Capítulo 7 - Erros

Meu primeiro erro foi a garrafa de vinho. Meu segundo erro foram as doses de tequila... Mas, atualmente, apenas o pulsar da minha dor de cabeça me preocupava. A luz brilhando pela janela fez meus olhos lacrimejarem, mas quando eu os fechei, o quarto começou a girar tanto que eu tive que olhar para um ponto no teto e segurar minha cabeça perfeitamente imóvel. Eu gemi. Deus, eu ainda estava bêbada?
Com apenas meus olhos, tentei olhar ao redor do quarto desconhecido. Puta merda... Essa não é minha cama! Olhando para baixo e imediatamente lamentando quando minha cabeça pareceu que ia explodir e o quarto começou a girar loucamente, notei meu corpo nu envolvido em lençóis estranhos. Puta merda... Eu estou nua!
Tentei deixar o meu corpo perfeitamente imóvel e pensar através da névoa para me lembrar da noite passada. Ah... Deus... Não... De repente, eu sabia exatamente onde estava. Olhei para o outro lado da cama, mas estava vazio, Kellan se foi. Minha cabeça e agora também o meu estômago, protestaram veementemente pelo movimento rápido.
Droga, droga, droga, eu pensei, de repente irritada. Pressionei meus dedos na testa, com força, tentando parar a dor impiedosa. Memórias inundaram meu cérebro. Como um acidente sangrento - eu não queria assistir, mas não conseguia parar também.
Aquele inacreditável primeiro beijo - ansioso, intenso, e tão cheio de paixão. A mão atrás do meu pescoço apertando quando ele me puxou mais perto. Outra mão segurando a minha parte inferior das costas. Ele lentamente pressionando-me contra o balcão e, em seguida, levantando-me para ele. Minhas pernas circulando ao redor de sua cintura. Minhas mãos emaranhando seu cabelo. Seu cheiro inebriante, o sabor de tequila em sua língua...
A memória momentânea da tequila fez o meu estômago balançar inquieto. Não querendo perder o meu estômago em sua cama, eu arrisquei a sensação horrível de rodar e sentei. Esperando um segundo para a minha cabeça limpar e depois percebendo que não iria, olhei em volta procurando pelas minhas roupas. Só podia achar minha regata, pendurada ao acaso na sua guitarra ao lado da cama. Droga.
Eu lentamente fiquei de pé, tropeçando um pouco. Sério, eu já não deveria estar bem agora? Olhei para o relógio... 14:30? Já? Tarde para ir para escola... Minha aula de Psicologia estava quase no fim. Fiz o meu caminho cautelosamente para a porta. Minha calcinha estava perto dela. Suspirei e cuidadosamente me inclinei para pegá-la. Rapidamente coloquei-a novamente enquanto o meu estômago revirava perigosamente.
Pouco vestida, eu decidi que modéstia agora era o menor dos meus problemas. Não tinha ideia de onde Kellan estava e eu sabia que meu estômago não estava mais brincando. Corri para o banheiro e cheguei a tempo de vomitar ruidosamente no vaso sanitário.
Inclinando a cabeça contra a porcelana fria, mais lembranças inundaram meu cérebro.
… a mão de Kellan movendo-se através da minha garganta, seus lábios seguindo. Minha cabeça caindo para trás, fechando os olhos. Respiração pesada. Gemidos baixos. Exalar irregularmente.
Eu puxando sua camisa. Seu peito gloriosamente deslumbrante. Músculos duros, a pele macia. A respiração de Kellan mais difícil por causa de como meus dedos se moviam em seu peito. Ele gemendo levemente e me puxando para mais perto dele. Seus braços em volta de mim para me pegar. Nos movendo para as escadas...
Meu estômago revirou novamente e suor desceu da minha testa. Ugh, odeio tequila. Mais memórias implacáveis...
Ele tropeçando no chão, bêbado sobre os degraus e os dois rindo. Ser colocada sobre os degraus, ele se abaixando pesadamente em cima de mim. Kellan resmungando "desculpe", enquanto ele passava a língua até a minha garganta. Eu ofegando quando sua excitação pressionou contra mim. Chupar o lóbulo da orelha dele. Sua boca na minha. As mãos dele puxando as minhas calças...
Oh, eu pensei distraidamente, enquanto meu estômago revirava, é aí que minhas calças estão.
...eu tentando desabotoar a calça jeans dele e rindo dos meus dedos dormentes não sendo capazes de se mover adequadamente para fazê-lo. Kellan levemente chupando meu lábio inferior. Acariciando meu peito. Uma mão acariciando meu seio sob a regata. Eu mordendo levemente seu ombro. Dedos entrando em minha calcinha, circulando a pele lisa antes de pressionar em mim. A paixão nos olhos dele enquanto observava minha reação sem fôlego. Implorando-lhe para me levar para o seu quarto...
Oh Deus, me encolhi. Eu pedi, na verdade eu implorei a ele... Alguém por favor, me mate agora! E com isso, vomitei novamente.
Ele me levantando. Me apoiando em sua porta e arrancando minha calcinha. Kellan tirando os sapatos, em seguida, tirando a calça jeans, enquanto eu ria, já que eu ainda não conseguia fazê-lo. Ele rindo comigo enquanto tirava minha blusa. Uma língua suave arrastando ao longo do meu mamilo, provocando. Ele me empurrando para a sua cama de um jeito brincalhão. Tirar sua cueca. Apreciar a visão de seu corpo nu glorioso. O final do humor, quando as coisas ficaram subitamente muito intensas. Seus olhos passeando sobre meu corpo, seus lábios em cada centímetro de mim. Meus dedos em cada centímetro dele, traçando todos os músculos perfeitamente definidos. Beijando suavemente sua mandíbula... Pescoço... Garganta... Tórax... Abdome... A maneira como ele gemeu quando minha língua girou em torno da ponta dele...
Sentindo-me um pouco melhor com o meu estômago, eu sentei no meu calcanhar e me fiz lembrar o resto.
...Ele me deitando de costas e empurrando suavemente dentro de mim. Ofegar com o prazer. Nossos quadris movendo-se juntos. A ascensão e queda de sensações. Os ruídos de prazer que ele fez. Os ruídos surpreendentes que eu fiz. Tudo, aparentemente, levando muito tempo, quando nossos corpos bêbados absorveram cada sensação. O calor de sua respiração no meu pescoço. Agarrar a cabeça dele e segurá-lo perto, quando nos aproximamos do momento final - tão intenso, tão inacreditável. Gritar em uníssono quando gozamos juntos. Sentir o calor dele liberando em mim. Ofegar, sem fôlego com ele, nossos corações acalmando. Olhar nos olhos um do outro. Perder a consciência em seus braços…
Levantei-me ainda tremendo, mas, de forma mais firme, lavei o rosto e escovei os dentes. Surpresa, percebi que a noite passada com ele tinha sido... incrível.
Fui até meu quarto, pensando profundamente e parei na entrada da porta, olhando para a cama perfeitamente arrumada. Todos os sentimentos de ontem à noite, de terminar com Denny, que eu havia reprimido com álcool, e Kellan, desabaram sobre mim. Caí de joelhos e chorei.
Não lembro quando, mas em algum momento do dia, desci e peguei minhas calças dos degraus. Eu coloquei a calça e fiquei no degrau inferior, sem saber o que fazer agora. Eu estava desesperadamente com sede e minha cabeça ainda latejava, mas principalmente, meu coração doía.
Sentei-me no degrau e abaixei minha cabeça em minhas mãos. Lágrimas vieram de novo e eu tive o desejo estranho de que Kellan voltasse para casa. Eu só queria que meu amigo colocasse um braço em volta de mim e me dissesse que estaria tudo bem. Que eu não tinha feito um erro monumental na última noite em romper com Denny. Ok, dois erros monumentais. Kellan... Não sei o que tinha acontecido comigo na noite passada. Bem, tequila, certamente, mas será que era tudo? Rita amaria essa pequena fofoca, não que eu pretendesse contar a ela. Houve tantos avisos e eu tinha ignorado todos eles. Estava literalmente escrito na parede que ele era uma espécie de cachorro, que habitualmente dormia por aí. E depois havia o mal-entendido... Com sua ex-colega de quarto, Joey. Aparentemente, era um padrão com ele.
Ótimo, agora, não só eu estava completamente sozinha, mas como Joey, ele provavelmente ia me pedir para sair. Ia ser sem-teto também. Isso não parecia muito certo na minha cabeça. Eu nunca tinha visto ele ser qualquer coisa, exceto agradável com as pessoas. Bem, gostava de me provocar incansavelmente, mas não de uma forma cruel. Eu não podia vê-lo apenas implacavelmente me jogando para fora, sem ter para onde ir. Mas ele poderia me fazer tão desconfortável que eu iria querer sair. Eu queria sair agora... O pensamento de seu, certamente presunçoso, sorriso divertido, fez meu estômago revirar. Mais um registro em sua cabeceira da cama, pensei com tristeza. Onde estava ele de qualquer maneira? Era tão horrível me ver que ele estava se mantendo afastado propositadamente?
Eu sou uma idiota. Jurei que nunca mais beberia tequila novamente.
Finalmente, me levantei e fui pegar o copo de água que estava tão desesperadamente desejando. Acabei bebendo três. Liguei o telefone de volta e olhei para ele por uns bons vinte minutos. Eu queria desesperadamente ligar para Denny, para lhe dizer que precisava dele e que cometi um erro enorme na noite passada - um ainda maior do que Denny estava ciente. Eu não podia, embora. Minha culpa era muito grande para falar com ele. Depois de mais de cinco minutos encarando a coisa estúpida, obriguei-me a subir e ir para o chuveiro, pensando que poderia lavar meu desespero. Não adiantou. Depois, me deitei na minha cama, olhando para uma foto de Denny e eu na sua cabeceira, e chorei, mais uma vez.
Eventualmente eu tive que seguir em frente com meu desespero, para um totalmente novo. Eu tinha que ir trabalhar. Entorpecida me vesti, arrumando meu cabelo em um rabo de cavalo solto e bagunçado e coloquei um pouco de maquiagem. Eu estava horrível, me sentia horrível, mas pelo menos o quarto tinha parado de girar e meu estômago tinha parado de revirar. Agora, se eu pudesse fazer alguma coisa sobre o meu coração...
Cheguei tarde ao Pete (eu ainda não estava acostumada a dirigir com o carro de Denny e todas as colinas não estavam ajudando) e passei correndo por Rita. Não precisava dela criticando a minha aparência agora. Meu estômago estava em nós quando eu joguei minha jaqueta nos armários. Eu não tinha ideia se Kellan viria esta noite ou não. Seria estranho vê-lo... depois de ver tanto dele? Esse pensamento me fez corar enquanto eu caminhava de volta para o bar. Passei o olhar sobre as mesas, mas ele não estava lá, ninguém da banda estava. Respirei fundo e forcei todos os pensamentos sobre Denny e Kellan para a parte de trás da minha mente.
Consegui passar por metade do meu turno em uma espécie de dormência calma. Eu só quebrei quando Jenny me puxou de lado e me perguntou o que estava errado. As lágrimas começaram a cair imediatamente enquanto eu repetia a conversa que Denny e eu tivemos a noite passada. Ela rapidamente me deu um abraço, que trouxe ainda mais lágrimas, e me disse que tudo ficaria bem.
Que Denny e eu éramos perfeitos um para o outro e que as coisas funcionariam. Ela sorriu para mim de modo tranquilizador e senti uma pequena centelha de esperança de que talvez as coisas ficassem bem. Então me lembrei da segunda parte da noite. Quando Jenny me deu um abraço final, considerei dizer a ela.
— Jenny...
Ela se afastou e olhou para mim docemente, esperando. Seu rosto era tão aberto e honesto. Ela era o melhor tipo de pessoa, e eu comecei a me sentir ainda mais horrível olhando para ela. Ela provavelmente não iria entender... Ela iria olhar para mim de forma diferente. Talvez ela até pensaria o pior de mim e deixaria de ser minha amiga. Uma parte de mim duvidava que ela fosse me julgar duramente, mas me senti muito dura comigo naquele momento, e não queria correr o risco de alguém pensar dessa forma sobre mim. Não, eu não podia contar a ninguém sobre Kellan.
— Obrigado por escutar.
— A qualquer hora, Kiera. — Ela sorriu e me abraçou novamente e ambas continuamos com nossos turnos.
Cerca de uma hora depois, um som entrou pela porta da frente que me fez parar de respirar. Evan entrou pela porta com sua risada grande. Matt seguiu rapidamente, abaixando-se através da porta e passando por Evan, rindo também. Entorpecida, eu os assisti. Dois já foram... Faltavam dois. Griffin veio em poucos segundos depois parecendo realmente chateado. Ele olhou para Evan e Matt, que ainda estavam rindo... Aparentemente dele. Mostrando o dedo aos dois, virou-se e dirigiu-se para sua mesa regular. Olhei estupidamente para a porta enquanto Evan e Matt seguiam Griffin, ainda rindo. Faltava um. Continuei olhando para a porta, mas nada aconteceu. Balançando a cabeça e me sentindo um pouco estúpida, percebi que ele não estava vindo, ele não estava aqui. Estava me evitando no bar também? De alguma forma, parecia pior do que ele me evitando em casa. Podia sentir as lágrimas de novo.
Jenny se aproximou de mim, colocando a mão no meu ombro. — Você não parece tão bem... Está bem?
Eu pisquei as lágrimas de volta. — Sim, estou bem. — A montanha-russa de emoções recentes estava tomando seu peso - eu estava exausta.
Jenny parecia ver isso. — Vá para casa, Kiera.
Balancei minha cabeça, eu podia fazer isso. — Estou bem, Jenny... Apenas um dia longo. Vou passar por isso.
Ela começou a virar-me para o quarto dos fundos. — Vai, há pouco movimento hoje à noite... Vou cobrir para você. — Ela manteve as mãos sobre os meus ombros até chegarmos ao corredor que levava à parte de trás.
— Jenny, realmente, não é necessário.
— Eu sei, eu sei... você é dura, você pode superar... — Ela sorriu para mim zombeteiramente. — Basta ir para casa... Você pode cobrir para mim amanhã, se quiser, e eu vou sair mais cedo.
Ri um pouco. De repente eu estava muito cansada e soou como uma grande ideia. — É... bem, tudo bem.
Não me lembro da viagem para casa, um minuto eu estava no estacionamento dizendo adeus a Jenny, que disse que iria me verificar amanhã, e no seguinte, eu estava chegando na garagem, olhando para o espaço vazio onde o carro de Kellan geralmente ficava estacionado. Ainda não estava em casa. Isso me irritou um pouco, então me deixou triste, e ainda mais cansada. Entrei em casa e fui até meu quarto. Apressadamente, coloquei meu pijama e caí na cama. Algumas lágrimas mais vazaram, antes de eu finalmente cair no sono.
Passos leves na escada me acordaram, no que pareceram segundos depois. Kellan deve ter finalmente chegado em casa. Olhei para o relógio - 23:10. Talvez ele pensou que eu estava dormindo agora e que não teria que me ver. Lutei contra as lágrimas repentinas de solidão ardendo em meus olhos. Eu deveria ter ficado no trabalho...
Estranhamente, a porta do meu quarto se abriu silenciosamente. Ótimo, ele vai me pedir para sair e vai fazer isso agora. Bem, isso é apenas um final perfeito para meu dia perfeito. Kellan, meu coração já está quebrado, por favor você pode rasgá-lo em pedaços minúsculos para mim? Talvez ele fosse embora, esperasse até amanhã, se achasse que eu estava dormindo. O pensamento me deu um raio de esperança e eu fiquei perfeitamente imóvel, certificando-me de que minha respiração ficasse lenta e uniforme.
Não estava funcionando. Agora, ele estava sentado na cama ao meu lado.
Idiota, pensei, irritada. Ele realmente não podia esperar para me esmagar até de manhã? Eu resisti à vontade de suspirar e dizer-lhe para voltar para seu quarto. Que eu iria sair amanhã. Que eu não ia ser inconveniente e ficar. Mas eu ainda estava esperando que ele fosse embora, então mantive meu falso-sono.
Sua mão repousou em meu ombro e eu tive que resistir fortemente à vontade de afastar meu corpo do seu toque. — Kiera? — Um sotaque muito familiar perfurou meus pensamentos sombrios.
Levando um choque, abri meus olhos e virei meu corpo para a figura sentada ao meu lado na cama. — Denny...? — Lágrimas estavam em meus olhos imediatamente. Eu estava dormindo? Era real?
Ele sorriu, com os olhos quentes brilhando também. — Hey, — ele sussurrou.
— O que... Por que... Como...? — Eu não conseguia formar uma pergunta coerente na minha confusão.
Ele colocou a mão no meu rosto e afastou uma lágrima. — Você é meu coração, — Foi tudo o que ele disse.
Soluçando, sentei-me e joguei meus braços ao redor de seu pescoço. —Denny... — Tentei falar entrecortada, — Sinto muito... — Na minha cabeça eu estava mais triste por Kellan, por nossa briga, mas eu não iria lhe contar isso.
— Shhhh... — Ele me segurou perto, balançando-me suavemente e acariciando meu cabelo. — Eu estou aqui... está tudo bem.
Me afastei para olhar para ele, lágrimas em seu rosto agora também. — Você voltou... por mim?
Ele suspirou e afastou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. — É claro... você achou que eu não o faria? Que eu iria deixá-la escapar? Eu te amo... — Sua voz falhou um pouco no final.
Engoli o nó na garganta. — Seu trabalho?
Ele suspirou de novo. — Eu disse que não.
Desespero súbito por meu egoísmo me dominou. Dois anos... pareciam uma eternidade na noite passada, mas agora com ele em meus braços, parecia uma quantidade ridiculamente curta de tempo. — Sinto muito. Eu exagerei. Claro que você deve aceitar o trabalho. Ligue de volta! Dois anos - não é nada. Este é o seu sonho... — Pânico estava vazando para a minha culpa.
— Kiera... — Ele me parou suavemente. — Eles ofereceram para outra pessoa já.
— Oh. — Mordi o lábio. — O estágio?
Ele suspirou mais uma vez. — Não, eles deram a outra pessoa quando eu aceitei o trabalho.
Eu não poderia dizer mais nada quando os fatos se estabeleceram em meu cérebro. Ele desistiu de tudo isso... por mim. O estágio dos seus sonhos, que tinha sido a nossa razão de mudar para cá, o trabalho único na vida, que nunca tinha sido oferecido a nenhum estagiário. Tudo isso - porque eu não poderia esperar dois curtos anos, e ele não me deixaria.
As lágrimas de dor e culpa me agrediram novamente. — Sinto muito. Eu sinto muito, Denny. Sinto muito... — Repeti mais e mais, enquanto ele me segurava em seu ombro. Quando as lágrimas do meu egoísmo finalmente acalmaram, as lágrimas de estar com Kellan ontem à noite durante nosso "breve" tempo separados, quebraram-me novamente.
Denny simplesmente me segurou, dizendo-me mais e mais que tudo ficaria bem, que estávamos juntos e isso era tudo o que importava. Depois de um tempo, e mais para me distrair do que qualquer coisa, eu acho, ele pegou meu queixo levemente e me puxou para um beijo longo e doce.
O calor, a familiaridade, o conforto no beijo silenciaram meu cérebro encharcado de culpa por um momento. Então, quando seus lábios se separaram e sua língua levemente encontrou a minha, outra seção do meu cérebro acordou. Desejo inundou-me e eu o beijei avidamente. Não conseguia parar as lágrimas que rolavam em meu rosto, no entanto, e ele carinhosamente as limpou com o polegar.
Ele baixou-me de volta para os travesseiros e beijou meus lábios, meu queixo, a testa, o tempo todo ainda acariciando minha bochecha. Passei a mão pelo seu cabelo, rosto, ao longo de sua mandíbula - a suave linha fina familiar de barba sob meus dedos, junto a seus lábios. Eu não podia acreditar que ele estava de verdade aqui.
Empurrei a dor, a culpa e o horror pelo que eu tinha feito na noite passada para a parte mais funda da minha mente. Eu iria lidar com isso mais tarde - este momento era tudo que eu poderia concentrar-me agora. Puxei seus lábios errantes de volta para os meus e o beijei ferozmente. Ele fez um barulho de prazer no fundo de sua garganta, sua respiração acelerada.
O empurrei de volta um pouco e empurrei as cobertas para longe de mim. Ele tinha estado muito longe de mim por muito tempo. Eu precisava dele mais próximo. — Venha aqui.
Ele levantou-se por um minuto e suavemente se despiu então rastejou para debaixo das cobertas comigo, envolvendo os braços em volta de mim. Ele beijou meu pescoço. — Senti sua falta. — Ele respirou na minha pele.
Minha respiração ficou presa e eu pisquei uma lágrima rápida. Mais tarde, eu me repreendi. — Senti tanto a sua falta, tanto, Denny, — Eu suspirei, trazendo-o de volta para a minha boca. Era como se seus lábios tivessem oxigênio e eu estivesse sufocando, não conseguia parar de beijá-lo. Era tudo o que eu queria. Tudo o que eu precisava era de seus lábios macios nos meus, sua língua escovando levemente a minha. Minha mente começou a relaxar e lentamente parou de pensar.
Suas mãos começaram a puxar a minha calça, lentamente, suavemente. Suspirei e o beijei mais forte. Ele as tirou e começou a tirar minha calcinha. Minha mente estalou quando eu de repente fiquei com medo de que ele, de alguma forma soubesse. Que ele teria algum sexto sentido que lhe dissesse que tinha sido infiel a ele. Mas ele puxou minha calcinha sem hesitação. Seus lábios nunca deixando os meus, sua respiração ainda pesada. Ele não me odiava, ele ainda me queria.
Seus dedos deslizaram dentro de mim e minha mente desligou completamente - eu não me importava mais.
Tirei minha blusa, precisando sentir toda a minha pele contra a sua. Seus lábios finalmente deixaram os meus e se arrastaram para baixo do meu pescoço, pelo meu peito. Seus lábios provocaram e mordiscaram meus seios, seus dedos deslizando ao longo da minha pele molhada, aumentando meu desejo por ele e eu gemi seu nome. — Denny...
Ele parou rodando sua língua em volta do meu mamilo e olhou de volta para o meu rosto. Puxei-o de volta para os meus lábios.
— Eu preciso de você... — Sussurrei. Eu quis dizer isso em todos os sentidos que essas palavras poderiam ser interpretadas.
Gentilmente, ele colocou-se sobre mim e os dedos foram substituídos por algo muito mais satisfatório. Engoli em seco e fechei os olhos quando ele deslizou para dentro de mim. Um arrepio passou pelo meu corpo quando ele começou a se mover. A dor da minha solidão durante as últimas semanas subiu em mim de forma inesperada e uma lágrima escapou de meu olho. — Deus, eu senti sua falta...
Ele se inclinou para o meu ouvido. — Te amo. — Sussurrou asperamente.
Muito rápido, meu desejo subiu junto com o seu. Eu não conseguia segurar os sons, eu não queria. Para esse momento perfeito, eu não me importava de onde estava, ou quem mais estava lá, eu só me importava que Denny estava aqui comigo, finalmente. Nós terminamos juntos e depois ele me segurou em seus braços por um longo tempo, acariciando meus cabelos e beijando minha testa, até que o sono finalmente o tomou.
Eu, no entanto, fiquei subitamente acordada.
O quarto, preenchido apenas com o som da respiração de Denny, de repente era sufocante para mim. Minha culpa, minha dor - que eu tinha de alguma forma, conseguido empurrar para longe de mim - estavam pulando de volta. Não querendo acordar Denny, não querendo que ele questionasse meu desespero, eu calmamente coloquei minhas roupas de volta e sai do quarto, fechando a porta tão silenciosamente quanto eu poderia atrás de mim. Não olhando para porta de Kellan, fiz meu caminho até as escadas. Fiz todo o caminho até a sala de estar, antes das primeiras lágrimas começarem a cair.
Vendo as malas de Denny atrás da cadeira, o paletó jogado sobre ela, finalmente a parede que segurava as lágrimas de culpa desabou. Eu afundei na cadeira, a cabeça aninhada na manga fresca e solucei. Passadas o que pareceram ser horas - eu ainda estava sentada na cadeira, imersa em pensamentos de desespero e culpa - uma batida suave na porta acordou-me do meu desânimo. Querendo saber quem poderia estar batendo a esta hora, e esperando que não acordassem Denny, eu limpei minhas lágrimas e silenciosamente abri a porta.
Vi um Sam cansado ali, apoiando um Kellan muito bêbado. — Eu acho que isso pertence a você. — Sem esperar o choque deslizar no meu rosto, ele entrou meio arrastando Kellan para a sala, empurrando-o para baixo na cadeira. — É todo seu.
Olhei para Kellan em descrença. Ele tinha estado definitivamente um pouco bêbado na noite passada, mas eu nunca o tinha visto em qualquer nível próximo a este antes. Ele curvou-se na cadeira com a cabeça baixa, como se tivesse perdido a capacidade de sentar-se em linha reta. — O que aconteceu?
— Uh, uísque, tenho quase certeza. Não sei, o encontrei assim. — Ele encolheu os ombros enormes.
— Você o encontrou?
— Sim, não foi difícil. Quase tropecei nele, deitado na minha porta como estava. — Ele se virou para sair, passando a mão sobre sua cabeça raspada e, em seguida, pelo seu rosto cansado. — Bem, trouxe o idiota para casa. Tenho que dormir um pouco, estou acabado.
— Espere! O que eu devo...? — Fiquei falando sozinha, quando Sam desapareceu pela porta. — Ótimo...
Voltei para onde Kellan ainda estava desabado na cadeira, imaginando o que tinha acontecido com ele. Provavelmente se divertindo com algumas garotas. O pensamento me irritou e eu fiquei irritada por estar irritada. Bati na sua coxa.
— Kellan...
Lentamente, ele ergueu a cabeça, seus olhos apertados sob a luz suave da lâmpada. — Ei, é minha colega de quarto... — Ele enfatizou a última palavra de forma estranha e mordeu o lábio inferior. Embriagado, ele se levantou, ou tentou de qualquer maneira. Caiu de volta na cadeira, parecendo surpreso.
Suspirei e estendi a minha mão. — Aqui, deixe-me ajudá-lo.
Raiva brilhou em seus olhos quando ele olhou para mim. — Eu não preciso de sua ajuda. — Ele quase cuspiu as palavras para mim.
Assustada, deixei minha mão cair e o observei se levantar... E imediatamente começar a tombar. Eu rapidamente o ajudei a se firmar, colocando meu ombro sob o seu, a minha mão em seu peito, apoiando o seu peso... Ele querendo ou não. Ele caiu em mim um pouco e não fez nenhum movimento para me afastar.
Ele cheirava horrível - como uísque e vômito. Mais uma vez, me perguntei o que diabos ele tinha feito.
— Vamos. — Eu o puxei pelas escadas. Estar tão perto dele novamente trouxe imagens da noite anterior à minha mente. Eu ainda não tinha certeza do que sentia sobre isso para além de culpa. Empurrei isso ainda mais para trás na minha cabeça. Não podia lidar com isso ainda.
De alguma forma, consegui fazer com que ele subisse as escadas. Para cada dois passos que ele desajeitadamente subia, parecia dar um para trás. No meio do caminho, ele começou a cair e eu temi por um minuto que ele estivesse tendo um colapso na escada, em cima de mim. Isso trouxe à mente uma memória tão viva, que corei e bati no peito dele para fazê-lo andar para frente. Ele não disse nada, mas olhou para mim, aparentemente dividido entre irritação e outra emoção que eu não podia sequer começar a imaginar. Perto do topo, colidi com a parede ruidosamente e congelei, olhando para minha porta, rezando para Denny não acordar. Kellan seguiu meu olhar, mas não podia ver a expressão dele, eu estava observando a porta demasiado atentamente. Não ouvindo qualquer movimento, eu exalei profundamente e olhei para Kellan, que se virou para olhar fixamente para o chão.
Querendo ajudá-lo de alguma forma, eu pensei que talvez banho tirasse o cheiro impregnado nele e aliviaria a sua dor amanhã, uma vez que acordar daquele jeito não seria bom para seu estômago. Arrastei-o para o banheiro e o coloquei no vaso sanitário. Ele me observou em silêncio com os olhos desfocados. Liguei a água, me perguntando se ele seria capaz de fazer isso sem se matar. Corei, de repente, me perguntando se teria que despi-lo. Ele tomou a decisão por mim, ao levantar-se sem jeito e pisar sobre a beira da banheira para o chuveiro, completamente vestido. Ele caiu contra a parede oposta e afundou-se na banheira, fechando os olhos e deixando a água cair sobre ele. A água escorria pelo seu rosto, seu cabelo molhado agarrado à sua pele, seus lábios parcialmente abertos, respirando superficialmente. Sua camisa encharcada agarrava ao seu corpo. Ele era lindo, mesmo tropeçando de bêbado.
Suspirei de novo. Suas botas estavam longe o suficiente da água que eu fui capaz de tirá-las e suas meias antes de serem completamente encharcadas. Pensei no que fazer com ele. Coloquei as minhas mãos em seu rosto e corri os dedos pelos cabelos, deixando a água absorver completamente. Ele suspirou, os olhos ainda fechados. Eu não conseguia parar a memória de estar agarrando seu cabelo na noite passada. Engoli o nó na garganta dolorosamente.
Ele tinha ficado tão quieto que eu tinha medo que tivesse desmaiado. Move-lo seria impossível sozinha. Eu teria que chamar Denny. E se Kellan deixasse escapar algo perto dele? E se ele apenas lhe dissesse? Eu desesperadamente não queria que Denny soubesse. Ele tinha realmente voltado por mim. Desistido de tudo e voltado... só por mim. Iria matá-lo se ele descobrisse.
Desliguei a água, mas ele não se mexeu. Escovei alguns fios de cabelo longe de seus olhos, ainda sem movimento.
— Kellan... — Eu bati levemente no seu rosto - nada. — Kellan... — Bati um pouco mais forte. Ele gemeu baixinho e depois grogue abriu os olhos. Ele tentou se concentrar no meu rosto, então piscou os olhos dolorosamente lento e balançou a cabeça um pouco.
— Vamos. — Eu puxei o ombro dele, me perguntando se seria capaz de tirá-lo do chuveiro. Eu tinha tentado ajudá-lo, fazendo um amanhã um pouco melhor para ele, mas agora não parecia um grande plano. Finalmente, de tanto puxá-lo, ele respondeu, e lentamente se levantou e saiu do chuveiro, tropeçando e derramando pingos de água em todos os lugares. Sequei tanto dele (e eu mesma) que eu podia, terminando por esfregar o seu cabelo um pouco e depois correr meus dedos através deles. Ele pareceu um pouco aflito quando eu fiz isso, então parei.
Peguei a mão dele e o levei de volta para seu quarto. Eu tinha tantas perguntas para ele, mas ele não parecia ansioso para falar, e antes das coisas ficarem... intensas entre nós na noite passada, ele havia sido respeitoso com o meu silêncio. Eu podia pelo menos fazer o mesmo agora.
Estar em seu quarto com ele de novo trouxe de volta ainda mais lembranças que eu não queria ter agora. Elas ficaram mais vívidas quando Kellan tirou a camisa. Me virei e voltei para a porta quando ele começou a desabotoar a calça jeans. Quando eu estava fechando a porta, porém, não podia deixar de mantê-la um pouco entreaberta e vê-lo. Ele começou a tirar a calça jeans, tropeçando, e tendo um pouco de dificuldade com o tecido molhado. Eu considerei voltar para ajudá-lo, mas ele finalmente conseguiu por conta própria. Só de cueca, ele ficou olhando para sua cama.
De repente, ele passou a mão pelo cabelo molhado e virou-se para olhar para a porta. Eu não sabia se ele podia me ver. Achava que não, tendo em conta o quão difícil tinha sido para ele se focar em mim no chuveiro. Me senti um pouco culpada de observá-lo sem que ele soubesse, mas estava tão curiosa para saber o que ele estava fazendo que não podia parar.
Seu rosto estava ilegível. Ele simplesmente olhou para a porta, em seguida, de volta para sua cama, e depois, para a porta novamente. Olhou uma última vez para sua cama e então pareceu perder a batalha contra a gravidade, caindo pesadamente em cima dela.
Eu assisti por alguns momentos mais. Quando sua respiração ficou lenta, eu percebi que ele tinha finalmente desmaiado e caminhei de volta para seu quarto. Fiz uma pausa, observando sua perfeição dolorosa no sono. Finalmente, tirei a pilha confusa de lençóis ao seu redor, e o cobri. Cuidando dele, eu tive um desejo louco de beijá-lo. Sentei-me na beira da cama, suspirei e inclinei-me para beijar sua testa. Coloquei o cabelo para trás e acariciei sua bochecha, querendo saber onde ele foi hoje... Se ele tinha pensado sobre nossa noite juntos. Devia dizer a ele que Denny voltou? Será que ele diria a Denny? Será que as coisas mudariam?
Ele se mexeu e eu afastei minha mão de seu rosto. Seus olhos nebulosos encontraram os meus e eu congelei.
 — Não se preocupe, — ele murmurou. — Não vou dizer a ele. — Então os seus olhos fecharam e ele desmaiou.
Sentei-me na beira da cama, me perguntando sobre isso. Será que ele realmente não diria a ele? Como ele sabia que Denny estava de volta? Como seria amanhã...?

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