Capítulo 18


Jojo travou o cinto de segurança e se afastou do meio-fio, praticamente em silêncio enquanto me levava até o prédio da revista. Um quarteirão adiante, ela finalmente suspirou e começou a falar, mas pensou melhor. O silêncio era bem-vindo. Eu sabia o que ela ia dizer, e ela sabia disso. As pessoas falavam demais e não diziam nada, e essa seria a única conversa que Jojo e eu teríamos se ela não tivesse fechado a boca.

Ela estacionou e fez sinal para eu segui-la até lá dentro.

— A mesa ainda está aqui. Você lembra como deve fazer?

— Não vi a caminhonete do Wick — comentei.

— Ele vai chegar mais tarde. Teve uma reunião com fornecedores.

— Do Turk? — perguntei, engolindo em seco. Minha garganta implorava pela queimação do uísque ou qualquer coisa que silenciasse a ânsia que eu sentia desde que abrira os olhos naquela manhã.

— É. Você não foi direto pra cama, foi?

— Eu tentei.

— Você fez merda. Acredita em mim, não estou aliviando o que você fez. Mas meu pai tem recebido muitas ligações sobre isso. Aposto que o Serviço Florestal também. — Jojo abriu a porta, e eu a segui até dentro do prédio, parando enquanto ela acendia todas as luzes.

— O Chefe estava certo quando me mandou pra casa. Eu não era útil lá, e acabei queimando o filme dele. Eu não o culparia se ele me proibisse para sempre de acompanhar o pessoal.

Entrei na minha sala, e Jojo me seguiu, apoiando os cachos platinados no batente.

— Nem eu. Mas também não ficaria surpresa se ele não fizesse isso. Quando eles voltam?

— Trata-se de um incêndio político. Muitas redes de notícias estão cobrindo o evento. Eles vão ficar fora os catorze dias.

Ela se ajeitou.

— Se tem muitas redes cobrindo o evento, talvez eu devesse ir até lá.

Raiva e ciúme incendiaram todas as veias do meu corpo. Jojo tinha família... Ela precisava ficar longe da minha, porra.

— Eles não me deixariam ir até lá, Jojo, e eu estou acostumada. Conheço os procedimentos e sei um pouco sobre comportamento em incêndios. Sem querer ofender, mas eles não vão te deixar ir até a montanha.

Ela piscou para mim.

— Quando foi que eu aceitei um “não” como resposta?

Forcei um sorriso, encarando o espaço onde ela estava antes que se desviasse e seguisse para a própria mesa. Poucos minutos depois, eu a ouvi ao telefone, acertando os detalhes de sua cobertura da equipe Alpina.

Meus olhos arderam, mas afastei as lágrimas, me recusando a chorar na frente dela. Digitei minha senha e tive a sensação de que a trocara havia séculos, tão cheia de esperança de que eu era capaz de mudar.

O telefone de Jojo bateu com força, e ela espiou de novo pela porta.

— Você consegue segurar as pontas deste quartel esta semana? Vou para o sul.

— Eles vão te deixar cobrir a equipe Alpina?

Ela me deu um sorriso falso.

— Eles ainda não sabem, mas vão, sim. Hotel Colorado Springs, certo?

Assenti, mantendo um rosto corajoso até Jojo acenar e a porta dos fundos se fechar. Meu rosto desabou, e eu o cobri com as mãos, respirando fundo algumas vezes.

Não era tão surpreendente que eu tivesse feito merda, e sim que eu tivesse estragado algo que amava. Esse pensamento me levou até Tyler, e eu sabia que também estava acabando com isso.

Havia uma parte sombria em mim que simplesmente não permitia que eu fosse feliz e sabotava as coisas boas antes que eu as perdesse.

O telefone tocou, e eu me empertiguei, pigarreei e peguei o aparelho.

Opinião das Montanhas — falei, com a voz um pouco falha.

— Como está seu primeiro dia de volta? — perguntou Tyler. Sua voz profunda e suave fez todo o resto desaparecer.

Sequei o rosto molhado, pigarreando de novo.

— Ótimo. Lar, doce lar.

— Como é o apartamento?

— Ótimo. Obrigada.

— Você foi lá? — indagou ele. Quase dava para ver sua expressão de incredulidade.

— Ãhã. Fui, sim. Tem lençóis na sua cama, e estão limpos.

Ele suspirou.

— Ellie...

— Eu sei.

— Não, você não sabe. Sinto sua falta como um louco. Estar nas montanhas, fedendo a fumaça, exausto e coberto de fuligem, é meu lugar preferido, mas não é a mesma coisa sem você.

Alguma coisa está faltando, agora.

— O delegado? — provoquei.

Ele soltou uma risada.

— Estou falando sério. Escrevi uma carta pra você. Os caras todos estão me infernizando.

— Principalmente o Taylor, tenho certeza.

— O fogo está tão perto que decidimos nos alternar em turnos e dormir no hotel.

— Vocês não estão dormindo no acampamento?

— Não. O Taylor tem dormido em algum lugar da cidade. Acho que tem uma garota.

— Sempre tem uma garota.

— Não uma intrigante o suficiente para ficar por perto durante as poucas horas que temos longe de um incêndio.

— Provavelmente você ainda não sabe, mas logo vai saber. A Jojo está a caminho para cobrir a equipe Alpina.

— A Jojo? — Tyler pronunciou o nome dela com desdém. — Por quê?

— Falei pra ela sobre todas redes de notícias que estão cobrindo o incêndio, e ela achou que a revista deveria mandar alguém pra lá.

Ele suspirou.

— Que merda, Ellie, sinto muito. Sei que isso deve doer.

Meu peito pareceu pesado, e meus olhos começaram a arder de novo.

— Fui eu que fiz isso comigo mesma.

— Mas não dói menos por isso.

— Você tem razão.

Ele ficou calado por um instante.

— Eu queria estar aí.

— Eu também.

— Doze dias, Ellison. Vou estar com você daqui a doze dias.

— Tyler?

— Sim.

— Tenho pensado em beber. Muito. — Como ele não respondeu, continuei: — Acho que isso não vai ser tão fácil quanto eu pensei que seria.

— Quem é aquela mulher que te expulsou da sua casa?

— Minha mãe?

— Não, a outra.

Meu rosto ficou vermelho só de pensar nela.

— Sally.

— É. Essa mesma. Você devia ligar pra ela. Você tem o número, não tem?

Esfreguei a têmpora com o dedo indicador e o dedo do meio.

— Ela não trabalha mais para os meus pais.

— Melhor ainda.

— Não vou pedir ajuda a Sally, Tyler. Eu odeio essa mulher e me recuso a dar essa satisfação para ela.

— Você está dizendo que é errado Sally se sentir satisfeita por te ajudar? Acho que essa é a natureza do trabalho dela.

— Satisfeita do jeito que uma babaca calculista, convencida e cara de rato ficaria, e não uma coach de vida.

— Bom... talvez você possa simplesmente tentar se manter ocupada. Não pensar mais nisso tudo até eu voltar.

Pensei na sugestão dele, e no mesmo instante uma ideia surgiu em minha mente.

— Seu apartamento precisa de uns cuidados.

— Não ouse.

— Estou falando sério. Vou levar pelo menos uns doze dias. Posso abrir suas caixas?

— Não.

— Por favor. Vai parecer um apartamento de verdade quando você voltar.

— De jeito nenhum.

— Por que não? Está com medo do que eu vou encontrar naquelas caixas? O quê? Tem tipo... fantasias, crânios ou alguma coisa assim? Não me fala que você está com vergonha da sua pornografia.

Ele deu uma risadinha.

— Não, só acho que não é certo deixar você fazer isso.

— Você está me deixando ficar no seu apartamento. Eu diria que é uma troca justa.

A linha ficou muda durante alguns segundos, e Tyler suspirou.

— Você não precisa fazer isso, mas, se quiser e se isso for afastar sua cabeça de outras coisas, fique à vontade.

Meu sorriso desapareceu.

— Tyler?

— Sim?

— Não trepa com a Jojo.

— Que porra é essa, Ellie? Não trepei com a Jojo quando tive oportunidade, um ano atrás, e definitivamente não vou fazer isso agora.

— Você nunca saiu com a Jojo? Achei que...

— É, ela ainda se sente ofendida... mas não. Nunca.

Suspirei, surpreendentemente aliviada.

— O que você está tentando dizer? — ele perguntou.

— Nada. Só não quero que você deixe as coisas complicadas com o meu chefe.

— Certo — disse ele, satisfeito. — Vou contar para os caras que somos exclusivos. Vou contar primeiro ao Liam.

— Não somos.

— Você acabou de me dizer pra não dormir com uma pessoa.

— Não quer dizer que somos exclusivos só porque eu não quero que você trepe com a minha chefe.

— Então não tem problema pra você se eu trepar com outra pessoa?

Trinquei os dentes.

— Não estou gostando desse jogo.

— Responde.

— Não me importa com quem você trepa — soltei.

Tyler ficou calado. Só me senti vitoriosa durante alguns segundos, depois a sensação sumiu.

Meu orgulho e minha culpa pareciam nascer do mesmo vazio, mas eles não enchiam nada. Eu não sabia de onde vinha a necessidade de manter Tyler ao alcance. Parte de mim queria acreditar que era para me concentrar na sobriedade que estava fracassando vergonhosamente, e outra, que nós dois éramos errados demais para dar certo. Eu o mantive perto apenas o suficiente para ele se sentir amado, depois o descartei como uma roupa suja. Para alguém que, na maior parte do tempo, tinha medo de ele ir embora, eu estava tentando afastá-lo completamente.

No entanto, eu estava acertando em uma coisa: em não ser merecedora. A vergonha me levou a outro estágio de culpa, desejo e sentimentos de inutilidade. Eu não estava melhorando; eu estava piorando.

— É tão difícil assim você admitir, Ellie? Nós não podemos simplesmente ser feliz, porra?

Engoli em seco.

— Não existe nós. Eu te falei isso desde o início.

— Então o que estamos fazendo?

— Estamos trepando e brigando, Tyler. É isso que estamos fazendo.

— Trepando e brigando. — Claramente chocado e frustrado, Tyler tropeçou nas palavras. Finalmente, soltou uma risada desiludida. — Só isso?

— Só isso.

— A gente conversa quando eu voltar pra casa.

Desliguei, sentindo um enjoo imediato. Eu não podia me manter ocupada para ficar sóbria, lidar com tudo que estava acontecendo na minha vida e me envolver num relacionamento sério, não importava o quanto eu quisesse isso.

O telefone tocou, e eu atendi, marcando reuniões e cuidando de detalhes relacionados ao projeto de propaganda da revista. Wick saiu uma vez e voltou, colocando o punho na minha mesa enquanto lia meu relatório por sobre meu ombro.

Depois se ajeitou de pé, suspirou e girou nos calcanhares, batendo a porta ao entrar em seu escritório. As molduras nas paredes tremeram, e meus ombros subiram até as orelhas. Eu trabalhava na revista havia pouco mais de cinco meses e ainda não tinha vivenciado a ira de Wick. Talvez a hora tivesse chegado.

A porta se abriu com um solavanco, e eu ouvi Wick sentar em sua poltrona de couro.

— Ellie! — gritou ele.

Eu me levantei, parando sob o batente, esperando um pequeno ataque verbal.

— Você é uma boa garota. Nós pegamos pesado demais com você — disse ele, encarando a estante de livros atrás de mim.

— C-como é? — Era quase ainda mais perturbador o fato de ele não estar gritando comigo.

— Não quero te perder. Não quero facilitar suas... questões. Não sei o que fazer. Não sou do tipo que ignora esse tipo de comportamento, Ellie. Você poderia ter se machucado seriamente ou coisa pior. Esse corte...?

Levei a mão ao rosto. Eu tinha me esquecido do tapa que a natureza me dera na cara — não que eu tenha sentido até o sangue quente pingar na minha pele fria.

— Sim.

Wick se ajeitou na poltrona, depois olhou para o relógio.

— Você já comeu? Está quase na hora do almoço.

— Humm... não.

— Vou pedir pizza. Pensa no que eu falei.

— Está bem — respondi, erguendo o polegar para ele. — Boa conversa.

Ele piscou para mim, e eu fechei a porta, balançando a cabeça. Se esse era um exemplo da capacidade paternal de Wick, fazia sentido Jojo ser uma boneca Barbie cor de laranja que guardava rancor contra todos os homens que lhe diziam “não”.

O telefone tocou no instante em que sentei, e eu levei o aparelho ao ouvido. Assim que abri a boca para atender, Jojo falou:

— Sou eu. Cheguei.

— Ah. Você já viu meus garotos?

Ela deu uma risada.

Seus garotos? Não, ainda não. Consegui um quarto... e não foi fácil, por sinal.

Literalmente, todos os quartos estavam reservados, exceto o de um cara que sofreu umas queimaduras hoje. Ele vai ficar fora por um tempo e vão mandá-lo de volta pra casa. Vou ficar no saguão pra ver se consigo falar com a equipe Alpina quando chegarem.

— Eles podem ficar fora a noite toda. Não sei qual vai ser o cronograma. Eles nunca ficaram num hotel... pelo menos, não nesta temporada.

— Vou descobrir. As malditas redes de notícias estão por toda parte. Mas teríamos uma entrada, se você não...

— Se eu não tivesse feito merda. Eu sei.

— Desculpa — disse ela.

— Tome cuidado, Jojo. Faça exatamente o que mandarem e quando mandarem, e vista uma roupa quente. É frio lá em cima à noite.

— Obrigada, Ellie.

Desliguei, desejando que houvesse um jeito educado de pedir para ela não trepar com o meu não-namorado-de-verdade.

Terminei meu relatório e mandei por e-mail para Jojo. Fiquei surpresa ao ver algumas fotos que ela tirara dos bombeiros fazendo hora no saguão do hotel. Ela tinha talento, sem dúvida.

Quando o sol se pôs atrás dos picos, Wick vasculhou suas gavetas, e seu casaco deslizou pelas mangas do suéter.

— Só duas pausas para fumar e nenhuma notícia da Jojo. O dia de hoje foi entediante pra caralho — gritou Wick do escritório.

— Fale por você — respondi.

Ele saiu, ajeitando o cachecol e calçando as luvas.

— Nem todos somos ativos o suficiente para acompanhar bombeiros de elite montanha acima para ganhar a vida. Você voltou para a casa dos seus pais?

Pigarreei.

— Não. Estou ficando no apartamento do Tyler. Ainda não encontrei um lugar pra morar.

Wick franziu a testa.

— Fiz um artigo sobre apartamentos baratos pra revista. Você pode encontrar alguma coisa na primavera, se calcular direito.

— É — concordei, me sentindo ainda mais desesperada do que dez segundos atrás.

— Não liga pro seu cara. Eu te levo.

— Sério? — falei, mais surpresa ao pensar que ele achava que eu ainda estava usando José do que pela oferta.

Wick me deixou fumar em sua caminhonete enquanto ele fumava o próprio cigarro e expirava pela fresta da janela.

— Você e o Tyler, é? — comentou Wick.

— Mais ou menos... não de verdade.

— Ele também é um bom garoto. Achei que vocês dois iam acabar se apaixonando. Dava pra ver nos olhos dele.

— Sério? — perguntei, achando engraçado.

— Nunca vi o Tyler olhar pra ninguém do jeito que ele olha pra você. Mas sei que você tem outras questões para resolver. Talvez seja coisa demais.

— Foi ideia dele eu ficar aqui. E é só por um tempo.

— Ãhã.

— Não estou usando o Tyler. Ele insistiu, e eu não tinha escolha.

— Ai. Espero que você não tenha falado isso pra ele.

— Não — comentei, olhando para baixo. — Não falei.

— Você sabe que tem um apartamento em cima da revista, certo?

— Não sabia, não.

— Está vazio e é novo. Construí na mesma época do prédio, para o caso de a Linda me expulsar de casa. Sou um velho egoísta, sabia? Perdi a boa aparência. Ela continua linda como sempre. A Jojo seria igual a ela sem aquela maquiagem de palhaça no rosto.

Abafei uma risada, tossindo a fumaça e acenando na frente do rosto. Wick entrou na Lone Tree Village, estacionou, e eu saí do carro.

— Obrigada pela carona, Wick. Vou arrumar um transporte confiável assim que puder.

Ele acenou para me dispensar.

— Eu te pego de manhã. Não como as vans que andam por aí. Apenas se mantenha ocupada hoje à noite, e eu te vejo de manhã.

— A Jojo disse a mesma coisa... pra eu me manter ocupada.

— Ela te falou, não é? Eu já passei por isso. Talvez seja só por esse motivo que eu não demito essa sua bunda idiota por entrar numa área de incêndio ativa. Por isso e por você ser uma fotógrafa de ação maravilhosa. Até melhor que a Jojo.

— Obrigada de novo pela carona.

Wick acenou para mim e deu ré, freando apenas para me ver entrar em segurança no apartamento.

Tranquei a porta depois de entrar e acendi a luz, suspirando ao perceber o tamanho da tarefa que eu tinha pela frente. O apartamento não estava sujo, mas eu precisava desempacotar uma quantidade enorme de pertences dos dois irmãos. Depois de vestir uma roupa mais confortável, voltei à sala de estar e abri a primeira caixa. Usei todos os gabinetes, prateleiras, cômodas e armários para guardar roupas, álbuns de fotos, lembranças esportivas, livros, revistas, pratos e utensílios de cozinha no local adequado.

Depois que tirei a última caixa da sala de estar, um par de luvas amarelas sob a pia me inspirou a limpar a cozinha. Wick tinha falado para eu me manter ocupada, e ainda faltavam duas horas para eu dormir. Limpei os balcões, esfreguei as pias e coloquei uma carga de louça na lava-louças.

Abri a geladeira, mentalmente preparada para ver grandes focos de mofo que deixariam qualquer laboratório de antibióticos com inveja, mas tudo que havia nas prateleiras impecáveis era um pacote de seis cervejas artesanais locais.

Fechei a porta e sentei no chão de costas para a geladeira, olhando para cima. Eu tinha trabalhado muito e me sentia sozinha; não havia desculpa melhor do que essa para uma cerveja gelada.

— Vá para a cama, Ellie — falei em voz alta. Mas eu não estava cansada.

Abri a geladeira e a fechei de novo, meus dedos criando aquele som de estouro e efervescência que eu tanto amava. A sala de estar parecia um apartamento de verdade, com decoração de verdade e abajures nas mesas laterais em cada ponta do sofá e um ao lado da poltrona reclinável.

A lava-louças ainda estava funcionando, com a última metade dos pratos e talheres, e havia uma tábua de facas e um conjunto completo de saleiro e pimenteiro sobre o balcão.

Inclinei a cabeça para trás, depois lambi a espuma do lábio superior, sorrindo pela pequena vitória enquanto tentava ignorar meu absoluto fracasso.

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