Capítulo 6

 A GARRAFA ESPATIFOU-SE NO CHÃO, e ambos Hank e Raegan olharam para os cacos quebrados e líquido espirrado.
 ― Coors Light!
 ― Vegas bomb!
 ― Porra! ― Eu disse, curvando-me para pegar.
 ― Eu cuido disso, ― disse Gruber, correndo atrás do bar para limpar minha bagunça.
Segunda semana de meu novo emprego, e já estava começando a me cansar. Ir direto da aula para Skin Deep não era difícil as segundas ou terças-feiras, mas de quarta a domingo me detonavam. Tentar me manter atualizada com os estudos e trabalhos depois de um turno que durava até depois da 02:00 AM, e depois acordar para uma aula às 9:00 AM era desgastante.
 ― Você está bem? ― disse Hank em meu ouvido. ― Essa é a primeira vez que você deixou cair uma garrafa desde que você aprendeu a virá-las.
 ― Estou bem, ― eu disse, enxugando as mãos molhadas sobre a toalha que estava escondida em meu bolso de trás.
 ― Eu disse Coors Light!
 ― Espere um maldito minuto! ― Raegan gritou com o idiota impaciente de pé entre quarenta outros idiotas impacientes no meu balcão. ― Eu ainda não entendo por que você está fazendo isso para Coby, ― disse ela, com um resíduo de carranca ainda em seu rosto.
 ― É apenas mais fácil.
 ― Tenho certeza que isso se chama permissão. Por que ele iria se endireitar, Cami? Ele tem você para dar-lhe dinheiro depois de uma viagem de culpa de dois minutos.
 ― Ele é um garoto estúpido, Ray. Ele está autorizado a fazer besteiras, ― eu disse, passando por cima de Gruber para chegar ao Blue Curaçao.
 ― Ele é seu irmão mais novo. Ele não deveria ser mais fodido que você.
 ― As coisas nem sempre são do jeito que deveriam ser.
 ― Blue Moon!
 ― Blind Pig!
 ― Você tem Zombie Dust na torneira?
Balancei minha cabeça.
 ― Somente em outubro.
 ― Que tipo de bar é esse? Esse é uma das dez melhores cervejas já feitas! Vocês deveriam tê-la durante todo o ano!
Revirei os olhos. Quinta-feira era noite de cerveja por uma moeda, e sempre lotava. A pista de dança estava lotada, e no bar havia três fileiras de pessoas querendo bebida e dobrou como se fosse um lugar privilegiado, o qual Hank carinhosamente chamava de mercado de carnes, e não era nem onze horas, quando o movimente realmente começava.
 ― Canto Oeste! ― Hank pediu.
 ― Entendi! ― Disse Kody, empurrando através da multidão para chegar a uma multidão que se contorcia.
Os clientes foram sempre mais violentos dois ou três dias depois de uma luta. Eles assistiram Travis Maddox espancar um cara sem piedade, e então todos naquela luta foram embora pensando que eram igualmente invencíveis.
Raegan sorriu, parando por alguns segundos para observar Kody trabalhar.
 ― Droga, ele é quente.
 ― Trabalhe, cadela, ― eu disse, agitando firmemente o New Orleans Fizz até meus braços queimarem.
Raegan gemeu, alinhou cinco copos de doses, arrastou a pilha de guardanapos para a prateleira mais baixa, em seguida, virou uma garrafa de Chartreuse20 de cabeça para baixo.
Ela encheu até a borda os copos de dose, em seguida, derrubou uma linha fina numa parte limpa do bar. Ela acendeu um isqueiro e o fogo entrou em erupção.
O grupo mais próximo do bar se inclinou para trás, para longe das chamas rastejando através da tábua de madeira na frente deles, e, em seguida, aplaudiram.
 ― Afastem-se, porra! ― Raegan gritou enquanto o fogo se extinguia após trinta segundos.
 ― Legal! ― disse Trenton, em pé na minha frente com os braços cruzados.
 ― Fique longe do canto oeste, ― eu disse, apontando para o mar vermelho de idiotas brigando sendo separados por Kody e Gruber.
Trenton virou-se e, em seguida, balançou a cabeça.
 ― Não me diga o que fazer.
 ― Então, fique longe da porra do meu bar, ― eu disse com um sorriso.
 ― Briguenta, ― disse Trenton, encolhendo os ombros algumas vezes.
 ― Bud Light!
 ― Margarita, por favor!
 ― Ei, sexy, ― disse uma voz familiar.
 ― Ei, Baker, ― eu disse com um sorriso. Ele deixava notas de vinte na minha jarra de gorjetas há mais de um ano.
Trenton franziu o cenho.
 ― Você está perdendo sua camisa, ― disse ele.
Olhei para o meu colete de couro. Sim, meus seios estavam fora para chamar atenção, mas eu trabalhava num bar, e não numa creche.
 ― Você está dizendo que você não aprova meu traje? ― Trenton começou a falar, mas coloquei meu dedo contra seus lábios. ― Ah, isso é fofo. Você pensou que eu realmente estava perguntando.
Trenton beijou meu dedo, e puxei de volta a minha mão. Raegan deslizou uma dose para Trenton, e piscou para ele. Ele piscou de volta, levantou o copo para ela, e, em seguida, atravessou a pista de dança para as mesas de sinuca, a menos de três metros da briga que Kody e Gruber ainda estavam tentando separar. Trenton observou por mais alguns segundos, tomou o uísque de cortesia de Raegan, e, em seguida, caminhou até o meio da multidão. Como uma gota de óleo numa bacia de água, o grupo que brigava recuou.
Trenton disse algumas palavras, e Kody e Gruber escoltaram dois dos caras em direção à saída.
 ― Eu deveria oferecer a ele um emprego, ― disse Hank, observando a cena por trás de mim.
 ― Ele não iria aceitá-lo, ― eu disse, misturando outra bebida. Ao contrário de seu irmão mais novo, eu poderia dizer que Trenton preferiria não lutar. Ele não tinha medo disso, e como nos outros meninos Maddox, isso estava entranhado nele como uma opção padrão para resolver um problema.
A cada poucos minutos por quase uma hora, eu me encontrei fazendo a varredura do espaço em busca daquele cabelo castanho bagunçado e camiseta branca. As mangas curtas se ajustavam confortavelmente ao redor de seus bíceps e peito largo, e me encolhi interiormente por notar. Trenton sempre se destacou para mim, mas nunca tinha tentado chegar a conhecê-lo bem o suficiente para descobrir o porquê. Ele obviamente se destacava para um monte de mulheres, e o pensamento de esperar na fila não me atraía, mas eu ainda notava. Era difícil não notar.
Trenton se inclinou para dar a tacada vencedora numa das mesas de bilhar, seu boné branco virado para trás. Claramente um dos seus favoritos, o branco encardido ainda fazia o restante do seu bronzeado de verão parecer ainda mais escuro.
 ― Puta que pariu! Já houve duas lutas na entrada! ―  Blia disse, com os olhos arregalados. ― Precisa de uma pausa?
Balancei a cabeça, pegando o pagamento do último coquetel que eu tinha feito.
 ― Não demore muito. Este lugar está a cinco segundos de explodir.
Eu pisquei.
 ― Eu vou só fazer xixi, fumar, e já estarei de volta.
 ― Nunca desista de nós, ― disse Blia, já começando a fazer um pedido de bebida. ― Decidi que não estou pronta para o bar leste, ainda.
 ― Não se preocupe. Hank teria de me despedir em primeiro lugar.
Hank jogou um guardanapo amassado na minha cara.
 ― Você não precisa se preocupar com isso, matadora.
Eu soquei o braço dele de brincadeira e depois fui direto para o banheiro dos funcionários. Uma vez dentro da cabine, deslizei minha calcinha até os joelhos e sentei-me, o baixo da música do lado de fora mantinha uma batida abafada, mas constante. As paredes finas vibravam, e eu imaginava meus ossos fazendo o mesmo.
Depois de verificar o meu telefone, coloquei-o no topo do recipiente de plástico cinza de papel higiênico. Ainda nada do TJ, mas eu fui a última pessoa a enviar uma mensagem de texto. Eu não iria ser o tipo de garota que implora por atenção.
 ― Você terminou? ― Disse Trenton do outro lado da cabine.
Meu corpo inteiro ficou tenso.
 ― O que diabos você está fazendo aqui? Este é o banheiro das meninas, Texas Ranger perseguidor.
 ― Você acabou de insinuar que sou comparável a Chuck Norris? Porque aceito isso.
 ― Saia daqui!
 ― Acalme-se. Não posso vê-la.
Eu dei descarga, em seguida, abri a porta da cabine com tanta força que bateu contra o balcão da pia. Depois de lavar minhas mãos, e puxar um par de toalhas de papel, tive a certeza de olhar para Trenton.
 ― Fico feliz em ver que os funcionários realmente fazem o que a placa diz. Sempre quis saber.
Deixei-o sozinho no banheiro, e sai pela porta de entrada dos empregados.
No momento em que pisei fora, o frio congelante atingiu as partes nuas da minha pele. Carros ainda estavam chegando e estacionando casualmente na grama do outro lado do estacionamento. Portas de carros estavam batendo, e amigos e casais estavam andando para a entrada, retardada por uma longa fila de estudantes universitários à espera que outros saíssem para que pudessem entrar.
Trenton ficou ao meu lado, pegou um cigarro e acendeu-o, em seguida, acendeu o meu.
 ― Você realmente deveria parar, ― disse ele. ― Hábito desagradável. Não é atraente para uma garota.
Eu estiquei meu pescoço para ele.
 ― O quê? Não estou tentando ser bonito. Não sou uma garota.
 ― Eu não gosto de você.
 ― Sim, você gosta.
 ― Não estou tentando ser bonita, também.
 ― Você está falhando.
Olhei para ele, tentando o meu melhor para não me sentir lisonjeada. Uma sensação cálida agrupou-se em meu peito, e então começou a se espalhar, fazendo todo o caminho dos meus dedos das mãos até os dedos dos pés. Ele tinha o melhor pior efeito sobre mim. Como se tudo o que eu fosse – e não era – era desejável. Eu nem sequer tenho que tentar. A apreciação impenitente de Trenton para tudo o que ele sabia sobre mim era viciante. Encontrei-me querendo mais, mas eu não tinha certeza se era a maneira como ele me fazia sentir que eu gostava muito, ou o sentimento familiar. Isso era como meus primeiros três meses com T.J. A calidez que eu tinha sentido um segundo antes se desvaneceu, e eu comecei a tremer.
 ― Eu ofereceria a minha jaqueta, mas eu não trouxe uma, ― disse Trenton. ― Tenho estes, no entanto. ― Ele segurou seus braços um pouco longe de seu corpo, com as palmas para cima.
Dei de ombros.
 ― Estou bem. Como foram as últimas horas de trabalho hoje à noite?
Ele cruzou os braços sobre o peito. ― Você está indo muito bem no trabalho. Hazel estava reclamando que você não estava lá, e então Calvin começou a falar, também.
 ― Você pelo menos, me defendeu?
 ― O que você queria que eu dissesse? Cale a porra da boca, Hazel! Ela é uma terrível trabalhadora e eu não a quero aqui!
 ― Um amigo de verdade teria feito.
Trenton balançou a cabeça.
 ― Você não faz a porra de sentido algum. Mas eu acho que gosto.
 ― Obrigada, eu acho. ― Eu espremi a guimba do meu cigarro e pisei nele. ― De volta ao trabalho.
 ― Sempre, ― disse Trenton, seguindo-me para dentro.
Blia voltou para o quiosque da frente e depois Jorie surgiu para aliviar Raegan. Trenton estava tomando sua quarta garrafa de cerveja no momento em que Raegan voltou, e ele parecia mais irritado depois de cada bebida que eu fazia.
 ― Você está bem? ― Eu perguntei por cima da música.
Ele acenou com a cabeça, mas não parou de olhar para seus dedos entrelaçados descansando no bar. Notei pela primeira vez que sua camiseta apresentava dois pássaros azuis pálidos, acima das palavras VOCÊ ENGOLE? Suas muitas tatuagens complementavam a camisa e jeans desgastados, mas a pulseira de plástico rosa, branco e roxo não o fazia.
Toquei o plástico com o meu dedo indicador.
 ― Olive?
Ele virou um pouco o pulso.
 ― Sim. ― Mesmo a menção de sua melhor amiga não o animou.
 ― O que há, Trenton? Você está agindo estranho.
 ― Ele está aqui.
 ― Quem está aqui? ― eu disse, apertando os olhos enquanto agitava outro cocktail.
 ― O mauricinho babaca que eu joguei para fora da Skin Deep.
Olhei em volta, e lá estava ele, apenas a alguns metros de distância a partir da esquerda de Trenton, ladeado por Jeremy e Kylie. Ela estava num outro vestido curto, só que este era dourado e muito mais apertado.
 ― Apenas o ignore. Nós estamos tendo um bom momento esta noite.
 ― Nós estamos? Eu estou sentado aqui sozinho, ― ele retrucou.
Clay sorriu para mim, mas eu olhei para baixo, na esperança de não incentivar quaisquer comentários maliciosos dele que pudessem irritar Trenton. Não tive essa sorte.
 ― Olha, Jeremy! É a secretária vadia! ― disse Clay. Ele estava mais bêbado do que estava no estúdio de tatuagem.
Procurei por Kody, mas não o vi. Ele estava provavelmente na entrada, onde as brigas tinham acontecido. Gruber estava na parede oeste, onde brigas também ocorreram. Tuffy estava em pausa, por isso Hank estava, provavelmente, na entrada verificando identidades e pegando dinheiro.
Clay ainda não tinha visto Trenton, mas Kylie sim. Ela tinha um braço em volta das costas de Clay, e uma mão em seu estômago, a ponta de seu dedo anelar enfiada na cintura de sua calça jeans. Mesmo que ela estivesse envolta contra Clay, ela manteve os olhos em Trenton, esperando que ele a notasse.
 ― Vou levar uma garrafa de Bud, piranha! E você não receberá gorjeta, porque você me chutou para fora na outra noite.
 ― Quer que eu faça isso de novo? ― eu perguntei.
 ― Posso levá-la para um beco escuro e curvá-la, ― disse ele, narrando.
Trenton ficou tenso, e coloquei minha mão sobre a dele.
 ― Ele está bêbado. Dê-me um segundo e vou fazer Kody escoltá-lo para fora.
Trenton não olhou para mim, ele apenas balançou a cabeça, os nós dos seus dedos brancos.
 ― Não estou com disposição para a sua merda hoje à noite. Vá pedir em outro quiosque.
 ― A minha cerveja, cadela! ― Clay disse, pouco antes de ele perceber as mãos de quem eu estava segurando.
Trenton deixou seu assento, esbarrando em algumas pessoas.
 ― Trent, não! Maldição! ― Eu pulei sobre o bar, mas não antes de Trenton dar um par de socos. Clay já estava no chão, sangrando. Caí de joelhos e cobri minha cabeça, cobrindo Clay com o meu corpo ao mesmo tempo.
Jorie gritou por cima da música.
 ― Cami, não!
Quando nada aconteceu, olhei para cima, vendo Trenton parado sobre nós, seu punho tremendo e alto no ar. Kylie estava de pé ao lado de Trenton, olhando para nós. Ela estava simplesmente como espectadora, nem um pouco preocupada com Clay.
Kody e Raegan estavam de pé ao meu lado quando me levantei, e Kody ajudou a Clay a levantar-se. Jorie apontou para Clay, e Kody tomou-o pelo braço.
 ― Tudo bem. Vamos, ― disse Kody.
Clay puxou seu braço do aperto de Kody e limpou o sangue de sua boca com sua manga.
 ― Você quer ir de novo, a luz do sol? ― perguntou Trenton.
 ― Foda-se, ― disse Clay, cuspindo sangue no chão.
 ― Vamos, Kylie.
Trenton puxou Kylie contra o seu lado e apontou para ela.
 ― Essa é sua garota?
 ― O que tem isso? ― Perguntou Clay.
Trenton agarrou Kylie e a inclinou, plantando um beijo em sua boca. Ela o beijou de volta, e por alguns segundos os dois estavam mais do que entusiasmados. Trenton deslizou a mão para baixo de seu lado e, em seguida, agarrou a bunda dela com uma mão, mantendo o pescoço na dobra de seu outro braço.
Meu estômago caiu, e, assim como todos os outros, eu congelei até Trenton colocá-la na posição vertical e empurrá-la em direção a Clay.
Clay fez uma cara, mas ele não reagiu. Kylie estava mais do que satisfeita, e virou para dar uma última olhada de paquera em Trenton, enquanto Clay a arrastava pela mão em direção à entrada. Kody os seguiu para fora, mas não antes de fazer uma cara de que porra é essa para Raegan, e depois para mim.
Foi só então que eu percebi que cada músculo do meu corpo estava tenso.
Aproximei-me de Trenton e apontei para seu peito.
 ― Você faz essa merda de novo, e eu vou te jogar para fora daqui.
Um dos lados da boca de Trenton se ergueu.
 ― A briga, ou o beijo?
 ― A sua bunda está com ciúmes da quantidade de merda que sai da sua boca? ― eu disse, andando em volta do bar.
 ― Eu já ouvi isso! ― Trenton respondeu de volta. Ele pegou sua cerveja do bar, e, em seguida, caminhou até as mesas de bilhar, como se nada tivesse acontecido.
 ― Sem querer estragar o seu desfile, amiga, mas você parece com raiva, ― disse Raegan.
Comecei a lavar as canecas como se eu as odiasse, porque, naquele momento, eu odiava tudo.
 ― Eu não podia suportá-lo na escola, e não posso suportá-lo agora.
 ― Você tem andado muito com ele para alguém que você não pode aguentar.
 ― Pensei que ele tinha mudado, mas aparentemente não.
 ― Aparentemente não, ― Raegan falou inexpressivamente, abrindo três garrafas de cerveja, uma após a outra.
 ― Cale-se, cale-se, cale-se, ― eu cantava, tentando abafar suas palavras. Eu não o queria, de qualquer maneira. O que importava para mim se ele era um homem prostituto que enfiava a língua na garganta de alguém só para chatear o namorado dela?
O ritmo acelerado atrás do bar continuou, mas, felizmente, as lutas cessaram pouco antes da última chamada. Era sempre uma enorme dor na bunda tentar sair de lá quando o lugar inteiro explodia numa briga na hora de fechar. As luzes se acenderam, e a multidão se dispersou. Pela primeira vez, Kody e Gruber não tinham que entrar em modo babaca para tirar os retardatários para fora. Em vez disso, eles educadamente encorajavam as pessoas a saírem, e Raegan e eu fechamos o bar.
Lita e Ronna entraram com vassouras e outros produtos de limpeza. As 03h00, os barmen estavam todos prontos para sair, e por segurança, Kody e Gruber nos acompanharam até nossos carros. Acompanhar Raegan todas as noites e preencher esses pequenos momentos com charme sutil foi exatamente como Kody finalmente a convenceu a deixá-lo levá-la para um encontro. Gruber me acompanhou até o Smurf, nós dois puxamos nossos casacos mais apertados para afastar o frio. Quando o carro de
Trenton veio a vista, e em seguida Trenton de pé ao lado dele, Gruber e eu fizemos uma pausa ao mesmo tempo.
 ― Precisa que eu fique? ― perguntou Gruber tranquilamente enquanto nós continuamos a caminhar.
 ― O que você vai fazer? ― Trenton assobiou.
 ― Nada.
Enruguei meu nariz, enojada.
 ― Não seja um idiota. Você não tem que ser um idiota para caras que são bons ou ruins para mim.
 ― E aqueles de nós que são as duas coisas? ― Disse ele, suas sobrancelhas se movendo.
Balancei a cabeça para Gruber.
 ― Estou bem.
Gruber assentiu e caminhou de volta para o Red.
 ― Você está bêbado, ― eu disse abrindo a porta do lado do motorista do jipe. ― Você chamou um táxi?
 ― Não.
 ― Um de seus irmãos?
 ― Não.
 ― Então você está indo a pé para casa? ― Eu disse, puxando o chaveiro no formato de abridor de garrafa vermelho brilhante do bolso de seu jeans. As chaves vieram junto com isso.
 ― Não, ― ele disse, sorrindo.
 ― Eu não vou te levar para casa.
 ― Não. Não deixo as meninas me levarem, não mais.
Abri a porta do meu carro, e então suspirei, puxando meu celular.
 ― Vou chamar um táxi para você.
 ― Kody vai me dar uma carona.
 ― Se ele continuar te levando pra casa, você vai ter que assumi-lo no Facebook oficialmente.
Trenton riu, mas, em seguida, seu sorriso desapareceu.
 ― Eu não sei por que eu fiz isso. Com ela. Hábito, eu acho.
 ― Não foi você falando sobre hábitos desagradáveis mais cedo?
 ― Sou um pedaço de merda. Sinto muito.
Eu dei de ombros.
 ― Faça o que você quiser.
Ele parecia magoado.
 ― Você não se importa.
Após uma breve pausa, balancei minha cabeça. Eu não conseguiria mentir em voz alta.
 ― Você está apaixonada por ele? Seu cara?
 ― Vamos, Trent. O que é isso?
O rosto de Trenton se comprimiu.
 ― Você e eu... nós somos apenas amigos, não somos?
 ― Às vezes não tenho certeza se nós somos isso.
Trenton balançou a cabeça, e depois olhou para baixo.
 ― Tudo bem. Apenas verificando. ― Ele se afastou, e eu bufei de frustração.
 ― Sim, ― eu respondi para ele.
Ele se virou, me olhando com expectativa.
 ― Nós somos amigos.
Um pequeno sorriso tocou seus lábios, em seguida, se espalhou num sorriso completo.
 ― Eu sei. ― Ele enfiou as mãos nos bolsos enquanto passeava pelo estacionamento como se fosse dono do mundo.
Uma vez que ele pulou dentro do caminhão de Kody, meu estômago afundou. Eu estava em apuros. Grande, desastroso, problema Maddox.

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