Capítulo 7

Acordei em um quarto quase limpo. Todas as minhas roupas estavam penduradas no armário ou dobradas nas gavetas da cômoda. Sawyer e eu tínhamos conseguido desempacotar tudo e até fazer uma limpeza depois da bagunça — exceto pelo isopor e as caixas vazias que rasgamos e deixamos perto da porta da frente.
Com um suéter cinza e uma calça de pijama azul-marinho, vesti meu roupão branco felpudo e abri a porta do quarto, dando uma olhada na cozinha e na sala de estar. Os dois ambientes eram conjugados, separados apenas pelo balcão da cozinha, que fazia papel de ilha e possivelmente mesa de café da manhã.
O apartamento era pequeno, mas eu não precisava de muito espaço. A ideia de ter um lugar só para mim me fez ter vontade de respirar fundo e girar como a Maria em A noviça rebelde — até eu lembrar que não estava sozinha.
Sawyer estava deitado no sofá, ainda dormindo. Viramos duas garrafas e meia de vinho antes de ele desmaiar. Um de seus braços estava sobre o rosto, cobrindo-lhe os olhos. Um pé com meia estava apoiado no chão, como se quisesse impedir que a sala girasse. Sorri. Mesmo bêbado, ele manteve a promessa de não dar em cima de mim e conquistou uma quantidade infinita de respeito quando o deixei no sofá e fui para o quarto.
Vasculhando os armários pateticamente vazios, eu estava tentando encontrar algo para comer que não ofendesse minha ressaca. Assim que estendi a mão para a caixa de biscoitos salgados, alguém bateu à porta.
Eu me arrastei até ali usando minha pantufa rosa e branca — presente de Natal da minha mãe no ano anterior. Droga, pensei. Preciso telefonar para ela hoje.
Soltando a corrente e abrindo o trinco, girei a maçaneta e espiei através da fresta na porta.
— Thomas — falei, surpresa.
— Oi. Desculpa por te abandonar ontem à noite.
— Você não me abandonou.
— Acabou de acordar? — ele perguntou, olhando para o meu roupão.
Apertei um pouco mais o cinto.
— É. A festa da organização foi boa.
— Precisa de ajuda? — ele perguntou.
— Não, já terminei.
Seus olhos dançaram ao redor um pouco, seu faro investigativo aguçado. Eu já vira essa expressão tantas vezes.
— Você terminou de desempacotar aquilo tudo sozinha?
Minha hesitação em responder o fez encostar a mão na porta e empurrá-la lentamente.
Sua raiva foi instantânea.
— Que porra ele tá fazendo aqui?
Voltei a porta para a posição anterior.
— Ele está dormindo no sofá, Thomas. Meu Deus, raciocina um pouco.
Ele se inclinou e sussurrou:
— Eu também já estive nesse sofá.
— Ah, vai se foder — falei.
Empurrei a porta para fechá-la, mas Thomas a segurou.
— Eu falei que, se ele te incomodasse, era pra você me avisar.
Cruzei os braços.
— Ele não estava me incomodando. Tivemos uma noite agradável.
Seus olhos piscaram, e suas sobrancelhas se juntaram. Ele deu um passo em minha direção e manteve a voz baixa enquanto dizia:
— Se você está preocupada com sua imagem, não devia ter deixado o Sawyer dormir aqui.
— Você precisa de alguma coisa? — perguntei.
— O que foi que ele te disse? Ele discutiu o caso?
— Por quê?
— Apenas responda às perguntas, Lindy — ele disse entredentes.
— Sim, mas não acho que seja algo que ele não tenha dito a você.
— Ele quer que a Abby seja informante.
Fiz que sim com a cabeça.
— E? — ele perguntou.
Fiquei surpresa por ele me perguntar.
— Seu irmão não vai permitir. Além do mais, acho que não podemos confiar nela. De acordo com as informações, ela ajudou o pai inúmeras vezes, apesar do relacionamento instável dos dois. Ela não vai entregá-lo, exceto talvez pelo Travis. Mas teríamos que prendê-lo antes. Então talvez ela entrasse no jogo.
Thomas suspirou, e eu me amaldiçoei internamente por ter pensado em voz alta.
— Você teria que prendê-lo — ele disse.
— Como assim?
Thomas falou quase em um sussurro:
— Isso ia acabar com o meu disfarce.
— Você não está disfarçado. De que merda você está falando?
Thomas mudou o peso do corpo de lado.
— É difícil explicar, e eu não vou fazer isso enquanto estou no corredor e o Sawyer está fingindo dormir no seu sofá.
Virei, e um dos olhos do Sawyer se abriu de repente.
Ele sentou, sorrindo.
— Sejamos justos, eu estava dormindo até você bater na porta. Este sofá é confortável, Lindy! Onde você comprou? — ele perguntou, afofando as almofadas.
Thomas abriu a porta e apontou para o corredor.
— Saia.
— Você não pode expulsá-lo do meu apartamento — falei.
— Sai daqui, porra! — Thomas gritou, as veias pulsando em sua garganta.
Sawyer se levantou, se espreguiçou e pegou suas coisas na mesa de centro retangular, as chaves arranhando o vidro. Ele parou entre mim e o batente, a poucos centímetros do meu rosto.
— Te vejo na segunda de manhã.
— Obrigada pela ajuda — falei, tentando me desculpar sem deixar de ser profissional. Era um equilíbrio impossível.
Sawyer fez um sinal com a cabeça para Thomas e saiu para o corredor. Quando a porta do elevador abriu e fechou de novo, Thomas me encarou com uma expressão severa.
Revirei os olhos.
— Ah, para. Você está se esforçando demais.
Eu me afastei, e ele me seguiu para dentro do apartamento.
Peguei os biscoitos no armário e os estendi.
— Café da manhã?
Thomas pareceu confuso.
— O quê?
— Estou de ressaca. Os biscoitos são meu café da manhã.
— O que você quis dizer com “estou me esforçando demais”?
Olhei para ele.
— Você gosta de mim.
— Eu... Você é legal, eu acho — ele disse, tropeçando nas palavras.
— Mas você é meu chefe, acha que a gente não devia sair, então agora está afastando qualquer parte interessada.
— Essa é uma teoria e tanto — ele disse.
Abri o pacote de plástico, coloquei uma pilha de biscoitos em um prato, enchi um copo de água e usei o balcão como mesa.
— Você está dizendo que estou errada?
— Não. Mas você não está emocionalmente disponível, lembra? Talvez eu só esteja fazendo um favor ao Sawyer.
Os biscoitos foram triturados pelos meus dentes, e a boca seca por causa do excesso de álcool ficou ainda pior. Afastei o prato e bebi um gole de água.
— Você não devia ser tão duro com o Sawyer. Ele está apenas ajudando a equipe. Você está tentando salvar seu irmão. Isso é importante para você. Sabe-se lá por quê, sua família não sabe que você é agente federal, e agora você vai obrigar seu irmão a fazer parte da equipe. Todo mundo entende, mas você não precisa desprezar todas as ideias que a equipe lhe dá.
— Sabe, Liis, suas observações nem sempre estão corretas. Às vezes, as coisas vão além do que está na superfície.
— Os motivos que levam à origem do problema nem sempre são simples, mas a solução sempre é.
Thomas sentou no sofá, parecendo confuso.
— Eles não entendem, Liis, e você definitivamente também não.
Minha máscara dura se derreteu ao ver a dele se desfazendo.
— Talvez eu entenda, se você explicar.
Ele balançou a cabeça, esfregando o rosto.
— Ela sabia que isso ia acontecer. Foi por isso que ela o fez prometer.
— Quem é ela? A Camille?
Thomas ergueu o olhar para mim, totalmente desviado de sua linha de pensamento.
— Que merda fez você pensar nela?
Andei os três metros até o sofá e sentei ao lado dele.
— Vamos trabalhar nisso juntos ou não?
— Vamos.
— Então temos que confiar um no outro. Se alguma coisa estiver me impedindo de cumprir a tarefa, eu removo o que quer que seja.
— Tipo eu? — ele perguntou com um sorriso.
Lembrei de nossa discussão na academia e me perguntei como tive coragem de dizer ao ASAC para sair do meu caminho.
— Thomas, você tem que dar um jeito nisso.
— No quê?
— No que quer que esteja confundindo a sua cabeça. O Sawyer acha que você está próximo demais desse caso. Ele está certo?
Thomas franziu a testa.
— O Sawyer quer esse caso desde que eu o levei ao supervisor. Ele o queria quando fui promovido a supervisor e quando fui promovido a ASAC.
— Isso é verdade? Você foi promovido por causa da entrada que conseguiu no caso?
— O fato de o Travis namorar a filha do Abernathy?
Esperei a resposta.
Ele olhou ao redor do ambiente, a expressão sombria.
— Em grande parte, sim. Mas também trabalhei feito um burro de carga.
— Então para de fazer merda por aí e vamos pegar esses caras.
Thomas ficou de pé e se pôs a andar de um lado para o outro.
— Pegar esses caras significa prendê-los, e a maneira mais fácil de fazer isso é usar meu irmão.
— Então faça isso.
— Você sabe que não é tão fácil assim. Você não pode ser tão ingênua — ele soltou.
— Você sabe o que tem que ser feito. Não sei por que está dificultando tanto.
Thomas refletiu por um instante e depois sentou ao meu lado mais uma vez. Cobriu a boca e o nariz com as mãos e fechou os olhos.
— Você quer conversar sobre isso? — perguntei.
— Não — ele respondeu, a voz abafada.
Suspirei.
— Você não quer mesmo falar sobre isso? Ou é nesse ponto que eu exijo que você fale?
Ele deixou as mãos caírem no colo e se recostou.
— Ela teve câncer.
— A Camille?
— Minha mãe.
O ar ficou tão pesado que eu não conseguia me mexer. Eu não conseguia respirar. Só escutar.
Os olhos de Thomas estavam grudados no chão, a mente presa em uma lembrança ruim.
— Antes de morrer, ela falou com cada um de nós. Eu tinha onze anos. Pensei muito nisso. Eu simplesmente não consigo... — ele respirou fundo — imaginar como foi para ela tentar dizer aos filhos tudo que queria nos ensinar ao longo da vida, mas ter que fazer isso em poucas semanas.
— Não consigo imaginar como foi para você.
Thomas balançou a cabeça.
— Todas as palavras que ela disse, até mesmo as que ela tentou dizer, estão gravadas a fogo na minha memória.
Eu me recostei na almofada, a cabeça apoiada na mão, ouvindo enquanto Thomas descrevia como a mãe lhe estendeu a mão, como a voz dela era linda apesar de mal conseguir falar e como ele sabia que ela o amava até mesmo nos últimos momentos. Pensei no tipo de mulher que teria criado um homem como Thomas com outros quatro garotos. Que tipo de pessoa poderia se despedir com força e amor suficientes para durarem pelo resto da infância deles? As descrições que ele fez da mãe me deixaram com um nó na garganta.
As sobrancelhas de Thomas se juntaram.
— Ela disse: “Seu pai vai sofrer. Você é o mais velho. Sinto muito por isso, e não é justo, mas está nas suas mãos, Thomas. Não só cuide deles. Seja um bom irmão”.
Apoiei o queixo nas mãos, observando as diferentes emoções que passavam por seu rosto. Eu nunca havia vivenciado aquilo, mas definitivamente sentia empatia; tanta que tive de resistir à vontade de abraçá-lo.
— A última coisa que eu disse para minha mãe foi que ia tentar. O que estou prestes a fazer com o Travis... não parece que estou tentando porra nenhuma.
— Sério? — perguntei, em dúvida. — Todo o trabalho que você teve nesse caso? Todos os pauzinhos que precisou mexer para que o Travis fosse recrutado em vez de preso?
— Meu pai é detetive aposentado, sabia? — Thomas me observou com os olhos castanho-esverdeados. Ele estava mergulhado até o pescoço no passado, na história da família, na culpa e na decepção.
Eu não sabia até que ponto essa história podia piorar. Parte de mim tinha medo de ele admitir que havia sofrido algum tipo de abuso.
Hesitante, balancei a cabeça.
— Ele... batia em você?
O rosto do Thomas se contorceu em repulsa.
— Não. Não, nada do tipo. — Seus olhos perderam o foco. — Meu pai pirou durante uns anos, mas ele é um homem bom.
— Como assim? — perguntei.
— Foi logo depois que ela falou comigo pela última vez. Eu estava chorando no corredor, bem ao lado do quarto dela. Eu queria chorar tudo o que precisava chorar para os meninos não me verem. Ouvi minha mãe pedir ao meu pai para largar o emprego na delegacia, e ela o fez prometer que nunca ia deixar a gente seguir os passos dele. Ela sempre teve orgulho do meu pai, do trabalho dele, mas sabia que a morte dela seria difícil para nós e não queria meu pai em um emprego que pudesse nos deixar órfãos. Meu pai adorava o que fazia, mas prometeu. Ele sabia que a minha mãe estava certa. Nossa família não aguentaria mais uma perda.
Ele passou o polegar nos lábios.
— Chegamos perto demais com o Trenton e o Travis. Eles quase morreram com a Abby naquele incêndio.
— Seu pai sabe?
— Não. Mas, se alguma coisa tivesse acontecido com os dois, ele não sobreviveria.
Pousei a mão no joelho dele.
— Você é bom como agente federal, Thomas.
Ele suspirou.
— Eles não vão ver as coisas desse jeito. Passei o resto da infância tentando ser adulto. Perdi muito o sono tentando pensar em outra carreira. Eu não podia deixar meu pai quebrar a promessa que fez a ela. Ele a amava demais. Eu não podia fazer isso com ele.
Peguei a mão dele. A história era muito pior do que eu pensava. Eu não conseguia imaginar o tamanho da culpa que ele carregava todos os dias, amando o emprego que não deveria ter.
— Quando decidi me candidatar ao FBI, foi a coisa mais difícil e mais empolgante que eu já fiz. Tentei contar várias vezes, mas simplesmente não consigo.
— Você não precisa contar para ele. Se acha mesmo que ele não vai entender, não conta. É o seu segredo.
— E agora vai ser o segredo do Travis.
— Eu queria... — pousei minha outra mão sobre a dele — que você pudesse ver as coisas como eu vejo. Você está protegendo seu irmão do único jeito possível.
— Eu ensinei o Travis a usar a privada. Dava banho nele todas as noites. Meu pai amava os filhos, mas estava perdido no luto. Por um tempo, depois que conseguiu um novo trabalho, ele bebia até desmaiar. Ele já compensou isso, se desculpa o tempo todo por ter escolhido o caminho mais fácil. Mas fui eu quem criou o Trav. Fiz curativo nos machucados. Entrei em muitas brigas por causa dele e lutei ao seu lado. Não posso deixá-lo ir para a cadeia. — A voz dele estremeceu.
Balancei a cabeça.
— Você não vai deixar. O diretor concordou em recrutá-lo. Ele não corre perigo.
— Você entende com o que estou tendo que lidar? O Trav vai ser obrigado a mentir para a nossa família e para a esposa, como eu fiz. Mas eu
escolhi esse caminho, e sei como é difícil, Liis. Ele não tem escolha. Não é só o meu pai que vai ficar decepcionado, mas o Travis vai ter que atuar como agente secreto. Só o diretor e a nossa equipe vão saber. Ele vai precisar mentir para todo mundo que conhece porque eu sabia que o vínculo dele com o Benny me daria essa promoção. Sou a porra do irmão dele. Que tipo de pessoa faz isso com o próprio irmão?
Era difícil de assistir à autodepreciação de Thomas, especialmente sabendo que não havia como aliviá-la.
— Você não fez isso só pela promoção. Pode dizer isso a si mesmo, mas eu não acredito. — Apertei a mão dele. Sua tristeza era tão pesada que dava para sentir. — E você não o obrigou a se envolver em uma atividade ilegal. Está apenas tentando poupá-lo das consequências das ações dele.
— Ele é um garoto — a voz de Thomas falhou. — Ainda vai fazer vinte e um, pelo amor de Deus. Ele é uma porra de um garoto, e eu deixei ele na mão. Voltei para a Califórnia e não olhei pra trás, e agora ele está numa merda bem séria.
— Thomas, escuta. Você tem que dar um jeito nisso na sua cabeça. Se você não acredita nos motivos para o Travis ser recrutado, ele definitivamente não vai acreditar.
Ele envolveu minhas mãos com as dele. Então levou meus dedos até os lábios e os beijou. Meu corpo todo se inclinou uma fração de centímetro na direção dele, como se houvesse uma atração gravitacional que eu não conseguisse controlar. Enquanto eu observava sua boca aquecer minha pele, tive inveja das minhas próprias mãos.
Eu nunca tinha sentido uma vontade tão ardente de desafiar minhas próprias regras, a ponto de minha consciência estar em guerra. Nem metade dessas emoções conflitantes surgiu na noite em que decidi deixar Jackson. O efeito que Thomas tinha sobre mim era maravilhoso e enlouquecedor e apavorante.
— Eu lembro do cara que conheci na minha primeira noite aqui, aquele que não tinha a pressão de administrar um escritório ou de tomar a difícil decisão de proteger o irmão. Não importa o que diga a si mesmo, você é uma boa pessoa, Thomas.
Ele me olhou e puxou a mão, indignado.
— Não sou santo, porra. Se eu te contasse a história da Camille, você não estaria me olhando desse jeito.
— Você falou que ela é namorada do Trent. Posso imaginar.
Ele balançou a cabeça.
— É pior do que você pensa.
— Eu diria que ajudar o Travis a não ser preso é uma expiação.
— Não chega nem perto. — Ele se levantou.
Estendi a mão, mas não consegui alcançá-lo. Eu não queria que ele fosse embora. Eu tinha um dia inteiro pela frente e nada para desempacotar. Agora que estava em minha sala de estar, Thomas parecia preencher o espaço vazio. Tive medo de me sentir sozinha quando ele fosse embora.
— A gente consegue fazer isso, sabe — falei. — O Travis vai ficar livre. Vai poder ficar em casa com a esposa e com um bom emprego. Vai dar tudo certo.
— Acho bom. Deus me deve uma. Mais de uma.
Ele não estava na minha sala. Estava a quilômetros de distância de mim.
— Só precisamos manter o foco — falei. — Vai ter que ser a melhor porcaria que eu ou você já fizemos.
Ele assentiu, pensando nas minhas palavras.
— E a Camille? — perguntei. — Esse assunto está resolvido?
Thomas foi até a porta e colocou a mão na maçaneta.
— Outra hora. Acho que já tivemos verdade suficiente para um dia.
A porta bateu com força, meus ombros subiram até as orelhas, e eu fechei os olhos. Quando as poucas decorações que Sawyer pregara na parede na noite anterior pararam de tremer, eu me recostei outra vez nas almofadas do sofá, bufando. Thomas devia tornar mais fácil odiá-lo, e, depois do que ele compartilhou comigo, isso era impossível.
Eu me perguntei quem no FBI sabia de seus conflitos pessoais — com o irmão e o caso de Vegas, e o fato de esconder a carreira da família; talvez Marks, provavelmente o SAC e, com certeza, o diretor.
Thomas me tornou sua parceira nisso. Por algum motivo, ele confiava em mim, e, da mesma maneira inexplicável, isso me fez querer trabalhar com muito mais afinco para terminar esse caso.
Val dissera que Thomas tinha um círculo fiel e para eu ter cuidado com o que falava. Agora eu fazia parte desse círculo e estava curiosa se era porque ele precisava dos meus talentos, como dos de Sawyer, ou se simplesmente precisava de mim.
Cobri o rosto, pensando em seus lábios em minha pele, e percebi que queria as duas coisas.

Comentários

  1. Bah, muitas verdades, eu não imaginaria que o Thomas estivesse passando por tudo isso, coitado dele, fiquei triste

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  2. Tadinho... deve ser mto doloroso... eu acho q teria pirado no lugar dele 😔 mtas verdades... mas estou mais apavorada em relacao a Cami... imagina vc ser ex da namorada do seu irmão? Imagino qd o Trent souber? 🤔 mas como eles estavam no hospital juntos? Cada vez mais ansiosa 😅😅

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