Capítulo 11
Girei o pulso para olhar o relógio, amaldiçoando a mim mesma por ter dormido demais. Depois de colocar um par de brincos de diamante falsos, calcei o sapato, peguei a bolsa e abri a porta. Thomas estava parado ali com um copo de isopor em cada mão.
— Café?
Fechei a porta e virei a chave na fechadura.
— Tem leite nesse café? — perguntei.
— Não. Seis sachês de açúcar e dois de creme.
— Como você sabe como eu gosto do café? — perguntei, pegando o copo que ele estendeu na minha direção.
Caminhamos juntos até o elevador, e Thomas apertou o botão.
— Constance.
— A Constance sabe que você comprou café pra mim?
— A Constance me mandou comprar café pra você.
As portas se abriram e nós entramos.
Virei para ele, confusa.
— Ela acordou cedo — resmunguei. — Por que a Constance te diria pra fazer isso?
Ele deu de ombros.
— Ela achou que você podia gostar.
Virei para frente. Ele estava me dando respostas sem de fato me responder, a coisa de que eu menos gostava. Eu ia ter que pedir para Val me ensinar como funcionava seu detector de mentiras humano.
— As perguntas acabaram? — Thomas quis saber.
— Não.
— Não?
— Você não vai me dar uma resposta de verdade, de qualquer forma.
— A Constance sabe que eu gosto de você. Ela diz que estou diferente desde que você chegou, e ela tem razão.
— Thomas — falei, virando para ele. — Eu... me sinto grata por isso, mas não estou...
— Emocionalmente disponível. Eu sei. Mas você também acabou de sair de um relacionamento. Não estou te pedindo pra morar comigo.
— O que você está me pedindo?
— Deixa eu te levar para o trabalho.
— Isso não é um pedido.
— Tudo bem. Podemos jantar sozinhos?
Virei para ele quando a porta do elevador se abriu.
— Você está me convidando para um encontro, Maddox?
Segui para o saguão, os saltos batendo no piso.
Depois de alguns segundos de hesitação, ele assentiu uma vez.
— Sim.
— Não tenho tempo para nada confuso. Estou comprometida com o trabalho.
— Assim como eu.
— Eu gosto de trabalhar até tarde.
— Assim como eu.
— Não gosto de dar satisfação pra ninguém.
— Nem eu.
— Se é assim, então sim.
— Sim, posso te levar para o trabalho? Ou sim, podemos jantar?
— Sim para as duas coisas.
Ele sorriu, triunfante, e então usou as costas para empurrar as portas do saguão, me mantendo em seu campo de visão.
— Meu carro está pra lá.
Durante o trajeto até o trabalho, Thomas falou da noite com Taylor, me contou a que horas a agente Davies deixou seu apartamento e como era inconveniente ter um hóspede surpresa, mesmo sendo seu irmão.
A via expressa ainda estava úmida por causa da chuva do dia anterior. Ele contornou o trânsito com seu Land Rover, e, embora eu estivesse acostumada a dirigir em Chicago, San Diego era totalmente diferente, e eu não sabia se estaria preparada quando conseguisse um carro.
— Você parece nervosa — Thomas comentou.
— Detesto a via expressa — resmunguei.
— Vai odiar ainda mais quando dirigir nela. Quando seu carro chega? Você está há quase três semanas sem ele.
— Meu carro não vem. Meus pais vão vendê-lo pra mim. Vou procurar um novo quando tiver tempo, mas, por enquanto, o transporte público é suficiente.
Thomas fez uma careta.
— Isso é ridículo. Você pode vir comigo.
— Está tudo bem, de verdade — falei.
— Me espera na frente do prédio todas as manhãs. A gente sai no mesmo horário, de qualquer maneira, e vai para o mesmo lugar. Além do mais, você está me fazendo um favor. Posso andar na faixa exclusiva para carona solidária.
— Tá bom — falei, olhando pela janela. — Se não se importa.
— Eu não me importo.
Olhei de relance para ele. Sua transformação de chefe irritado e temperamental para vizinho gentil e feliz — talvez mais que isso — fora gradual, por isso não percebi até estarmos lado a lado, o sol da manhã destacando a calmaria em seus olhos. Seguimos o restante do caminho até o FBI em um silêncio confortável.
Thomas só voltou a falar com o guarda, no portão de entrada.
— Agente Maddox — disse o agente Trevino, pegando nossos crachás.
Ele se inclinou para me identificar e forçou um sorriso.
— Oi, Mig — Thomas cumprimentou. — Como está a família?
— Todos bem. É gentil da sua parte trazer a agente Lindy para o trabalho.
Thomas pegou seu crachá de volta.
— Moramos no mesmo prédio.
— Hummm — comentou Trevino, se recostando antes de apertar o botão para abrir o portão.
Thomas entrou e deu uma risadinha.
— Qual é a graça?
— O Trevino — ele disse, apoiando o braço no apoio na porta e encostando os dedos nos lábios.
Franzi a testa. Sempre que alguma coisa entrava em contato com seus lábios, um misto de depressão e ciúme se agitava dentro de mim. A sensação era horrível, e eu me perguntei quando isso ia parar.
— Sou a piada do momento?
Thomas olhou para mim e trocou a mão do volante. Logo em seguida, minha mão estava na dele, e ele a apertou de leve.
— Não. Por que está pensando isso?
— Qual foi a graça?
Ele parou na garagem e colocou o carro em ponto morto. Girou a chave, e o motor silenciou.
— Eu. Ele está rindo de mim. Eu não trago ninguém para o trabalho. Não sorrio quando entro, e com certeza que não pergunto sobre a família de ninguém. Ele sabe que é... ele sabe. As coisas estão diferentes desde que você chegou.
— E por que isso? — Eu o encarei, meus olhos implorando pelas palavras.
Confesso, eu era orgulhosa e teimosa demais para quebrar meu voto com o FBI sem uma garantia. Café, tarefas esquisitas no meu apartamento, até sua mão na minha não eram suficientes. Eu não tinha problema em ficar em segundo lugar em relação ao trabalho. Como nós dois éramos comprometidos com o FBI, de alguma forma um anulava o outro. Mas eu não ficaria em terceiro.
O celular dele tocou, e, quando leu o nome na tela, ele mudou completamente o comportamento. Suas sobrancelhas se juntaram e ele suspirou.
— Oi — Thomas disse, o rosto tenso. Ele soltou a minha mão e desviou o olhar. — Eu te falei que ia. Eu, humm... — Ele esfregou os olhos com o polegar e o indicador. — Não posso. Meu voo só chega uma hora antes da chegada do Trav ao hotel. Tudo bem... Me contar o quê?
Ele abaixou o olhar, seus ombros afundaram.
— Você está? Isso é ótimo — ele disse, sem conseguir disfarçar a desolação na voz. — Humm, não, eu entendo. Não, Trent, eu entendo. Tudo bem. É, estou feliz por você. Estou, sim. Tudo bem. A gente se vê lá.
Thomas apertou o botão para encerrar a ligação e deixou o celular cair no colo. Então segurou o volante com ambas as mãos, tão forte que os nós dos dedos ficaram brancos.
— Quer conversar?
Ele balançou a cabeça.
— Tudo bem. Bom... vou estar na minha sala, se mudar de ideia.
Assim que coloquei a mão na maçaneta, Thomas agarrou meu braço e me puxou para junto de si, os lábios incrivelmente macios se derretendo nos meus. Tudo ao nosso redor se tornou um borrão, e eu fui transportada de volta para a noite em que nos conhecemos — as mãos desesperadas, a língua mergulhada em minha boca, a pele ardente e suada na minha.
Quando ele por fim me soltou, eu sofri. Apesar de terem sido meus lábios nos dele, quando a gente se separou, eu ainda estava com aquela sensação horrível.
— Droga, Liis. Desculpa — ele disse, parecendo tão chocado quanto eu.
Eu estava respirando lenta, mas profundamente, ainda inclinada em sua direção.
— Eu sei que você não quer entrar em um relacionamento — ele disse, irritado consigo mesmo. — Mas não consigo ficar longe de você.
— Eu entendo — falei, tirando o cabelo do rosto. — O Trent? — perguntei, apontando com a cabeça para o celular dele.
Ele olhou para baixo e depois para mim.
— É.
— O que foi que ele disse que chateou você?
Thomas hesitou, claramente não querendo responder.
— Ele estava falando da despedida de solteiro do Travis.
— E?
— Ele é a diversão.
— E daí?
Thomas se remexeu de um jeito nervoso.
— Ele, hum... tem um trato com a Camille. — Ele balançou a cabeça. — Um tempo atrás, ela concordou em casar com ele se ele fizesse algo maluco e vergonhoso. E ele vai fazer isso na festa do Travis, depois... — Seus olhos desabaram. Ele parecia magoado. — Ele vai pedir a Camille em casamento.
— Sua ex.
Ele assentiu lentamente.
— Aquela por quem você ainda é apaixonado. E então me beijou pra parar de pensar no assunto?
— Sim — ele admitiu. — Desculpa. Foi uma merda fazer isso.
Minha primeira reação foi raiva. Mas como eu podia sentir raiva, se beijá-lo era tudo em que eu pensava desde que nos conhecemos? E como eu podia sentir ciúme? A mulher que ele amava ficaria noiva muito em breve, e ele tinha praticamente dado sua bênção. Esse raciocínio todo não me fez bem. Eu estava com ciúme de uma mulher que nem conhecia e que nunca ficaria com Thomas. Eu não podia ficar brava com ele, mas estava furiosa comigo mesma.
Puxei a maçaneta.
— O Esquadrão Cinco vai se reunir às três.
— Liis — ele me chamou quando saí.
Eu me afastei o mais rápido que meus saltos permitiam e fui direto para o elevador.
As portas se fecharam atrás de mim, e eu fiquei em silêncio enquanto os números subiam. Pessoas entraram e saíram — agentes, assistentes, líderes municipais —, todos sussurrando, quando falavam.
Quando as portas se abriram no sétimo andar, saí e tentei passar apressada pela sala de Marks. Ele sempre chegava cedo, e Val normalmente estava no escritório dele, conversando. Eu me esquivei da porta aberta, ouvindo a voz de Val, e passei rapidamente pelas portas de segurança.
Dobrei o corredor na primeira baia, passei por outras duas e entrei sorrateiramente no meu escritório, fechando a porta. Sentei no meu trono e virei de costas para a parede de janelas, encarando a estante e a visão da cidade abaixo. Ouvi uma batida na porta, mas ignorei, e em seguida alguém colocou uma pasta no suporte, me deixando em paz. Deixei o encosto alto da cadeira me esconder da sala do esquadrão e enrolei longas mechas pretas de cabelo no dedo, pensando no beijo, na noite anterior e em todas as vezes em que fiquei sozinha com o Thomas.
Ele ainda era apaixonado pela Camille. Eu não entendia e, pior, também não tinha certeza dos meus sentimentos. Eu sabia que me importava com ele. Se eu fosse sincera, essa era uma baita meia verdade. O modo como meu corpo reagia à sua presença era viciante e impossível de ignorar. Eu desejava Thomas de um jeito que nunca desejei Jackson.
Isso vale a confusão que pode causar no trabalho? Vale a confusão que pode causar em mim?
Tirei o cabelo da boca depois de me dar conta de que o estava mastigando. Eu não fazia isso desde pequena. Thomas era meu vizinho e chefe. Era irracional e insensato tentar ser mais que isso, e, se eu quisesse ficar no controle da situação, tinha de me render a esse fato.
Minha porta se abriu.
— Liis?
Era Thomas.
Virei devagar e me empertiguei. A angústia em seus olhos era insuportável. Ele estava sendo puxado para duas direções, assim como eu.
— Tudo bem — falei. — Não é de você que estou com raiva.
Ele fechou a porta e seguiu até uma das poltronas para se sentar. Então se inclinou, apoiando os cotovelos na beirada da mesa.
— Aquilo foi totalmente inadequado. Você não merecia.
— Você surtou. Eu entendo.
Ele me encarou, desconcertado pela minha resposta.
— Você não é um surto, Liis.
— Tenho um objetivo e estou determinada a alcançá-lo. Qualquer sentimento que eu possa ter por você não vai atrapalhar isso. Às vezes você me faz esquecer, mas eu sempre acabo voltando ao plano original, um plano que não inclui ter alguém.
Ele deixou minhas palavras borbulharem por um instante.
— Foi isso que aconteceu com você e o Jackson? Ele não se encaixava nos seus objetivos futuros?
— Esta conversa não é sobre o Jackson.
— Você não fala muito dele. — Ele se recostou na poltrona.
Merda. Eu não queria entrar nessa conversa com ele.
— É porque não preciso.
— Vocês não estavam noivos?
— Não que seja da sua conta, mas sim.
Thomas ergueu uma sobrancelha.
— Nada, hein? Não derramou nem uma lágrima?
— Na verdade, eu não... faço isso. Eu bebo.
— Tipo naquela noite no Cutter?
— Exatamente como naquela noite no Cutter. Então acho que estamos quites.
A boca de Thomas se abriu de repente, sem nem tentar disfarçar o ego ferido.
— Uau. Parece que sim.
— Thomas, entre todas as pessoas, você devia entender. Você enfrentou a mesma decisão quando estava com a Camille. Você escolheu o FBI, não foi?
— Não — ele disse, ofendido. — Tentei manter as duas coisas.
Eu me recostei e entrelacei as mãos.
— E como foi?
— Não gosto desse seu lado.
— Que pena. De agora em diante, esse é o único que você vai ter. — Eu o encarei bem dentro dos olhos, determinada.
Thomas começou a falar, mas alguém bateu à porta e a abriu.
— Agente Lindy? — uma voz suave, porém aguda, veio do corredor.
— Sim? — falei, reconhecendo Constance de pé na porta.
— Tinha uma visita pra você lá embaixo. Eu pedi para subir.
Antes que eu tivesse a chance de me perguntar quem poderia ter vindo me visitar, Jackson Schultz contornou Constance e parou na minha porta.
— Ai. Meu. Deus — sussurrei.
Ele estava usando camisa social azul e gravata estampada. As únicas vezes em que eu o vira tão bem-vestido tinham sido na noite em que ele me pediu em casamento e no funeral do agente Gregory. O tom da camisa destacava seus olhos azul-celeste. Os olhos costumavam ser minha parte favorita dele, mas, naquele momento, só consegui notar que estavam tão redondos quanto seu rosto. Jackson sempre esteve em forma, mas a cabeça raspada o fazia parecer mais corpulento do que era.
Quanto mais tempo passávamos juntos, mais suas características e hábitos menos atraentes se destacavam — o modo como ele chupava a comida dos dentes depois de uma refeição; como se inclinava de lado quando soltava gases, mesmo em público; ou não lavava as mãos depois de usar o banheiro por meia hora. Até as três profundas rugas onde o crânio encontrava o pescoço me davam calafrios.
— Quem diabos é você? — Thomas perguntou.
— Jackson Schultz, SWAT de Chicago. Quem diabos é você?
Eu me levantei.
— O agente especial Maddox é o ASAC de San Diego.
— Maddox? — Jackson riu uma vez, sem se impressionar.
— Sim, sou o babaca que administra este lugar. — Thomas olhou para Constance. — Estamos em reunião.
— Sinto muito, senhor — Constance falou, não parecendo nem um pouco arrependida.
Ela não me enganava. Ela falou para o Thomas que tipo de café comprar e, quando soube que Jackson estava no prédio, o acompanhou rapidamente até a minha sala para lembrar o chefe de que ele tinha concorrência. Eu não sabia se queria estrangulá-la ou rir, mas estava claro que ela se preocupava com Thomas, e foi legal saber que ela gostava de mim o suficiente para empurrá-lo na minha direção.
— Agente Maddox, já estávamos terminando, não é mesmo? — perguntei.
Thomas olhou para mim e depois para Jackson outra vez.
— Não. O agente Schultz pode esperar lá fora, porra. Constance?
Um canto da boca de Constance se curvou.
— Sim, senhor. Agente Schultz, pode me acompanhar, por favor?
Jackson manteve os olhos em mim enquanto a seguia para fora do meu campo de visão.
Estreitei os olhos para Thomas.
— Isso foi desnecessário.
— Por que você não disse que ele vinha te visitar? — ele soltou.
— Você acha mesmo que eu sabia?
Seus ombros relaxaram.
— Não.
— Quanto mais rápido permitir que ele entre aqui, mais rápido ele vai embora.
— Não quero que ele entre aqui.
— Para.
— O quê? — Thomas disse, fingindo encarar as diversas fotografias e post-its na minha parede ou a estante ou nada disso.
— Você está sendo infantil — falei.
Ele abaixou o queixo para me olhar furioso.
— Se livra dele — disse em voz baixa.
Num passado recente, eu poderia ter me sentido intimidada, mas Thomas Maddox não me assustava mais. Eu nem tinha certeza se um dia assustou.
— Você fez um drama por eu estar com ciúme ontem à noite. Você sabe que eu o deixei e que não estou nem um pouco interessada, e olha como você está agora.
Ele apontou para a porta.
— Você acha que estou com ciúme do senhor Arrumadinho? Você tá de brincadeira, né?
— Nós dois sabemos a zona que está aí dentro — apontei para minha cabeça — para você se preocupar com meu ex-noivo ou comigo em geral.
— Isso não é verdade.
— Você ainda é apaixonado por ela! — falei alto demais.
Todos os membros do Esquadrão Cinco que estavam no departamento se inclinaram para frente ou para trás na cadeira para espiar através da parede de vidro da minha sala. Thomas se levantou e baixou as persianas de uma parte, depois da outra, e fechou a porta.
Ele franziu a testa.
— E o que isso tem a ver? Não posso gostar de você e ainda amá-la?
— É isso? Você gosta de mim?
— Não, só te chamei pra sair porque gosto de ser rejeitado.
— Você me chamou pra jantar e logo depois teve um surto. Você não a esqueceu, Maddox.
— Lá vem você me chamar de Maddox de novo.
— Você não a superou — falei, odiando a tristeza em minha voz. — E eu tenho meus objetivos.
— Você já falou isso.
— Então estamos de acordo que é inútil.
— Ótimo.
— Ótimo? — perguntei, envergonhada com a pontada de pânico em minha voz.
— Não vou forçar a barra. Se eu esquecer a Camille e você esquecer seu... sua coisa... a gente se reúne novamente.
Eu o encarei, sem poder acreditar.
— Você não estava só dizendo aquilo pra Constance. A gente realmente estava numa reunião.
— E daí?
— Isso não é algo que você pode planejar, Thomas. Você não pode me dizer como vai acabar, e não vamos nos reunir novamente para falar dos progressos. Não é assim que funciona.
— É assim que a gente funciona.
— Isso é ridículo. Você é ridículo.
— Talvez, mas somos iguais, Liis. Foi por isso que não deu certo com outras pessoas. Não vou deixar você fugir e você não vai aguentar as minhas merdas. Podemos pensar se é eficiente ou não ficarmos juntos até nos aposentarmos ou podemos simplesmente aceitar agora. O fato é que nós planejamos, organizamos e controlamos as coisas.
Engoli em seco.
Thomas apontou para a parede.
— Antes de você, eu era um solitário viciado em trabalho, e, apesar de ter alguém, você também era. Mas você e eu podemos dar certo. Faz todo sentido ficarmos juntos. Quando você mandar o senhor Ninja ali catar coquinho, me avisa e eu te levo pra jantar. Depois vou te beijar de novo, e não vai ser porque estou perturbado.
Engoli em seco. Tentei impedir que minha voz falhasse ao dizer:
— Ótimo. É meio desconcertante ser beijada quando você está perturbado por causa de outra mulher.
— Não vai acontecer de novo.
— Certifique-se de que não aconteça.
— Sim, senhora. — Ele abriu a porta, saiu e a fechou.
Desabei na cadeira, respirando fundo para me acalmar. Que merda foi essa que acabou de acontecer?
Adoro eles kkk
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