Capítulo 1
O controle era a única coisa real. Desde cedo, aprendi que planejar, calcular e observar poderia evitar a maioria das coisas desagradáveis — riscos desnecessários, decepção e, o mais importante, mágoa.
No entanto, evitar coisas desagradáveis nem sempre era fácil, fato que me ficou muito claro sob as luzes bruxuleantes do Cutter Pub. A dezena ou mais de letreiros néon pendurados nas paredes e a luz fraca do teto, iluminando as garrafas de bebida atrás do bar, eram apenas ligeiramente reconfortantes. Todo o resto deixava evidente como eu estava longe de casa.
As paredes eram feitas de madeira de demolição, e o pinho claro manchado de preto havia sido projetado especificamente para parecer uma espelunca em Midtown, mas era tudo limpo demais. Cem anos de fumaça não haviam saturado a tinta. As paredes não sussurravam nada sobre Capone nem Dillinger.
Eu estava sentada no mesmo banco havia duas horas, desde que parei de organizar caixas no meu novo apartamento. Enquanto aguentei, guardei os itens que haviam formado a pessoa que hoje eu era. Explorar minha nova vizinhança era muito mais atraente, sobretudo na maravilhosamente suave brisa noturna, embora fosse o último dia de fevereiro. Eu estava vivendo minha nova independência com o bônus da liberdade de não ter ninguém em casa esperando um relatório de onde eu estava.
O assento que eu estava mantendo aquecido era forrado de couro falso laranja, e, depois de beber um percentual respeitável da ajuda de custo que a Agência Federal de Investigação, ou FBI, generosamente depositara em minha conta naquela tarde, eu estava me saindo muito bem em não cair do banco.
O resto do meu quinto manhattan da noite deslizou do copo elegante para minha boca, borbulhando garganta abaixo. O uísque e o vermute doce tinham gosto de solidão. Pelo menos, isso me fez sentir em casa.
Minha casa, no entanto, estava a milhares de quilômetros, e parecia ainda mais distante quanto mais eu me demorava em um dos doze bancos alinhados ao longo do balcão encurvado. Mas eu não estava perdida. Eu estava fugindo. Pilhas de caixas se acumulavam em meu novo apartamento no quinto andar, coisas que eu havia empacotado com entusiasmo enquanto meu ex-noivo, Jackson, ficava de cara feia em um canto do apartamento minúsculo que dividíamos em Chicago.
A mudança era fundamental para minha ascensão nos escalões do FBI, e eu tinha me saído muito bem nisso em pouquíssimo tempo. Jackson ficou tranquilo quando primeiro eu disse a ele que seria transferida para San Diego. Mesmo no aeroporto, pouco antes da minha partida, ele jurou que a gente ainda podia fazer dar certo. Jackson não era bom em deixar as coisas para trás. Ele ameaçou me amar para sempre.
Com um sorriso esperançoso, balancei o copo de coquetel na minha frente. O barman me ajudou a pousá-lo firmemente sobre a madeira, depois me serviu mais um drinque. A casca de laranja e a cereja faziam uma dança lenta entre a superfície e o fundo — assim como eu.
— Esse é o último, querida — ele disse, secando o balcão ao meu redor.
— Pare de trabalhar tanto. Não dou gorjetas tão boas.
— O pessoal do FBI nunca dá — ele disse, sem julgamento.
— É tão óbvio assim? — perguntei.
— Muitos moram por aqui. Vocês falam igual e ficam bêbados na primeira noite longe de casa. Não se preocupe. Não está escrito FBI na sua testa.
— Graças a Deus — eu disse, erguendo o copo. Eu não estava falando sério. Eu amava o FBI e tudo relacionado a isso. Amava até o Jackson, que também era agente.
— De onde você foi transferida? — ele perguntou. A camiseta preta muito justa, as cutículas bem cuidadas e o cabelo perfeitamente penteado com gel traíam seu sorriso paquerador.
— Chicago — respondi.
Ele contraiu e franziu os lábios até ficar meio parecido com um peixe, e seus olhos se arregalaram.
— Você devia estar comemorando.
— Acho que eu não devo ficar chateada, a menos que os lugares para onde fugir se esgotem. — Dei um gole na bebida e lambi a queimadura fumegante causada pelo contato do uísque com os lábios.
— Ah. Está fugindo do ex?
— Na minha área de atuação, nunca dá pra fugir de verdade.
— Ah, que inferno. Ele também é do FBI? Onde se ganha o pão não se come a carne, fofa.
Corri o dedo pela borda do copo.
— Eles não treinam a gente pra isso.
— Eu sei. Acontece muito. Vejo esse tipo de coisa o tempo todo — ele balançou a cabeça enquanto lavava alguma coisa numa pia cheia de espuma atrás do balcão. — Você mora perto daqui?
Eu o observei, desconfiada de qualquer pessoa que conseguisse identificar um agente e fizesse perguntas demais.
— Você vai frequentar este lugar? — ele esclareceu.
Percebendo aonde ele queria chegar com esse interrogatório, eu assenti.
— Provavelmente.
— Não se preocupe com a gorjeta. Mudanças são caras, e beber ao que a gente deixou para trás também. Você pode compensar depois.
Suas palavras fizeram meus lábios se curvarem de um jeito que não acontecia havia meses, apesar de provavelmente isso não ter sido notado por ninguém além de mim mesma.
— Qual é o seu nome? — perguntei.
— Anthony.
— Alguém te chama de Tony?
— Não se quiser beber aqui.
— Anotado.
Anthony seguiu até a única outra cliente do bar naquele fim de noite de segunda-feira — que também poderia ser chamado de começo da manhã de terça. A mulher rechonchuda de meia-idade, com olhos vermelhos inchados, usava um vestido preto. Assim que ele a serviu, a porta se abriu, e um homem mais ou menos da minha idade entrou apressado, se acomodando a dois bancos de distância. Ele afrouxou a gravata e abriu o colarinho da camisa social perfeitamente passada. Olhou na minha direção, e, durante meio segundo, os olhos castanho-esverdeados registraram tudo o que ele queria saber sobre mim. Então, ele desviou o olhar.
Meu celular apitou no bolso do blazer, e eu o peguei para dar uma olhada no visor. Era outra mensagem de Jackson. Ao lado do nome dele, um número seis espremido entre parênteses, indicando a quantidade de mensagens que ele enviara. O número encarcerado me lembrou da última vez em que ele me tocara — durante um abraço no qual tive de afastá-lo.
Eu estava a quase três mil e quinhentos quilômetros de distância de Jackson, e ele ainda conseguia me fazer sentir culpada — mas não culpada o bastante.
Cliquei no botão lateral do celular, apagando a tela, sem responder à mensagem. Depois levantei o dedo para o barman enquanto virava o resto do sexto copo.
Eu tinha encontrado o Cutter Pub bem na esquina do meu novo apartamento em Midtown, uma área de San Diego entre o aeroporto internacional e o zoológico. Meus colegas de Chicago estavam usando parcas do FBI sobre coletes à prova de balas enquanto eu aproveitava o clima mais quente que o normal de San Diego em um top com blazer e jeans skinny. Eu me senti meio vestida demais e ligeiramente suada. Embora isso pudesse ser efeito da quantidade de álcool em meu organismo.
— Você é terrivelmente pequena para estar num lugar como este — disse o homem a dois bancos de distância.
— Um lugar como o quê? — perguntou Anthony, erguendo uma sobrancelha enquanto praticamente esmagava um copo.
O homem o ignorou.
— Não sou pequena — falei antes de tomar um gole. — Sou mignon.
— Não é a mesma coisa?
— Também tenho uma arma de choque na bolsa e um gancho de esquerda perigoso, então não força a barra.
— Seu kung fu é forte.
Não dei ao cara o prazer da minha atenção. Em vez disso, olhei para frente.
— Isso foi um comentário racista?
— Claro que não. Você só me parece meio violenta.
— Não sou violenta — falei, embora fosse melhor que parecer um alvo fácil, sem graça.
— Ah, é mesmo? — Ele não estava perguntando. Estava me enfrentando. — Andei lendo sobre líderes pacifistas asiáticas que receberam homenagens. Imagino que você não é uma delas.
— Também sou irlandesa — resmunguei.
Ele deu uma risadinha. Havia algo em sua voz — não só ego, porém mais que confiança. Algo que me fazia querer virar e dar uma boa conferida nele, mas mantive os olhos na prateleira de garrafas do outro lado do balcão.
Depois que o homem se deu conta de que não ia conseguir uma resposta melhor, mudou para o banco vazio ao meu lado. Eu suspirei.
— O que você está bebendo? — ele perguntou.
Revirei os olhos e decidi encará-lo. Ele era tão bonito quanto o clima do sul da Califórnia e não podia ser mais diferente de Jackson. Mesmo sentado, dava para ver que era alto — pelo menos um metro e noventa. Os olhos brilhavam em contraste com a pele bronzeada de sol. Embora pudesse parecer ameaçador para a maioria dos homens, não senti que ele poderia ser perigoso — pelo menos não para mim —, ainda que tivesse o dobro do meu tamanho.
— Qualquer coisa que eu mesma esteja pagando — falei, sem tentar esconder meu melhor sorriso paquerador.
Baixar a guarda para um belo desconhecido por uma hora era justificável, sobretudo depois do sexto copo. Nós flertaríamos, eu ia esquecer toda a culpa e seguir para casa. Talvez eu até ganhasse uma bebida. Era um plano respeitável.
Ele sorriu de volta.
— Anthony — disse, levantando um dedo.
— O de sempre? — perguntou o barman na ponta do balcão.
O homem assentiu. Era um cliente assíduo. Devia morar ou trabalhar por perto.
Franzi o cenho quando Anthony pegou meu copo em vez de enchê-lo. Ele deu de ombros, nenhum pedido de desculpa em seus olhos.
— Eu falei que era o último.
Em meia dúzia de goles, o desconhecido tomou uma quantidade suficiente de cerveja barata para ficar pelo menos perto do meu nível de bebedeira. Fiquei contente. Eu não teria que fingir que estava sóbria, e a bebida que ele escolheu revelou que ele não era esnobe nem estava tentando me impressionar. Ou talvez ele só estivesse sem grana.
— Você disse que eu não podia te pagar uma bebida porque o Anthony te cortou, ou porque você não ia permitir? — ele perguntou.
— Porque eu posso pagar pelas minhas bebidas — falei, com a língua um pouco enrolada.
— Você mora por aqui? — ele perguntou.
Dei uma olhada para ele.
— Sua habilidade de manter uma conversa está me decepcionando a cada segundo.
Ele riu alto, jogando a cabeça para trás.
— Meu Deus, mulher. De onde você é? Não é daqui.
— Chicago. Acabei de chegar. As caixas ainda estão empilhadas na minha sala de estar.
— Eu te entendo — ele disse, assentindo de um jeito compreensivo enquanto segurava a bebida de modo respeitoso. — Fiz duas mudanças para lados opostos do país nos últimos três anos.
— Pra onde?
— Para cá. Depois, Washington. E de volta para cá.
— Você é político ou lobista? — perguntei, forçando um sorriso.
— Nenhum dos dois — ele respondeu, a expressão se contorcendo em repulsa, e deu um gole na cerveja. — Qual é o seu nome? — perguntou.
— Não estou interessada.
— Esse nome é horrível.
Fiz uma careta.
Ele continuou:
— Isso explica a mudança. Você está fugindo de um cara.
Eu o encarei. O cara era bonito, mas também presunçoso — apesar de estar certo.
— E não estou procurando outro. Nem uma ficada de uma noite só, nem uma transa por vingança, nada. Então, não desperdice seu tempo nem seu dinheiro. Tenho certeza que você consegue encontrar uma garota legal da costa Oeste que ficaria mais que feliz em aceitar um drinque seu.
— E onde está a graça nisso? — ele perguntou, se aproximando.
Meu Deus, mesmo se eu estivesse sóbria, ele teria me embriagado. Olhei para o modo como seus lábios tocavam o bico da garrafa de cerveja e senti uma agulhada no meio das pernas. Eu estava mentindo, e ele sabia.
— Eu te irritei? — ele perguntou, com o sorriso mais charmoso que eu já tinha visto.
Com a barba bem feita e apenas alguns centímetros de cabelo castanho-claro, aquele homem e seu sorriso certamente tinham vencido desafios muito mais intimidantes que eu.
— Você está tentando me irritar? — perguntei.
— Talvez. Quando você fica com raiva, sua boca fica... incrível pra caralho. Talvez eu aja feito um babaca a noite toda só pra poder apreciar a sua boca.
Engoli em seco.
Meu joguinho tinha acabado. Ele tinha ganhado e sabia disso.
— Quer dar o fora daqui? — ele perguntou.
Fiz um sinal para Anthony, mas o desconhecido balançou a cabeça e colocou uma nota alta sobre o balcão. Bebida grátis: pelo menos essa parte do meu plano tinha funcionado. O homem seguiu até a porta, sinalizando para eu seguir na frente.
— Aposto uma semana de gorjetas que ele não vai em frente com isso
— Anthony falou alto o suficiente para o belo desconhecido ouvir.
— Foda-se — falei, saindo rapidamente pela porta.
Passei pelo meu novo amigo e segui até a calçada, a porta se fechando lentamente. Ele pegou a minha mão de um jeito brincalhão, porém firme, e me puxou para perto.
— Parece que o Anthony acha que você vai dar pra trás — falei, olhando para cima, para seu rosto.
Ele era muito mais alto que eu. Ficar assim tão perto dele era como sentar na primeira fileira do cinema. Eu tinha que erguer o queixo e me inclinar um pouco para trás para olhar em seus olhos.
Eu me aproximei, desafiando-o a me beijar.
Ele hesitou enquanto analisava meu rosto, então seus olhos se suavizaram.
— Algo me diz que, dessa vez, eu não vou.
Ele se inclinou, e o que começou como um beijo suave quase experimental se tornou sensual e romântico. Seus lábios se moviam com os meus, como se ele se lembrasse ou até sentisse falta deles. Diferentemente de tudo que eu já experimentara, uma estranha corrente elétrica me fez estremecer, derretendo meus nervos. Tínhamos feito isso tantas vezes antes — em uma fantasia ou talvez em um sonho. Era o melhor tipo de déjà-vu.
Por menos de um segundo depois de ele se afastar, seus olhos continuaram fechados, como se ele estivesse saboreando o momento.
Quando ele me olhou, balançou a cabeça.
— Definitivamente não vou dar pra trás.
Dobramos a esquina, atravessamos rapidamente a rua e subimos os degraus da entrada do meu prédio. Procurei as chaves na bolsa e nós entramos, esperando no hall o elevador. Seus dedos roçaram nos meus, e, quando se entrelaçaram, ele me puxou com força para junto de si. A porta do elevador se abriu, e entramos aos tropeços.
Ele agarrou meus quadris e me puxou enquanto meus dedos procuravam o botão certo. Ele pousou os lábios no meu pescoço, e cada nervo meu soltou faíscas e dançou sob minha pele. Os beijos que ele depositou por todo o meu maxilar, da orelha até o pescoço, eram decididos e experientes. A cada toque, suas mãos imploravam que eu me aproximasse ainda mais, como se ele tivesse passado a vida inteira esperando por mim. Apesar de eu ter a mesma sensação irracional, sabia que era tudo parte da atração, do truque, mas dava para perceber como ele se impedia de puxar com força demais as minhas roupas, e isso provocava minúsculas ondas de choque pelo meu corpo.
Quando chegamos ao quinto andar, ele tinha afastado meu cabelo para o lado e deixado um ombro meu exposto, conforme corria os lábios pela minha pele.
— Você é tão macia — sussurrou.
Ironicamente, suas palavras provocaram milhares de arrepios por toda a minha pele.
Minhas chaves balançavam enquanto eu brigava com a fechadura. O cara virou a maçaneta, e quase caímos lá dentro. Ele se afastou de mim, empurrando a porta com as costas, e me puxou para junto de si outra vez. Ele cheirava a cerveja e havia um toque de açafrão e madeira de seu perfume, mas sua boca ainda tinha gosto de pasta de dente. Quando nossos lábios se encontraram outra vez, deixei a língua dele deslizar para dentro de mim enquanto entrelaçava os dedos em seu pescoço.
Ele tirou meu blazer e o deixou cair no chão. Em seguida, afrouxou a gravata e a puxou por cima da cabeça. Enquanto ele desabotoava a camisa, ergui o top e o arranquei. Meus seios ficaram expostos por um único instante antes de os meus longos cabelos pretos caírem em cascata para cobri-los.
A camisa do desconhecido foi tirada, e seu tronco era uma combinação de genes incríveis e vários anos de um intensivo sistema de malhação diária, responsáveis por esculpir a perfeição diante de mim. Chutei meus saltos para longe, e ele fez o mesmo com os sapatos dele. Corri os dedos por cada um daqueles músculos protuberantes e pelas ondulações de seu abdome.
Uma de minhas mãos pousou no botão da calça dele enquanto a outra agarrava a rigidez grossa sob o tecido.
Que. Pau. Gigante.
O som nítido do zíper dele fez o ardor entre minhas pernas latejar, praticamente implorando para ser acariciado. Pressionei os dedos na parte posterior de seus braços enquanto seus beijos desciam do pescoço para os ombros e então para os meus seios. Ao mesmo tempo, ele abaixava lentamente a minha calça jeans.
Ele se deteve e fez uma pausa de alguns segundos, aproveitando o instante para me curtir completamente nua de pé à sua frente. Ele parecia um pouco surpreso.
— Nada de calcinha?
Dei de ombros.
— Nunca.
— Nunca? — ele perguntou, seus olhos me implorando para dizer não.
Adorei o modo como ele estava me olhando — meio surpreso, meio satisfeito, meio excitado demais. Minhas amigas de Chicago sempre enalteceram os benefícios da transa de uma noite só, sem compromisso. Esse cara parecia perfeito para testar isso.
Arqueei uma sobrancelha, saboreando o fato de esse completo desconhecido me fazer sentir sexy.
— Não tenho nem uma.
Ele me levantou, e eu prendi os tornozelos na sua cintura. O único tecido que ainda resistia entre nós era sua cueca cinza-escura. Ele me beijou enquanto me carregava até o sofá, depois me pousou delicadamente sobre as almofadas.
— Confortável? — perguntou, quase num sussurro.
Quando assenti, ele me beijou uma vez e saiu rapidamente para pegar um pacote quadrado na carteira. Quando voltou, o rasgou com os dentes. Fiquei feliz por ele ter trazido. Ainda que eu tivesse pensado em comprar camisinhas, não teria a visão nem o otimismo de escolher no tamanho dele.
Ele desenrolou rapidamente o látex fino sobre toda a extensão do seu membro e encostou a ponta na delicada pele rosada entre minhas pernas. Então se abaixou para sussurrar algo em meu ouvido, mas apenas soltou uma respiração trêmula.
Estendi a mão para alcançar sua bunda dura e pressionei os dedos sobre sua pele, guiando-o conforme ele deslizava para dentro de mim. Minha vez de soltar um suspiro.
Ele gemeu e então colou a boca na minha. Depois de dez minutos de manobras no sofá, suado e com o rosto vermelho, o desconhecido me olhou com um sorriso frustrado e tímido.
— Onde é o seu quarto?
Apontei para o corredor.
— Segunda porta à direita.
Ele me ergueu, me segurando pelas coxas, e eu as pressionei ao redor de sua cintura. Ele seguiu descalço pelo corredor, passando por caixas e sacolas de plástico ao lado de pilhas de pratos e roupa de cama e mesa. Não sei como ele não tropeçou sob a luz fraca de um apartamento desconhecido com a boca colada à minha.
Conforme ele andava, ainda dentro de mim, não consegui evitar de gritar o único nome que podia:
— Meu Deus!
Ele sorriu, com a boca na minha, e abriu a porta com um empurrão antes de me colocar sobre o colchão.
Ele não tirou os olhos dos meus enquanto se posicionava sobre mim. Seus joelhos agora estavam um pouco mais separados do que no sofá, permitindo que ele me penetrasse mais fundo e movesse os quadris de modo a tocar em um ponto que fazia os meus joelhos tremerem a cada estocada. Sua boca estava na minha de novo, como se a espera o estivesse matando. Se eu não tivesse acabado de conhecê-lo, teria confundido o modo como ele me tocava, me beijava e se mexia dentro de mim com amor.
Ele encostou a bochecha na minha e prendeu a respiração conforme se concentrava, se encaminhando para o fim. Ao mesmo tempo, estava tentando prolongar nossa ilógica, tola e irresponsável, porém incrível cavalgada. Ele se ergueu no colchão com uma das mãos e segurou meu joelho contra o ombro com a outra.
Apertei o edredom até ficar com o nó dos dedos branco enquanto ele investia dentro de mim repetidas vezes. Jackson não era infeliz em relação ao tamanho, mas esse desconhecido sem dúvida preenchia cada centímetro meu. Todas as vezes em que ele se enterrava em mim, um fluxo de dor fantástico era enviado por todo o meu corpo, e, toda vez que se afastava, eu quase entrava em pânico, esperando que não fosse o fim.
Com meus braços e pernas ao redor dele, gritei pela décima vez desde que subíramos para o apartamento. Sua língua agia de forma tão vigorosa e controladora em minha boca que eu sabia que ele já tinha feito isso muitas e muitas vezes. Isso facilitava as coisas. Ele não se importava o suficiente para me julgar mais tarde, então eu também não precisava me julgar. Depois que vi o que estava por baixo daquela camisa, eu não poderia mesmo me culpar, ainda que estivesse sóbria.
Ele me penetrou outra vez, seu suor se misturando ao meu, como se nossa pele estivesse derretendo junta. Meus olhos quase reviraram por completo com a mistura avassaladora de dor e prazer que percorria meu corpo a cada movimento.
Sua boca voltou para a minha, e eu facilmente me perdi em pensamentos de como seus lábios eram ávidos, apesar de macios e maravilhosos. Cada movimento de sua língua era calculado, experiente, e parecia totalmente concentrado em me dar prazer. Jackson não era especialmente bom em beijar, e, apesar de eu ter acabado de conhecer o homem sobre mim, sentiria falta desses beijos ansiosos quando ele deixasse meu apartamento nas primeiras horas da manhã — se é que ele esperaria esse tempo todo.
Enquanto me fodia maravilhosa e impiedosamente, ele agarrou minha coxa com uma das mãos, abrindo ainda mais minhas pernas, e então deslizou a outra mão entre minhas coxas, fazendo pequenos e delicados círculos com o polegar sobre a pele rosada, inchada e sensível ali.
Poucos segundos depois, eu estava gritando, erguendo os quadris para encontrar os dele e apertando sua cintura com meus joelhos trêmulos. Ele se inclinou e cobriu minha boca com a dele enquanto eu gemia. Senti seus lábios se curvando em um sorriso.
Depois de alguns movimentos lentos e de beijos carinhosos, ele perdeu o controle. Seus músculos enrijeceram conforme ele me penetrava, cada vez com mais força. Com meu clímax impressionantemente atingido, ele se concentrou apenas em si mesmo enquanto se enfiava em mim com mais força e brutalidade.
Seu gemido foi abafado dentro da minha boca, e então ele pressionou o rosto no meu enquanto curtia o próprio orgasmo. Aos poucos, ele foi deitando sobre mim, sem se mexer. Parou um pouco para recuperar o fôlego e então virou para beijar meu rosto, seus lábios se demorando um pouco ali.
Nosso encontro inesperado passou de uma aventura espontânea para dolorosamente constrangedora em menos de um minuto.
O silêncio e a imobilidade no quarto fizeram o álcool desaparecer, e a realidade do que tínhamos feito pesou em mim. Eu tinha passado de me sentir sexy e desejada para uma trepada vergonhosamente ávida e barata.
O desconhecido se inclinou para beijar meus lábios, mas eu abaixei o queixo, recuando, o que pareceu ridículo, já que ele ainda estava acoplado em mim.
— Eu — comecei — tenho que chegar cedo no trabalho.
Ele me beijou mesmo assim, ignorando minha expressão envergonhada. Sua língua dançou com a minha, acariciando-a, memorizando-a. Ele inspirou profundamente pelo nariz, sem a menor pressa, então recuou, sorrindo.
Droga, eu sentiria falta dessa boca, e de repente me senti muito patética por isso. Eu não sabia se um dia encontraria alguém que me beijasse desse jeito.
— Eu também. Aliás... meu nome é Thomas — ele disse num sussurro.
Rolou para a cama e relaxou ao meu lado, a cabeça apoiada na mão. Em vez de se vestir, ele parecia pronto para uma conversa.
Minha independência estava me escapando a cada segundo que o desconhecido se tornava algo mais. Pensamentos sobre relatar cada movimento meu para Jackson rodavam em minha cabeça como canais de tevê. Eu não tinha pedido transferência para milhares de quilômetros de distância para ficar presa em outro relacionamento.
Comprimi os lábios.
— Eu... — Vá em frente, fale. Fale, senão vai se odiar mais tarde. — Eu não estou emocionalmente disponível.
Thomas assentiu, se levantou e foi até a sala de estar para se vestir em silêncio. Ele parou na porta do quarto com os sapatos em uma das mãos e as chaves na outra, a gravata torta no pescoço. Tentei não encará-lo, mas cedi, para poder analisar cada centímetro seu e recordar e fantasiar pelo resto da vida.
Ele me olhou e então deu uma risadinha, a expressão ainda sem julgamentos.
— Obrigado pelo ótimo e inesperado fim de uma segunda-feira de merda. — E começou a virar de costas.
Puxei a coberta sobre mim e sentei.
— Não é você. Você foi ótimo.
Ele virou para me encarar, um sorriso forçado no rosto sombrio.
— Não se preocupe comigo. Não vou sair daqui duvidando de mim mesmo. Você me deu um alerta justo. Eu não estava esperando nada além.
— Se aguardar um segundo, eu abro a porta pra você.
— Eu conheço o caminho. Moro neste prédio. Tenho certeza que vamos nos encontrar de novo.
Meu rosto ficou pálido.
— Você mora neste prédio?
Ele olhou para o teto.
— Bem em cima de você.
Apontei para cima.
— Quer dizer, no andar de cima?
— É — ele deu um sorriso tímido. — Meu apartamento é bem em cima do seu. Mas eu raramente fico em casa.
Engoli em seco, horrorizada. Pode esquecer esse lance de uma noite só, sem compromisso. Comecei a mordiscar a unha do polegar, tentando pensar no que dizer.
— Tá bom... Bem, acho que é boa noite, então.
Thomas me lançou um sorriso arrogante, sedutor.
— Boa noite
sexo dos caralho esses maddox sao foda
ResponderExcluirso queria transar com um Maddox antes de morrer... é pedir muito ? hahaha
ResponderExcluirBah, já no primeiro capítulo, tinha que ser um Maddox mesmo kkkk
ResponderExcluirCaramba kkkkkk
ResponderExcluirOs Maddoxs são quentes!!!
ResponderExcluirSortuda é a Cami...
ResponderExcluirCom certezaaaa kkkkk
ExcluirCada Maddox tem um jeito de trepar.
ResponderExcluirE de todos, que já li até agora, se fosse um ranking. Daria medalha de ouro para Thomas ou nosso TJ, rsrs, prata pra Trent e bronze para Travis. Sério mesmo!
Me peguei sem respirar por horas Kkkklkk
ResponderExcluirApaixonada por todos eles.