
Candy claro, as portas se abriram. Assustada, olhei para ver Matt correndo. Seu
rosto estava radiante quando ele imediatamente olhou para a mesa dos rapazes.
Vendo Kellan, seu sorriso ficou ainda maior e ele praticamente só viu a mesa.
Não acostumados a ver o
homem tímido tão exuberante, olhei para trás para Kate. Ela encolheu os ombros.
Nós duas viramos de volta para as portas da frente quando a ouvi abrir de novo.
Griffin atravessou desta vez, com Evan logo atrás dele. Os dois homens estavam
brilhando tanto como Matt tinha estado. Ambos corriam para acompanhar Matt, que
estava se aproximando de Kellan, dizendo a ele algo com uma expressão animada.
Kellan franziu a testa e olhou para o resto dos caras vindo em sua direção.
Erguendo minhas sobrancelhas, eu tentei entender o que estava acontecendo.
— O que há, Kiera? — Kate me perguntou, apontando para onde Matt,
Griffin e Evan estavam sentados em torno de Kellan, inclinando-se para ele
quando todos falavam para ele de uma vez. A expressão de Kellan era de choque
quando ele olhou entre todos eles. Ele ocasionalmente perguntava quando um
deles fazia uma pausa longa o suficiente para ele fazer isso.
— Eu não tenho ideia, —
murmurei, afastando-me dela para descobrir.
Kellan estava com olhos
agarrados a mim quando eu estava quase perto para ouvir. Eu fiz uma pausa
quando ele se inclinou para trás e passou a mão sobre sua boca. Seus olhos
pareciam preocupados, muito preocupados. Isso fez meus pés se sentirem como
chumbo, me fez ter medo de ir para perto dele. Eu pensei que era uma boa
notícia pelo olhar nos rostos dos rapazes, mas Kellan não parecia como se
tivesse acabado de ouvir boas notícias. Ele parecia como se tivesse acabado de
lhe dizer que a vida como ele conhecia estava terminando.
Empolgados, todos eles
deram um tapinha no ombro dele. Eles estavam tentando fazer com que ele
sorrisse, mas Kellan balançou a cabeça e murmurou alguma coisa para eles, seu
olhar ainda preso no meu. Eventualmente, todos se viraram para olhar para mim.
Na verdade, eu dei um passo para trás, quando cada um de seus olhos encontraram
os meus. Evan foi simpático; o que me assustou. Matt foi avaliador; o que me
preocupou. Griffin foi irritado; o que... realmente não foi nada de novo.
Kellan se inclinou para
frente e trouxe todas as atenções para ele. Ele começou a falar baixo, e
intensamente, e eu não poderia perceber. Os caras imediatamente balançaram a
cabeça e jogaram as mãos para cima, irritados. Eu nunca tinha visto uma briga
do grupo antes e eu tinha a sensação horrível de que eles estavam de alguma
forma brigando por minha causa.
Alguém por perto me
chamou, pedindo alguma coisa, mas eu não podia mover-me para responder. Algo
grande estava acontecendo. Algo que Kellan não estava entusiasmado, mas o resto
do grupo estava. Algo que parecia envolver-me. Gelo derramou pelo meu corpo
enquanto eu tentava em vão juntar as peças do quebra cabeça.
Griffin, de repente, gritou: — Oh, por favor, Kellan! Foda-se! —
Isso me fez vacilar. Kellan levantou uma mão calmante para Griffin e respondeu
baixinho algo, balançando a cabeça. Griffin sacudiu a sua, cruzando os braços
sobre seu peito. Griffin fez uma careta de volta para Kellan enquanto Matt
baixou a cabeça, decepcionado. Evan bateu no ombro de Kellan e inclinou-se para
dizer-lhe algo. A mão de Evan virou de volta para mim e os olhos de Kellan
seguiram o movimento.
Sentindo meu coração
bater cerca de 10 vezes mais rápido, eu assisti Kellan suspirar e esfregar o
rosto com as mãos. Caindo para trás em sua cadeira, ele finalmente sacudiu a
cabeça e olhou para seus amigos. Assentindo, ele disse algo, então lentamente
se levantou.
Seus olhos encontraram os
meus e ele suspirou de novo. Eu senti como se meu coração fosse explodir quando
eu o vi se desculpar e começar a caminhar em direção a mim. Eu quase queria
fugir quando eu senti que a tensão de sua mesa seguia pelo corredor para mim.
Talvez fosse tudo na minha cabeça, mas o bar parecia tranquilamente mortal.
Kellan e eu tínhamos uma história de fazer cenas neste bar. Eu não tinha
certeza se era isso que ia acontecer, mas o resto das pessoas parecia pensar
assim quando eles ansiosamente esperavam nosso encontro.
Com sua cabeça para
baixo, Kellan ficou na minha frente. Prendi a respiração.
— Posso… falar com você,
— ele olhou para cima, sua expressão apertada, — lá fora?
Eu assenti rigidamente,
querendo fazer qualquer coisa exceto sair com ele. Eu não podia me mexer, mas
ele pegou minha mão e começou a me arrastar. A ação levou os músculos do meu
corpo involuntariamente a responderem, e eu o segui para fora das portas duplas.
Uma onda de sussurros
começou bem antes das portas fecharem. Em seguida, todo o som do bar foi
cortado. Kellan soltou minha mão e passou a passar através de seu cabelo.
Olhando ao redor do estacionamento, ele parecia
estar se concentrando em qualquer coisa que não fosse eu. Senti as
lágrimas nos meus olhos quando o medo agitou no meu estômago.
— Kellan? — Eu sussurrei,
minha voz trêmula.
Ele finalmente olhou para
mim quando ouviu a minha voz. Suspirando, ele segurou minha bochecha. — Eu
preciso te contar uma coisa, e não sei por onde começar. — Ele mordeu o lábio e
meu coração bateu no meu peito.
— Só me diga, porque você
está realmente começando a me assustar.
Ele engoliu em seco e
olhou para baixo, soltando a mão no meu braço. — Matt tem feito muito durante o
verão para a banda. — Ele olhou para mim e encolheu os ombros. — Alinhando mais
shows, arrumando equipamento para que possamos tornar a casa de Evan à prova de
som, conseguindo o Bumbershoot...
Eu assenti. Nada disto
era novidade para mim. Com meu coração congelado, eu esperei a parte que ainda
vinha. Chegando mais perto, Kellan começou a acariciar meu braço.
— A banda que ele está
tentando entrar em contato nos viu no Bumbershoot. Eles ficaram...
impressionados e... — Ele suspirou, sua outra mão subindo para embrulhar em
torno de meus dedos. — Eles querem que a gente se junte a eles em sua turnê, —
ele sussurrou.
Eu pisquei e me afastei
dele, o seu rosto dilacerado ao luar. — Você foi convidado para participar de
uma turnê? Uma turnê de banda de verdade?
Assentindo, ele deu de
ombros. — É uma muito decente, cerca de outras seis bandas já estão com eles,
pelo que Matt disse. Nós seriamos uma... adição de ultima hora, no fim da
lista, mas estaríamos lá pelo menos.
Espantada e oprimida com
orgulho, eu joguei meus braços em torno dele. — Oh meu Deus, Kellan! Isso é
incrível!
Ele suspirou quando eu o abracei apertado e me puxou de volta para
olhar para ele. Ele não olhou para mim e a alegria breve que eu sentia
desapareceu. Tocando seu rosto, eu acariciei sua pele com o polegar.
— Você não está empolgado
com isso? — Sentindo meu coração pesado, eu comecei a entender. — Por causa de
mim, certo?
Encontrando meu olhar,
ele deu de ombros. — É uma turnê de seis meses, Kiera... Costa a costa.
Mordi o lábio. Meus olhos
começaram arder enquanto eu considerava apenas o que isso significava para nós.
Ele estaria me deixando, por um bom tempo.
Forçando um sorriso,
mesmo que eu sentisse a melancolia como ele, balancei a cabeça. — Está tudo
bem. Seis meses não é tanto tempo. E você tem pausas, certo? Eu ainda vou te
ver?
Ele assentiu e olhou para
baixo. — Eu não tenho que ir, Kiera. — Olhando para baixo, ele balançou a
cabeça. — Posso dizer aos caras que não. — Meu queixo caiu quando eu percebi
sobre o que a banda estava brigando. Ele disse não no bar, porque ele não
queria sair por mim.
Inclinando a minha
cabeça, eu procurei seu rosto. — Este é o seu sonho, Kellan, e pode ser isso
para você. Este poderia ser o seu momento, a sua chance. Não é isso que você
quer?
Ele deu de ombros,
olhando por cima do ombro para o bar. — Eu estou bem com a minha vida do jeito
que é. Tocando no Pete, — ele olhou para mim, — estando com você.
Correndo minha mão
através de seu cabelo, eu pressionei nossos corpos juntos. — Mas você sabe que
você é muito talentoso para continuar fazendo isso para sempre, Kellan. Mesmo
que eu gostasse de mantê-lo para mim mesma, eu sei que eu não posso te esconder
do mundo.
Ele olhou para o chão e eu sucumbi a encontrar seus olhos. — E não
é apenas um sonho seu, Kellan. — Voltei a olhar para o bar e ele seguiu meu
olhar. — Você sabe o quanto isso significa para eles. — Olhando para trás, eu
dei de ombros. — Você não pode dizer não, por minha causa.
— Eu sei. — Ele suspirou.
— Eles são a única razão do porque eu estou falando com você sobre isso agora.
— Balançando a cabeça, ele acrescentou: — Mas, Kiera... Você ainda tem mais um
ano de escola, você não pode vir comigo. Eu não quero deixá-la...
Balancei a cabeça,
interrompendo-o. — Não por mim, Kellan. — Sentindo lágrimas nos olhos de novo,
eu engoli em seco. Eu ia sentir falta dele sim, muita, mas não poderia mantê-lo
aqui por isso. Eu não poderia ser essa pessoa novamente. — Eu não vou manter
outro homem longe de seu sonho, — sussurrei.
Ele me puxou apertado,
apertando-me a ele como se eu pudesse desaparecer. Eu queria chorar, mas eu
sabia que não podia, não quando eu podia senti-lo tremer em meus braços.
Preocupada, sussurrei em seu ouvido: — Você está com medo, Kellan... Por quê?
Você nunca tem medo.
Ele balançou a cabeça. —
Isso não é verdade. Eu estou com medo o tempo todo.
Eu recuei para olhar para
ele com as sobrancelhas franzidas e ele engoliu. — Eu me lembro, Kiera. — Eu
franzi minhas sobrancelhas ainda mais e ele balançou a cabeça. — Eu lembro
quando Denny te deixou... O que aconteceu com você. — Seus olhos procuraram os
meus, ele sussurrou, — Eu me lembro como ficamos juntos.
Calor picou em mim quando
o que ele estava dizendo afundou em mim. Ele pensava que se ele saísse, eu o ia
trair. Eu estaria tão solitária e patética sem ele que ia encontrar o próximo
homem disponível e fazer... exatamente o que eu tinha feito com Denny.
Sabendo que não poderia odiá-lo por seu medo, mas sentindo a raiva
de qualquer maneira, eu o empurrei. — Você não vai me deixar porque quando
Denny foi embora...
— Eu sei que você não
gosta de estar sozinha, — ele murmurou.
Raiva mexendo minha
barriga, eu cuspi, — Eu não vou pirar porque você se foi e trair você. Eu não
sou... Eu não... — eu gaguejei com algo que não soasse infantil. — Por que você
acha que eu faria isso com você?
— Porque eu estava lá...
quando Denny pensou exatamente a mesma coisa, quando pensou que nunca iria
traí-lo também. — Ele suspirou e tentou me envolver em seus braços novamente,
mas o mantive no comprimento do braço.
Tentei levantar meu
queixo, mas o senti tremer quando minhas emoções correram desenfreadas. — Isso
não é justo. Eu cresci, Kellan. E você e eu éramos uma situação completamente
diferente. Você não pode jogar isso na minha cara.
Parecendo apologético,
ele balançou a cabeça. — Eu sei, eu sei disso. E eu sei que você cresceu,
Kiera, mas ainda assim... — Fechando os olhos, ele desviou o olhar.
De boca aberta, eu só
conseguia balançar a cabeça para ele. — Você sempre vai duvidar de mim? —
Sussurrei. Torcendo meus lábios, eu queria que nós tivéssemos o tipo de
relacionamento onde podíamos sorrir e felicitar o outro, desejando bem, sabendo
que nada de ruim iria acontecer. Nós não tínhamos isso embora. Tínhamos a
dúvida e o medo, mesmo que às vezes eu tentasse ingenuamente fingir que não
existia.
Espreitando para mim, ele
levantou as sobrancelhas. — Assim como você dúvida de mim? Apenas hoje cedo
você pensou que eu estava traindo você. Você não vai se preocupar quando eu me
for? Quero dizer, se eu for para a estrada por meses... com Griffin... não iria
atravessar a sua mente?
Meus olhos se estreitaram
enquanto eu considerava exatamente o tipo de problema em que ele podia entrar
com esse D-Bag. — Bem, agora vai.
Eu cruzei meus braços sobre o peito e olhei para ele, até que ele
se virou. Ele suspirou, olhando para fora do estacionamento. Eu suspirei
também, a minha postura relaxando quando minha raiva residual desapareceu. Eu
não poderia estar zangada com ele por duvidar de algo que eu sempre duvidei
também.
— Eu acho que nós vamos
ter que tentar e... confiar um no outro.
Quando ele assentiu
solenemente, seu olhar caindo aos nossos pés, olhei em torno de onde nós
estávamos do lado de fora, sozinhos. Uma segunda onda de compreensão me bateu.
Colocando as mãos em seu
rosto, eu trouxe seu olhar de volta para os meus. — Você me disse isso aqui
porque pensou que eu iria quebrar?
Assentindo, ele
sussurrou, — Eu me lembro daquela noite que Denny disse que ele estava saindo.
Lembro de te segurar enquanto você chorou... por ele. Eu vi quando seu avião
foi embora. Você estava devastada, como se uma parte de você tivesse ido com
ele. Eu não quero te machucar assim, Kiera.
Seus olhos ficaram
tristes quando ele olhou pra mim... os meus completamente secos. Beijando-o
suavemente, eu descansei minha testa contra a dele. — Você está chateado que
eu... não estou mais chateada. Isso foi um teste?
Suspirando, ele balançou
a cabeça. — Eu não iria testá-la, Kiera, mas eu achei que você... pelo menos ia
chorar, talvez implorar um pouco.
Ele tentou se afastar de
novo, mas eu o segurei na minha frente. — Eu vou. Confie em mim, quando você
realmente sair, eu vou ser um naufrágio chorando. Mas eu quis dizer o que eu
disse, Kellan. Eu cresci. Muita coisa aconteceu desde que Denny deixou-me a
primeira vez. Eu amadureci. — Lembrando como eu estava naquela época, balancei
a cabeça. — Eu estava com tanto medo de ficar sozinha. — Encolhi os ombros
enquanto ele me observava. — Eu ainda não gosto, mas estou mais segura agora,
eu acho. Os erros no passado me envelheceram um pouco.
Ele esboçou um pequeno
sorriso. — Ah, a sábia de 22 anos.
Meu sorriso era pequeno também, mas um pouco da tensão de antes
evaporou com ele. — Kellan, você pode ter muito mais experiência, mas não aja
como se você não tivesse a mesma idade que eu. Eu vi sua carteira de motorista.
Sorrindo torto, ele
levantou uma sobrancelha. — A verdadeira?
Balançando a cabeça para
ele, coloquei as mãos em suas duas bochechas. — Você acha que eu amei mais
Denny, porque me incomodou tanto quando ele me disse pela primeira vez que
estava indo embora?
Encolhendo os ombros, o
sorriso voltou triste. — Você pode me culpar por pensar isso?
Envolvendo meus braços em
torno dele, eu coloquei minha cabeça em seu ombro. — Não, eu acho que não. —
Ficamos em silêncio por um momento, balançando um pouco abraçados. Esperei mais
um momento, paz e um pouco de tristeza me invadindo. — Eu não o amava mais do
que eu amo você, Kellan. — Recuando, eu olhei em seus olhos. — Eu te amo mais.
Eu te amo o suficiente para deixá-lo ir e viver o seu sonho. — Inclinei a
cabeça e encolhi os ombros. — Você não vê…? Eu te amo mais.
Ele sorriu suavemente e
eu escovei um pouco de cabelo fora de sua testa. Corri as costas dos meus dedos
por sua bochecha e sussurrei: — E, sim, eu vou sentir falta de você, mais do
que você poderia imaginar, mas sei que você tem que fazer isso, Kellan. E você
sabe disso, também.
Teimosamente, ele
balançou a cabeça. — Não, eu sei que eu tenho que estar com você. Tudo o resto
é apenas... detalhes.
Eu sorri e o beijei.
Contra seus lábios, murmurei, — Este não é apenas seu sonho, porém, lembra? —
Suspirando, apontei para o bar, para as outras pessoas que estavam envolvidas
em sua decisão. — Há Evan e Griffin, e Matt... ele trabalhou tão duro para
isso.
Ele observou meus dedos,
então suspirou, — Eu sei...
Lancei meus braços em volta do seu pescoço e inclinei a cabeça
para ele. — E, é por isso que você vai fazer isso. É o seu sonho também, e você
não pode tirar isso deles... por mim, por nós.
Inclinando a cabeça dele
contra a minha, ele fechou os olhos. — Eu sei. — Descansamos um contra o outro
por um tempo dolorosamente longo, então Kellan me puxou para trás.
— Eu acho que deveria ir
contar a Matt a boa notícia, — disse ele, um pouco mal-humorado.
Eu assenti, mordendo o
lábio e lutando contra as lágrimas que começaram a picar. Eu sempre suspeitei
que isso iria acontecer um dia, mas não necessariamente hoje. — Quando é que a
turnê começa?
Olhando para baixo, ele
disse calmamente: — Começo de novembro.
Agora eu olhei para
baixo, também. — Oh.
Novembro. Estávamos no
fim de setembro... Isso não era tão longe, apenas cerca de um mês realmente.
Ficamos em silêncio por mais um momento, processando nossa separação iminente,
então Kellan agarrou minha mão. Apertando-a quando ele colocou um leve beijo em
meus lábios, ele acenou com a cabeça sobre as portas do bar. Tomei uma
inspiração profunda e acenei de volta. Uma parte de mim não queria voltar por
essas portas. Parecia que tudo o que eu conhecia iria mudar quando eu passasse
por elas. Esse era um sentimento ridículo, é claro que tudo já havia mudado.
Puxando minha mão, Kellan
me levou através das portas. Os curiosos do bar nos olharam quando entramos,
talvez para ver se eu estava vermelha e borrada... talvez para ver se Kellan
tinha um olho negro. Uma vez que olharam ambos, embora a melancolia muito mais
do que antes, eles logo voltaram para suas próprias conversas.
Suspirando, Kellan nos
levou de volta para sua mesa. Os caras estavam todos lá, esperando por ele, à
espera de sua resposta. Já que Kellan era o homem de frente para a banda, eles
praticamente não podiam fazer nada sem ele. Eles certamente poderiam tentar substituí-lo, sair por conta própria
com outro cantor, mas não seria o mesmo sem o talento de Kellan. Eu não podia
imaginar os D-Bags sem seu D-bag. E eu sabia que a maioria dos caras se sentia
assim também. Evan especialmente preferia passar essa do que desistir de
Kellan. Então eles se sentaram, e esperaram por ele para dizer-lhes se seu
sonho estava em movimento ou não.
Com os braços cruzados
sobre o peito, Griffin olhou para mim. Eu me senti como Yoko caminhando até a
sua mesa, segurando a mão de meu homem. Matt ficou me olhando com respeito, mas
seu rosto estava cheio de decepção, ele queria tanto isso. Evan era o único que
parecia um pouco perdido, também. Eu sabia que ele queria o sucesso. Que membro
de uma banda rock não gostaria de bater grande, mas seu coração estava ancorado
em Seattle. Jenny. Ele seria arrancado disso, tão certo quanto Kellan estava
sendo arrancado de mim. Ele sorriu simpaticamente para mim, quando eu pisei até
a borda do trio.
Kellan limpou a garganta
e passou a mão pelo cabelo e todos seus olhos se voltaram para ele. Exalando de
uma forma longa e controlada, ele levou um momento para falar, então, com os
olhos trancados em Matt, — Estou dentro. — Foi tudo o que ele disse.
Matt pulou ao lado da
mesa quando um coro de emoção irrompeu entre os caras. Colocando um braço em
volta dos ombros de Kellan, o sorriso no rosto magro loiro foi de orelha a
orelha. — Isso vai ser ótimo, Kell. Você vai ver. — Ele assentiu com entusiasmo
quando Evan e Griffin levantaram-se e cercaram Kellan.
Depois disso houve
empurrões de brincadeira, Evan agarrou Kellan e o abraçou bagunçando seu cabelo
enquanto ele ria. Griffin entrou entre Kellan e eu, sacudindo-nos e nos
soltando quando ele bateu em seu ombro. Quando todos animadamente falaram sobre
sua próxima aventura, eu encontrei-me forçada a recuar alguns passos,
observando-os de longe. Kellan olhou para mim por uma fração de segundo, mas
sua atenção foi rapidamente desviada de volta para um dos rapazes. Suspirando,
eu virei e os deixei com seu momento de glória. Eu tinha que voltar para o
trabalho de qualquer maneira. Enquanto eu serpenteava ao longo de um casal que tinha acabado de sentar, eu escutei a
banda no canto de trás. Seu riso era alto, sua voz alegre.
Vários frequentadores me
perguntaram o que estava acontecendo e eu disse a eles melancolicamente. — Eles
estão indo em turnê. Eles vão espalhar o seu talento pela nação e alguma
gravadora vai notar e assinar com eles. Depois disso, eles vão tocar nas rádios
a cada cinco minutos, uma turnê solo em cada grande cidade do mundo, e serem
cercados por milhares de pessoas. Eles vão ser chamados para talk shows, tocar
em premiações, e Kellan vai acabar em todas as revistas de "Os Caras Mais
Gostosos". Depois disso, ele vai receber convites de celebridades.
Eventualmente, ele vai se tornar um cantor mundial, o que vai ser notícia de
todos os jornais. E eu vou estar aqui... servindo a sua bebida e lembrando do
astro do rock com quem eu costumava namorar.
Bom, tudo bem, eu posso
ter dito apenas a primeira parte para os clientes, mas o resto do discurso
ecoou na minha cabeça em um ciclo sem fim. Kellan e eu poderíamos tentar e
confiar um no outro, claro, mas isso só queria dizer que ele não iria me trair.
Não havia garantias de que ele ficaria comigo uma vez que ele fosse exposto
a... bem, literalmente, todo mundo.
Todas as pessoas estavam
emocionadas sobre esse desenvolvimento, vários caminhando até a mesa dos caras
para dar tapas nas costas de parabéns, ou, nos casos das meninas, para dar-lhes
abraços de felicidade.
Surpreendentemente, a
única pessoa que não parecia feliz com esse desenvolvimento era Rita. Ela
chorava tanto quanto eu quando me aproximei do bar para obter mais uma rodada
que alguém tinha comprado para o quarteto.
Seus lábios injetados de
colágeno franziam tanto que formavam uma carranca enquanto ela arrumava as
doses. — Eu não posso acreditar que ele está saindo, — ela murmurou sobre o
barulho no bar. Olhando para mim, ela estreitou seus olhos. — Você não vai
parar isso? Colocar seus pés no chão?
Olhando para trás, Kellan
sorrindo e apertando a mão de Sam, finalmente parecendo feliz com a ideia de
cantar em todo o país, suspirei e balancei a cabeça. — Não, ele merece isso. Eu não vou mantê-lo afastado de
cumprir um sonho.
Rita chegou do outro lado
do bar e bateu-me no ombro. Eu olhei de volta para ela quando ela ajustou o
decote de sua profundamente alterada camisa do Pete. — Então, você é uma
idiota. — Ela apontou para Kellan e os caras e grosseiramente verbalizou cada
medo que eu tinha. — Ele vai ficar famoso depois desta viagem. Em seguida, ele
vai perceber que ele é famoso, e lindo, e pode ter praticamente qualquer mulher
no mundo. Você acha que ele vai ficar com uma ninguém ordinária depois disso?
Duramente pegando minha
bandeja, um bom quarto das bebidas respingando sobre a borda, eu levantei meu
queixo para ela. Com uma confiança que eu não tinha certeza que realmente
sentia, eu balancei a cabeça. — Você não conhece Kellan, não como eu. Ele não é
assim. Ele não está interessado na fama, no poder, ou nas mulheres. — Abaixando
meu queixo, dei de ombros. — Ele está interessado em mim.
Rita cruzou os braços
sobre o peito e sorriu para mim. — Certo. E ele não se atreveria a fazer batota
com você, porque ele é um cara... moral.
Ela me olhou de cima a
baixo e eu corei. Pelo tom de sua voz eu sabia ao que ela estava se referindo
quando ela questionou sua moralidade. O caso que Kellan e eu tivemos nunca foi
admitido abertamente por ninguém que sabia, mas com as lutas públicas que
Kellan e eu tínhamos compartilhado, seguido por Kellan sendo espancado - que
ele ainda alegava ser num assalto - as pessoas tinham acrescentado as peças.
Especialmente depois que Denny havia fugido do país.
Não querendo mais falar
sobre a minha vida com Rita, pois Kellan foi uma vez imoral com ela também, eu
disse: — Você não o conhece, — e segui para sua mesa.
Depois de mais um par de
rodadas, os caras finalmente tiveram que sair para aparecer em outro bar.
Kellan permaneceu depois que os outros caras saíram com aplausos e assobios.
Antes de sair, Griffin fez uma pausa na porta, exclamando: — Obrigado a todos
vocês, meus súditos fiéis. E não se preocupem, não vou esquecer-me de vocês quando for famoso, eu só vou recusar
reconhecer a sua existência!
A maioria do bar riu,
talvez pensando que ele estava brincando. Sabendo que Griffin provavelmente
quis dizer isso de todo o coração, eu revirei os olhos e balancei a cabeça.
Idiota. Um dia eu ia ter que fazer uma intervenção para Anna. Ela poderia fazer
muito melhor. Bem, ela certamente não poderia fazer pior.
Também revirando os olhos
e balançando a cabeça, Kellan caminhou até onde eu estava em pé ao lado de uma
mesa recentemente esvaziada. Dando-me um sorriso torto, ele acenou para onde
Griffin tinha desaparecido. — O que você acha que ele vai fazer primeiro?
Drogas, dinheiro ou mulheres?
Sorrindo, atirei os
braços em volta de sua cintura e levantei uma sobrancelha. — Eu tenho certeza
que vai ser uma combinação de todos os três.
Kellan riu e enrolou os
braços em volta da minha cintura. Quando ele se inclinou para me beijar, eu me
encontrei sem querer jorrando, — E o que você vai fazer? Qual será a sua queda?
Ele fez uma pausa antes
de nossos lábios se tocarem. Ele começou a franzir o cenho, depois sorriu. —
Você acha que eu vou ter uma?
Constrangida pela
pergunta, eu balancei a cabeça e depois dei de ombros. —Ocorreu-me que você
está no caminho para a fama e a fama traz certos... riscos com ela. —
Suspirando, sabendo que agora não era o momento de ter essa conversa, eu olhei
para ele. — Você vai estar rodeado de muitas... tentações. — Mordi o lábio. — E
eu já vi "Behind the Music". Eu sei o que é
oferecido a astros do rock.
Ele estreitou os olhos,
mas depois riu. — Espere, "Behind the Music”? Você realmente já mapeou
minha carreira, não é? — Sorrindo diabolicamente, ele abaixou e olhou-me nos
olhos. — Então o que é? Bebidas? Jogo? Comprar muitos iates também?
Torci meu lábio em seu comentário e bati em seu peito. — Não, para
você, são as mulheres. — Suspirando, eu balancei a cabeça. — Sempre as
mulheres.
O sorriso em seu rosto
desapareceu quando ele olhou o meu. — Você tem que confiar mim, Kiera. — Seu
sorriso voltou um pouco, mas foi com um pouco de tristeza. — Assim como eu
tenho que confiar em você. — A gravidade súbita no seu rosto instantaneamente
mudou para um sorriso travesso e o ar de tristeza em torno de nós levantou. —
Eu sei que eu nunca vou encontrar nada lá fora que se compare a você, mas
realmente, é bem possível que você possa perder o interesse em mim uma vez que
eu fique famoso. Talvez você decida que você pode fazer melhor... começar a
namorar um dos Jonas Brothers ou algo assim.
Rindo, mesmo que meu
estômago doesse um pouco com nossa conversa, eu bati em seu peito novamente.
Inclinando-me para beijá-lo, eu disse, — Nunca. Você é meu, famoso ou não.
Rindo contra meus lábios,
ele murmurou, — Bom, porque nada disso vai acontecer. — Recuando, ele levantou
uma sobrancelha. — É apenas uma turnê de seis meses com um monte de outras
bandas, a maioria das quais são pequenas e sem assinatura... assim como nós. E
quando estivermos todos amontoados em um ônibus com mau cheiro, eu vou estar
desejando que eu estivesse de volta em casa com você. — Inclinada nele, ele
descansou a cabeça contra a minha. — E quando os seis meses acabarem, é
exatamente onde você vai me encontrar... na cama com você.
Eu balancei a cabeça
contra ele, quando lágrimas brotaram dos meus olhos. — Espero que sim, —
sussurrei.
— Eu sei que sim, — ele
sussurrou de volta, sua voz tão melancólica quanto a minha. Depois seus lábios
caíram em mim e minhas mãos subiram possessivamente emaranhando em seu cabelo,
segurando-o contra mim. Beijando muito mais agressivamente do que normalmente
fazíamos em público, eu deixei a sensação de estar sendo observada evaporar de
mim e concentrei apenas em seu toque. Ele era meu, eu era dele. Isso não tinha
que ser um evento que alteraria a vida se não deixasse. Isso poderia ser apenas
uma breve separação, enquanto ele fazia algo surpreendente que a maioria das
pessoas nunca teria a chance de fazer. Seríamos fiéis um ao outro e então estaríamos de volta
juntos e mais felizes por isso.
Depois disso... bem, eu
enfrentaria esse obstáculo quando viesse.
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