Capítulo 6 - Momento de Menina
Eu estava de ressaca quando acordei. De ressaca e confusa. Eu não conseguia me lembrar de deixar o bar. Eu de alguma forma me lembro de beber muitas bebidas na noite passada, depois me lembro de dançar a música da banda... mas eu não conseguia me lembrar como eu tinha chegado em casa. Deus, eu realmente esperava que eu não tivesse dirigido para casa. Kellan ficaria furioso comigo. Eu ficaria furiosa comigo.
Pensar em Kellan provocou uma vaga lembrança dele cantando para mim, da leve vibração de seu violão embalando-me para dormir. Eu não tinha ideia se era uma memória real, ou se eu tinha sonhado com isso. Isso era tranquilo, embora, e eu sorri quando eu rolei de volta.
Meu estômago não gostou disso, minha cabeça também não.
Eu gemi e me enrolei em uma bola. Eu senti como se tivesse sido trazida de volta a beira da morte, e silenciosamente jurei nunca mais beber novamente. Eu ouvi o som de alguém na casa e o alarme disparou através de mim. Quem estava aqui? Eu relaxei quando percebi que Anna deve ter me levado para casa na noite passada. Não havia nenhuma maneira dela ter me deixar dirigir bêbada.
Sentindo-me enjoada, eu me obriguei a sair da cama. Eu só queria tomar um banho. Eu cheirava a vômito. Eu tropecei um par de passos enquanto eu arrancava minha camisa vermelha do Pete. Implorando ao meu estômago para ficar em um nível tolerável de náusea, eu desabotoei minha calça jeans e as empurrei para baixo. Eu tive que me equilibrar contra a parede para jogá-las do outro lado do quarto, em direção ao cesto de roupa suja. Vendo fios rígidos de gosma seca no meu cabelo, eu gemi novamente. Tão nojento.
Eu podia ouvir a minha irmã subindo os degraus enquanto eu desabotoava meu sutiã. Eu o lancei em direção à cesta e rezei para que ela estivesse me trazendo um copo de água - eu precisava desesperadamente de um. Tentei sair da minha calcinha e lançá-las na lavanderia, mas parte dela ficou presa debaixo do meu pé. Muito cansada e doente para ficar de pé, perdi o equilíbrio e caí na minha bunda. Doeu.
Enquanto eu soltava uma forte maldição, a porta do quarto abriu-se rapidamente.
— Anna! — exclamei. Surpresa e envergonhada, tentei me cobrir com as mãos. — Você é tão ruim em bater como Griffin! Eu não estou vestida...
Parei de falar quando eu olhei para a pessoa que estava na minha porta. Não era minha irmã. Não era uma garota, na verdade. — Denny? O que você está...
O rosto de Denny estava vermelho e ele imediatamente desviou os olhos do meu corpo nu. Senti-me quente. Oh meu Deus, eu sou uma idiota. Definitivamente parei com a bebida. Memórias inundaram meu cérebro enquanto Denny gaguejava um pedido de desculpas e fechava a porta. Anna não tinha vindo em meu socorro ontem à noite, Denny tinha. Anna não tinha me visto passar mal, Denny tinha. E Anna não tinha me colocado na cama e passou a noite, apenas para se certificar de que estava tudo bem. Denny, meu espetacular ex-namorado que virou meu melhor amigo tinha feito tudo isso. E eu tinha acabado de lançá-lo às chamas. Droga.
Meu estômago e minha cabeça encolheram em comparação com o meu orgulho, eu me levantei e peguei uma toalha sobre a cômoda. Eu abri a porta do quarto e encontrei Denny, do outro lado. Ele ainda estava vermelho, ainda não olhava para mim, mas segurava um copo de água na minha direção. — Desculpe, — ele murmurou. — Você soava como se precisasse de ajuda.
Peguei o copo, grata e envergonhada ao mesmo tempo. — Obrigada. — Eu bebi a água, e Denny cautelosamente espiou por cima de mim. Ele ainda estava vestido com as roupas que eu lembrava vagamente dele vestindo na noite passada - calças agradáveis e uma camisa bonita. Não havia um monte de rugas na camisa, então ele deve ter tirado antes de subir no futon9 irregular que estava em nosso quarto vago.
Entreguei-lhe o copo vazio, desejando que tivesse mais. Denny leu minha mente. — Tenho que ir trabalhar, mas vou te pegar outro antes de sair. Como você se sente?
Fechei os olhos. — Muito, muito envergonhada. — Eu abri um olho. — Sinto muito que você tenha visto isso.
Um pequeno sorriso levantou nos lábios de Denny, e ele virou a cabeça para longe de mim. — Eu quis dizer o seu estômago.
O calor no meu rosto ardeu um pouco mais quente. Certo. Duh . — Oh, hum, muito melhor... Muito obrigada.
Denny concordou e começou descer de novo para buscar um pouco mais de água limpa e fresca da geladeira. Quando ele foi embora, eu disse a ele: — Obrigada por cuidar por mim na noite passada. Eu realmente... Eu realmente aprecio isso.
Virando a cabeça, Denny me deu seu sorriso peculiar. — A qualquer hora, companheira. Tenho certeza que você teria feito o mesmo por mim.
Eu dei-lhe um aceno entusiasmado. — Eu faria qualquer coisa por você, Denny.
O sorriso em seu rosto se desvaneceu um pouco, e eu soube exatamente o que ele estava pensando - qualquer coisa menos manter-se fiel a mim. Ele não o verbalizou, no entanto. Em vez disso, ele acenou com a cabeça e saiu, terminando de cuidar de mim. Fechando meus olhos, eu coloquei minha cabeça contra a porta. Algum dia eu iria parar de me sentir culpada por traí-lo, certo? Não, provavelmente não.
Eu escovei meus dentes enquanto Denny voltava com mais água. Mesmo que eu tenha deixado a porta do banheiro entreaberta, ele bateu. Depois de beber o meu segundo copo, me senti muito melhor. Bem, eu senti como se pudesse tomar banho sem escorregar ou ofegar. Enquanto Denny se virava para sair, perguntei-lhe: — Como você vai pegar o seu carro?
Ele deu de ombros. — Eu liguei para Abby. Ela deve estar aqui em um minuto.
Balançando a cabeça, mais uma vez lhe disse: — Obrigada, Denny.
Ele me disse que não era nada e me deu um pequeno aceno antes de virar e se dirigir para o andar de baixo. Pensei ter ouvido um carro buzinando "adeus", enquanto eu me deleitava no chuveiro quente fumegante. Eu não tinha certeza do que Kellan pensaria de Denny passar a noite comigo, mas depois me lembrei que ele já sabia. O pensamento me fez sorrir. Era bom ser honesta com ele, não ter nenhum segredo dessa vez. E enquanto eu me lembrava de Kellan cantando para eu dormir, me senti ainda melhor. Ele não tinha voado em um acesso de raiva e pulado no primeiro voo de volta para a cidade. Ele confiava em mim, mesmo no meu estado de embriaguez, para permanecer fiel a ele. E eu tinha sido.
Senti-me muito orgulhosa de mim mesma enquanto eu lavava o vômito do meu cabelo. Não por ter abusando das doses livres, - que não foi um dos meus melhores momentos, - mas por não deixar o álcool me varrer para longe por um momento lembrando a paixão que tive com Denny. Eu senti como se tivesse sido testada, e eu tinha passado.
Pensando que eu deveria verificar Anna e deixá-la saber que eu estava viva e bem e ainda estaria indo ao seu encontro, eu explorei a cama em busca do meu celular. Eu o achei enterrado nas cobertas, a bateria estava morta há muito tempo. Kellan deve ter cantado para eu dormir até o meu telefone desligar. Eu não conseguia me lembrar quando eu tinha cochilado, mas eu poderia facilmente imaginar Kellan mantendo a linha ligada enquanto ele me ouvia dormindo. Talvez ele tivesse adormecido assim, fingindo que estávamos na cama juntos. Deus, eu espero que eu não tenha roncado.
Quando eu liguei o telefone, havia várias chamadas não atendidas de Jenny, Kate, e Cheyenne. Eu deixei todas saberem que eu estava bem, então mandei uma mensagem para Anna e a deixei saber que eu estava no meu caminho.
Demorou o dobro do tempo como de costume, mas eu finalmente cheguei ao meu antigo apartamento. Anna estava acordada e alerta quando entrou no carro. Ela estava animada pelas próximas notícias - o sexo de seu bebê. Ela faria um ultrassom hoje, e se meu sobrinho ou sobrinha cooperasse, nós iríamos descobrir se vamos decorar o berçário de rosa ou azul. Claro, Anna tinha nos esclarecido que era uma menina desde o momento em que ela tinha aceitado a gravidez, e ela já tinha carregado meu velho armário com dezenas de roupas em rosa pálido, roxo claro e vermelho profundo. Parecia que os Dia dos Namorados tinha vomitado ali. E esse pensamento não ajudou meu estômago.
Anna sorriu quando notou a cor do meu rosto. — Boa noite? — ela perguntou, com uma voz inflexivelmente alta.
Eu me encolhi enquanto olhava para ela. — Não, na verdade. — Bem, isso não era exatamente verdade. Eu estava tendo um grande momento até que meus amigos líquidos decidiram deixar a festa da forma mais desconfortável possível.
Anna riu quando me concentrei na estrada. — Eu me sinto um pouco mal por ter deixado você. Isso é muito diferente de mim. Jenny levou você pra casa bem?
Lembrando-me da expressão no rosto de Jenny, enquanto eu tinha deixado o bar com Denny, fiz uma careta e respondi à minha irmã, sem considerar com quem eu estava falando. — Não, ela não me levou para casa... Denny levou.
— O quê? Você foi para casa com Denny? — Ela retrucou.
Eu mentalmente me bati. Eu realmente não tinha planejado mencionar isso para ela. — Eu não 'fui para casa' com ele... Ele me deixou em casa, tendo certeza que eu estava bem. — Eu me parei antes de dizer-lhe que ele tinha passado a noite; eu não queria colocá-la em trabalho de parto antes do tempo.
Quando olhei para ela, Anna estreitou os olhos de esmeralda. Enquadrado em cílios grossos hormonalmente alongados, o olhar dela era ainda mais imponente do que o habitual. — Sim, eu aposto que ele teve certeza de que estava bem. — Sua sobrancelha levantou em uma acusação clara. — Você dormiu com ele?
Minha boca abriu muito, eu tinha certeza que minhas amígdalas eram visíveis. — Oh meu Deus, Anna! Não, eu não dormi... e obrigada por sua fé em mim.
Apertando os lábios, ela cortou, — Eu tenho muita fé em você, Kiera. É na enorme quantidade de álcool que você consumiu que eu duvido. Então, você realmente não transou com ele?
Não respondendo a sua pergunta grosseira, eu cuidadosamente mantive meus olhos na estrada. Após um momento de silêncio, Anna finalmente disse: — Ok, se você diz isso, eu vou acreditar em você. — Eu poderia dizer pelo seu tom de voz que ela não acreditou em mim completamente.
Relaxando minha expressão, suspirei em derrota. — Eu realmente não fiz nada com ele, Anna. Somos apenas amigos agora, eu juro. E caso você esteja se perguntando, sim, eu disse a Kellan. Ele ligou ontem à noite, enquanto Denny estava cuidando de mim.
Ela considerou minhas palavras por um momento, então disse, — Eu pensei que Denny tinha deixado você dormindo?
Eu olhei para ela com o canto do meu olho, e Anna riu. — Ok, Kiera. Eu acredito em você. Se você diz que não aconteceu nada, então não aconteceu nada. — Quase imediatamente ela acrescentou: — Além disso, você é uma péssima mentirosa de qualquer maneira. — Eu dei-lhe a minha expressão mais perversa. Ela riu de novo.
No consultório do médico, uma técnica de ultrassom em um alegre vestido amarelo nos levou a uma sala com iluminação suave. Havia um fraco cheiro de antisséptico, e um computador por perto zumbia e cantarolava, enchendo o silêncio. A mulher instruiu Anna a se deitar em uma maca forrada com papel. Com um sorriso cheio de admiração, Anna cuidadosamente reclinou seu corpo roliço e ajustou as calças elásticas de modo que a maior parte da sua barriga estava exposta.
— Ok, vamos dar uma olhada na minha menina, — ela exclamou alegremente.
— Oh, — a técnica disse: — você já sabe o sexo? — Ela aplicou um pouco de gel na barriga de Anna. Pensativa, ela lhe disse: — Isso vai ser frio.
Anna respirou rápido quanto o gel tocou sua pele. — Não, este é meu primeiro ultrassom. — Ela olhou para a mulher espalhando o gel ao redor com uma arma importunadora — Eu posso jurar que é. — que foi ligada ao computador. — Eu só sei que vou ter uma menina, é tudo.
A mulher sorriu, mas não fez nenhum comentário. Eu supunha que ela tinha ouvido todas as histórias de mulheres grávidas que afirmam saber o sexo.
Quando a imagem da barriga de Anna apareceu no monitor, que era uma bolha de formas cinzentas indistinguíveis. A técnica parecia saber o que ela estava olhando e apontou várias partes do corpo para nós. Anna e eu olhamos uma para outra, e então demos de ombros. Nenhuma de nós estava realmente vendo qualquer coisa que se assemelhava a um ser humano. Mas, em seguida, a coluna vertebral entrou em vista. Era distinta, definida... inconfundível. Meus olhos se encheram de lágrimas quando vi algo na tela que eu poderia relacionar. Então uma mão entrou em foco, - mão de cinco dedos perfeitos. Os dedos se enroscaram um pouco enquanto a técnica ainda segurava a varinha.
— Oh meu Deus, Kiera... Olhe para isso, — Anna murmurou, as lágrimas escorrendo pelo seu rosto. — Minha filha acenou para mim.
Abracei minha irmã emocionada, eu estava pouco emocional agora. Depois de terminar com as medidas e fotos, incluindo uma que era um perfil perfeito do rosto, a técnica fez uma careta. — Hmmm.
Pânico percorreu meu corpo. Havia algo errado com o bebê? Anna tentou sentar-se, mas não pôde por causa da barriga. A técnica franziu mais a testa e moveu a varinha ao redor da barriga para encontrar tudo o que ela tinha estado olhando. — Fique quieta, por favor.
— O quê? O que há de errado? — A voz de Anna tinha uma pontada de medo.
A técnica relaxou o rosto e sorriu. — Oh, não há nada de errado, é só... — Ela parou, procurando a tela novamente.
— É só... O quê? — perguntei, inclinando-me para ver o que ela viu. Eu não via nada de notável. A técnica via, no entanto.
— Sim, isso é o que eu pensava. Sinto muito, mas... você vai ter um menino.
Anna apoiou-se nos cotovelos. — Eu vou, o quê?
A técnica se encolheu. — Espero que você não tenha comprado muitas coisas cor de rosa.
— Não, deve haver algum engano. Verifique novamente. Eu estou tendo uma menina. — Anna fez uma careta.
Ela o fez, em seguida, repetiu: — Desculpe... definitivamente um menino.
As lágrimas começaram a correr pelo rosto de Anna novamente, mas por um motivo completamente diferente desta vez. — Não, não, não... Eu estou tendo uma menina. — Ela levantou a cabeça para a minha. — Era para eu ter uma menina!
Eu esfreguei seu ombro. — Está tudo bem. Você vai fazer muito bem com um garoto.
Anna balançou a cabeça enquanto ela afundava de volta para a mesa. — Eu sei... Eu realmente queria... — Ela mordeu o lábio para se impedir de dizer isso. Compreendi, no entanto. Anna era uma garota feminina, e ela tinha obtido suas esperanças de que ela teria uma pequena princesa para vestir. Eu duvido que ela saiba por onde começar com um garoto. Mas eu sabia que ela ia descobrir.
A técnica entregou a Anna um lenço. — Desculpe por isso.
Anna enxugou os olhos, mas permaneceu em silêncio. Ela permaneceu muda até que voltamos para o carro. Então aquele temperamento ardente hormonal que eu conhecia e amava explodiu. Batendo a porta, ela disparou:
— Eu vou matar esse filho da puta quando eu vê-lo amanhã. — Eu só podia supor que ela quis se referia à Griffin.
Encolhendo-me pela forma dura que o veículo premiado de Kellan estava sendo tratado, eu fechei a porta devagar. — Vai ficar tudo bem, Anna. Meninos são divertidos. — Eu realmente não tinha passado muito tempo em torno de crianças, meninos ou meninas, então eu não tinha certeza se isso era verdade. Mas isso é o que você deve dizer, certo?
Aparentemente, não. Anna olhou para mim. Ela canalizou toda a sua raiva contra a técnica, contra Griffin – porra, contra todo o maldito universo, – em seus olhos. Eu tinha certeza de que meus órgãos internos estavam começando a ferver quando ela olhou para mim.
— Eu não sei nada sobre criar um menino. E olha quem vai ser o modelo dele.
Ela dirigiu seu olhar para fora da janela, escolhendo derreter o vidro em vez do meu pobre cérebro. — Ele vai ser um hipócrita, mulherengo, homem das cavernas, assim como seu pai.
— Eu pensei que era isso que você gostava em Griffin? — murmurei, mas Anna me ouviu e redirecionou sua ira de volta para mim. Eu sabiamente não disse mais nada e liguei o carro. O que quer que Anna e Griffin tivessem juntos, era melhor deixar isso entre eles.
Quando voltamos para casa, a irritação de Anna havia se dissipado um pouco, e melancolia começou a substituí-la, ela até derramou algumas lágrimas silenciosas. Ela realmente tinha seu coração incitado sobre uma menina. Perguntando se ela iria me morder, metaforicamente ou talvez literalmente, neste ponto, eu coloquei minha mão em seu ombro. — Você vai amar seu bebê tanto quanto você teria amado sua bebê. E não se preocupe com Griffin. Você sabe que Kellan, Matt e Evan não vão deixá-lo corromper seu filho... Não muito.
Anna me deu um olhar vazio por um momento, em seguida, seu rosto abriu-se num minúsculo sorriso. E mesmo que seu rosto estivesse manchado, seu nariz estivesse escorrendo, e seus olhos estivessem vermelhos, ela ainda era linda de morrer.
Eu fiquei com Anna por um tempo depois disso, certificando-me de que ela estava bem e ajudando com sua mala. Mesmo que Anna estivesse indo para Los Angeles para o fim de semana, ela arrumou mais coisas do que eu. Enquanto eu lutava fechar a bolsa, ela me disse que queria estar preparada para qualquer coisa. Eu não podia deixar de olhar para o seu estômago depois que ela disse isso. Se minha irmã tivesse sido um pouco mais "preparada para qualquer coisa", ela não estaria na situação que ela estava agora - prestes a trazer um mini-Griffin para o mundo.
***
Uma surpresa estava esperando por mim quando cheguei em casa. O carro de Jenny estava na garagem, e ela estava de pé ao lado da porta do lado do motorista aberta, acenando para mim. Quando estacionei ao lado dela, Rachel, Kate e Cheyenne saíram das outras portas. Eu sorri de orelha a orelha ao ver minhas amigas.
— O que vocês estão fazendo aqui?
Jenny pulou em mim, como se tivesse um amole em seu pé. — Estamos aqui para ajudá-la a comemorar sua última noite em Seattle.
Eu agarrei minha cabeça enquanto a loira alegre colocava os braços em volta de mim. — Eu acho que comemoramos o suficiente ontem, — eu murmurei.
Cheyenne se abaixou no carro de Jenny. — Bem, nós vamos ter uma festa muito mais suave. — Ela ressurgiu do carro com uma mala. — Nós pensamos em festa do pijama.
Encolhendo os ombros, sorri e indiquei a casa. — Parece ótimo.
Jenny, Rachel e Kate pegaram suas malas enquanto eu abria a porta da frente. Enquanto eu estava tentando retirar a chave da fechadura isso estava começando a me deixar nervosa, Jenny veio até mim e colocou a mão no meu ombro. — Hey, foi tudo... tudo bem... ontem à noite?
Eu poderia dizer que pelo ângulo de sua testa que o que ela realmente queria dizer era, Aconteceu alguma coisa com você e Denny? Ela era boa o suficiente para não dizer isso diretamente para mim, mas ela estava pensando a mesma coisa que minha irmã tinha - se eu tinha traído Kellan. Eu balancei a cabeça para ela, tentando não ficar irritada. Era culpa minha, na verdade.
— Não aconteceu nada... exceto Denny me ver vomitar no banheiro a noite toda.
Jenny se encolheu. — Ugh, desculpe se nós estragamos você. Isso não foi intencional.
Eu sorri para ela. — Você não tem que pedir desculpas pelo meu mau comportamento. — Eu fiz uma careta quando lembrei porque eu tinha sido tão rápida em afogar a noite no álcool. — Deixar Seattle é muito mais difícil do que eu jamais pensei que seria. — Minha voz caiu para um sussurro e minha visão nublou com lágrimas não derramadas. Deus, eu estava já com saudade delas?
Jenny me abraçou. — Não se atreva a começar a chorar agora! Se você começar, então eu vou começar, e nós duas vamos virar uma bagunça chorando a noite toda.
Eu ri quando a segurei firme. Pouco tempo depois, o resto das minhas amigas nos fecharam em um abraço coletivo. A melancolia do momento me fez rir. — Ok, chega disso, — eu disse a elas, me desmembrando do círculo. — Esta noite é sobre se divertir, não chorar. — olhei para cada uma delas, enquanto eu acrescentava: — E eu vou estar de volta. Seattle é tanto uma casa para mim, como Atenas.
Kate passou os dedos em seus olhos, em seguida, seu rosto se iluminou. — Eu tenho doces e pipoca.
Cheyenne colocou o braço em torno de Kate. — E eu tenho todos os filmes de mulherzinha possíveis.
Não foi muito depois que tivemos uma festa do pijama ocorrendo. Eu não tinha tido uma festa do pijama desde da oitava série, mas as memórias da infância me assaltaram instantaneamente enquanto as meninas espalhavam os seus tesouros. Havia filmes suficientes para durar uma semana inteira, doces o suficiente para alimentar um pequeno país, e produtos de beleza suficientes para manter a minha irmã abastecida por um mês. Isso me deu um caso grave de ataque de riso ao me dar um tratamento facial na minha sala com outras quatro meninas. E foi tão divertido que eu não me importava o quão ridículo tudo isso parecia.
No meio do segundo filme, a minha campainha tocou. Mesmo que eu estava de pijama com uma máscara verde, eu corri para atender. Vestida com uma camisola de alças e boxers pretas de Kellan, eu abri a porta. Esperançosamente era a nossa pizza. E esperançosamente a menina entregando percebeu que eu estava vestindo roupas íntimas de Kellan... desde que ela as tinha visto quando Kellan tinha encomendado comida durante a nossa noite de strip poker.
Minha risada divertida morreu em meus lábios enquanto eu olhava para a pessoa que estava na minha porta. Não era a menina da pizza. Joey estava na minha porta. Ela correu os olhos em cima de mim e soltou um bufo irônico. Senti meu rosto aquecer, mesmo sob a fria camada da máscara de chá verde espalhada sobre a minha pele.
— O que você está fazendo aqui? Kellan disse-lhe para nunca mais voltar, — eu respondi, o meu bom humor desapareceu.
Joey ignorou a minha atitude e inclinou a cabeça para olhar além de mim para a casa. — Kellan está aqui?
Eu evitei bloquear sua visão. — Não, ele está em L.A.
Ela pegou uma longa mecha de seu cabelo preto e girou em torno de seu dedo, enquanto ela absorvia minha resposta. Suas unhas eram longas, afiadas, e pintadas de vermelho brilhante. Lembrando o grande arranhão ao longo da mandíbula de Kellan, eu cerrei meus dentes e considerei bater a porta na cara dela.
Ela parecia afetada pela minha infelicidade. — Ele está seriamente gravando um álbum? Ou isso é apenas alguma desculpa que ele usa para pegar as meninas? — Ela sorriu quando seus olhos escuros derivaram para o anel no meu dedo.
Mesmo que eu soubesse que não deveria me incomodar, ficou realmente claro sob a minha pele que essa mulher estava menosprezando o nosso relacionamento. Kellan e eu tínhamos passado por tanta coisa juntos para ela rebaixá-lo e rejeitá-lo, como tendo algumas relações ocasionais ferveu meu sangue. — Sim, ele está gravando um álbum. — Eu comecei a fechar a porta. — Eu vou dizer a ele que você passou por aqui.
Ela enfiou os dedos dos pés no caminho da porta. — Interessante. Assim... ele vai ser um filho da puta quente em breve? Bem, mais quente do que ele já é, de qualquer modo.
Quando ela estava na minha porta mordendo o lábio, uma expressão infiltrou em suas feições que me lembravam de Ebenezer Scrooge em Um Conto de Natal. Eu podia ver claramente que a mulher estava mentalmente visualizando ela mesma contando grandes pilhas de dinheiro, o dinheiro que ela ganhou à custa de outra pessoa.
Eu podia sentir minhas amigas se aproximando cautelosamente da porta, eu suspirei, — Você tem outras cópias da fita, não é?
Joey tirou o pé, ela deu de ombros. — Eu estava devolvendo a cópia dele. Eu tenho muitas outras. — Enquanto Jenny deu um passo para o meu lado, com o rosto igualmente coberto de gosma verde, Joey alegremente perguntou: — Vocês querem vê-la? É muito assustadoramente quente. Kellan fez essa coisa onde ele...
Eu coloquei minha mão para impedir sua explicação. Deus, não, eu não queria vê-lo fazendo sexo com outra pessoa. E eu definitivamente não queria ver isso em um close-up na TV. — Eu não quero ter nada a ver com você ou sua fita. Kellan pagou você, e estamos acabadas, tanto quanto eu estou preocupada.
Eu ouvi algumas das meninas ofegarem atrás de mim enquanto elas percebiam o que estava acontecendo. Jenny era a única delas pra quem eu disse sobre a fita de sexo, ela aparentemente não tinha passado a informação. Jenny era incrível.
Joey deu de ombros enquanto ela ajeitava a saia curta. — Seja como for, eu estava apenas oferecendo-lhe uma sessão prévia do filme do ano.
Ela girou nos calcanhares para sair. Indignada, envergonhada e humilhada por Kellan, eu me adiantei e exclamei: — Você realmente vai vender isso? Quero dizer, você está nela também. Você realmente quer um bando de caras se divertindo com a sua vida privada?
Joey parou na calçada e virou a cabeça escura para me encarar. — Se isso significa que eu estou preparada para o jogo, então sim. — Levantando uma ponta do lábio, ela acrescentou: — Além disso, eu vou estar sempre ligada a uma estrela do rock rico e famoso. Eu vou ser famosa, o que poderia ser melhor do que isso?
Balancei a cabeça, sem entender o desejo de ser famosa, independentemente do preço. Lá estava eu, tentando encontrar uma maneira de ficar fora do holofote de Kellan, enquanto Joey estava perfeitamente bem com a venda de sua pele para encontrar um caminho que a levaria para isso. Infelizmente, ela devia estar tão desesperada para alcançar atenção, que ela faria qualquer coisa para obtê-la. Curiosamente, a minha raiva desapareceu enquanto eu olhava para ela em um silêncio aturdido. Enquanto Joey esperou por alguma resposta de mim, tudo que eu sentia por ela era piedade.
Recuando para o calor da minha casa com Kellan, eu lhe disse: — Espero que você encontre o que você está procurando, Joey. — Não me esperando reagir dessa maneira, sua testa estava profundamente confusa quando fechei a porta na cara dela.
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