Capítulo 6 - O Tempo Voa
Te dizem desde que você
entra na escola que o tempo é constante. Ele nunca muda. É uma daquelas coisas
definidas na vida com que você sempre pode contar... assim como a morte e os
impostos. Haverá sempre sessenta segundos num minuto. Haverá sempre 60 minutos
em uma hora. E haverá sempre vinte e quatro horas em um dia. O tempo não é
flutuante. Move-se no mesmo ritmo constante em cada momento da sua vida.
E essa era a maior
besteira que eu já tinha sido ensinada na escola.
A verdade é que o tempo
flutuava. Era fácil perder horas ou até mesmo dias em um piscar de olhos.
Outras vezes, era uma luta para passar através de uma simples hora. Ele subia e
descia incansavelmente como as marés, e tão poderosamente também. Os momentos que
você queria que durassem para sempre eram os que passavam muito rápidos. Os
momentos que você queria acelerar, eram desacelerados para um ritmo de caracol.
Essa era a verdade da questão. E a minha vida... estava passando
como um flash, e não havia nada que eu pudesse fazer sobre isso.
Parece que foi ontem que
Kellan tinha relutantemente concordado em sair e visitar o continente, mas, de
repente, a sua saída era em apenas alguns dias. Era manhã de segunda-feira...
ele estaria viajando no sábado. E por mais que as últimas semanas tenham
apressado, eu sabia que o universo cruelmente faria os próximos seis meses
arrastarem por diante. Eu sabia que eu iria sentir cada segundo da nossa
separação e isso seria uma droga... mas eu tinha que deixar isso acontecer. Eu
não teria a culpa egoísta de outro homem desistindo de tudo por mim. Eu nunca
faria isso com alguém novamente... Não importa o quanto isso machucasse.
Ouvindo baterem na porta
do meu apartamento, eu parei meus pensamentos e forcei um sorriso. Kellan estava
tendo um momento difícil com a separação próxima também. Eu não queria fazer
isso mais difícil para ele por parecer triste o tempo todo. Ao longo das
últimas semanas, eu tinha aperfeiçoado a arte da emoção fingida. Não que eu não
estivesse animada por ele, e infinitamente orgulhosa dele, eu só não queria que
ele fosse. Se ele pudesse de alguma forma, ter tudo, mas ficar do meu lado,
tudo bem, então o meu sorriso fingido seria um natural.
Passando por uma mesa
dobrável, uma geringonça vacilante que a minha irmã e eu estávamos chamando de
mesa de jantar chique, até mesmo chegando ao ponto de cobri-la com uma toalha
de brechó, eu sorri para o presente que estava atualmente lá. Quando eu abri a
porta da frente, Kellan estava encostado na moldura. Ele deu um sorriso torto
para mim. Mordi o lábio enquanto eu absorvia suas características, em seguida
recuei para que ele pudesse entrar.
Entrando, ele murmurou, —
Bom dia.
Colocando os lábios no
meu pescoço, ele me girou e puxou meus quadris nos dele. Levemente fechando a
porta atrás dele, eu ri baixinho, minha irmã ainda estava dormindo. — Bom dia,
para você.
Suspirando, ele envolveu seus braços em volta da minha cintura. —
Eu vou sentir falta de levá-la para a escola todos os dias, — ele suspirou.
Balançando a cabeça, ele acrescentou, — Você estará quase se formando quando eu
voltar.
Intensificando meu
sorriso, mesmo que meu coração estivesse partido, eu inclinei minha cabeça para
ele e acariciei sua bochecha. — Pelo menos você vai estar de volta a tempo para
a cerimônia. Você pode assistir-me caminhar pelo corredor.
Sorrindo suavemente, ele
me segurou um pouco mais apertado. — Eu adoraria ver você caminhar pelo
corredor.
Meu coração começou a
correr um pouco, de repente eu me perguntei a que corredor ele estava se
referindo. Eu abri minha boca, não sabendo o que dizer, mas Kellan olhou por
cima do ombro e viu o saco de presente vermelho brilhante. Com uma expressão
genuinamente alegre, ele olhou de volta para mim. — O que é isso?
Liberando-o, eu ri de
novo. — É para você. Uma espécie de presente de despedida.
Franzindo a testa, ele
balançou a cabeça para mim. — Eu sei que o dinheiro está apertado para você.
Você não tinha que me dar nada.
Pressionando-me contra as
suas costas, eu empurrei seus ombros para a mesa. — Eu fiz um bom negócio, não
me custou muito e é uma espécie de presente para nós dois.
Caminhando lentamente em
direção ao presente, ele virou a cabeça para trás para mim e sorriu
diabolicamente. — São algemas? Deram-lhe o tipo peludo? Porque essas são muito
boas contra o seu…
Eu bati em suas costas e
virei a cabeça para longe, para que ele não visse o rubor espalhando nas minhas
bochechas. — Não! — Eu o senti rindo quando ele pegou o seu presente, mas minha
cabeça estava ocupada imaginando-o preso em minha cama... nu. Eu acho que seria
uma maneira de mantê-lo perto de mim.
Revirando os olhos, eu contive um suspiro. E, claro, ele tinha
experiência suficiente com as algemas por ter uma preferência de estilo.
Ainda rindo um pouco, ele
puxou os papéis fora do saco. Quando ele alcançou o presente real, ele puxou
para fora e olhou para mim, confuso. — O que é isso?
Agora eu ri enquanto me
movimentava para ficar ao lado dele. — Bem, eu sei você está um pouco atrás no
tempo, mas isso é o que eles chamam de telefone celular. Ele funciona como o
com fio... mas você pode andar com ele. — Inclinando-me, eu sussurrei, — Você
pode até usá-lo lá fora.
Dando-me um olhar seco,
ele balançou a cabeça. — Eu sei o que é... para que é isso?
Sorrindo, puxei um
correspondente de fora do meu bolso do casaco pendurado sobre uma cadeira
próxima. — É assim que nós podemos manter contato enquanto você estiver fora.
Assim, você pode sempre se comunicar comigo, e eu com você. — Dei de ombros,
sentindo minha garganta começar a fechar-se. — Então, nós podemos tentar e
ficar perto... mesmo estando muito longe um do outro.
Eu observei seus olhos
procurarem os meus quando ele engoliu algumas vezes, com sua garganta fechando
um pouco também. Assentindo, ele se inclinou e beijou-me. — Eu amei isso,
obrigado.
Fechei meus olhos quando
nos beijamos algumas vezes, saboreando cada segundo que sua pele estava na
minha. Recuando de mim - sua respiração um pouco mais pesada, seus olhos
ligeiramente encapuzados, - o seu olhar focou na minha boca. Eu tive a distinta
impressão de que, se ele não tivesse que me levar para a escola em alguns
minutos, ele teria me pegado e me levado para o meu quarto.
E mesmo sabendo que a
escola era importante e que eu precisava me concentrar em meu último ano, eu
queria que ele fizesse isso.
Seus olhos piscaram até os meus e ele me deu um sorriso
deslumbrante. — Posso sext você?
Eu pisquei para sua
pergunta, então, senti meu rosto em chamas vermelhas novamente. Não dando uma
resposta, eu dei um soco no seu ombro e peguei minha jaqueta. Quando ele estava
rindo, colocando seu novo telefone no bolso da sua jaqueta de couro, ouvi uma
porta do quarto abrir. Kellan se voltou para o som, pronto para receber Anna,
mas quem saiu da porta não foi minha irmã. Eles também não estavam vestidos.
Coçando suas partes
masculinas livremente balançando, Griffin bocejou e olhou para nós. — Cara, o
que está fazendo aqui tão cedo?
Eu imediatamente desviei
o olhar do homem nu. Kellan sorriu e sacudiu a cabeça. — São 10h30, Griffin.
Ouvi Griffin bufando, mas
não olhei de volta para ele. — Eu sei, cara, é fodidamente mais cedo do que
merda. — Kellan olhou para mim e revirou os olhos. Qualquer coisa antes de 11h
era praticamente de madrugada para Griffin. Eu queria revirar os olhos, também,
mas eu ouvi Griffin se aproximando de nós. Congelei. Eu realmente queria gritar
com ele para colocar algumas roupas.
Bocejando novamente,
Griffin disse preguiçosamente: — Ei, Matt queria que eu lhe dissesse que se
você perder outro ensaio, ele está jogando você da banda.
Kellan olhou de volta
para Griffin e levantou uma sobrancelha. — Sério? — Rindo levemente, ele
sacudiu a cabeça. — Diga-lhe que estarei lá. — Olhando para mim de novo, Kellan
encolheu os ombros. — Eu acho que a minha cabeça tem estado noutros lugares
ultimamente.
Eu vi a mão de Griffin
sair para empurrar para trás o ombro de Kellan, mas me recusei a olhar para o
nudista. — Bem fecha a cabeça em suas calças e volta para o jogo. Nós
precisamos de você a bordo.
Suspirando, Kellan olhou
para ele. — Eu estou a bordo, Griff. Eu estarei lá, tudo bem.
— É bom.
Justo quando parecia que
Griffin estava virando para sair, eu assisti Kellan sacudir a cabeça, seus
lábios torcendo. — Ei, Griff? Você se importaria de não andar em torno da casa
da minha namorada totalmente nu? Eu realmente prefiro que ela só olhe o meu
lixo, se você não se importa.
Meus olhos se arregalaram
e eu, inadvertidamente, olhei para Griffin. Sorrindo para mim, ele tomou-se na
mão. — Cara, se ela está espiando o pênis de outro homem, então isso é entre
vocês dois. — Levantando as sobrancelhas para Kellan, ele sacudiu a cabeça
loira. — O Hulk precisa respirar.
Kellan mordeu o lábio,
lutando para não rir. Eu não tinha essa sorte e tive de bater uma mão sobre a
minha boca para controlar a risada. Griffin olhou para ambos, então caminhou de
volta para o quarto de Anna. Assim que a porta foi fechada novamente, Kellan
começou a rir. Me juntei a ele, as lágrimas brotando nos olhos, alegremente
obscurecendo a pós-imagem da masculinidade perfurada de Griffin. Entre risos,
eu consegui rir, — O Hulk? Será que ele fica verde quando cresce?
Segurando em seu
estômago, Kellan balançou a cabeça. — Oh Deus, eu espero que não. Vamos, vamos
sair daqui antes de descobrir.
Agarrando minha mochila,
apressadamente escapamos ouvindo Griffin começar a acordar Anna. Uma vez no
corredor, nosso riso lentamente diminuiu. Quando eu podia respirar sem rir, eu
sorri para Kellan. — Obrigada por tentar. Ver Griffin em toda a sua glória...
vai ser uma das coisas que eu definitivamente não vou sentir falta.
Atirando o braço por cima
dos meus ombros, Kellan balançou a cabeça. Ainda rindo sobre um colega de
banda, ele disse, — Eu gostaria de poder dizer o mesmo, mas o mutante verde vem
comigo.
Rindo um pouco, levantei
uma sobrancelha para ele. — Você tem algum… apelido?
Kellan me deu um sorriso encantadoramente torto. — Não que eu
tenha dado a mim mesmo, mas pelo que eu ouvi no quarto, provavelmente deve ser
algo como, 'A Máquina Incrível de
Oh,-Deus,-sim,-mais-duro,-mais-rápido-você-não-se-atreva-a-parar-Sim!–foda-me-agora’.
— Ele deu de ombros. — Mas isso é meio longo.
Franzindo a testa, eu lhe
dei uma cotovelada no estômago e encolhi o braço. Às vezes, ele podia ser um
idiota tanto quanto Griffin... Quase, de qualquer maneira. Rindo, ele veio
atrás de mim e me virou. Quando eu gritei em protesto, ele me levantou por cima
do ombro e bateu na minha bunda. — Eu estou apenas brincando. Vamos, vamos
levá-la para a aula. — Enquanto eu me contorcia contra ele, ele acrescentou: —
Talvez, enquanto você estiver aprendendo, eu vou pegar algumas daquelas
algemas... Então você poderá me dar um apelido melhor.
Eu endureci em seus
braços, me perguntando se ele estava falando sério sobre isso; sua única
resposta foi rir.
Depois de me deixar na
escola, Kellan foi fazer... o que ele fazia enquanto eu estava na escola.
Talvez pensar em novas maneiras de mortificar-me. Esperava que ele realmente
estivesse brincando sobre as algemas.
Nas últimas semanas eu
tinha chegado a conhecer alguns dos outros formandos de Inglês e eu me
encontrava com alguns deles antes da minha aula de Crítica Prática. Era um
curso intenso e todos nós concordamos em nos reunir no início e estudar por uma
hora antes de irmos para dentro. Sentar em um grupo de seis ou sete indivíduos
da mesma opinião, contemplando a importância da interpretação prática ao estudo
da literatura e da cultura, me fazia sentir mais como eu mesma, com minhas
próprias esperanças e sonhos, e menos como uma das comitivas de Kellan. Isso me
fazia sentir completa e fazia o processo dele me deixando um pouco menos
estressante. Um pouco... eu ainda não estava pronta para esse dia chegar.
O curso de quase duas
horas era um queimador do cérebro, e quando terminou, eu estava grata por minha
aula de ética ser um pouco mais fácil. Mesmo se a ética trouxesse Candy... e
não o tipo com sabor de maçã. Rangendo os dentes, eu fiz o que fazia quase
todos os dias quando eu entrava na sala de
aula - ignorava-a e suas amigas. Era bastante fácil de fazer desde
que ela começou a ignorar-me também. Depois de sua tentativa frustrada de me
fazer ciúmes o suficiente para romper com Kellan, ela parecia ter desistido. Ou
isso, ou ela estava ocupada conspirando e tramando um plano mais magistral do
que simplesmente espalhar fofocas. Eu gostava de acreditar que a mulher tinha
coisas mais importantes a fazer com seu tempo, no entanto.
Rapidamente absorvida na
palestra, eu esqueci tudo sobre Candy sentada algumas filas na minha frente com
suas amigas. Uma vez que a aula acabou, eu peguei todas as minhas coisas e
pensei no trabalho que eu ia escrever hoje à noite durante as pausas no meu
turno. O professor nos deu para fazer um trabalho sobre a responsabilidade
ética de vários sites. Eu estava pensando em fazer o meu de um site de
conselhos populares de medicina, mostrando a importância de dar aos pacientes
potenciais a informação correta.
Já delineando meu debate
na minha cabeça, eu esbarrei em Kellan no corredor. Agarrando meus ombros, ele
me segurou no lugar em frente a ele. Perdida em pensamentos, eu pisquei
estupidamente por um segundo antes de sorrir e engoli-lo em um abraço. — Ei,
você estava indo me pegar lá dentro.
Rindo do meu comentário
óbvio, ele bagunçou o seu cabelo com sua mão. — Sim, está chovendo lá fora. Eu
pensei em dar um mergulho em vez de esperar no meu carro. — Eu me encolhi longe
das gotas de água e ele riu um pouco mais.
Passando meu braço
através dele, eu sorri e inclinei-me para o seu lado. — Bem, estou feliz que
você fez. Eu posso te contar minha ideia para um trabalho... Mesmo que você
provavelmente não tenha ideia do que estou falando. — Eu sorri, sabendo que
Kellan raramente chegava perto de um computador, muito menos procurava na
internet.
Ele sorriu quando
começamos a andar. — Pode começar.
Assim que comecei o meu
discurso, fui empurrada tão duramente que quase esbarrei em Kellan. Franzindo a
testa, olhei para a pessoa rude que pensava que governava o corredor.
Flamejantes cachos vermelhos conhecidos como Candy maliciosamente olharam de
volta para mim. Suspirando, eu revirei os olhos e continuei a andar com Kellan. Ele não me deixou, no entanto. Seus
olhos se estreitaram nela e ele murmurou, — Fique aqui um segundo, — em
seguida, caminhou até onde ela estava olhando para ele com os lábios
agradavelmente ondulados.
Irritada, mas curiosa
demais, parei onde ele tinha pedido e o observei se aproximar dela e de suas
amigas. Tina e Genevieve pareciam prestes a desmaiar quando ele se aproximou
delas. Achei que era o mais próximo que já tinham estado realmente dele.
Kellan, no entanto, parecia prestes a arrancar a cabeça de alguém fora. Olhando
para o trio, ele finalmente descansou os olhos em Candy. Ela recuou um passo
quando sua expressão escura caiu sobre ela. Agarrando seu braço, ele se
inclinou para o rosto dela, sussurrando algo acaloradamente. Eu não sabia o que
ele estava dizendo, mas os olhos de Candy se arregalaram.
Balançando a cabeça, ela
começou a murmurar alguma coisa e apontou para Tina. Tina colocou as mãos no ar
e gaguejou também quando Kellan virou-se para ela. Soltando o braço de Candy,
Kellan disse algo para as três que as fez rapidamente acenar e correr.
Se endireitando quando
elas saíram, Kellan se virou e olhou-me com um sorriso perfeitamente normal,
como se nada estranho tivesse acontecido. Ele caminhou de volta para mim e
agarrou a minha mão. Ele começou a me puxar para as portas, assobiando como ele
fazia. Levantando uma sobrancelha para ele, eu esperei por uma explicação.
Quando ele não deu uma, limpei minha garganta. Olhando para mim, ele deu de
ombros. — O que?
Apontando para as portas
que estavam se aproximando, a janela molhada da chuva que ele mencionou,
indiquei onde Candy tinha fugido. — O que foi tudo isso?
Sorrindo
encantadoramente, ele encolheu os ombros. — Eu só as deixei saber que não seria
prudente espalhar mais mentiras sobre mim, e sugeri que a deixassem em paz.
Sorrindo, ele abriu a
porta para mim e mudou de lado para que eu pudesse passar. Estreitando os olhos
para ele, eu me preparei para andar na chuva. Elas pareciam muito assustadas com o que ele disse, então minha mente
estava correndo sobre uma lista de ameaças que ele poderia ter usado. Eu tinha
visto Kellan com raiva várias vezes antes e ele podia ser intimidante quando
ele queria ser. Eu imaginei que elas realmente me deixariam em paz pelo resto
do ano letivo.
Sorrindo, me inclinei e o
beijei. — Será que elas mencionaram como viram sua tatuagem?
Revirando os olhos
enquanto ele segurava a porta aberta, ele balançou a cabeça. — Tina me viu
correndo no parque aqui perto. Eu estava quente e tirei a camisa.
Mordendo os lábios, olhei
para baixo de seu corpo. Sim, ele era certamente quente. Eu supus que isso
explicava a história. Eu observei seu rosto por um minuto, aferindo a verdade
em seus olhos quando ele segurou meu olhar firmemente. Eu não vi nenhum engano
lá e sorri mais largo.
Levantando um canto de
seu lábio, ele indicou o exterior. — Você vai sair, porque essa porta está
ficando pesada.
Rindo, o beijei levemente
e depois suguei uma respiração rápida, preparando para fazer uma corrida com
ele. No meio do caminho, eu me senti como um rato alagado. Gemendo, corri para
o estacionamento e desejei ter trazido um guarda-chuva.
Vindo atrás de mim,
Kellan bateu na minha bunda. — Apresse-se, lenta, você está ficando encharcada.
— Rindo, ele correu os dedos de volta através de seu cabelo. A bagunça penteada
para trás de uma forma que me fez lembrar de um menos agradável momento na
chuva com Kellan. Eu afastei a memória e foquei em seu corpo virando longe de
mim e correndo muito.
Ajustando minha bolsa, eu
gritei — Não é justo! Você não está carregando nada.
Ele só olhou para mim e
riu. Até o momento em que cheguei ao estacionamento, ele já estava em seu
carro, os pés apoiados no meu lado do banco e inclinando-se de costas contra a
porta do lado do motorista com os olhos fechados, como se ele tivesse adormecido esperando por mim. Eu
bati em seus sapatos enquanto eu estava na chuva, mas ele ignorou e continuou a
tomar o meu lugar. Xingando que eu ainda estava ficando encharcada, eu rastejei
sobre as pernas para deitar em cima dele. Consegui sua atenção.
Seus olhos se abriram com
um largo sorriso. Torcendo o meu corpo para fechar a porta, tirei minha mochila
e joguei-a no banco de trás. Seus braços esticaram para mim, puxando meu corpo
embebido em seu corpo encharcado. Se mexendo para baixo do assento, ele colocou
as costas contra a almofada. Ele ajustou as pernas para que meus quadris
estivessem montando os dele.
— Aí, isso é melhor, —
ele murmurou, levantando a cabeça para me beijar.
Agredida por mais
memórias molhadas dele, eu recuei. Seus olhos estavam lascivos, enquanto olhava
para mim, a respiração pesada, e não apenas do esforço de correr todo o caminho
até aqui. Meu cabelo molhado pendurado em torno de meu rosto, os longos fios
pingando suas roupas. O cheiro dele abaixo de mim misturado com o cheiro de
água limpa, ambos mexendo alguma coisa dentro de mim.
Colocando minhas mãos em
seu rosto, eu acariciei sua pele amolecida pela chuva com o polegar. Olhando
para seus olhos azul meia-noite, as partículas de água reluzindo seu cabelo ao
máximo, os lábios parcialmente abertos, a mandíbula forte, suspirei. — Você é
tão atraente, — sussurrei, minhas palavras estranhamente em sintonia com a
chuva batendo ao fundo. — Você é o homem mais sexy que eu já vi.
Sentindo-me completamente
sozinha com ele aqui, apesar de ser o meio da tarde, eu me inclinei para
beijá-lo. Seus lábios macios fundiram com os meus, degustando, procurando.
Depois de um breve momento, ele franziu a testa e sacudiu a cabeça. — Eu posso
não ser sempre assim. — Dando de ombros, uma mão apertando meu quadril,
enquanto a outra indicava seu rosto, ele acrescentou, — Isso pode desaparecer
durante a noite, você sabe. Eu poderia ser atacado por um urso enquanto caminho
pela rua amanhã. — Ele levantou uma sobrancelha. — Será que você ainda iria me
querer então?
Sorrindo para o seu comentário, eu inclinei minha cabeça. — É
claro. Seu rosto não é a única coisa que o torna atraente, Kellan. Não é por
causa da sua aparência que eu te amo. — Ele sorriu, suas mãos correndo pelas
minhas costas, empurrando-me para baixo nele. Antes de nossos lábios se
encontrarem novamente, dei-lhe um olhar penetrante. — Um urso? Sério?
Rindo, ele me puxou
completamente até ele. Quando nossos quadris se encontraram, balançando
levemente contra o outro, o para-brisa embaçou rapidamente. Senti corpos que
passavam apressadamente pelo carro, mas com o barulho da chuva e os vidros
esfumaçados com a umidade, eu me senti como se fôssemos as únicas duas pessoas
ao redor.
Enquanto respirávamos e
nos beijávamos, Kellan murmurou: — Deus, agora eu vou ter que fazer algo que eu
nunca pensei que eu faria.
Movendo-me para
beijar-lhe o rosto, eu cravei meus quadris nos dele. — O que? — Eu respirei, a
ponta da minha língua passeando pela borda de sua orelha.
Ele chupou uma respiração
rápida, seus quadris debaixo de mim subindo para fora do assento. — Eu vou ter
que tomá-la no carro, — ele murmurou de volta, em voz baixa e rouca.
De repente ele estava se
movendo debaixo de mim, tentando virar-nos de modo que ele ficasse por cima. Eu
rapidamente sentei antes que ele fosse bem sucedido. Embora eu me sentisse
sozinha aqui, eu sabia que não estávamos, e eu não estava prestes a anunciar o
que estávamos fazendo balançando o carro. Ele sentou-se sobre os cotovelos, sem
fôlego.
Espalmando as mãos, ele
franziu a testa. — Por que você parou?
Mordendo os lábios e com
cuidado me afastando de seus quadris, eu empurrei seus pés fora do assento para
que eu pudesse sentar-me confortavelmente. Apontando para ele ameaçadoramente,
eu disse com firmeza: — Porque você tem um ensaio para ir, e se você estragar
tudo de novo, Matt vai expulsá-lo da banda.
Sentando-se, ele passou os braços em volta de mim. — É a minha banda,
eles não podem me chutar para fora.
Ele começou a beijar meu
pescoço e eu tentei não encostar nele, tentei não ofegar de desejo e arranhar
suas roupas. Empurrando-o de volta, eu empurrei meu dedo em seu peito. — Eu não
vou fazer sexo com você no estacionamento da minha escola.
Ele olhou ao redor, seus
olhos brincalhões. — Ninguém vai notar. — Olhando para mim, ele levantou uma
sobrancelha. — Você já fez sexo em um carro?
Corando horrivelmente, eu
dobrei meu cabelo atrás das orelhas. — Sim, Denny e eu...
Eu não terminei e o
sorriso brincalhão de Kellan desapareceu. Me liberando, ele fugiu para o seu
lado do banco e balançou a cabeça. — Ah, sim... durante a viagem.
Suspirando, ele cavou a
mão no bolso e tirou as chaves. Inclinei a cabeça para ver o rosto dele melhor,
para ver se ele estava chateado ou não, mas não conseguia perceber pelo ângulo.
— Ei, você está bem?
Sorrindo, ele olhou para
mim quando o carro rugiu para a vida. — Sim. — Ele encolheu os ombros e
sorrindo maliciosamente, disse. — Eu só estava esperando lhe dar outra primeira
experiência. — Eu vi seu sorriso vacilar quando ele se afastou de mim. — Eu
acho que perdi minha chance, no entanto.
Colocando a mão sobre sua
coxa, eu sussurrei, — Haverá outros primeiros que você pode me dar, Kellan.
Olhando para mim quando
ele colocou o carro em sentido inverso, ele balançou a cabeça. — Eu sei, Kiera.
Desejando que eu pudesse
voltar no tempo e não trazer um momento íntimo com o meu ex para o meu atual,
eu olhei para fora da janela do lado do passageiro quando fomos para o ensaio
de Kellan. Os caras geralmente reuniam uma vez por dia para criar coisas novas ou trabalhar em material
mais antigo. Desde que era como eles ganhavam sua vida, todos eles eram surpreendentemente
dedicados. Bem, exceto recentemente. Ultimamente, Kellan faltava ensaios para
passar algum tempo a mais comigo. Matt tinha dado chiliques sobre isso. Embora
tecnicamente Kellan estava certo e era sua banda desde que ele a criou, Matt era
o que a elevou. Ele alinhou os shows, ele trabalhou em marketing, ele organizou
os ensaios, e exigiu profissionalismo do quarteto facilmente distraído de 20 e
poucos anos. A banda era o bebê de Matt.
Passando sobre a ponte
que ligava o Distrito da U para o coração de Seattle, eu assisti o Space
Needle imponente encher minha janela. Era bonito, icônico, e especial para mim.
Kellan tinha derramado seu coração para mim lá dentro. Ele se abriu em maneiras
que ele nunca se abriu para ninguém, nunca. Fez-me incrivelmente triste que a
vida de Kellan poderia ter sido tão diferente, se ele tivesse contado a alguém
sobre os abusos quando criança. Ele poderia ter sido levado, colocado em um lar
adotivo amoroso. Qualquer coisa teria sido preferível do que seu pesadelo.
Olhando novamente para
ele, eu coloquei minha mão sobre o seu joelho. Ele sorriu para o contato,
rapidamente olhando para mim antes de passar os olhos de volta para a estrada.
Uma parte pequena e
escura de mim se perguntava se Kellan só tinha sido atraído para mim, ficado
comigo, se apaixonado por mim, porque sua desarrumada psique almejava a dor que
eu tinha dado a ele. Talvez ele tivesse uma veia masoquista. Se assim fosse, eu
certamente alimentei isso... uma e outra vez. Era realmente um milagre que ele
tinha sempre me aceitado de volta.
Suspirando, inclinei-me e
coloquei minha cabeça em seu ombro. Ele relaxou a cabeça dele contra a minha, a
mão saindo para descansar na minha coxa. À medida que o Needle saía da minha
visão, os altos arranha-céus que prendiam milhares de empresários e mulheres,
mostravam que nos aproximávamos do distrito industrial. Este era o lugar onde
Evan tinha seu loft. Era um local perfeito para tocar, já que ele não vivia em
uma área residencial como Kellan e os outros.
Os muito poucos vizinhos que ele tinha, não pareciam se importar
com ruído, desde que os caras não tocassem até muito tarde da noite.
Passando pelos dois
estádios esportivos, Kellan parou no lugar de Evan. Kellan desligou o carro e
abriu a porta. Ele pegou sua guitarra do banco de trás, quando eu saí e esperei
por ele perto da frente do veículo. Felizmente, a tempestade havia passado, e
só pequenas gotas salpicavam nossos corpos ainda úmidos. Quando Kellan pisou ao
meu lado, seu cabelo penteado para trás ainda atraente da chuva, ele sorriu e
assentiu até as escadas que levavam até o loft.
Evan vivia em cima de uma
oficina de carros. Todos os mecânicos adoravam quando os meninos praticavam
durante o seu turno. Às vezes, eles até pediam aos caras para deixarem a porta
aberta, para o som ir mais claro.
E se os caras estavam se
reunindo logo no início da tarde, às vezes eles faziam. Um dos funcionários da
loja me disse uma vez que ouvir a banda através das paredes enquanto trabalhava
era como estar em um show de rock. Eu entendia o sentimento, me sentia assim
constantemente no meu trabalho.
Uma das portas da garagem
estava aberta enquanto andávamos. Um homem estava ajudando a orientar outra pessoa,
que estava apoiando um carro para fora da porta, de modo que o motorista não
acidentalmente caísse para trás sobre o enorme buraco no chão onde os mecânicos
mexiam na parte de baixo dos carros. Uma vez que o carro estava livre, o homem
sorriu e acenou para Kellan.
— Onde você esteve,
homem? Matt vai despejá-lo.
Kellan revirou os olhos e
balançou a cabeça. — Sim, isso é o que eu ouço. — O homem riu, enquanto uma
mulher suja de graxa saiu do carro que ela tinha acabado de estacionar ao lado
do meio-fio. Ela caminhou até Kellan e bateu o ombro com o punho.
— Arrasa na turnê, Kell.
— Ela suspirou dramaticamente enquanto olhei para a chuva que caia sobre nós.
Talvez a mulher pudesse flertar com o meu homem dentro da oficina... onde
estava seco.
Sacudindo seu desgrenhado cabelo escuro, ela franziu a testa. —
Nós vamos sentir sua falta por aqui. Não vai ser o mesmo com a casa de Evan
vazia.
Kellan sorriu de volta
para ela e eu mentalmente franzi a testa para o calor que eu vi em seu rosto.
Eu sabia que Kellan tinha amigas, Jenny era uma delas, mas eu imediatamente
quis saber quão amigável esta mecânica tinha sido com meu namorado. Eu apertei
sua mão forte, inconscientemente inclinando-me em seu lado, quando ele disse, —
Eu duvido disso, Rox. Você provavelmente nem sequer vai saber que estamos fora.
— Levantando uma sobrancelha, Kellan inclinou-se para ela. — Além disso,
finalmente será bastante tranquilo aqui para você trabalhar no livro. — Ela
riu, o rosto iluminando e eu odiava ainda mais que eles não eram só amigáveis,
mas sabiam coisas sobre o outro. Eles até encurtaram seus nomes. A
familiaridade me incomodou e uma corrida de ciúmes ameaçou varrer-me. Eu já
estava lutando para não empurrar a mulher e passar na frente de Kellan,
rosnando possessivamente.
Eu nunca iria realmente
fazer isso... Mas eu estava pensando. Finalmente, alguém dentro assobiou para
os dois mecânicos conversando conosco para voltar ao trabalho. Eles o fizeram
com relutância, e Kellan se despediu. Rox, Roxie ou Roxanne, o que quer que
seja seu nome completo, olhou para Kellan antes de desaparecer. Ela tinha uma
expressão interessada que eu tinha visto com muita frequência. E ela não tinha
sequer olhado para mim, como se eu fosse inconsequente. Eu queria zombar de sua
forma de se retirar, talvez enfiar a língua para fora e dizer:
"Neiner-Neiner", mas eu não me rebaixaria a um
comportamento de uma criança de cinco anos. Ainda.
Deixando de lado a outra
mulher que o queria, o segui até as escadas para Evan. Kellan invadiu direto
quando chegou à porta, sentindo-se em casa aqui como ele fazia em seu próprio
local. Os olhos de Matt estavam em nós no segundo que passamos pela porta.
— Finalmente, porra! —
Matt olhou para Kellan, e Rachel se inclinou e sussurrou algo em seu ouvido.
Suas feições se acalmaram e ele relaxou um pouco, sorrindo para onde ela estava
ao seu lado.
Acenei para Rachel, a beleza tímida exótica, depois acenei para
Jenny sentada no colo de Evan atrás de sua bateria. Os dois estavam batendo
algum ritmo, Jenny rindo enquanto Evan aninhava em seu pescoço. Fechando a
porta atrás de nós, Kellan fez uma careta quando ele viu Matt. — Desculpe...
algumas coisas têm aparecido.
Kellan me conduziu pela
sala. Estar no sótão de Evan era quase como estar em uma versão menor do Pete.
Tinha uma pequena cozinha, sala de estar com um sofá diante de uma televisão e
uma cama desarrumada no canto mais distante, uma cômoda e criado-mudo ao lado
dela. O resto do lugar era um palco. Os caras deixavam seu equipamento aqui
entre os shows. Exceto o material que mantinham no Pete, é claro. Além da
guitarra de Kellan, que ele escolhia arrastar de um lugar para outro, os caras
mantinham um segundo conjunto de instrumentos no Pete, numa base diária. Era
conhecimento de todos no bar que tocar em suas coisas no palco resultava na
expulsão imediata do local.
Aqui na casa de Evan,
tinham o equipamento de som, a bateria completa de Evan, a guitarra de Griffin,
o baixo e a guitarra de Matt. Com todos os seus instrumentos atualmente
esperando por eles ao lado com microfones plugados, só precisavam de algumas
luzes no local e um par de seguranças, e eles poderiam fazer um show
profissional a partir daqui. Eles estavam trabalhando até mesmo com paredes à
prova de som, para que pudessem gravar e soltar um álbum. Eles tinham as
paredes construídas, mas não montadas, elas estavam inclinadas inutilmente
contra a parede atrás da bateria de Evan. Eu sabia que Matt realmente queria
terminar o projeto, mas o Bumbershoot, e agora a tour, tinha colocado em
espera. Eu tinha certeza que quando eles voltassem, seria uma prioridade.
Kellan deixou seu violão
em um balcão da cozinha, apoiando-o aberto. Eu sorri para uma foto de nós dois,
escondida dentro do forro. Quando ele tirou seu bem mais precioso, além de seu
carro, Griffin andou até ele e bateu-lhe nas costas. — Sim, eu sei o que tem…
acontecido.
Virando para me encarar,
os olhos de Griffin foram direto para os meus quadris. Foi horrível, tê-lo
olhando para mim desse jeito, sabendo que em sua
mente... Agora... nós estávamos fazendo sexo. Com minhas mãos, eu
me escondi, tanto do meu corpo quanto eu poderia e seu sorriso se alargou.
Finalmente percebendo que
Griffin estava mentalmente me agredindo, Kellan franziu a testa e lhe deu um
tapa nas costas da cabeça. — Não coma minha namorada com os olhos, Griffin.
Fungando indignado,
Griffin deu de ombros. — O quê? Um cara não pode sonhar mais? — Kellan revirou
os olhos e se afastou. Griffin virou-se apoiado para mim, zombando
diabolicamente enquanto apontava para a cabeça e sussurrou: — Mais tarde.
Me deu vontade de tomar
uma ducha.
Rapidamente virei minhas
costas para Griffin e fui até onde Rachel e Jenny haviam se reunido. Formando
uma espécie de clube das esposas da banda, que se ajoelhavam no sofá e se
inclinavam para animar os nossos homens no nosso concerto muito particular.
Assistindo Kellan conversar com Matt e Evan, enquanto Griffin pegava a guitarra
de Matt e começava a balançar como se ele estivesse tocando em um concerto, eu
suspirei baixinho. Eu ia sentir falta disso quando eles fossem embora.
Rachel e Jenny suspiraram
logo depois de mim. Olhando para elas, eu as assistia ver seus homens, seus
amores. Jenny tinha estado chorosa quando eu encontrei com ela depois do
anúncio de que a banda estava indo em turnê. Ela estava animada por Evan ir,
mas ela não queria se separar dele mais do que eu queria ficar sem Kellan. Ela
não parecia preocupada com sobre Evan se afastar, no entanto. Sua confiança na
sua fidelidade era inspiradora. Eu gostaria que essa confiança fosse
compartilhada. Era algo que eu tinha tido com Denny. Uma fé quase inabalável
que ele nunca, nunca me trairia. Era um conforto que, de alguma forma,
escorregou longe de mim uma vez que eu o tinha traído. Agora, eu meio que
sentia como se alguém pudesse fazer qualquer coisa com alguém. Era uma sensação
horrível de se ter.
Rachel olhou para mim, sua pele profundamente bronzeada, o olhar
um pouco pálido. — Eu não posso acreditar que eles estão indo no sábado. — Ela
balançou a cabeça e encolheu os ombros. — Onde foi parar o tempo?
Eu suspirei de novo,
sabendo que eu tinha pensado exatamente a mesma coisa antes. — Eu sei... —
Olhei de volta para os caras. Kellan tinha sua guitarra pendurada em seu peito
e balançava a cabeça para Matt enquanto Matt imitava acordes de guitarra no ar.
Evan assistia os dois, ocasionalmente, balançando a cabeça. Griffin era a
exceção de tudo, curvando-se à sua torcida imaginária.
Balançando a cabeça, eu
murmurei, — Parece que foi ontem que os assisti tocar no Bumbershoot.
Jenny suspirou, sentada
sobre os calcanhares. — Matt está dando uma festa de despedida em sua casa
depois do show na sexta à noite. — Ela suspirou novamente, triste. — Sua última
performance.
Eu engoli quando olhei
para ela. Seus olhos estavam tão vidrados quanto os meus. Era tão difícil
deixar as pessoas viverem seus sonhos, especialmente quando esses sonhos os
levavam para milhares de quilômetros de distância. Balançando a cabeça,
inclinei-me e abracei Jenny. Ela me abraçou de volta, fungando um pouco. Rachel
circulou os braços em torno de nós duas e tivemos um momento de
namoradas-deixadas-para-trás. Ele foi interrompido pela risada suave na nossa
frente.
Quando nos separamos,
todas nós olhamos para Kellan, sorrindo enquanto olhava para nós. — Carinho em
grupo... e eu não fui convidado? — Ele perguntou, levantando uma sobrancelha
sugestivamente.
Jenny e Rachel riram e eu
dei um tapa no seu estômago. Rindo um pouco mais, ele pegou minha mão e me puxou
por todo o sofá até seu corpo. Eu gritei, mas seus lábios desceram para os meus
e eu instantaneamente parei. Esquecendo-me que todos estavam ao redor, eu
fechei os olhos e emaranhei meus dedos em seu cabelo.
Me perdendo no momento, eu gemi um pouco quando sua língua roçou a
minha. Risinhos nervosos chegaram até meus ouvidos, mas de alguma forma não me
importei.
Eu só saí quando ouvi
alguém gritar: — Ei? Vamos ensaiar... ou enroscar com as meninas? — Kellan e eu
nos separamos e ambos olhamos para Griffin sorrindo maliciosamente. Agarrando
suas calças, Griffin balançou a cabeça. — Eu topo qualquer coisa, eu só preciso
saber qual instrumento tirar.
Kellan franziu a testa e
se endireitou. Eu fiquei vermelha brilhante e coloquei minha cabeça para baixo
no sofá. Jenny e Rachel riram, a mão de Jenny com simpatia acariciando minhas
costas. De cima, ouvi Griffin sendo duramente atingido.
Sorrindo, eu levantei
minha cabeça a tempo de ver Griffin dar um tapa em Kellan com uma mão enquanto
massageava seu braço com a outra. Kellan reprimiu um sorriso quando ele tomou
seu lugar atrás de seu microfone. Trancando seus olhos comigo, ele esperou
enquanto Evan bateu uma intro.
Matt e Evan começaram a
música perfeitamente, seus instrumentos enchendo o espaço que nos rodeava. A
sala vibrou com poder e energia e eu ri, adorando. Kellan sorriu, olhando-me
apreciar o que ele também gostava. Griffin entrou algumas batidas depois, e
Kellan entrou por último. Com todos os seus sons misturando e surgindo
perfeitamente, Kellan começou a cantar.
Ele era perfeito. Ele
alongava as palavras e frases sem esforço. Ele tomava respirações rápidas
sugestivamente. Sua voz era clara, forte, afinação perfeita... incrível. Eu
podia ouvi-lo cantar o dia todo. Se eu tivesse um iPod com ele cantando,
estaria na repetição interminável. A canção era uma das mais novas que eles
estavam tocando juntos. Estava quase pronta, e Matt queria incluí-la na turnê.
A primeira apresentação da música seria sexta-feira à noite, como uma espécie
de agradecimento aos fãs obstinados que estavam com eles desde o início.
Matt trabalhou os ensaios
em torno da agenda de todos, por isso, às vezes, eles tocavam no final da
tarde, quando eu estava trabalhando. Mas eu sempre tentava vir quando eles
estavam ensaiando antes do meu turno. Eu simplesmente amava observar o processo criativo. Eu assistia Kellan escrever as
letras em sua cozinha durante o café. Eu tinha visto ele, Evan e Matt misturar
com a melodia no bar. Era tão incrível para mim, assistir a uma ideia surgir na
cabeça de alguém e se transformar em uma música poderosa sobre quebrar através
de uma encruzilhada e sair do outro lado mais forte. Era uma linda peça. Eu
gostava de pensar que a canção era sobre nós de alguma forma. Quando chegaram
ao coro, Kellan franziu o cenho e parou de cantar no meio da frase. Ele olhou
para Matt e, eventualmente, os outros instrumentos morreram, Griffin foi o
último a parar. Matt franziu a testa e balançou a cabeça e Kellan apontou para
sua guitarra. — O que você está fazendo? Essa é a ponte, não o refrão.
Matt suspirou e ergueu a
mão no ar. — Cara, isso é o que eu ando dizendo. Você está tão aéreo
recentemente. — Ele apontou para Evan. — Desde que você faltou aos ensaios e
nos deixou sem um cantor, Evan e eu fomos aprimorando a música. Nós trocámos as
duas seções e soa cerca de um milhão de vezes melhor. — Franzindo a testa, ele
enfiou a mão em seu quadril e balançou a cabeça espetada. — E você saberia se
estivesse mais aqui.
Erguendo as mãos de forma
submissa, Kellan recuou. — Tudo bem, cara, apenas perguntando. — Olhando entre
Evan e Matt, Kellan suspirou. Ele rapidamente olhou para mim antes de voltar os
olhos para Matt. — Sinto muito, tudo bem, mas eu estou aqui agora e estou
comprometido com isso, por isso... para de me encher, está bem?
Matt franziu os lábios,
mas acenou com a cabeça. — Quaisquer outras alterações que eu deveria saber? —
Kellan perguntou, encolhendo os ombros.
Matt começou a sacudir a
cabeça, depois inclinou para o lado. — Oh, bem, nós acrescentamos um solo para
mim antes do último refrão. — Ele sorriu, só um pouco, e levantou uma sobrancelha pálida para Kellan.
Kellan olhou para longe,
um pequeno sorriso em seus lábios também. Rindo um pouco, ele sacudiu a cabeça.
— Eu acho que é o que eu recebo por faltar. — Estabelecendo os olhos em mim,
ele sorriu um pouco mais. — Vale a pena, porém, — ele murmurou para mim, depois
mais alto para os caras: — Ok, de volta para onde paramos.
Eles terminaram a música sem mais interrupções de Kellan, e Matt
revelou seu novo mini solo, enquanto Kellan balançava a cabeça, divertido.
No final da música eu
tive que concordar com Matt, as mudanças eram pequenas, e não algo que alguém
não entendido no assunto provavelmente notaria, mas no geral a canção soava
melhor. Eles estavam prontos para arrasar na sexta-feira.
Quando os caras
terminaram para o dia, era hora de Jenny e eu começarmos nossos turnos. Os
caras seguiram-nos, ansiosos para relaxar com uma cerveja depois de seu dia
"duro" no trabalho. Eu tive que rolar meus olhos quando eu entreguei
a eles. Às vezes, eu tinha ciúmes de como seu estilo de vida era fácil - beber,
festejar e tocar música toda a noite, ficar acordado até tarde, sendo cercado
de bajuladoras, - mas eu via como eles levavam a sério, e sabia o quão duro eles
trabalhavam nos bastidores para manter seu sucesso.
Na verdade, seu trabalho
era provavelmente tão desgastante quanto o meu. Pelo menos o meu tinha um tempo
final definido, o deles era uma espécie de 24/719. Um fato que foi
reafirmado para mim quando um par de meninas da faculdade teve coragem para se
aproximar de sua mesa no final da noite. Eles conversaram com as fãs de forma
amigável.
Kellan educadamente
rebateu os afetos de uma loira e sacudiu sua cabeça quando ela acenou para as
portas da frente e levantou as sobrancelhas em uma forma claramente sexual.
Eu fiz uma careta,
observando a cena e querendo "acidentalmente" despejar minha bandeja
sobre ela. Não, alguns aspectos de seu trabalho eram intermináveis...
Infelizmente.
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