Capítulo 20
— Você parece nervoso — falei. — Ele vai sentir seu cheiro a um quilômetro de distância se você não se preparar.
Thomas me olhou de relance, mas, em vez de me direcionar o olhar de raiva que eu esperava, lançou mão de um controle fantástico, simplesmente desviando o olhar.
Uma batida à porta nos fez voltar ao assunto em questão, e eu fui atender.
— Bom dia, Liis — Travis disse, um brilho eufórico no rosto.
— Entra, Travis. — Dei um passo para o lado, deixando-o passar, enquanto tentava impedir que a culpa pesada que eu sentia arrancasse meu sorriso digno de Oscar. — Como passou a noite? Não preciso dos detalhes, só estou sendo educada.
Travis deu uma risadinha e depois percebeu os lençóis dobrados, a coberta e o travesseiro no sofá.
— Ah — ele disse, esfregando a nuca. — Melhor que a sua, irmão. Será que, hum... devo voltar depois? A recepção me deixou um bilhete, dizendo que você precisava de mim aqui às seis.
— É — Thomas disse, enfiando as mãos nos bolsos. — Senta, Trav.
Travis foi até o sofá e sentou, nos mirando com olhos preocupados.
— O que está acontecendo?
Sentei na beirada da cama, mantendo os ombros relaxados e tentando não parecer ameaçadora em geral.
— Travis, precisamos conversar sobre seu envolvimento no incêndio de 19 de março.
Ele franziu as sobrancelhas, depois deu uma risada sem humor.
— Como é que é?
Continuei:
— O FBI andou investigando o caso, e o Thomas conseguiu arrumar um acordo pra você.
Travis entrelaçou as mãos.
— O FBI? Mas ele é um executivo de propaganda. — E apontou para o irmão. — Diz pra ela, Tommy. — Quando Thomas não respondeu, os olhos de Travis se estreitaram. — O que está acontecendo aqui?
Thomas baixou o olhar e depois encarou o irmão.
— Eu não trabalho com propaganda, Trav. Sou agente especial do FBI.
Travis o fitou durante dez segundos e então caiu na gargalhada.
— Ai, meu Deus, cara! Você estava começando a me assustar. Não faz isso comigo! Sobre o que é que você precisa conversar comigo? — A risada desapareceu quando Thomas não sorriu. — Tommy, para com isso.
Thomas mudou o peso do corpo de lado.
— Estou trabalhando com meu chefe há um ano, Travis, tentando negociar um acordo pra você. Eles sabem que você estava na Eakins. O plano da Abby não funcionou.
Travis balançou a cabeça.
— Que plano?
— Do casamento em Vegas ser um álibi para te livrar da prisão — Thomas disse, tentando manter a expressão relaxada.
— A Abby casou comigo pra me livrar da prisão?
Os olhos de Thomas desabaram, mas ele assentiu.
— Ela não quer que você saiba.
Travis se levantou num pulo, agarrou a camisa de Thomas e o jogou contra a parede do outro lado do quarto. Eu me levantei, mas Thomas ergueu a mão, me avisando para ficar longe.
— Qual é, Travis, você não é burro. Não estou dizendo nada que você não saiba — resmungou.
— Retira o que disse — Travis fervia. — Retira o que você falou da minha esposa.
— Ela tinha dezenove anos, Travis. Ela não queria se casar, até você correr o risco de ser preso por organizar a luta.
Travis tentou dar um soco no irmão, mas este se abaixou. Eles brigaram e Thomas conseguiu a vantagem, prendendo o irmão mais novo na parede com o antebraço.
— Para com isso, merda! Ela te ama! Ela te ama tanto que fez uma coisa que não queria fazer nos próximos anos só para salvar a sua pele, seu idiota!
Travis estava respirando com dificuldade e levantou as mãos, se rendendo.
Thomas o soltou, dando um passo para trás, e Travis deu um soco, atingindo-o no maxilar com força. Thomas agarrou o próprio joelho com uma das mãos e apertou o maxilar com a outra, tentando se acalmar.
Travis apontou para ele.
— Essa é por mentir para o papai.
Thomas se empertigou e levantou o dedo indicador.
— Chega. Não me faz te dar uma surra. Já estou mal o suficiente.
Travis olhou para mim, me analisando.
— Você é mesmo do FBI?
Fiz que sim com a cabeça, olhando preocupada para ele.
— Não me faz te dar uma surra também.
Ele deu uma risada.
— Eu teria que deixar. Não bato em garotas.
— Eu bato em garotos — falei, ainda com a guarda levantada.
Thomas esfregou o rosto e ergueu as sobrancelhas.
— Você bateu com mais força do que costumava.
— E nem foi com toda a minha força, babaca — Travis debochou.
Thomas mexeu o maxilar de um lado para o outro.
— A Abby ganha pontos pela criatividade, Trav, mas os registros mostram que você comprou as passagens com seu cartão de crédito bem depois do início do incêndio.
Travis simplesmente assentiu.
— Estou ouvindo.
— Também estou trabalhando em um caso que envolve uma quadrilha de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas em Vegas. Chefiada por um cara chamado Benny Carlisi.
— O Benny? — Travis perguntou, claramente confuso. — Tommy, você está falando sério, porra? Você é do maldito FBI.
— Foco, Travis. Não temos muito tempo, e isso é importante — Thomas soltou. — Você está muito encrencado. Meu chefe está esperando uma resposta hoje. Entendeu?
— Que tipo de encrenca? — Travis se recostou no sofá.
— Você vai ser indiciado pelos mesmos crimes de homicídio que o Adam. Vai passar um tempo na cadeia.
— Quanto tempo? — ele perguntou. Parecia um garotinho assustado quando olhou para o irmão com os olhos castanhos arregalados.
— O Adam pegou dez anos — Thomas disse, tentando manter a expressão rígida. — Não vejo sua sentença sendo muito diferente disso. A mídia está de olho. Querem retaliação.
Travis baixou o olhar e levou as mãos à cabeça.
— Não posso ficar tanto tempo longe da Abby.
Suas palavras atingiram meu coração. Ele não se importava de ir para a cadeia, só não queria ficar longe da esposa.
— Você não precisa ir para a cadeia, Travis — falei. — Seu irmão passou muito tempo se esforçando muito pra garantir que isso não aconteça. Mas antes você tem que concordar com uma coisa.
Travis olhou para Thomas e depois para mim.
— Tipo o quê?
Thomas voltou as mãos para os bolsos.
— Eles querem te recrutar, Trav.
— A máfia? — ele perguntou e balançou a cabeça. — Não posso lutar para o Benny. A Abby me largaria.
— Não a máfia — Thomas continuou. — O FBI.
Travis deu uma risada.
— O que eles querem comigo? Sou um universitário... um personal trainer de meio expediente, porra.
— Eles querem usar seu contato com o Mick e o Benny para obter informações sobre o funcionamento interno das operações ilegais dos dois — falei.
— Eles querem que você trabalhe como agente secreto — Thomas esclareceu.
Travis se levantou e começou a andar de um lado para o outro.
— Ele vai querer que eu lute pra ele, Tommy. Não posso fazer isso. Vou perder minha esposa.
— Então você vai ter que mentir — falei casualmente.
Travis olhou para mim e depois para o irmão, cruzando os braços.
— Vão se foder, vocês dois. Não vou fazer isso.
— O quê? — Thomas disse.
— Não vou mentir para a Beija-Flor.
Thomas estreitou os olhos.
— Você não tem escolha. Você pode mentir para a Abby e ficar com ela, ou ir para a cadeia e perdê-la.
— Não vou mentir. Posso contar pra ela? Ela cresceu perto de homens como o Benny. Ela não vai abrir o bico.
Thomas balançou a cabeça.
— Você vai colocá-la em perigo.
— Ela vai ficar em perigo se eu foder esses caras! Você acha que eles vão me dar um tiro na cabeça e acabar com a história? Gente como eles mata a família toda. Teremos sorte se pararem na Abby. Eles provavelmente vão continuar até o papai e o Trent, o Taylor e o Tyler também! Que merda você fez, Tommy?
— Me ajuda a pegar esses caras, Travis — Thomas pediu.
— Você vendeu a gente. Em troca de quê? De uma maldita promoção? — Travis balançou a cabeça.
Eu me encolhi internamente. Eu sabia que Thomas estava morrendo por dentro.
— O papai falou que a gente não podia trabalhar na polícia. A mamãe não queria!
Thomas suspirou.
— Diz o cara que está estudando direito penal. Você está perdendo tempo, Travis. A Abby vai acordar daqui a pouco.
— Você fodeu a gente! Seu filho da puta! — Travis gritou, dando socos no ar.
— Acabou? — Thomas perguntou, a voz calma.
— Não vou mentir para a Abby. Se eu tiver que mentir para ela, não tem acordo.
— Então você não vai aceitar o acordo? — Thomas perguntou.
Travis entrelaçou as mãos no topo da cabeça, parecendo confuso.
— Não posso mentir para minha esposa. — Seus braços penderam na lateral do corpo, e seus olhos ficaram vidrados. — Por favor, não me obrigue a fazer isso, Tommy. — Seu lábio inferior tremia. — Você é meu irmão.
Thomas o encarou, sem palavras.
Mudei o peso do corpo de lado, mantendo um olhar confiante.
— Então você não devia ter se envolvido numa atividade ilegal que provocou a morte de cento e trinta e dois universitários.
O rosto de Travis desabou, e sua cabeça pendeu para frente. Depois de um minuto, ele esfregou a nuca e olhou para mim.
— Vou pensar — disse, indo em direção à porta.
— Travis — Thomas chamou, dando um passo.
— Eu disse que vou pensar.
Toquei o braço de Thomas e tomei um susto quando a porta bateu com força.
Ele agarrou os joelhos, ofegando em busca de ar, e caiu no chão. Sentei ao lado dele, abraçando-o com força, enquanto ele soluçava em silêncio.
***
Assenti para o Anthony outra vez, insistindo para ele servir mais um drinque ao Thomas. Ele não tinha falado uma única palavra depois que o Travis concordou em ser recrutado nem quando fomos de carro do hotel até o aeroporto. Ele não disse nada durante o voo, e apenas gesticulou para dividirmos um táxi na corrida curta até o nosso prédio.
Eu não havia perguntado, mas falei para ele que íamos ao Cutter. Era fácil convencê-lo quando ele se recusava a protestar.
— Meu Deus — Val sussurrou enquanto tirava a bolsa do ombro. Ela sentou. — Ele está horrível.
Marks sentou do outro lado de Thomas, deixando o amigo ficar bêbado em paz. Ele colocou alguns amendoins na boca e encarou a televisão.
— Ele vai ficar bem — falei. — Como está o Sawyer?
Val fez uma careta.
— Como eu vou saber?
— Sério? — perguntei sem emoção. — Você realmente vai tentar mentir pra mim?
Ela encarou a nuca de Thomas.
— O Maddox te contou? — sibilou.
— Sim, e ele teve um fim de semana de merda, então você não pode ficar com raiva dele. Eu, no entanto, posso ficar muito puta com você por ter me escondido uma coisa tão importante, depois de insistir para saber tudo sobre mim.
Val fez biquinho.
— Desculpa. Eu não queria que você soubesse. Não quero que ninguém saiba. Eu queria que nunca tivesse acontecido.
— Se você não morasse com ele, seria mais fácil esquecer — falei.
— Ele não quer assinar os papéis do divórcio, e, se eu me mudar, perco o apartamento.
— E daí?
— Eu morava lá primeiro!
— Vem morar comigo — falei.
— Sério? — ela perguntou, os olhos se suavizando. — Você faria isso por mim?
— Sim. Que pesadelo. E, além do mais, seria bom dividir as contas. Eu poderia comprar um carro e, até lá, vou de carona com você para o trabalho.
— Gostei da ideia — Val disse, inclinando a cabeça para o lado. — Gostei mesmo, mas não quero perder o apartamento. É meu, e é ele quem vai mudar, não eu.
— Por que você não quer mais ir de carona comigo para o trabalho? — Thomas enrolou as palavras.
Era a primeira vez em horas que ele falava alguma coisa, e o som de sua voz me surpreendeu, como se ele tivesse acabado de aparecer.
— Eu quero — falei. — Eu só quis dizer que, se a Val mudasse para lá, seria um bom negócio.
As mangas de sua camisa estavam enroladas quase até os cotovelos, e a gravata estava frouxa, pendendo de qualquer jeito no pescoço. Ele havia bebido tanto que seus olhos estavam meio fechados.
— O que tem de errado em pegar carona comigo?
— Você vai morar com a Liis? — Marks perguntou, se inclinando para trás para encarar Val.
— Não — ela respondeu.
— Por que não? — ele indagou. — Ela ofereceu e você disse não? Por que disse não?
— Porque o apartamento é meu, e não vou deixá-lo para o Charlie!
Marks abriu a boca para falar.
Antes que ele pudesse dizer alguma coisa, Thomas se aproximou de mim.
— Você é boa demais para pegar carona comigo, agora?
Revirei os olhos.
— Não. — Olhei para Val. — Quem é Charlie?
— Sawyer — ela desdenhou.
— Ah, acho que é, sim — Thomas disse. — Acho que você é boa demais para muitas coisas.
— Tá bom então — interrompi, a voz cheia de sarcasmo. Eu costumava fazer isso com a minha mãe, e ela ficava completamente maluca. Ela me xingava em japonês, algo que não fazia nunca, a menos que fosse em resposta a essa expressão. Aos olhos dela, nada era mais desrespeitoso que isso. — Encha a cara, Thomas, pra gente poder te levar pra casa, e o Marks te colocar na cama.
— Pra você, é agente Maddox.
— Ótimo. É assim que vou te chamar quando você não estiver babando de tão bêbado.
— Você esqueceu que foi você quem me trouxe pra cá — ele disse antes de tomar um gole.
Val e Marks trocaram olhares.
— Quer mais um? — perguntei ao Thomas.
Ele pareceu ofendido.
— Não. Está na hora de irmos pra casa.
Ergui uma sobrancelha.
— Você quer dizer que está na hora de você ir pra casa.
— Então tudo que você falou no fim de semana era mentira? — ele perguntou.
— Não, eu me lembro de ter sido bem sincera.
Ele franziu o nariz.
— Você foi para casa comigo na última vez em que bebemos juntos aqui.
Marks se encolheu.
— Ei, Thomas, talvez a gente devesse...
— Não, você foi pra casa comigo — falei, me esforçando muito para não ficar na defensiva.
— E o que isso quer dizer? — Thomas perguntou. — Fale a minha língua!
— Estou falando a sua língua. Só não sei falar língua de bêbado — expliquei.
A expressão de repulsa em seu rosto só ficou mais séria.
— Isso não é nem engraçado. — Ele olhou para Marks. — Ela não é nem engraçada. E isso é ruim, porque estou bêbado — ele continuou, apontando para si mesmo. — Estou achando tudo engraçado.
Anthony levantou a mão, com um pano azul pendurado nela.
— Não quero cutucar a onça, mas só tenho um nervo sobrando, e o Maddox está quase vomitando nele. Então vocês todos podem ir embora?
Thomas jogou a cabeça para trás e riu, depois apontou para o barman.
— Isso é engraçado!
Toquei no braço dele.
— O Anthony está certo. Vamos. Vou levar você até o seu apartamento.
— Não! — ele disse, puxando o braço.
Estendi as mãos.
— Quer que eu te leve ou não?
— Estou pedindo para a minha namorada ir pra casa comigo!
A boca da Val se abriu de repente, e os olhos de Marks quicaram entre mim e Thomas.
Balancei levemente a cabeça.
— Thomas, estamos em San Diego de novo. A missão acabou.
— Então é isso? — Ele se levantou, cambaleando.
Marks se levantou com ele, se preparando para segurar Thomas se ele caísse.
Eu também me levantei, fazendo sinal para Anthony fechar a conta. Ele já tinha fechado, então apenas a pegou na lateral da caixa registradora e a colocou no balcão.
Rabisquei meu nome e estendi a mão para pegar o braço do Thomas.
— Tudo bem, vamos embora.
Ele afastou o braço.
— Você está me dando um pé na bunda, lembra?
— Ótimo. O Marks pode levar você? — perguntei.
Thomas apontou para mim.
— Não! — Ele deu uma risadinha, estendeu a mão para o ombro do amigo e os dois saíram na direção da porta.
Soprei o cabelo do rosto.
— Quero saber mais sobre esse fim de semana — Val disse. — Mas dessa vez vou deixar passar.
Nós nos juntamos aos rapazes na calçada e observamos enquanto Marks se esforçava para manter Thomas caminhando em linha reta. Nós quatro pegamos o elevador para o sexto andar, e Val e eu observamos enquanto Marks pescava a chave de Thomas no bolso dele e abria a porta.
— Tudo bem, meu camarada. Dê boa-noite para as meninas.
— Espera. — Thomas agarrou a maçaneta enquanto Marks puxava sua cintura de dentro do apartamento. — Espera!
Marks o soltou e Thomas quase caiu para frente. Estendi a mão para ele e o ajudei a se endireitar.
— Você prometeu ficar comigo — ele disse. A tristeza profunda em seus olhos era insuportável.
Olhei de relance para Val, que estava balançando a cabeça rapidamente, antes de virar de novo para ele.
— Thomas... — comecei. Então olhei para Val e Marks. — Eu cuido dele. Podem ir pra casa.
— Tem certeza? — Marks perguntou.
Eu assenti, e, depois de algumas olhadas por sobre o ombro, Val pegou o elevador com Marks em direção ao térreo.
Thomas me abraçou, me puxando de um modo desesperado.
— Eu durmo no chão. Estou me sentindo um merda. Minha família toda me odeia, e eles estão certos. Eles estão certos.
— Vem — falei, levando-o para dentro. Fechei a porta com um chute, estendi a mão para trás para trancá-la e o ajudei a ir para a cama.
Ele caiu de costas e cobriu os olhos com as mãos.
— O quarto está rodando.
— Coloca o pé no chão. Ajuda.
— Meus pés estão no chão — ele enrolou as palavras.
Eu o puxei para baixo e coloquei seus pés no tapete.
— Agora estão.
Ele começou a rir, depois suas sobrancelhas se aproximaram.
— O que foi que eu fiz? Que merda foi essa que eu fiz, Liis?
— Ei — falei, subindo na cama ao lado dele. — É melhor você dormir. Tudo vai ser diferente amanhã.
Ele virou, enterrando o rosto em meu peito. Estendi a mão para pegar um travesseiro, levantando a cabeça. Thomas inspirou fundo, e eu o abracei com força.
— Eu fodi tudo — ele disse. — Eu fodi tudo de verdade.
— A gente vai dar um jeito.
— Como é que a gente vai dar um jeito, se você se encheu de mim?
— Thomas, para. Amanhã a gente ajeita as coisas. Agora dorme.
Ele assentiu, depois inspirou fundo antes de soltar o ar devagar.
Quando sua respiração se acalmou, percebi que ele tinha dormido. Ergui a mão para olhar o relógio e revirei os olhos. Nós dois estaríamos exaustos de manhã.
Eu o abracei de novo, depois me inclinei para beijar seu rosto antes de cair no sono lentamente.
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