Capítulo 5 - A Expulsão Apropiada

Uma semana depois, toda a família fez a viagem até o aeroporto para ver de meus pais. Quando chegamos à área de embarque, eu não podia evitar, mas ansiosamente olhava para os aviões estacionados lá fora. Eu desejei que eu estivesse em um indo para me encontrar com Kellan. Eu já sentia falta dele. Ele sentia a minha também. Eu tinha recebido um cartão postal dele no dia anterior, uma imagem do letreiro de Hollywood. Na parte de trás ele tinha escrito,
Apresse-se e chegue até aqui, então eu paro de sonhar com você.
Anna deu a mamãe um abraço caloroso, enquanto meu pai explicava que eu precisava ligar para ele todos os dias.
— Eu estou falando sério, Kiera. E, se eu não ouvi-la por um par de dias... então... Estou voando atrás de você.
Seu rosto era severo, mas seus olhos desmentiam sua verdadeira preocupação comigo. Ele realmente não gostava da ideia de que eu iria embora.
Passando os braços ao redor de seu pescoço, dei-lhe um rápido beijo na testa.
— Pai, eu vou ficar bem. Kellan estará comigo o tempo todo. — Meu pai estava emburrado quando eu o liberei. Minhas palavras de conforto não foram tão reconfortantes para ele. Papai não tinha aprovado Kellan totalmente ainda, e ele não era exatamente o ideal de guarda-costas aos olhos do papai.
Anna o distraiu de sua miséria, envolvendo-o em um abraço brincalhão.
— Tchau, pai.
A carranca do pai mudou para um largo sorriso quando ele a acariciou de volta. Virei-me para dizer adeus à mamãe. Depois que ela beijou minha cabeça e me disse que me amava, ela perguntou:
— Então, você já decidiu entre um inverno ou primavera para o casamento? Porque nós temos um monte de trabalho para começar a fazer.
Eu contive meu suspiro quando saí de seu abraço. Eu já ouvi essa pergunta cerca de cem vezes.
— Eu vou deixar você saber, mãe.
Ela ergueu as sobrancelhas.
— Não espere muito tempo. Preciso de tempo para fazer os convites e organizar tudo.
Eu dei um longo suspiro.
Uma vez que nossos pais estavam enfiados no avião, Anna se virou para mim. Com um longo suspiro, ela perguntou:
— É só porque eu estou grávida, ou estão sempre com esta encheção de saco?
Eu ri para ela e encolhi os ombros. Eu não podia falar pela parte da gravidez, mas eu tinha de imaginar que sua condição só contribuía para o problema. Bem-intencionados ou não, nossos pais podiam ser desgastantes.
Tão ansiosa quanto eu estava para ver Kellan, eu também estava um pouco relutante em deixar Seattle. Tive âncoras aqui. Um lugar era apenas um lugar, como eu disse a Kellan antes, mas lugares vinham com as pessoas, e havia algumas que eu era realmente iria sentir falta. Quando Jenny e eu fechamos o bar na noite antes do meu último turno, parecia surreal para mim.
Amanhã seria o último dia que eu trabalharia no Pete. Jenny agarrou-me no estacionamento e me puxou em para um abraço apertado, havia lágrimas em seus olhos.
— Eu vou sentir tanto a sua falta, Kiera.
Eu a abracei de volta bem apertado, segurando minhas próprias lágrimas.
— Pare, você vai me fazer chorar. — engasguei. Ela me soltou, e eu esfreguei seu ombro. — Eu não vou a lugar nenhum ainda. Ainda tenho que trabalhar amanhã, lembra?
Jenny fungou e passou os dedos em seus olhos.
— Eu sei. Eu só... Eu odeio despedidas.
Engoli o caroço em minha garganta enquanto eu observava Jenny soltar uma lenta e controlada respiração.
— Não é um adeus ainda. E eu vou estar de volta.
Jenny brilhava enquanto ela balançava a mão.
— Oh, eu sei que você vai. Além disso, vou visitar vocês sempre que puder, — Seu sorriso repentino estava exultante e combinava com o brilho de seu cabelo platinado. — Existe uma coisa boa sobre você deixando Pete, a propósito.
Não tendo a certeza do que poderia ser, dei-lhe uma expressão vazia. Jenny saltou na ponta dos pés e exclamou:
— Nós teremos uma festa amanhã à noite!
Eu me encolhi. Eu realmente não queria ser o centro das atenções em uma festa de despedida. Vendo minha reação, Jenny controlou suas feições.
— Oh, não se preocupe. Vamos mantê-la discreta. Apenas um pedaço de bolo no quarto dos fundos.
De alguma forma, eu tinha certeza que não seria o caso.
Dirigindo de volta para a minha casa vazia no Chevelle de Kellan, de repente eu estava subitamente surpreendida com a solidão. Kellan só tinha ido há um par de semanas, mas parecia uma eternidade. Nossa pequena casa de dois andares branca estava fria e pouco convidativa quando me aproximei dela. Havia apenas algo sobre Kellan estar aqui que fazia a casa parecer viva. Sua energia enchia-a com vida, com a música.
Quando eu abri a porta, procurei na minha bolsa o meu telefone. Era tarde, mas provavelmente não seria tarde demais.
Kellan era uma espécie de coruja noturna. Ele também era um madrugador, por isso, se eu sentisse falta dele, eu não teria que esperar muito tempo para ouvir a sua voz sensual.
Fechei e tranquei a porta, e disquei o número dele. Atendeu quase que instantaneamente.
— Ei, você. Como você sabia que eu estava pensando em você?
Eu ri de sua saudação.
— Porque você está sempre pensando em mim.
— É verdade, — ele disse. — Estou com saudades. Você está chegando em breve?
Meu sorriso estava feliz quando eu joguei minha bolsa e tirei a jaqueta.
— Anna e eu estaremos em um avião na sexta-feira.
Anna tinha tomado a última semana de julho de folga do trabalho para que ela pudesse me entregar com segurança em Los Angeles. Surpreendentemente, tinha sido ideia do meu pai. Mas Anna estava pronta para qualquer tipo de aventura e tinha ansiosamente concordado. Na verdade, ela teria nos colocado no vôo assim que eu terminasse meu turno de amanhã no Pete, mas ela tinha um compromisso muito importante com o médico no dia seguinte.
— Ótimo. Eu estive preparando o nosso quarto. Você vai amá-lo.
Meu sorriso ficou ainda mais amplo.
— O nosso quarto?
— Sim. — Eu ouvi os sons de outras pessoas rindo e me perguntei quem mais estava acordado a essa hora.
— E, eu não tenho certeza se eu mencionei isso ou não, mas traga o seu biquíni. A casa tem uma piscina.
Kellan e a banda estavam hospedados em uma casa que era propriedade da gravadora. Pelo que Kellan tinha me dito sobre isso até agora, era boa, então eu não estava muito surpresa que tinha uma piscina. Parecia que piscinas eram muito mais comum na Califórnia do que em Washington. Tínhamos stands de expressos em cada esquina, eles tinham piscinas em cada quintal.
Caminhando no andar de cima, eu disse a Kellan como eu estava animada para me juntar a ele. Ficar em casa sozinha era um pouco assustador às vezes. Eu tinha obtido o hábito de escrever na cama até as primeiras horas da manhã; imergindo-me na minha memória romântica o qual não me impedia de pensar sobre a possibilidade de que um bicho-papão estava escondido no armário. Kellan me colocando na cama pelo telefone ajudava a aliviar os medos da madrugada. Sua voz sempre tinha um efeito calmante sobre mim. Bem, talvez "calmante" não era a melhor palavra.
Enquanto sua voz sempre me afetava, havia definitivamente momentos em que o som abafado que saia de sua boca não era nada relaxante.
Com o telefone colado ao meu ouvido, eu estava pronta para dormir. Porque eu sentia falta dele, eu coloquei uma camisa que eu não costumava usar. Ela estava impregnada com o cheiro de Kellan, e eu não queria que acabasse. Deslizando a camisa preta com a palavra "Douchebag" em letras garrafais brancas brilhantes sobre minha cabeça, eu me arrastei para a nossa cama.
Quando Kellan me deu o resumo sobre sua agenda, eu trouxe o tecido da sua camiseta até meu nariz e inalei o cheiro dele. Era incrível, viril, mas limpo. Eu ainda não tinha certeza de qual a combinação de produtos que ele usava para criar esse perfume, mas era o cheiro mais sensual do mundo. Eu supunha que era possível que não fosse um perfume fabricado.
Talvez apenas cheirasse naturalmente incrível, sua pele nua era bastante comestível, depois de tudo.
Eu ri um pouco com esse pensamento, e Kellan parou de falar.
— O que você está fazendo? — Ele perguntou, com um claro sorriso em sua voz.
— Acabei de me arrastar para a cama.
Ele imediatamente me cortou. — Você está nua?
Eu corei toda e senti uma agitação no meu corpo por suas palavras. Eu ainda podia ouvir ruídos fracos no fundo, então eu sabia que Kellan não estava sozinho. Mas talvez ele poderia...
— Não. Estou vestindo a camisa que você me deu há muito tempo. É a minha camisa favorita. Eu não costumo usá-la, no entanto. — fechei meus olhos enquanto eu confessei quão obcecada por ele que eu era. — Cheira a você, e eu quero que continue assim.
Kellan riu em um tom baixo, que acendeu a fagulha de calor na minha barriga que ele tinha alimentado momentos antes. Corri uma mão sobre meu corpo quando a dor da solidão dentro de mim crescia. Eu sentia muita falta dele, seu toque, seu sorriso, seus olhos, sua tatuagem... seu coração. Tudo.
— Sério? — Perguntou ele. — Será que eu... sou cheiroso?
Um baixo ronronar me escapou.
— Sim, você sabe, e é o melhor cheiro do mundo. Melhor do que o café.
Kellan gemeu. — Deus, Kiera, você está me deixando excitado.
Eu sorri, imaginando-o inquieto como eu estava ficando.
— Você está sozinho? — sussurrei, com medo de que de alguma forma, alguém iria me ouvir... ou Kellan. Ele não era exatamente contrário a íntimas performances em público.
— Espere, — ele murmurou instantaneamente. Depois de um segundo, eu o ouvi entrar em um quarto. — Boa noite, pessoal, vejo vocês na parte da manhã. — Houve alguns murmúrios no fundo, e então ele desapareceu, e tudo que eu ouvi foi Kellan me dizendo: — Agora eu estou. Você quer alguma coisa?
Corri a mão pelo meu rosto. Eu ainda lutava com esta parte dele perguntando o que eu queria, o que eu precisava. Mas lembrei-me do que ele disse na manhã após a noite de núpcias, ele queria que eu me sentisse confortável pedindo-lhe qualquer coisa, conversar com ele sobre qualquer coisa. Eu não deveria de estar envergonhada. Kellan me amava, com coração e alma, e ele nunca me machucaria intencionalmente. Ele podia provocar-me de vez em quando, mas eu acho que ele não faria isso hoje à noite.
— Kellan, — eu murmurei, minha voz fazendo aquela coisa gemido-grunhido. — Eu sinto sua falta, e eu quero fazer amor com você. — Antes que eu pudesse compreender o que eu estava dizendo, rapidamente acrescentei: — Tire a roupa.
Bati minha mão na minha testa depois que eu disse isso, não era exatamente o pedido mais sexy. Eu esperava que Kellan risse e me desse uma resposta rápida, mas ele não fez. Chupando uma respiração rápida, ele gemeu,
— Deus, está quente. Estou tão duro agora. Eu gostaria que você pudesse ver.
Meu coração batendo no meu peito, uma imagem dele inundou minha cabeça. A ideia surgiu na minha mente e eu repeti para ele sem exatamente querer.
— Envie-me uma foto.
Apertei meu lábio com tanta força, que eu pensei que eu poderia extrair sangue. Eu seriamente apenas lhe disse para enviar-me uma foto? Eu realmente nunca pensei que eu pediria isso a ele. Então, novamente, havia um monte de coisas que eu nunca tinha esperado acontecer antes de Kellan. Ele me abriu de forma muito inesperada.
Assim, quando eu estava me perguntando se Kellan realmente iria enviar uma foto, ele me disse:
— Espere um pouco. — Talvez eu estivesse imaginando, mas eu pensei ter ouvido sua calça jeans sendo aberta. Oh. Meu. Deus.
Eu não tinha certeza se eu poderia lidar com a imagem erótica que ele estava prestes a enviar para mim. Meu corpo já estava dolorido para ele me tocar. Vendo o quanto ele sentia a minha falta, o quanto ele me queria... podia me desfazer.
O telefone ficou em silêncio, então a respiração pesada voltou ao meu ouvido. Eu não tinha certeza se ele tinha feito isso ou não, então meu telefone apitou. Fechei os olhos por um segundo, nervos e emoção que lavavam sobre mim.
Deus, eu sentia muita falta dele.
— Kellan, — eu murmurei, enquanto puxava meu telefone longe do meu ouvido.
Com cuidado para não cair em cima dele, eu verifiquei a mensagem que ele me mandou. Meu queixo caiu quando eu abri. Ele fez isso. Ele realmente fez isso. Ele me enviou uma foto de si mesmo em seu estado mais exposto e vulnerável.
Era verdade, Kellan não era tão reservado como eu era, e isso provavelmente não era tão monumental para ele como era para mim, mas ainda assim...
Eu não conseguia parar de olhar para a fotografia. Curiosamente, considerando o assunto, era artístico e bonito. Fotos de Kellan geralmente eram. Ele era ousado e orgulhoso, a iluminação era lisonjeira, e sua mão esquerda estava posicionada de tal forma que o seu anel de casamento parecia brilhar para mim, como se dissesse: Isto é seu, esposa, e somente seu. Era fascinante, deslumbrante, doce e quente, tudo ao mesmo tempo. O fogo me formigando antes de explodir em chamas totalmente. Eu precisava dele... imediatamente.
— Kiera? Você ainda está aí?
Eu rapidamente trouxe o telefone de volta ao meu ouvido.
— Eu preciso que você me toque, Kellan... agora.
Desta vez, ele riu.
— Desnecessário dizer que eu preciso de você para me tocar também.
A imagem de seu corpo estava para sempre gravada no meu cérebro, eu gemia seu nome... E não foi a última vez que seu nome saiu dos meus lábios naquela noite...

***

Eu tinha um sorriso tonto no meu rosto enquanto eu caminhava para o trabalho na noite seguinte. Ele caiu de meus lábios quando eu notei o que Jenny tinha feito no bar. Contra a minha vontade, Jenny tinha decorado para minha festa de despedida. Cada arco e mesa foram decorados com flâmulas rosas e branco. Balões em todas as cores do arco-íris espalhadas no teto. Longas sequências foram amarrados em cada um, balançando baixo o suficiente para que as pessoas pudessem agarrá-los, os clientes estavam tendo um grande momento puxando-os para baixo e vendo-os flutuar para cima. A enorme faixa foi anexada à parede preta por trás do palco, bem em cima do desenho da banda. Em letras vergonhosamente grandes, ele gritava:
ADEUS, KIERA! BOA SORTE! NÓS VAMOS SENTIR SUA FALTA!
Jenny correu até mim enquanto eu estava escancarada na porta. Ela me deu um abraço rápido quando eu exclamei:
— Jenny! O que aconteceu sobre ter um pequeno bolo na sala dos fundos?
Com seu sorriso grande e bonito, ela encolheu os ombros quando nos separamos.
— Não se preocupe, ainda há um bolo no quarto dos fundos para você. — Seus olhos pálidos passaram ao redor do bar, voltando novamente para mim. — Eu senti como se sua despedida precisava de um pouco... um toque especial. Este é um grande momento para você, depois de tudo. Você não está apenas deixando o bar, você está deixando Seattle. — Ela fez uma careta.

Eu suspirei, mas não podia realmente discutir com ela, especialmente quando vi seus olhos nebulosos. Então, embora eu realmente quisesse derrubar todas as flâmulas e estourar cada balão, eu dei a ela outro abraço em vez disso. Acho que eu poderia colocar alguns enfeites em mim para uma noite, mas eu recusei o chapéu de festa que ela pegou para mim, no entanto. Talvez eu pudesse me sentir como uma idiota esta noite, mas eu não queria parecer como uma.
Quase todo mundo que eu conhecia em Seattle veio ao Pete me desejar sorte na minha próxima viagem. Minha irmã, meus amigos da faculdade, os clientes regulares que eu tinha servido quase todas as noites, um casal de amigos que eu tinha feito na aula de arte. Denny entrou e sentou-se à mesa da banda, brincando e rindo com o segurança, Sam.
Foi reconfortante ter todos que eu me preocupava tão perto de mim. Eu não poderia imaginar deixando tudo isso em um par de dias. A mudança quase parecia monumental, e uma parte de mim não achava que eu poderia fazê-lo, mas eu me lembrei do meu telefonema com Kellan na noite anterior e que ele estava esperando por mim em Los Angeles, e eu sabia que poderia fazê-lo. Doeria partir, mas é o que eu tinha que fazer. Além disso, as dores do crescimento devem machucar um pouco.
Mais tarde, à noite, uma das minhas melhores amigas na escola, Cheyenne, chegou. Ela era quente e descolada, uma daquelas garotas que todos gostavam. Ela tinha gostado de mim imediatamente e me salvou em nossa aula de poesia. Eu tinha certeza que não iria me formar sem ela. Bem, ok, eu provavelmente faria, mas ela definitivamente ajudou ao facilitar o processo.
Cheyenne seguiu para o bar com sua namorada, Meadow, e o resto dos membros da Poetic Bliss. Fiquei surpresa ao ver a banda lá, elas não estavam programadas para tocar esta noite. Quando Cheyenne me deu um abraço, Sunshine, Tuesday, e Bliss ligaram seus instrumentos. Rain tomou seu lugar atrás do microfone, enquanto Meadow abaixou atrás da bateria. Sim, todos os membros da banda tinham nomes estranhos. Dizer seus nomes diretamente a elas tinha sido um desafio no início. Era um pouco difícil para mim chamar alguém de Tuesday com uma cara séria.
Quando a música encheu o bar, eu olhei entre as minhas duas loiras amigas alegres. Cheyenne estava olhando para a banda das garotas com uma expressão de adoração que eu sabia muito bem porque que eu tendia a olhar para os D-Bags exatamente da mesma maneira. Jenny estava pulando na ponta dos pés, excitada sobre sua bem sucedida festa.
— Elas estão tocando hoje à noite... só para mim ? — perguntei, surpresa.
Cheyenne olhou para mim com seu sorriso maior que seu estado natal, Texas.
— Claro que sim! Perguntei a Meadow se elas poderiam dar-lhe uma despedida apropriada. — Ela suspirou quando ela olhou de volta para sua namorada. — Elas tiveram que reorganizar alguns shows, mas elas estão felizes em fazê-lo. Qualquer coisa para a minha garota Kiera!
Pisquei, me perguntando se eu seria tão legal se Kellan quisesse dar a uma ex-paixão um presente tão prestativo.
Então, novamente, Meadow me conhecia e sabia que eu estava com Kellan... e que eu era hétero. Suponho que superado o ciúme, se não mesmo foi o caso; Cheyenne e eu tínhamos cimentado nosso status de só amigas antes delas até começaram a namorar.
Eu achava difícil me concentrar em meus deveres de garçonete uma vez que a banda estava em pleno andamento. Meus amigos continuavam conversando comigo em cada esquina, e vários clientes que não estavam lá por mim estavam um pouco irritados com a coisa toda. Eventualmente, Pete saiu de seu escritório e me deixou ir várias horas mais cedo.
Havia muitos gritos e assobios quando eu lhe entreguei meu avental. Pete deu um tapinha no meu ombro, me agradeceu por meu tempo aqui no bar, em seguida, entregou-me um pirulito com sabor de maçã. Tentei não ficar com lágrimas nos olhos, mas quando minha colega Kate me deu um abraço, eu não aguentei.
Kate, com os olhos marejados, caminhou comigo até o bar. Rita estava cuidando do bar, como fazia quase todas as noites, e ela derramou algumas doses enquanto Jenny pegou o bolo da sala dos fundos. Pela primeira vez desde que eu tinha conhecido Rita, ela não mencionou o meu marido deus-do-rock. Ela geralmente se gabava sobre ter dormido com ele, ou fazia algum comentário vago que cheirava a insinuação, mas esta noite ela parecia quase respeitosa enquanto comia um pedaço de bolo e bebendo uma dose comemorativa.
Até o momento que nosso grupo tinha acabado com o bolo, eu tinha tomado cerca de seis doses comemorativas. Eles só se mantiveram milagrosamente aparecendo na minha frente, e alguém, geralmente a minha irmã me incentivava a bebê-las. Minha cabeça estava confusa quando alguém me puxou para a pista de dança... Cheyenne, eu acho.
Quando eu fui puxada para o meio dos fãs da banda, eu deixei minhas inibições e dancei com todo meu coração.
Eu sempre tinha achado a dança libertadora, uma maneira de sair da minha própria cabeça. O álcool surgindo através do meu sistema ajudou para isso também, é claro. Eu senti como se estivesse flutuando enquanto eu girava.
Depois de uma eternidade de danças misturadas com a bebida, eu estava suada, despreocupada, e sentindo nenhuma dor. Eu esbarrei em um corpo atlético familiar, e virei-me para olhar para dentro dos quentes, olhos escuros de Denny. Ele sorriu em cima de mim enquanto me segurava. A música, a multidão... lembrou-me da dança com Denny em uma ocasião muito diferente. Examinando o meu rosto, Denny perguntou:
— Você está bem, Kiera? — Olhando ao redor do bar, eu me perguntava se a namorada de Denny estava com ele. Ela e Denny trabalhavam para uma empresa de publicidade próspera. Denny era uma espécie de seu chefe.
— Abby está aqui? — Minha pergunta saiu um pouco arrastada. Quando Denny começou a me responder, um pensamento aleatório surgiu na minha cabeça e saiu direito de minha boca. — Vocês trabalham juntos... Então, já que você está no comando durante o dia, ela é o sua chefe à noite?
Seu rosto vermelho, Denny murmurou algo sobre ela estar com amigos hoje à noite, enquanto eu ri da imagem agora firmemente gravada na minha cabeça.
Enquanto eu estava rindo, eu notei um amigo meu, segurando outra dose para mim. Ansiosamente a tomei, encontrando o corpo de Denny para que eu pudesse agarrar a bebida. Inclinamos juntos quando meu braço passou sobre seu ombro. Rindo, eu entreguei o copo vazio para o meu amigo e passei o outro braço em torno de Denny; um sentimento de familiaridade me inundou e os nossos olhos se encontraram.
Apesar do Jose Cuervo realmente não se preocupar com limites pessoais, eu sabia na parte de trás da minha cabeça que estávamos muito perto. Enquanto Denny franziu a testa para mim, empurrei-o de volta para que nossos peitos não estivessem mais tão perto. Bem, eu quis empurrá-lo. Eu acabei me forçando um passo para trás. Topei com o cara atrás de mim e quase perdi o equilíbrio. A carranca de Denny se aprofundou quando ele agarrou meu cotovelo para me manter na vertical.
— Você está bêbada, não é?
Minha resposta saiu em uma risada estridente.
Denny revirou os olhos e balançou a cabeça.
— Eu estava prestes a ir para casa, mas eu não posso deixar você aqui sozinha assim. Sua irmã já foi?
Apertei os lábios, tentando me lembrar em meio à neblina. Minha irmã ainda estava aqui? Ela já esteve aqui?
Eu não conseguia lembrar... e, em seguida, meu cérebro nebuloso buscou uma memória de apenas alguns minutos atrás. Anna tinha começado a sentir um pouco cansada, e queria ir para casa e rastejar para a cama. Ela tentou me fazer ir com ela, mas eu queria continuar dançando e me recusei a deixá-la me mover daqui. Irritada, Anna pediu para Jenny me levar para casa antes que ela rebolasse para fora das portas. Isso tinha me chocado um pouco. Anna nunca tinha sido a primeira a sair de uma festa antes.
Eu balancei a cabeça.
— Não, ela cascou fora... saiu.
Eu ri, e Denny suspirou.
— Bem, então, eu acho que eu estou dirigindo para casa.
Tocada por sua oferta, eu apertei com força.
— Você é o melhor, Denny. — Um ligeiro soluço saiu de mim. — Me desculpe, eu te trai.
Denny começou a me mover em direção ao quarto dos fundos.
— Sim, eu acho que é definitivamente hora de você ir. Vem...
Agarrei-me a ele como uma tábua de salvação, quando a dor e tontura lutavam dentro de mim. Uma parte de mim odiava que ele fosse cuidadoso comigo depois de eu ter sido tão horrível com ele, e uma parte de mim amava que ainda éramos tão bons amigos que ele precisava ter certeza que eu estava bem. Corremos para Jenny na parte de trás, quando eu peguei minhas coisas.
— O que está acontecendo? — Ela perguntou com cautela. Ela não parecia feliz quando Denny explicou que ele estava indo para me levar para casa. — Oh, bem, eu disse a Anna que eu iria levá-la depois do trabalho.
Denny olhou para mim. Eu não poderia ficar em linha reta, e eu balançava um pouco... o que me fez rir.
— Eu acho que ela não pode esperar tanto tempo, Jenny.
Não querendo que ela se preocupasse, eu joguei meus braços em torno dela e disse a ela que a amava. Ela parecia ainda mais preocupada quando eu saí.
Denny me ajudou a entrar no Chevelle com uma mão nas minhas costas. A banda ainda estava tocando quando eu procurei na minha bolsa as chaves. Eu me senti um pouco mal que eu estava perdendo o fim da minha festa de despedida, e uma parte de mim ainda queria estar dançando, mas minha cabeça estava começando a girar. Com os olhos semi-fechados, eu entreguei a Denny minhas chaves. Quando ele abriu a porta do passageiro e me ajudou a sentar-me, eu perguntei:
— E o seu carro?
Ele me cedeu com um sorriso no rosto.
— Não se preocupe com isso agora. Eu vou buscá-lo mais tarde. O que importa é você chegar em casa a salvo.
Ele fechou a porta, em seguida, caminhou da volta para o lado do motorista. Mais uma vez, a dor passou por mim.
Por que ele era tão bom para mim? Eu tinha feito coisas horríveis, horríveis para ele. Eu era uma pessoa horrível, horrível.
Será que ele realmente ainda sentia algo tão forte por mim que ele poderia olhar o passado, todos os meus defeitos... e ainda me amar?
Quando ele se sentou ao meu lado, eu imediatamente perguntei-lhe exatamente isso.
— Você ainda está apaixonado por mim? É por isso que está cuidando de mim?
Os dedos de Denny pausaram no caminho para a ignição. Ele olhou para mim, o vazio em seus olhos.
— Eu não sei como responder a isso, Kiera. E eu realmente não acho que eu deveria agora. — Ele balançou a cabeça e ligou o carro.
Coloquei minha mão em seu braço, sem entender.
— Por quê? — Meu mundo começou a se inclinar, e ele exalou uma longa e lenta respiração.
Os olhos de Denny me estudaram por um segundo antes que ele apoiasse o braço na janela do carro.
— Porque você está bêbada, e eu não quero que você tenha a ideia errada.
Removendo a minha mão, eu corri de volta pelo meu cabelo, desfazendo o meu rabo de cavalo.
— Eu não faço nenhuma ideia... — murmurei, fechando os olhos.
Ouvi Denny suspirar, e pensei que eu o ouvi dizer:
— Sim, eu sei que você não faz ideia.
Denny ligou para Abby. Seu rosto se iluminou quando ele falou com ela. Pela metade da conversa que eu podia ouvir, ela não parecia preocupada com Denny estando comigo. Ele disse a ela que eu tinha bebido muito no bar e ele estava me levando para casa. Eu não tinha certeza de qual foi sua resposta, mas ele riu, e seus olhos eram claros e imperturbáveis. Mesmo que eu estivesse começando a sentir um pouco enjoada, vê-lo feliz me fazia feliz.
Quanto mais eu tempo eu ficava sentada, pior eu me sentia. Até o momento que Denny parou o carro, meu estômago estava embrulhado.
Sentindo-me avermelhada e repugnante, eu gemi e inclinei a cabeça contra a janela. Denny me lançou um olhar preocupado.
— Você está bem?
Eu balancei minha cabeça e bati a mão sobre minha boca. Não, eu definitivamente não estava bem. Denny amaldiçoou e rapidamente saiu do carro. Ele correu de volta para mim e me ajudou a sair e ficar de pé. Meu estômago embrulhou quando me mexi.
— Denny, — murmurei, — Eu não me sinto bem.
Eu tropecei e Denny me segurou em seus braços. Eu apertei a minha boca fechada, pedindo a náusea para parar. Isso não aconteceu, no entanto. Em vez disso, ela ficou mais forte e mais forte. Denny se apressou para a casa, dizendo-me:
— Eu sei que você não está bem, Kiera. Vai ficar tudo bem, espere. — Lágrimas estavam vazando dos meus olhos quando ele se agachou para baixo para abrir a porta, eu realmente odiava estar passando mal.
Fechando a porta com o pé, Denny correu para cima. Ele me pôs no banheiro bem quando eu perdi o controle. Afundando de joelhos, eu ruidosamente perdi meu estômago para o vaso sanitário. Denny suspirou e me deu um tapinha nas costas. Ele tirou minha bolsa do meu ombro enquanto eu vomitava mais algumas vezes. Quando coloquei minha cabeça no assento, eu podia ouvi-lo umedecer uma toalha. Ele me entregou e eu, agradecida, limpei a boca com o pano quente.
— Obrigada, — murmurei, então vomitei novamente.
Senti como se estivesse doente por horas. Isso nunca parecia terminar. Eu estava uma bagunça, fungando e chorando, mas Denny ficou ao meu lado. Quando não havia mais nada no meu estômago, deitei-me sobre o piso frio do banheiro.
Ele era maravilhoso. Quando fechei meus olhos, Denny sussurrou:
— Kiera?
Eu estava tão cansada, eu não podia responder.
Ele soltou um longo e lento suspiro quando ele colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. Eu queria abrir meus olhos para ver sua expressão, mas minhas pálpebras pareciam de chumbo. Senti os braços fortes de Denny me segurando novamente, então ele lentamente entrou no meu quarto e me deitou na cama. Depois ele tirou os sapatos e meias, eu me enterrei na coberta, nada jamais me fez sentir tão incrível em toda a minha vida.
Denny se inclinou sobre mim, então ele hesitou, eu podia sentir a presença dele em cima de mim. Eu novamente tentei abrir os olhos, mas era como se estivessem colados. Depois de outra pausa, senti seus lábios inferiores no meu do cabelo. O gesto me fez sorrir. Ele se afastou e eu senti que ele ia me deixar. Eu fracamente estendi a mão e peguei a mão dele. Eu não queria que ele fosse. Eu não queria ficar sozinha.
— Fique, — resmunguei. — Por favor.
Denny suspirou novamente.
— Sim, eu vou ter que ligar para Abby e deixá-la saber, mas está tudo bem. Eu vou ficar aqui se você precisa de mim. Estarei no quarto ao lado, se você precisar de alguma coisa.
Balancei a cabeça e soltei sua mão. Eu podia sentir sono subindo em mim, mas Denny ainda estava flutuando, então eu tentei empurrar o sentimento de volta. Ele me olhou em silêncio por um longo tempo, então ele sussurrou,
— Eu não sei o que eu sinto por você, Kiera... É diferente... Eu me importo com você. Eu me importo se você está feliz. Eu me importo se você está triste. Eu importo se você está segura. E se isso é amor... então, sim, eu acho que eu te amo. Eu te amo, mas eu não estou apaixonado por você... Será que isso faz sentido?
Levou um grande esforço, mas eu virei e abri os olhos. Ele estava me dando um leve sorriso. Fechei os olhos e assenti. Isso fazia sentido, mesmo para o meu cérebro confuso. Eu o amava muito, eu simplesmente não estava apaixonada por ele. Ele não era meu coração e alma. Ele não consumia cada parte de mim. Ele não era Kellan.
Denny deu um tapinha na minha perna e me deixou. Assim quando o sono começou a me desligar, meu telefone tocou. Minha bolsa ainda estava no banheiro, e ouvi Denny parar e procurar através dela. Segundos depois, ele disse:
— Uh, Kiera... é Kellan. Devo atender?
Meus olhos se abriram. Denny atender meu celular tarde da noite não era bom. Mas não responder uma chamada de Kellan na última noite do meu turno não era bom também. Não só isso, mas Kellan e eu estávamos dando uma tentativa à honestidade total... então eu realmente não tinha escolha. Apertando minha mandíbula, eu guinchei, — Sim... por favor.
Ouvi Denny atender. Ele disse algumas palavras em voz baixa, voltou para o quarto. Com uma mão no meu ombro, ele me virou. Meu estômago se inclinou novamente.
— Ele, hum, quer falar com você.
Eu balancei a cabeça, inalando pelo nariz, através de minha boca. Meus dedos trêmulos roçaram os de Denny quando peguei o telefone dele. Em uma voz quase inaudível, eu disse:
— Olá?
— Kiera? Você está bem? Denny disse que estava enjoada.
Havia um tom estranho na voz de Kellan quando ele disse Denny, não é bem dor, não é bem raiva, mas alguma coisa no meio.
— Eu vou ficar bem... Eu só... bebi muitas doses no Pete. — Minhas entranhas apertaram ainda mais apenas dizendo a palavra "doses".
Kellan soltou um suspiro agravado.
— Eu não gosto de você ficando bêbada quando eu não estou aí para cuidar de você.
Sem pensar, eu lhe disse:
— Está tudo bem, Denny está cuidando de mim.
Com voz firme, Kellan respondeu:
— Sim, eu sei.
— Kellan, por favor, não se preocupe, — murmurei. — Você sabe que eu te amo. Eu casei com você, não foi?
Kellan riu, aliviando a tensão em sua voz. Ouvi Denny deixar o quarto, fechando a minha porta atrás dele. Tentei não me preocupar se a observação lhe tinha magoado. Ele não deveria se sentir assim. Ele disse que só sentia amizade por mim, depois de tudo.
Eu gemia no telefone enquanto meu estômago embrulhou.
— Kellan, eu me sinto horrível.
Kellan riu novamente.
— Bem feito, por beber sem mim. E quando eu não posso nem tirar proveito de você também.
Eu sorri, desejando que ele pudesse fazer comigo o que ele fez na noite passada... Então, meu estômago embrulhou e eu pensei que poderia vomitar na cama. Não, esta noite não era sexy. Respirando ruidosamente através da minha boca, eu gemia:
— Eu acho que vou vomitar de novo.
A voz de Kellan foi calma quando ele me disse:
— Não, você não vai, querida. Você só precisa de algo para focar além de seu estômago. Gostaria que eu cantasse para você dormir?
Meu sorriso era enorme quando eu apertei minha barriga.
— Eu adoraria isso, — eu disse a ele.
Um minuto depois, eu podia ouvir a guitarra de Kellan. Então, sua voz encheu meu ouvido, e Kellan começou um show acústico de todas as minhas canções favoritas dos D-Bags... só para mim. O som sensual acalmava a angústia na minha barriga, e meu estômago de repente se sentiu um milhão de vezes melhor. Eu queria ouvi-lo todas as noites, mas eu sucumbi ao álcool e cochilei no esquecimento.

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